Corredora descobre cancer de mama a 17 dias da 1a maratona e detalha como exercícios amenizam efeitos da quimioterapia
yoiuazit
13 Sep 2025(atualizado 13/09/2025 às 22h52)Raquel Castanharo, influenciadora e fisioterapeuta, descobriu cancer de mama a 17 dias da primeira m
Corredora descobre cancer de mama a 17 dias da 1a maratona e detalha como exercícios amenizam efeitos da quimioterapia
Raquel Castanharo,ancerdemamaadiasdaamaratonaedetalhacomoexercíjogo do lego do star wars influenciadora e fisioterapeuta, descobriu cancer de mama a 17 dias da primeira maratona.
Ela já sentia um nódulo havia anos, mas exames anteriores diziam n?o ser nada.
O tumor, classificado como luminal B, tinha 5 centímetros e crescia lentamente.
Os médicos autorizaram Raquel a correr a maratona do Rio de Janeiro, já que o tratamento só come?aria dali a algumas semanas.
Em julho, come?ou a sequência de quimioterapias: as chamadas vermelhas, a cada 15 dias; agora, vai come?ar o ciclo de quimio branca para, ent?o, operar e fazer radioterapia. O exercício tem sido o principal aliado no combate aos sintomas do tratamento.
1 de 5 — Foto: Arquivo Pessoal
A influenciadora e fisioterapeuta Raquel Castanharo nunca se viu como uma corredora de longas distancias. Durante oito anos, evitou a ideia de enfrentar uma maratona. Achava que os treinos seriam longos demais, duros demais, pesados demais. Até que decidiu tentar. Ao se permitir ser mais lenta, descobriu um prazer novo na corrida: a ausência da press?o do cron?metro.
Vieram treinos de 18 quil?metros em uma segunda-feira, de 30 em um sábado. Vieram também a rede de apoio em casa, o marido que cuidava dos filhos quando ela chegava exausta, a rotina que encaixava o impossível.
Tudo caminhava para o dia em que cruzaria pela primeira vez a linha dos 42,195 km. Mas, 17 dias antes, veio outro marco: o diagnóstico de cancer de mama.
O diagnóstico às vésperas
Raquel já sentia um nódulo havia anos, desde a pandemia de coronavírus. Exames anteriores diziam n?o ser nada, e, aos poucos, ela espa?ou o acompanhamento. Uma ginecologista desconfiou, pediu novos testes, e na ressonancia magnética veio o encaminhamento para a biópsia. Foi ent?o que recebeu a notícia.
“Na hora, me senti muito culpada por ter espa?ado os exames de rotina. Até porque sou profissional da saúde. Mas precisei aprender lidar com a culpa. Eu tinha duas escolhas: ficar mal e só ou ficar mal e ajudar pessoas”, conta.
2 de 5 — Foto: Arquivo Pessoal
Desde que compartilhou a história nas redes sociais, conheceu gente que também vinha adiando os exames de rotina. “Muita gente fala que marcou consulta depois que ouviu meu relato.”
O tumor, classificado como luminal B, tinha 5 centímetros e crescia lentamente. Era, ao mesmo tempo, persistente e pouco agressivo. O tratamento seria longo: quimioterapia antes da cirurgia, opera??o e, depois, radioterapia. Uma maratona dentro da maratona.
Esse subtipo, segundo o oncologista da Oncoclínicas e da Americas Health Foundation Stephen Stefani, apresenta receptores hormonais e costuma ter uma taxa de multiplica??o celular mais alta, o que o torna um pouco mais agressivo do que o luminal A. Ainda assim, é considerado uma doen?a de prognóstico intermediário, com boas chances de cura, especialmente quando identificado precocemente.
3 de 5 — Foto: Arquivo Pessoal
A corrida como respiro
Os médicos autorizaram Raquel a correr a maratona do Rio de Janeiro, já que o tratamento só come?aria dali a algumas semanas. Entre a biópsia que confirma o cancer e a defini??o da estratégia terapêutica, há sempre um intervalo inevitável: é preciso entender que tipo de tumor é, quais muta??es carrega, se está restrito à mama ou já se espalhou para outros órg?os. Essa bateria de exames pode levar mais de um mês — e foi nesse limbo que ela alinhou a largada.
Durante os 42 quil?metros, a corrida funcionou como anestesia da mente. “Se tem uma coisa que n?o deixa você pensar em problema é uma maratona. Pessoas gritavam meu nome, pegavam na minha m?o, me olhavam nos olhos. Mulheres que já tiveram cancer de mama me diziam: ‘Tive cancer e me curei, olha eu aqui correndo’”, relembra.
4 de 5 — Foto: Arquivo Pessoal
No percurso, encontrou os filhos duas vezes. O mais velho, surpreso com a vibra??o da torcida, resumiu em uma frase: “Mam?e, as pessoas gritam seu nome e conhecem a gente”. Para ela, n?o haveria estreia melhor: queria correr no Brasil, com eles, e só o Rio oferecia aquela energia.
Em julho, come?ou a sequência de quimioterapias: as chamadas vermelhas, a cada 15 dias. Vieram o enjoo, a fadiga, a queda de cabelo. Vieram também os aprendizados: caminhar ajuda a quebrar o ciclo da exaust?o, a terapia ajuda a aliviar o peso da culpa.
A quimioterapia, explica o oncologista Stephen Stefani, é usada antes da cirurgia justamente para reduzir o tumor, facilitar o procedimento e avaliar em tempo real como o cancer reage ao tratamento. Em quatro sess?es, Raquel viu o nódulo diminuir pela metade. Nos tumores luminais B, a resposta costuma ser parcial, mas já suficiente para tornar a opera??o menos agressiva e reduzir o risco de recidiva.
Agora, ela come?a um ciclo de quimioterapias brancas —também potentes, mas com menos efeitos colaterais. Ao fim do ano, passa pela cirurgia e, em janeiro, inicia a radioterapia.
Fadiga contra a fadiga
Mesmo em meio aos efeitos colaterais, Raquel n?o parou de se movimentar. Caminhadas leves, treinos de fortalecimento e sess?es na esteira viraram aliados contra a fadiga. A corrida, por enquanto, ficou de lado — piorava o enjoo. Mas ela já tra?a um plano: quando vier a fase da quimioterapia branca, que costuma trazer menos rea??es, pretende voltar a correr como iniciante.
A medicina confirma essa escolha. Estudos mostram que a atividade física reduz a fadiga causada pela quimioterapia, melhora a resposta ao tratamento e pode até diminuir o risco de recidiva. Salvo restri??es pontuais no pós-operatório ou em casos específicos de comorbidades, os exercícios hoje s?o considerados parte do próprio tratamento oncológico.
5 de 5 Marido e filhos têm sido o maior apoio de Raquel — Foto: Arquivo Pessoal
A segunda linha de chegada
Raquel fala: teve medo de morrer; teve também crise de vaidade. “As mulheres sentem a press?o estética. Eu evitava doce, queria ser magra. Agora como bolo sem culpa, porque comer doce melhora o enjoo. Meu corpo está mudando, mas entendo que é parte do processo.”
O marido, diz, é a rocha. “Ele é estável, otimista. O mundo pode estar acabando e ele está bem, cuida de mim, cuida da casa e das crian?as. Isso é raro e precioso.”
O filho, amoroso, aprendeu também a cuidar: “Quando estamos brincando e come?o a ficar ofegante, pela fadiga, ele diz: ‘mam?e, agora vai descansar’. Mas as crian?as n?o têm dimens?o do qu?o grave é –e que bom! Quem dera a gente também n?o tivesse”.
A forma como a família encara a doen?a também refor?ou um pensamento que já a acompanhava: na corrida, n?o se trata mais de tempo ou de performance, mas de conseguir estar presente — mesmo nos dias mais difíceis.
“Performance pode ser simplesmente sair do sofá naquele dia, sair da cama. Hoje, para mim, correr é conseguir levantar enjoada depois de uma quimioterapia pesada e trotar dez minutos bem levemente. Isso é supera??o. E imagina um paciente que nunca correu, que ouve do oncologista que precisa se mexer, dá um trote de 15 minutos e fica feliz. Conta, sim. Corrida também é isso: celebrar cada passo possível."
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