Tomei vacina contra Covid, devo fazer teste para saber se estou protegido? Veja dúvidas sobre o 'pós-vacina??o'
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13 Sep 2025(atualizado 13/09/2025 às 19h59)O G1 reuniu dúvidas comuns entre os brasileiros que já receberam ao menos uma dose das vacinas contr
Tomei vacina contra Covid, devo fazer teste para saber se estou protegido? Veja dúvidas sobre o 'pós-vacina??o'
O G1 reuniu dúvidas comuns entre os brasileiros que já receberam ao menos uma dose das vacinas contra a Covid. Com a ajuda de especialistas,úvidassobreopósvacina??jogo para dois esclarece os principais pontos desta nova etapa do enfrentamento da pandemia.
Abaixo, veja as 15 perguntas sobre a vacina??o e a vida pós-imuniza??o:
Depois de tomar a vacina, o que eu posso fazer?Se meus pais estiverem vacinados, posso encontrar com eles sem máscara?Posso ter encontros sem máscara com mais pessoas se estivermos todos vacinados?Depois de vacinado, posso parar de usar máscara?Se eu já tive coronavírus, preciso tomar a vacina?Quem já foi vacinado está protegido contra as novas variantes?Qual o intervalo entre a primeira e a segunda dose da vacina?Depois de quanto tempo estou imunizado?Devo fazer o teste de sorologia para ver se a vacina 'pegou'?Estou seguro após a primeira dose da vacina de Oxford/AstraZeneca?Posso tomar a vacina da gripe junto com a vacina da Covid-19?Ainda posso pegar/passar o vírus se estiver vacinado?Quem está com Covid pode se vacinar?Crian?as poder?o tomar a vacina?A pandemia vai acabar um dia?
1. Depois de tomar a vacina, o que eu posso fazer?
No atual cenário do Brasil, os cuidados precisam continuar e nada deve mudar. O comportamento deve ser o mesmo, vacinado ou n?o. O país segue batendo recordes e a média móvel de mortes nos últimos 7 dias bateu um novo recorde. Mesmo após tomar as duas doses (a imuniza??o completa), a pessoa vacinada deve continuar usando máscaras, deve evitar aglomera??es e manter a higiene das m?os.
"Nesse momento de altíssima circula??o do vírus, a recomenda??o é n?o mudar o comportamento", alerta Renato Kfouri, infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Imuniza??es (SBIm). Ele explica que a pessoa vacinada está individualmente protegida da forma grave da Covid-19.
Entretanto, os estudos ainda n?o apontaram se as vacinas também conseguem interromper a transmiss?o do vírus, como explicou a vice-diretora da OMS, Mariangela Sim?o. "As vacinas que temos disponíveis n?o comprovaram serem eficazes para a transmiss?o da doen?a. Elas s?o eficazes para evitar que a doen?a progrida para casos graves".
2. Se meus pais estiverem vacinados, posso encontrar com eles sem máscara?
N?o pode. “A vacina??o feita nos pais n?o dá 100% de prote??o e estamos em um momento de grande circula??o do vírus. Ainda n?o temos a garantia que as pessoas vacinadas est?o absolutamente protegidas”, orienta Raquel Stucchi, infectologista da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
A máscara continua sendo item obrigatório, assim como o distanciamento social, higiene das m?os e ambientes ventilados. "O fato de estar vacinado n?o é passaporte para a imunidade. Para encontrar alguém [mesmo vacinado] é preciso continuar mantendo os cuidados mínimos. E claro, se alguém estiver doente, o encontro n?o deve acontecer", alerta a infectologista do Hospital Emílio Ribas, Rosana Richtmann.
3. Posso ter encontros sem máscara com mais pessoas se estivermos todos vacinados?
Para o Brasil, ainda n?o há nenhuma orienta??o do tipo, e especialistas recomendam seguir usando a máscara mesmo nesses casos.
Em mar?o, o Centro de Controle e Preven??o de Doen?as (CDC), órg?o de saúde dos Estados Unidos, soltou uma recomenda??o para quem está completamente imunizado (com as duas doses). Essas pessoas que completaram todo o ciclo podem, segundo o órg?o norte-americano, se reunir com outras pessoas na mesma situa??o sem usar máscaras ou manter o distanciamento social.
A infectologista da Unicamp Raquel Stucchi explica que a realidade no Brasil é outra, a come?ar pelas vacinas utilizadas nas campanhas, que tem níveis de eficácia diferentes das usadas nos EUA. Além disso, a circula??o do coronavírus segue acelerada no país.
"Os EUA est?o aplicando vacinas que têm mais de 90% de eficácia. N?o dá para comparar. Talvez a gente possa realmente voltar a ter um encontro entre vacinados sem máscara quando conseguirmos diminuir muito a circula??o do vírus entre nós. E a expectativa é que isso aconte?a quando a gente tiver 70%, no mínimo, da popula??o vacinada".
4. Depois de vacinado, posso parar de usar máscara?
N?o. A OMS já alertou que a vacina n?o é a única ferramenta contra o coronavírus. O diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom, refor?ou que apenas a vacina??o n?o será capaz de conter a pandemia. Por isso, manter as medidas sanitárias individuais e coletivas é essencial.
"N?o se engane, as vacinas s?o uma ferramenta vital e poderosa, mas n?o s?o a única ferramenta. (...) vamos continuar dizendo isso. O distanciamento físico funciona. Máscaras funcionam. A higiene das m?os funciona. Ventila??o funciona. Vigilancia, teste, rastreamento de contato, isolamento, quarentena de apoio e cuidado compassivo - todos trabalham para impedir novas infec??es e salvar vidas", disse o diretor-geral.
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5. Se eu já tive coronavírus, preciso tomar a vacina?
Sim. Especialistas dizem que os dados indicam que a vacina deve ser aplicada em que já teve a doen?a. A vacina pode oferecer uma imunidade mais duradoura e trazer mais benefícios em rela??o à nossa imunidade natural.
LEIA MAIS: entenda se quem já teve a doen?a deve ser imunizado
Em fevereiro, a OMS divulgou novas diretrizes sobre a vacina??o para quem teve ou está com a doen?a. No texto, a entidade refor?ou que pessoas com teste positivo para Covid devem esperar a recupera??o da "fase aguda da doen?a e a suspens?o do isolamento" (leia mais no item12).
Além disso, quem estiver infectado pode adiar a vacina??o por 6 meses. A entidade diz que, quando mais dados estiverem disponíveis sobre a dura??o da imunidade depois da infec??o natural, a dura??o do adiamento pode ser revisada.
6. Quem já foi vacinado está protegido contra as novas variantes?
As desenvolvedoras de vacinas seguem estudando o comportamento dos imunizantes frente às novas variantes que est?o surgindo. Um estudo feito com mais de 67 mil profissionais de saúde de Manaus apontou que a vacina CoronaVac tem 50% de eficácia contra a variante brasileira P.1. O Instituto Butantan já havia dito que o imunizante é eficaz contra as três variantes do coronavírus em circula??o no país - britanica, brasileira e sul-africana.
Estudos também apontam que a vacina de Oxford é eficaz contra as variantes brasileira e britanica.
Pfizer e BioNTech anunciaram que a vacina que desenvolveram contra a Covid-19 conseguiu evitar todos os casos sintomáticos da doen?a causados pela variante sul-africana do coronavírus, a B.1.351. O imunizante também se mostrou eficaz contra as variantes do Reino Unido e Brasil.
A vacina da Moderna conseguiu combater variantes da áfrica do Sul e do Reino Unido; mesmo assim, uma terceira dose da vacina será testada como refor?o contra as variantes, e, ainda, uma nova candidata para dose de refor?o.
A Johnson também anunciou que sua vacina teve 57% de eficácia contra a variante da áfrica do Sul, um dos países onde foi testada.
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7. Qual o intervalo entre a primeira e a segunda dose da vacina?
Cada imunizante tem um tempo diferente de intervalo. No Brasil, as duas vacinas aplicadas s?o a CoronaVac e a Oxford. Para a CoronaVac, o intervalo ideal é de 28 dias entre as doses. Já a vacina de Oxford permite um espa?amento maior, de três meses.
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8. Depois de quanto tempo estou imunizado?
Mesmo após as duas doses da vacina, nosso organismo n?o gera uma resposta imune imediata, explica o infectologista Jose Geraldo Leite Ribeiro, vice-presidente regional da Sociedade Brasileira de Imuniza??es (SBIm).
“A prote??o se dá um tempo após a aplica??o da segunda dose, e esse tempo varia de acordo com cada vacina. Na maioria delas, a imunidade acontece a partir de dez ou vinte dias após a segunda dose”, afirma.
"Se uma pessoa que tomou a vacina se infectar antes desse tempo, n?o quer dizer que a vacina falhou, mas que n?o deu tempo do sistema imunológico criar a resposta imune", explica o infectologista Renato Kfouri, presidente do departamento de imuniza??es da Sociedade Brasileira de Pediatria.
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9. Devo fazer o teste de sorologia para ver se a vacina 'pegou'?
N?o. Em mar?o, a Sociedade Brasileira de Imuniza??es (SBIm) soltou uma nota N?O recomendando a realiza??o de sorologia para avaliar resposta imunológica às vacinas. Segundo a entidade, os resultados destes testes "n?o traduzem a situa??o individual de prote??o".
"Os estudos de avalia??o de eficácia vacinal baseados em testes sorológicos têm demonstrado grandes varia??es em diferentes cenários epidemiológicos frente às diferentes vacinas, complicando ainda mais a interpreta??o dos resultados de mensura??o de anticorpos neutralizantes [...]. Sabemos que a resposta imune desenvolvida pela vacina??o n?o depende apenas de anticorpos neutralizantes", alerta a SBIm.
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10. Estou seguro após a primeira dose da vacina de Oxford/AstraZeneca?
Sim. Uma dose da vacina já confere uma porcentagem alta de prote??o: 76%.
"A eficácia de uma dose da AstraZeneca é bastante elevada. Uma dose da vacina já tem uma eficácia de 76%, superior a 50%, exigidos pela OMS. De 100 pessoas que tomam a vacina, 76 estar?o protegidas a partir do 22o dia", explica Julio Croda, infectologista da Funda??o Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Entretanto, mesmo com uma eficácia alta, é preciso completar a vacina??o com a segunda dose, refor?a Croda. "Após a segunda dose, a prote??o aumenta. Você sai de 76% para 81% de prote??o. [Receber] Uma dose já é muito bom, mas precisa da segunda. Quanto maior for sua prote??o, melhor".
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11. Posso tomar a vacina da gripe junto com a vacina da Covid-19?
N?o. O governo federal recomenda que as pessoas que fazem parte do grupo prioritário tomem primeiro a vacina contra a Covid-19 e depois a vacina contra a gripe. A recomenda??o é que haja um intervalo mínimo de 15 dias entre a aplica??o das duas vacinas.
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12. Ainda posso pegar/passar o vírus se estiver vacinado?
é possível. As vacinas disponíveis s?o eficazes na preven??o da forma grave da Covid-19, mas ainda n?o se sabe se elas protegem contra a transmiss?o. Mesmo que a pessoa vacinada n?o adoe?a, ela ainda pode ser infectada sem apresentar sintomas e contaminar outros indivíduos. Por isso, a recomenda??o pós-vacina??o segue sendo a mesma: continuar com todas as outras medidas n?o farmacológicas, como máscaras, distanciamento social e lavagem das m?os.
As empresas responsáveis pelas vacinas seguem fazendo testes para analisar a eficácia na preven??o da doen?a. Um estudo publicado em fevereiro, por exemplo, diz que a vacina de Oxford pode ter capacidade de reduzir em até 67,6% a transmiss?o do novo coronavírus.
Um outro estudo, feito com a vacina da Pfizer/BioNTech, concluiu que o imunizante reduziu em 75% a transmiss?o do coronavírus menos de um mês após a aplica??o da primeira dose.
13. Quem está com Covid pode se vacinar?
Quem tem teste PCR positivo n?o deve ser vacinado, segundo a OMS. O teste PCR é aquele que coleta material com um cotonete e realiza a análise em laboratório para identificar se há presen?a de vírus ativo no organismo. Quem n?o tem sintomas ou um resultado PCR negativo deve tomar a vacina normalmente.
"Possivelmente vamos vacinar muitas pessoas assintomáticas. Agora, se você tem o diagnóstico de Covid ou PCR positivo mesmo assintomático, a recomenda??o é esperar quatro semanas, 28 ou 30 dias para ser vacinado", explica o infectologista Renato Kfouri.
LEIA MAIS: Quem está com Covid deve ser vacinado?
14. Crian?as poder?o tomar a vacina?
N?o há autoriza??o no Brasil para vacinar crian?as. No entanto, ao menos quatro laboratórios já come?aram os testes de suas vacinas em crian?as e adolescentes: Pfizer/BioNTech, Sinovac Biotech (CoronaVac), Oxford/AstraZeneca e Moderna.
A Pfizer anunciou no final de mar?o que o imunizante demonstrou eficácia de 100% nos adolescentes com idades entre 12 e 15 anos. As farmacêuticas também come?aram os estudos em crian?as de 6 meses a 11 anos.
No come?o de fevereiro, a Universidade de Oxford anunciou o início dos estudos de fase 2 da vacina ChAdOx1 nCoV-19 em crian?as e adolescentes. Em mar?o, a presidente da Fiocruz (parceira da Oxford no Brasil), Nísia Trindade, afirmou que a institui??o apresentará pedido à Anvisa para realiza??o de estudo da vacina de Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19 em crian?as.
A farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, que desenvolve a CoronaVac em parceria com o Instituto Butantan (SP), afirmou que a vacina se mostrou segura e produziu anticorpos em crian?as. Os resultados s?o de estudos preliminares e n?o foram publicados em nenhuma revista científica.
A farmacêutica americana Moderna come?ou em mar?o os testes clínicos de sua vacina contra a Covid-19 em crian?as. Os ensaios acontecem nos EUA e Canadá com mais de 6,7 mil crian?as com idades entre os seis meses e 12 anos.
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15. A pandemia vai acabar um dia?
A defini??o de pandemia, segundo a Real Academia Espanhola, é “uma doen?a epidêmica que se estende a muitos países ou que ataca quase todos os indivíduos de uma localidade ou regi?o”. Ou seja, a Covid-19 deixará de ser uma pandemia quando n?o tiver mais um alcance t?o grande como acontece agora.
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Para a Organiza??o Mundial da Saúde (OMS), é prematuro pensar no término da pandemia em 2021. O que podemos fazer é tentar controlar o vírus. Em mar?o, o diretor-executivo de emergências da OMS, Mike Ryan, disse que o objetivo deste ano é “evitar hospitaliza??es e reduzir a mortalidade no mundo. Ao atingir esse objetivo, teremos o controle da pandemia”.
'Pandemia está longe de acabar', diz chefe da OMS
As vacinas podem contribuir para a imunidade coletiva – quando grande parte da popula??o está imune ao vírus, reduzindo a circula??o do coronavírus. Entretanto, ainda faltam estudos que comprovem que os imunizantes interrompem também a transmiss?o dos vacinados. A princípio, eles evitam casos graves e hospitaliza??es.
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