Entenda por que Rond?nia fica 'onde o vento faz a curva'
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13 Sep 2025(atualizado 13/09/2025 às 20h45)A express?o popular “onde o vento faz a curva” geralmente é usada para se referir a lugares distante
Entenda por que Rond?nia fica 'onde o vento faz a curva'
A express?o popular “onde o vento faz a curva” geralmente é usada para se referir a lugares distantes. No entanto,dice iot em Rond?nia essa frase ganha um significado literal.
O g1 conversou com o professor Jo?o Gobo, especialista em climatologia da Universidade Federal de Rond?nia, que explica como a geografia do estado influencia diretamente os ventos, as chuvas e até o futuro da floresta amaz?nica.
O papel estratégico de Rond?nia no clima sul-americano está diretamente ligado aos Jatos de Baixos Níveis (JBN), que s?o correntes de vento carregadas de umidade que se deslocam próximo à superfície, partindo da Amaz?nia.
Esses jatos também s?o conhecidos como “rios voadores” porque levam água na forma de vapor e alimentam chuvas em outras regi?es do Brasil.
Rond?nia está justamente no ponto onde esses ventos mudam de dire??o, o chamado "ponto de inflex?o".
A express?o popular “onde o vento faz a curva” geralmente é usada para se referir a lugares distantes. Porém, em Rond?nia essa frase ganha um significado literal: o estado está localizado exatamente no ponto onde os ventos que cruzam a América do Sul mudam de dire??o.
O g1 conversou com o professor Jo?o Gobo, especialista em climatologia da Universidade Federal de Rond?nia, que explica como a posi??o do estado está diretamente relacionada aos ventos e às chuvas de todo o país e até ao futuro da floresta amaz?nica.
Ele explica que esse papel estratégico de Rond?nia no clima sul-americano está diretamente ligado aos Jatos de Baixos Níveis (JBN), que s?o correntes de vento carregadas de umidade que se deslocam próximo à superfície, partindo da Amaz?nia.
?? Esses jatos também s?o conhecidos como “rios voadores” porque levam água na forma de vapor e alimentam chuvas em outras regi?es do Brasil. Rond?nia está justamente no ponto onde esses ventos mudam de dire??o, o chamado "ponto de inflex?o".
Entenda o que s?o os 'rios voadores' e como eles fornecem chuva para o Brasil e regulam o clima do mundo
“Esse vento vem do Leste [Manaus e Belém]. Por conta da Cordilheira dos Andes, eles n?o conseguem seguir caminho em dire??o ao Pacífico, ent?o fazem uma curva em dire??o ao Sul e ao Sudeste do Brasil. Essa curva é exatamente em cima de Rond?nia, Acre e da Bolívia", explica.
Mas por que os ventos n?o conseguem passar pelas Cordilheiras? Os Andes formam a cadeia de montanhas mais extensa do mundo, com relevo elevado e press?o atmosférica reduzida. Essas características criam uma barreira natural que impede o avan?o dos ventos vindos da Amaz?nia. é como se os Andes fossem uma parede, e Rond?nia, a esquina onde esses ventos dobram o caminho.
Leia também: Por que 'rios voadores' est?o cada vez mais destrutivos?
1 de 2 Como nascem os rios voadores — Foto: Infografia/g1
Rond?nia como epicentro da umidade continental
De acordo com Gobo, a posi??o geográfica do estado faz dele uma espécie de “esteira rolante de umidade”. O vapor d’água que evapora da floresta e do oceano é empurrado pelos ventos entre os Andes e o Planalto Brasileiro, ganhando velocidade e seguindo em dire??o ao centro-sul do continente.
Esse movimento é essencial para formar a Zona de Convergência do Atlantico Sul (ZCAS), que leva chuvas para regi?es como o Sudeste e o Centro-Oeste do Brasil.
A posi??o geográfica de Rond?nia é estratégica:
?? Está a leste dos Andes, o que a coloca diretamente na rota dos JBN.??? Fica abaixo da faixa equatorial, onde há forte influência da Mon??o Sul-Americana, que regula os ciclos de chuva e seca.?? Está entre biomas como a Amaz?nia e o Cerrado, o que contribui para uma rica intera??o entre umidade, temperatura e relevo.
Essa combina??o faz com que o estado receba grandes volumes de umidade e registre chuvas intensas, especialmente no ver?o, quando a mon??o está ativa.
?? A mon??o sul-americana é um sistema de ventos que muda com as esta??es, trazendo chuvas intensas no ver?o. Ela ocorre pela diferen?a de temperatura entre o continente e o oceano, que atrai ar úmido para o interior do Brasil.
2 de 2 Bandeira de Rond?nia balan?ando com o vento — Foto: Daiane Mendon?a
Um inimigo: o desmatamento
A floresta amaz?nica funciona como uma gigantesca fábrica de vapor d’água. As árvores liberam umidade para a atmosfera por meio da evapotranspira??o: um processo natural que mantém o ar úmido e alimenta os ventos que transportam essa umidade pelo continente.
Quando há desmatamento, essa produ??o de vapor diminui. Isso afeta diretamente os Jatos de Baixos Níveis (JBN), que dependem dessa umidade para levar chuva para outras regi?es. Com menos vapor disponível, os ventos perdem for?a e a Zona de Convergência do Atlantico Sul (ZCAS) também enfraquece.
Rond?nia n?o é apenas “onde o vento faz a curva”, é onde o clima da América do Sul se desenha. A ciência confirma o que a sabedoria popular já manifestava. Entender essa dinamica é essencial para proteger a floresta, o clima e o futuro da regi?o.
*Escrito pela estagiária Beatriz Rodrigues com supervis?o de Jaíne Quele Cruz
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