Fato ou Fake: Por que as pessoas acreditam em fake news?
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13 Sep 2025(atualizado 13/09/2025 às 21h07)Receitas caseiras, teorias da conspira??o, montagens, informa??es desencontradas… Estas s?o apenas a
Fato ou Fake: Por que as pessoas acreditam em fake news?
Receitas caseiras,resultado do jogo do botafogo de hoje teorias da conspira??o, montagens, informa??es desencontradas… Estas s?o apenas algumas das modalidades das fake news que se espalharam e atingiram milh?es de brasileiros desde que a pandemia come?ou. Uma enxurrada de desinforma??o que só tem aumentado com a guerra na Ucrania e a proximidade das elei??es em 2022.
Para ajudar a entender as fake news e como combatê-las, o Fato ou Fake lan?a nesta segunda-feira (7), no g1 e no YouTube, uma série de vídeos que explicam o que está por trás deste fen?meno. Publicados semanalmente, os episódios mostram também o que fazer para n?o se tornar uma vítima da desinforma??o.
SEGUNDO EPISóDIO: Por que as pessoas criam fake news?TERCEIRO EPISóDIO: Criar e compartilhar fake news é crime?QUARTO EPISóDIO: Como os criadores de fake news tentam enganar você?QUINTO EPISóDIO: Como combater as fake news?
Uma pesquisa da Avaaz feita em maio de 2020 apontou que 9 a cada 10 entrevistados recebeu pelo menos uma mensagem falsa sobre a Covid-19. E as consequências s?o graves: mais de 70% acreditaram nas mensagens falsas.
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Diante da “pandemia” da desinforma??o, as tentativas e iniciativas para desmentir as fake news aumentaram e ganharam for?a - como o Fato ou Fake, projeto do Grupo Globo que checa a veracidade das mensagens que est?o viralizando nas redes sociais.
Mas, diante de tantas informa??es mentirosas circulando na internet, uma quest?o permanece: por que as pessoas acreditam em fake news?
Uma das principais respostas a essa pergunta vem da psicologia e se chama “viés de confirma??o”, um termo proposto pelo psicólogo inglês Peter Wason na década de 1960. O viés de confirma??o quer dizer que nós procuramos informa??es que confirmem as nossas cren?as e descartamos aquelas que s?o contrárias ao que acreditamos.
Isso quer dizer que nós tendemos a acreditar em certas fake news apenas porque elas est?o de acordo com a nossa opini?o.
“Você vai ter vieses políticos, vieses de saúde e de todo o tipo. Na medida em que você desenvolve uma opini?o, isso faz com que você se torne muito ligado a ela”, explica o psicólogo Cristiano Nabuco, coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria da USP.
“Vamos imaginar que estamos conversando, e você fala sobre o time de futebol ‘A’. Mas eu sou torcedor do time de futebol ‘B’. Eu vou prestar muito mais aten??o e valorizar o que diz respeito ao ‘B’ do que o contrário. Quando eu ou?o, quando recebo informa??es que n?o sustentam o meu sistema de interpreta??o, eu tento desqualificá-las.”
Segundo Nabuco, neste tipo de situa??o, nós usamos uma parte do cérebro que é voltada para a emo??o, e n?o para a raz?o.
“Eu vejo uma fake news que fala que algo muito ruim está acontecendo, que um candidato ‘A’ ou ‘B’ fez alguma coisa. Eu me sinto impelido a consumir aquilo, e, nesse momento, eu perco temporariamente o meu juízo de valor”, diz o psicólogo.
O professor e pesquisador da UFMG Yurij Castelfranchi diz ainda que as mensagens falsas trabalham com gatilhos. "Essas mensagens te deixam em alarme, em panico, com nojo ou revoltado. Ent?o você sente a necessidade de compartilhar. Se preocupa com as pessoas que você gosta e quer avisá-las sobre esse perigo. Ent?o as fake news s?o feitas de propósito para te dar o gatilho de querer contar para todo mundo", diz.
Nabuco explica que esta rea??o é mais forte em pessoas que têm um senso menor de pertencimento social - porque n?o se sentem amparadas pela sua rede de relacionamentos -, baixa autoestima ou vivem em situa??es sociais desfavoráveis.
“Por que um indivíduo consome fake news e o outro, n?o? Aquele que n?o consome talvez tenha um bom senso de autoeficácia e conhecimento. Ele fala: ‘N?o, espera um pouco. Eu estou bem, está tudo bem. Isso que estou lendo é pouco provável que esteja acontecendo’”, diz Nabuco.
“Se você estiver com depress?o, se você estiver passando por um período mais agudo e sofrendo de alguma ansiedade, [você fica mais vulnerável]. E, hoje, quem n?o está passando por algum tipo de mal-estar ou de marola emocional por tudo que nós estamos vivendo? Ent?o, para os criadores de fake news, isso é um prato cheio, pois torna o indivíduo muito mais apto a consumir esse tipo de informa??o.”
O efeito dos grupos e do coletivo
O professor Yurij Castelfranchi ainda diz que, além das quest?es individuais que nos fazem acreditar e compartilhar mensagens falsas, há ainda as quest?es coletivas, de grupo. "Todo ser humano precisa se sentir parte de um grupo. Ent?o tem uma série de mecanismos psicológicos e biológicos que fazem com que você precise sentir que as pessoas te olham com respeito, te admirem e que você tem uma liga??o de solidariedade com as pessoas", diz.
"Ent?o se o seu grupo social odeia certas pessoas, você vai gostar de acreditar em mensagens que falem mal dessas pessoas, n?o só porque você as odeia, mas porque você quer se sentir junto com o seu grupo. é o efeito manada."
Polariza??o nas redes sociais
Segundo o psicólogo Cristiano Nabuco, outro ponto importante é que o funcionamento das redes sociais colabora com o clima de polariza??o.
“A internet colaborou de uma forma extremamente significativa, pois nós sabemos que os algoritmos customizam a informa??o. A partir do momento que eu entro e clico no candidato 1, gosto dele, curto, comento, o que vai acontecer? O algoritmo do programa vê que eu tenho uma preferência, e todos os outros comentários e amigos que pensam diferente s?o removidos do meu feed. Depois de navegar por alguns dias, eu vou jurar que o candidato 1 é o melhor”, afirma Nabuco.
“Se eu lhe encontro na rua, pergunto em quem você vai votar e você responde que é o candidato 2, aquilo vem com um ódio para mim. Como que o mundo vai votar no 1, e você, limitada, n?o percebeu que o 2 é um absurdo? Ent?o os algoritmos acabam criando esse tipo de resposta intensa onde o convívio pacífico deixa de existir.”
Castelfranchi concorda que os algoritmos s?o feitos de uma forma para colaborar com a polariza??o e capturar a aten??o das pessoas. "Os algoritmos dessas plataformas tendem a te dar coisas cada vez mais exageradas para você ficar cada vez mais vidrado. Se você vê uma mensagem que foi impulsionada e que, por isso, tem um milh?o de compartilhamentos, você pensa que ela deve ser boa", diz.
O que fazer para evitar cair em fake news?
Diante da situa??o e sabendo como o viés de confirma??o funciona, uma quest?o que surge é como evitar acreditar em tantas mensagens falsas que circulam nas redes sociais.
Os especialistas d?o uma série de dicas simples. Veja abaixo as principais:
Procurar informa??es e opini?es contrárias às nossas: “Você vai votar no candidato 1? Legal. Entra no candidato 2 e vê o que ele está falando também. Tenha contato com informa??es que s?o aparentemente incompatíveis, pois isso vai lhe dar uma opini?o mais sensata e equilibrada”, diz o Nabuco.Reler as informa??es: “Sempre que eu leio alguma coisa que eu sinto que fiquei muito irritado, que me deixou indignado, eu falo: ‘Opa, est?o atuando em cima de mim. Vamos devagar. Vamos ler isso de novo. Será que isso é verdade? Isso que está escrito é factível? Será que, de fato, esse candidato ou essa pessoa falaria isso?'" Checar as informa??es em várias fontes: "Cruzar informa??es, buscar a origem e ter certeza", diz Nabuco. "Fa?a uma leitura lateral. Abra uma aba do lado e pesquise. Será que algum jornal falou isso?", diz Castelfranchi.Jogar um trecho da mensagem em um buscador: "Veja se aquele trecho já aparece em outras fontes. Eu sei que a maioria das pessoas que acredita em fake news n?o confia nos jornalistas, mas a mídia é diversa. Se ninguém fala n?o é porque todo mundo esconde, é porque é mentira", diz Castelfranchi. N?o compartilhar caso tenha dúvida: "Na dúvida, n?o passar adiante, pois você também faz parte desse processo”, diz Nabuco.Manter-se informado: Nabuco afirma que estar por dentro dos acontecimentos também ajuda a desconfiar e a n?o cair em informa??es falsas.
Veja como identificar se uma mensagem é falsa
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