Negócios de impacto sustentável geram empregos e levam água potável às comunidades da Amaz?nia
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13 Sep 2025(atualizado 13/09/2025 às 20h35)1 de 4 As belenenses Ana Lídia e Ingrid provam que a Amaz?nia é solo fértil para inova??o, impac
Negócios de impacto sustentável geram empregos e levam água potável às comunidades da Amaz?nia
1 de 4 As belenenses Ana Lídia e Ingrid provam que a Amaz?nia é solo fértil para inova??o,óciosdeimpactosustentávelgeramempregoselevamáguapotávelàscomunidadesdaAmaz?mega da virada resultado da mega sena impacto social e um futuro brilhante — Foto: Acervo pessoal de Ana Lídia Zoni Ribeiro
A sustentabilidade está guiando o futuro dos pequenos negócios na Amaz?nia, onde biodiversidade e comunidades s?o os maiores patrim?nios. é nesse ch?o de rios e matas que a inquieta e criativa Ana Lídia Zoni Ribeiro, 42 anos, de Belém (PA), se destaca com a Hidromel Uru?un, que transforma o mel das uru?u, abelhas nativas do Brasil, de forma sustentável em um produto milenar: o hidromel.
O interesse de Ana pelas abelhas surgiu na faculdade de engenharia de produ??o, quando, em suas aulas, percebeu o potencial do mel como insumo. “Na minha cabe?a já passava tudo: vou transformar isso num produto”, conta. Hoje, sua atua??o vai muito além da produ??o da bebida e impacta diretamente cerca de trezentas famílias que produzem mel por meio de uma tecnologia única no mundo, desenvolvida pela empreendedora.
Sua inova??o leva o nome de Melipona Tech. Elaborada em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA) para monitorar e otimizar a produ??o de mel das uru?us, utiliza inteligência artificial aplicada ao mapeamento das safras florais da regi?o. Assim, por meio de dados coletados em campo e imagens aéreas, é possível identificar o momento ideal para a coleta do mel, considerando os ciclos da flora amaz?nica. Isso garante que a produ??o seja sustentável, respeitando o meio ambiente e beneficiando o tamanho, a cor e o sabor dos frutos da regi?o.
“Produzimos um mel diferenciado, com 40% mais água e menos do?ura, o que o torna mais azedinho e ideal até para quem tem diabetes. Cada safra traz um sabor único da floresta. Me sinto uma mixologista!”, brinca. “Muito do meu público e dos meus fornecedores s?o mulheres. é muito bonito ver essas comunidades prosperando, com pequenos negócios que geram renda e fortalecem a floresta”, destaca Ana.
Para o Sebrae, esse modelo de bioeconomia é um caminho estratégico para o desenvolvimento sustentável da Amaz?nia. Como explica Bruno Quick, coordenador de sustentabilidade da institui??o: “Precisamos criar unidades produtivas dentro das comunidades e estruturar um modelo que envolva infraestrutura, energia renovável e acesso a mercado. A bioeconomia tem um potencial imenso, e o Sebrae tem a capilaridade para conectar esses negócios às oportunidades e apoios necessários.”
De Belém para o mundo
Em um cenário no qual apenas 6,38% das micro e pequenas empresas brasileiras incorporaram plenamente práticas de economia circular em seus negócios, Ana Lídia está à frente. Os dados s?o da pesquisa Engajamento dos Pequenos Negócios Brasileiros às Práticas de Economia Circular (2024). Outros 10,12% est?o em fase de implementa??o, 16,23% ainda planejam e 6,78% nem sequer conhecem o conceito.
O desafio também é grande quando se trata da presen?a da economia circular na cultura das empresas: 64,72% ainda n?o a incorporaram em miss?o, vis?o e valores, enquanto 6,26% desconhecem o tema. Apenas 5,42% afirmam tê-lo plenamente integrado à estrutura da empresa. Ana faz parte desse grupo.
2 de 4 O hidromel de Ana já foi exportado para diversos países, como áfrica do Sul, Alemanha, índia, Panamá, Portugal, Suriname e mais – — Foto: Acervo pessoal de Ana Lídia Zoni Ribeiro
Em busca de ampliar esse impacto, Ana encontrou no programa Inova Amaz?nia, do Sebrae, o impulso necessário para transformar sua ideia em um negócio estruturado e exponencial. “Eu tinha um produto, mas n?o sabia exatamente como escalar aquilo. O programa abriu minha cabe?a, me ensinou técnicas. Uma acelera??o dessa é outro nível”, diz ela, que atualmente reúne sete pessoas em sua equipe. Voltada à promo??o da bioeconomia e ao uso sustentável dos recursos naturais, a iniciativa conectou a engenheira a mais oportunidades.
A partir dali, Ana mergulhou em capacita??es como o ALI Produtividade, participou de rodadas de negócios e promoveu, com o Sebrae, treinamentos para moradores da Ilha do Combú (PA). Também recebeu apoio direto na formaliza??o do negócio, deixando o status de MEI e tornando-se microempresária, além de ser mentoreada pelo próprio superintendente do Sebrae no Pará, Rubens Magno. “Foi uma das pessoas que mais acreditou na minha ideia”, afirmou.
Rubens apresentou o negócio de Ana como case de sucesso pelo Sebrae na National Retail Federation (NRF), em Nova York, a maior feira de varejo do mundo. A empreendedora teve acesso a ferramentas de qualifica??o para exporta??o e passou a participar de feiras internacionais, incluindo uma miss?o para a Alemanha com foco em bebidas sustentáveis. Mais recentemente, integrou o grupo estratégico do Sebrae COP30, na área de alimentos e bebidas, com o objetivo de fomentar o empreendedorismo local no evento.
No entanto, a trajetória até aqui n?o foi fácil. “Peguei duas gesta??es direto, ia pra fábrica com oito meses de barriga. O pessoal dizia que eu precisava tomar cuidado, mas eu sabia o que estava fazendo. N?o podia deixar a oportunidade passar”, lembra.
Valeu a pena, Ana. Hoje, você já alcan?ou mais de três mil pessoas diretamente com seu trabalho, promovendo gera??o de renda e inova??o baseadas nos saberes e riquezas da Amaz?nia!
O amanh? come?a com uma semente
A Hidromel Uru?un ainda tem conex?o com outro negócio belenense, a Ver-o-Fruto, de Ingrid Monique Oliveira Teles, 32 anos. O projeto das duas empreendedoras (que se conheceram no programa Inova Amaz?nia) visa criar um hidromel feito com água purificada pelo sistema filtrante feito das sementes de a?aí — que por muitos é visto como um simples resíduo.
Também nascida em Belém (PA), Ingrid é engenheira de produ??o pela UFPA, e ali também está realizando seu mestrado em engenharia industrial. Como fundadora da startup, sua inquieta??o surgiu nas feiras da cidade enquanto era estudante da faculdade e notava o desperdício de sementes jogadas no ch?o de Belém. “A Ver-o-Fruto nasceu desse inc?modo”, afirma Ingrid.
3 de 4 Para a engenheira, empreender é um propósito diário em prol da primeira etapa de desenvolvimento nas regi?es ribeirinhas: água potável – — Foto: Acervo pessoal de Ingrid Monique de Oliveira Teles
Estratégica e visionária, ela sabia que de pronto sua empresa n?o avan?aria sem capital. Por isso, viu a saída na produ??o de sabonetes faciais líquidos a partir do a?aí. Hoje, seis anos depois, a cada venda de um produto de sua marca, Amazon Seed, cinco litros de água s?o revertidos para comunidades ribeirinhas sem acesso à água potável.
Com o apoio do Sebrae, a empreendedora encontrou os caminhos para estruturar e dar escala a seu negócio, que une beleza, tecnologia e impacto social. “Iniciei minha caminhada com o Sebrae participando de um programa com várias atividades e, numa dessas, ouvi uma palestra que me chamou muita aten??o. Depois descobri que o palestrante era Renato Coelho, do Sebrae Pará. Precisei tirar dúvidas sobre meu MEI, fui até o Sebrae e encontrei com ele. Foi quando ele me apresentou o Inova Amaz?nia, um programa de acelera??o para negócios de bioeconomia na regi?o”, lembra Ingrid.
Antes, o que era só uma ideia, a institui??o a ajudou a entender como um negócio de impacto. “O Sebrae foi quem nos moldou como empresa mesmo”, conta. Desde ent?o, Ingrid mergulhou em consultorias, forma??es e mentorias, incluindo suporte para adequa??o ao SisGen, Sistema Nacional de Gest?o do Patrim?nio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado.
A estrutura??o trouxe resultados. Hoje, a Ver-o-Fruto oferece ainda mais produtos de cuidados com a pele com ingredientes amaz?nicos e desenvolve sistemas de purifica??o de água fáceis de instalar, compactos e de baixo custo. Ao lado de sua diretora técnica, Thamna Lourinho, Ingrid leva água potável para diversas comunidades da Ilha do Combú, da Ilha das On?as e para um quilombo no interior do Amapá.
Dentre suas experiências marcantes, ela conta sobre uma surpresa que teve. Durante a instala??o de um dos primeiros sistemas, um imprevisto técnico impediu o uso pleno do equipamento, o suficiente para deixá-la frustrada. “Meu objetivo era que o sistema funcionasse perfeitamente, com água própria para beber e cozinhar. Mas aí vi uma grávida se aproximando e dizendo: ‘Minha filha vai ser a primeira a nascer na ilha com roupa limpa’. Aquilo me desmontou.”
é essa vis?o que move a empreendedora a ampliar ainda mais os horizontes. A meta agora é testar o sistema em outros países, como a áfrica do Sul, e tornar-se referência em desenvolvimento local sustentável. “Quero ver as pessoas falando de bioeconomia, mas também ver quem faz a bioeconomia na base sendo beneficiado por isso. E sei que o primeiro passo é o acesso à água.”
Agenda 2030, um compromisso a ser feito
Essa atua??o direta nas comunidades conversa com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), compromisso global da ONU para 2030. Embora 59% dos pequenos negócios brasileiros se declarem comprometidos com os ODS, as a??es ainda s?o, em grande parte, isoladas e sem planejamento estruturado, segundo a pesquisa A contribui??o das pequenas empresas brasileiras na Agenda 2030 da ONU (2024).
Entre as motiva??es para a ado??o de práticas sustentáveis, destacam-se a preserva??o ambiental e a justi?a social (36,49%), seguidas da redu??o de custos (30,02%), melhoria da reputa??o e imagem (18,35%) e exigências de compliance (15,14%). Quando o assunto é água, 26,63% dos empreendedores ainda n?o adotam nenhuma prática para economizar. Entre os que adotam, as a??es mais comuns s?o o reuso de água para fins n?o potáveis (30,90%) e a capta??o de água da chuva (28,98%).
Nesse cenário, solu??es como as da Ver-o-Fruto ganham ainda mais relevancia. Com os olhos na COP30, Ingrid trabalha para instalar dez pontos de hidrata??o com seu sistema filtrante em diferentes locais estratégicos de Belém, unindo impacto ambiental, justi?a social e inova??o. E está em busca de empresas parceiras para ampliar esse alcance, enfrentando também desafios regulatórios, como o ICMS sobre produtos de impacto socioambiental. “A gente n?o quer só mostrar o que é possível, mas garantir que isso permane?a depois do evento. Um legado que continue gerando dignidade para quem vive aqui”, refor?a. O propósito da Ver-o-Fruto? “Transformar”, diz a engenheira.
A trilha até a COP30 já come?ou
A motiva??o de Ingrid está alinhada com o que vem sendo discutido nos bastidores da COP30, a Conferência das Na??es Unidas sobre Mudan?as Climáticas, que será realizada em novembro deste ano em Belém (PA). O evento, que vai reunir representantes de diversos países para debater os rumos do meio ambiente, contará pela primeira vez com a presen?a ativa dos pequenos negócios brasileiros. O Sebrae será a voz desses empreendedores e, segundo o presidente da institui??o, Décio Lima, essa participa??o pode abrir novos caminhos.
“A COP30 n?o pode ser apenas um palco para grandes corpora??es e governos. Ela precisa ser um espa?o para que pequenas empresas compartilhem suas experiências e suas solu??es. Ao ouvi-las, o Brasil terá a oportunidade de aprender com quem realmente entende a floresta e de construir um futuro mais justo, próspero e sustentável para todos”, destaca.
A seguir, fique por dentro das ideias que já est?o moldando o presente e v?o transformar o futuro dos pequenos negócios no Brasil e no mundo.
4 de 4 Centro Sebrae de Sustentabilidade mostra como os pequenos negócios inovam e traz dicas para colocar a responsabilidade ambiental e social no seu projeto – — Foto: Divulga??o
Assim como Ana Lídia e Ingrid fizeram do cuidado com a terra e as comunidades o seu próprio negócio, você também pode dar um passo em dire??o à sustentabilidade com os cursos e conteúdos gratuitos do Sebrae.
Curso | Como criar um modelo de negócio de impacto socioambiental
E-book | Economia circular para pequenas empresas
Consultoria de inova??o | Sebraetec
Diagnóstico | Maturidade ESG para pequenos negócios
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