Crédito para crescer: a luta de empreendedores maranhenses por recurso financeiro para investir nos negócios
lzkozu
13 Sep 2025(atualizado 13/09/2025 às 21h38)1 de 10 Crédito para crescer: a luta de empreendedores maranhenses por recurso financeiro para i
Crédito para crescer: a luta de empreendedores maranhenses por recurso financeiro para investir nos negócios
1 de 10 Crédito para crescer: a luta de empreendedores maranhenses por recurso financeiro para investir nos negócios — Foto: Arquivo pessoal
Come?ar um negócio n?o é tarefa fácil,éditoparacresceralutadeempreendedoresmaranhensesporrecursofinanceiroparainvestirnosnegósonhar com jogo de futebol jogo do bicho seja como microempreendedor ou pequeno empresário, os desafios s?o grandes. Desafios esses que Luyalan Figueiredo conhece bem, há dois anos ele abriu uma microempresa de clube de benefícios e também é microempreendedor individual (MEI) de um delivery de lanches em S?o Luís.
O sucesso veio, e Luyalan já colhe os frutos do seu trabalho. Mas chegar até aqui foi uma jornada marcada por muitas dificuldades. Além de conquistar o crédito dos consumidores, ele precisou lutar para obter o crédito financeiro t?o necessário para investir nos negócios.
Ao g1, Luyalan destacou que após montar seu modelo de negócio buscou logo a formaliza??o junto ao Sebrae, para obter as vantagens de ser legalizado. “Quando nós formalizamos o nosso negócio, nós temos vários benefícios no mercado, nós temos linhas de crédito exclusiva para os empreendedores formalizados, nós temos planos de saúde específicos também, só para as empresas. Ent?o, nós temos uma série de benefícios em vários estabelecimentos, em vários lugares de acordo com a formaliza??o do nosso negócio”.
2 de 10 Luyalan Figueiredo abriu uma microempresa de clube de benefícios e também é microempreendedor individual (MEI) de um delivery de lanches em S?o Luís. — Foto: Arquivo pessoal
Porém, mesmo estando registrado como MEI e microempresário, Figueiredo esbarrou na burocracia, quando precisou buscar uma linha de crédito bancária para investir em seus empreendimentos. O empresário afirma que ter esse investimento foi um dos maiores desafios para ele, pois, nos primeiros meses de qualquer negócio n?o se vê lucro, as vendas s?o pequenas ainda, já que o produto n?o é conhecido no mercado. E, para alavancar o negócio é preciso ter verba para investir.
“Você pode estar com o nome limpo, a empresa faturando o valor que o governo pede. Você pode estar enquadrado em todos os pré-requisitos para receber o crédito e, mesmo assim, alguns bancos come?am a botar dificuldades, botar burocracia. Vou dar um exemplo, o gerente de um banco falou que, para eu ter acesso a esse crédito, eu teria que primeiro ter um histórico em outro crédito. Aí o Sebrae me orientou e falou, n?o, isso daí n?o tem nada a ver”.
Figueiredo conta que o banco estava querendo oferecer linha de crédito própria, enquanto que o interesse do empresário era obter o crédito por meio de benefícios do governo, que entra com o fundo garantidor. E foi a partir da orienta??o do Sebrae, que Luyalan conseguiu desburocratizar o processo de busca pelo crédito e obteve o investimento financeiro necessário para os seus empreendimentos.
O empresário buscou uma linha de crédito a qual o governo oferece para os pequenos empresários sem ter burocracia, além disso, o pequeno empresário tem uma carência para pagar e ainda conta com juros bem baixos, sem comprometer o caixa da empresa, para poder investir na própria empresa.
Com o investimento em caixa, criatividade e determina??o, Luyalan tem visto seus empreendimentos crescerem e terem crédito diante dos consumidores.
“A Karol Salgados, que é uma lanchonete delivery, é uma das poucas em S?o Luís que funciona na parte da madrugada, indo até 3h45 da manh?. Nós trabalhamos com vários lanches, sendo pizza dobrada, cachorro-quente, coxinhas, todos os nossos salgados s?o assados. Com a obten??o do crédito, nós estamos investindo nos nossos negócios. Na lanchonete delivery, nós temos uma clientela, um nome um pouco conhecido e um faturamento. Ent?o, nosso objetivo agora é investir em um ponto fixo, para que consigamos atender mais clientes e atender a demanda que está crescendo bastante”, destaca.
No clube de benefícios, o crescimento também veio e há perspectiva de mais crescimento do negócio.
“O outro empreendimento é o Bem Clube, que é um clube de benefícios onde nós estamos agora fechando uma parceria com uma fabricante de um complemento alimentar, para as cartilagens e articula??es do corpo. Nós estamos preparando um estoque para atender pessoas na nossa cidade, preparando layout, marketing, ferramentas de vídeo, para fazer uma divulga??o do nosso produto”, comemora.
Frustrados com a burocracia
Quem também está na luta para alavancar o próprio negócio é Ailson Pimentel, que há cinco anos abriu uma microempresa de distribui??o de água mineral, a Super Mix Distribuidora, no bairro do S?o Cristóv?o, em S?o Luís.
Ailson trabalhou por 14 anos como gerente de uma empresa de água mineral, até que saiu para abrir uma microempresa, voltada para a distribui??o de água da própria empresa em que trabalhava.
3 de 10 Ailson Pimentel abriu uma microempresa de distribui??o de água mineral, a Super Mix Distribuidora, no bairro do S?o Cristóv?o, em S?o Luís. — Foto: Arquivo pessoal
Após se formalizar junto ao Sebrae, onde contou com o suporte de um consultor, Ailson foi em busca de investimento financeiro para comprar estoque de água mineral e conseguir obter lucro com seu negócio, mas o empresário também encontrou dificuldades em obter crédito junto ao banco.
“A principal dificuldade para liberar o crédito é que, mesmo pelo projeto do governo federal, querem que a empresa tenha movimenta??o. Mas como? Se estamos iniciando a empresa agora?”, questiona Ailson Pimentel.
Segundo Ailson, apesar de a empresa dele ter cinco anos, ela n?o teve movimenta??o no ano passado, pois ele estava em busca de recursos para conseguir dar continuidade nos negócios e, neste ano, ele pretendia obter o crédito para comprar água e reiniciar a distribui??o a partir do mês de agosto, porém, ele ainda n?o conseguiu obter esse recurso financeiro, por causa da burocracia do banco.
4 de 10 Ailson Pimentel abriu uma microempresa de distribui??o de água mineral, a Super Mix Distribuidora, no bairro do S?o Cristóv?o, em S?o Luís. — Foto: Arquivo pessoal
“Eles n?o est?o querendo liberar o investimento. E tem investimentos que s?o feitos pelo governo federal, que s?o mais fáceis, mas mesmo assim, est?o com dificuldade na libera??o. O gerente do banco me disse que n?o consegue nada de limite. Aí eu falei pra ele, como é que nós vamos come?ar se vocês n?o d?o oportunidade? Como é que o pequeno empresário vai come?ar?”.
Quem também tentou obter crédito financeiro para investir no seu empreendimento foi a empresária Jacirene?Fran?a, há cinco anos ela largou o emprego?de?consultora em?processos?industriais,?em?uma?institui??o privada,?e abriu o Brechó Mulheres, na cidade de?Pa?o do Lumiar, na Regi?o Metropolitana de?S?o Luís.
5 de 10 Consultora deixa emprego formal para abrir brechó: 'é mais que vender roupas usadas, é empoderamento, moda sustentável e consumo consciente' — Foto: Robson Diniz
Depois de passar por uma série de treinamentos e receber consultorias, ela conseguiu abrir o negócio, a princípio, com vendas online. Ao g1, Jacirene conta que, quando decidiu abrir a loja física, ela tentou obter um crédito junto a um banco privado e foi três vezes na agência, só para tentar abrir uma conta, e n?o conseguiu.
“Quando eu retornei depois, pela terceira vez, eu me dei conta que eles n?o tinham aberto a conta. Aí eu chamei o gerente e disse: ‘você acha que eu n?o tenho o que fazer? Eu já estou aqui pela terceira vez, eu percebo que a nossa conversa n?o evolui, o processo n?o evolui, nem minha conta foi aberta’. Vi um total desrespeito, uma desconfian?a. Ent?o eu fiquei desacreditada também e saí de lá e nunca mais voltei”, relata a empresária.
Apesar de n?o ter conseguido o investimento financeiro que precisava, Jacirene?Fran?a conseguiu, com criatividade, determina??o e muito trabalho, tornar o brechó um negócio de sucesso. Ela abriu a loja física e, hoje, faz tanto vendas online como presencial.
6 de 10 Jacirene Fran?a decidiu se lan?ar em uma miss?o que agrega empreendedorismo e sustentabilidade. — Foto: Arquivo pessoal
E o que poderia ser apenas a venda de roupas usadas, se tornou um negócio voltado ao resgate da autoconfian?a feminina, a ado??o de moda sustentável e, principalmente, ao consumo consciente, por meio da moda circular.
“Eu apostei no meu conhecimento, apostei no amor que eu tenho por esse universo da roupa, por acreditar que o mercado de moda precisa focar muito no pós-consumo. A gente?tem muita responsabilidade em rela??o a tudo isso que tá acontecendo, em rela??o a esse mercado que cada vez mais é descartável”,?afirma.
Apesar do sucesso do seu empreendimento, Jacirene destaca que o crédito que ela n?o conseguiu obter no início fez muita falta, pois o negócio dela poderia estar em outro patamar.
“Se eu tivesse obtido o crédito, meu negócio, com certeza, estaria em outro nível, porque eu sabia exatamente o que fazer e eu executei exatamente como eu tinha planejado, só que com menos ousadia, porque eu n?o tinha capital para isso. E eu fui trabalhar e juntar para investir, ent?o, passou mais tempo, demorou mais para eu fazer as melhorias que eu gostaria de fazer. Ent?o, demorou porque eu n?o tinha capital de giro, estava come?ando do zero”, ressalta.
Outra empreendedora que alcan?ou o sucesso do seu negócio, mas por conta própria, sem ter ajuda de bancos, foi a Letícia Almeida, que há 10 anos trabalha com a produ??o de doces e salgados para quem tem dietas restritivas.
7 de 10 Após ter filho com alergias alimentares, m?e investe na produ??o de doces e salgados para quem tem dietas restritivas. — Foto: Arquivo pessoal
O empreendimento teve como inspira??o o primeiro filho dela, que nasceu com alergias alimentares. Mesmo sem ter afinidade com a cozinha, Letícia buscou se especializar em cozinha e se tornou referência em alimenta??o para alérgicos em S?o Luís.
Ao g1, Letícia relata que, há cerca de 6 anos, ela foi em um banco buscar empréstimo para o seu empreendimento, porém, o gerente lhe disse era difícil, porque ela n?o tinha sócios e era MEI, ent?o ela desistiu de tentar obter o recurso.
8 de 10 Letícia é m?e de Ricco, de 10 anos, e também da ísis Antonella, de 6 anos. — Foto: Arquivo pessoal
“Se conseguisse seria muito interessante, porque eu iria expandir meu negócio, teria um espa?o físico só para produ??o e atendimento aos clientes, fora da residência. Além de investir em maquinários e mais op??es de produtos para meu cliente”, destaca.
Letícia afirma que o empreendedor precisa ter mais informa??es sobre como obter crédito e menos burocracia.
“Hoje para pedir crédito, na verdade nem sei ao certo o que precisa tanto, mas, acredito que é preciso mais informa??es e orienta??o ao microempreendedor, sem tantas burocracias. Até pela parte do Sebrae, ajudando o empreendedor com um plano de negócio elaborado, com valores mais acessíveis”.
Crédito para pequenos negócios no MA
9 de 10 O Sebrae oferece o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe). — Foto: Divulga??o/Sebrae
Segundo o Sebrae, a falta de garantias reais, por parte dos pequenos negócios, é uma das principais barreiras para o acesso ao crédito produtivo. Por isso, o Sebrae oferece o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), que contribui para diminuir as dificuldades que os pequenos negócios enfrentam para atender aos pré-requisitos adotados pelas institui??es financeiras no momento da concess?o de um financiamento.
Para conseguir ter acesso ao Fampe, o empreendedor deve consultar o gerente da institui??o financeira na qual possui relacionamento bancário, analisar as linhas de crédito adequadas às suas necessidades e verificar se a institui??o tem convênio com o Sebrae para operacionalizar o Fampe.
Depois, o empreendedor deve seguir as diretrizes do banco, como elaborar um plano de negócios ou uma proposta de crédito, para dar andamento na análise de crédito.
“A disponibiliza??o de crédito para investimento é fundamental para a estrutura??o de novos negócios, desenvolvimento e inova??o dos negócios já existentes. A oferta de crédito para os pequenos negócios coloca nos empreendedores a prática do planejamento dos seus negócios, de tal maneira que sejam devidamente projetados tanto a capta??o quanto a aplica??o do recurso e resultados a serem alcan?ados. O recurso circulante em ambito regional direcionado ao fomento da moderniza??o e estrutura??o de pequenos negócios gera uma dinamica socioecon?mica virtuosa, com impacto na amplia??o de oportunidades para as empresas e pessoas”,destaca o diretor técnico do Sebrae no Maranh?o, Mauro Borralho.
10 de 10 Diretor técnico do Sebrae no Maranh?o, Mauro Borralho. — Foto: Divulga??o/Sebrae
O Sebrae aponta que, o Fampe é uma garantia complementar para concess?o de crédito a micro e pequenas empresas pelos bancos e institui??es financeiras conveniadas. Mas o empreendedor precisa dispor, também, de garantias próprias no momento da aquisi??o do empréstimo, pois os recursos do Fundo só avalizam parte do valor da opera??o.
Pequenos negócios formalizados (MEI, ME e EPP) e pequenas agroindústrias formalizadas podem acessar esse benefício, bastando apresentar proposta de crédito junto a um dos bancos ou institui??es financeiras conveniadas ao Sebrae. Caso o solicitante tenha dúvidas, pode procurar o Sebrae para buscar orienta??o.
“O Sebrae contribui nesse sentido ao, junto com seus parceiros, institui??es financeiras, oferecer suporte ao empreendedor para avalia??o e levantamento de suas necessidades de crédito e para o uso do crédito consciente, algo fundamental para evitar o endividamento e comprometer a capacidade de o empreendedor crescer e desenvolver seus negócios”, explica Mauro Borralho.
De acordo com o Sebrae, de 1o de janeiro de 2022 a 30 de junho de 2024, 907 pequenos negócios no Maranh?o foram beneficiados com a garantia complementar do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas, em opera??es de crédito. O montante em empréstimos foi de R$ 74,5 milh?es, com R$ 59,5 milh?es desse valor tendo o Fampe como avalista.
No Nordeste, foram 17.064 opera??es, no total, que resultaram na obten??o de pouco mais de R$ 1 bilh?o em crédito, sendo R$ 858,2 milh?es garantidos pelo Fundo.
Entre os pequenos negócios beneficiados pelo Fampe no Maranh?o:
166 s?o microempreendedores individuais (MEI) 170 s?o microempresas571 s?o empresas de pequeno porte (EPP)
O setor do comércio responde por 71,2% dos empréstimos, e a indústria por 21,6%.
"Os recursos captados pelos pequenos negócios junto às institui??es financeiras s?o investidos, muitas vezes, na moderniza??o do empreendimento, a exemplo de aquisi??o de maquinário, equipamentos, novas instala??es, mas também na compra de matérias-primas, insumos e até mesmo para formar capital de giro. Essa inje??o de recursos permite às micro e pequenas empresas se desenvolverem com maior rapidez, gerando também mais empregos, o que traz impactos positivos para economia local e regional", analisa o gerente da Unidade de Servi?os Financeiros do Sebrae no Maranh?o, Jaime Coelho.
Programa Acredita do governo federal
Outra possibilidade de os pequenos negócios obterem crédito, é por meio do programa Acredita, que foi lan?ado pelo governo federal no dia 22 de abril. Segundo o governo, o objetivo é oferecer crédito com taxas de juros diferenciadas para quem mais precisa: os pequenos empreendedores.
O programa cria linhas de crédito para públicos variados:
Usuários do Cadúnico, que ter?o acesso a microcrédito orientado, a?empresas de pequeno porte. MEIs e microempresas - a iniciativa traz uma linha de crédito especial, com juros diferenciados, o?ProCred 360.
O programa Acredita foi dividido em quatro grandes eixos:
Acredita no primeiro passoAcredita no seu negócioAcredita no crédito imobiliárioAcredita no Brasil Sustentável
De acordo com o Sebrae, inicialmente, ele participará dos dois primeiros eixos, sendo que, no "Acredita no primeiro passo", a institui??o vai atuar indiretamente orientando empreendedores informais inscritos do Cadúnico a formalizarem seus negócios.
Já no "Acredita no seu negócio", será oferecido aos empreendedores uma jornada assistida de acesso ao crédito, em cinco passos, que vai da avalia??o da necessidade de empréstimo por meio da Calculadora de Planejamento Financeiro Empresarial até à elabora??o da proposta de crédito a ser apresentada ao banco ou institui??o financeira escolhida pelo empresário.
Além disso, o Sebrae firmou convênio com institui??es financeiras para utiliza??o do Fampe como garantia em até 80% do valor de opera??es de crédito para micro e pequenas empresas.
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