Orgasmo feminino: como eu sei se tive um? O ponto G existe? O que é anorgasmia? Veja 15 respostas
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13 Sep 2025(atualizado 13/09/2025 às 23h42)1 de 4 Orgasmo é o pico da excita??o sexual, mas é comum haver várias dúvidas sobre etapas do pr
Orgasmo feminino: como eu sei se tive um? O ponto G existe? O que é anorgasmia? Veja 15 respostas
1 de 4 Orgasmo é o pico da excita??o sexual,naruto crimson flames mas é comum haver várias dúvidas sobre etapas do processo. — Foto: Pexels
Como saber se eu tive um orgasmo? O ponto G existe? é normal fazer xixi durante o sexo?
O g1 conversou com especialistas para descobrir as respostas para essas e outras dúvidas sobre o orgasmo feminino.
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Abaixo, confira a resposta para 15 perguntas sobre o orgasmo feminino:
O estímulo anal pode ser prazeroso para a mulher?Existe uma maneira correta de se masturbar – ou, no caso da rela??o sexual, de estimular a mulher – para atingir o orgasmo?A gravidez intensifica os orgasmos?Anticoncepcional hormonal afeta a capacidade de ter orgasmo?Orgasmos múltiplos: o que s?o?Anorgasmia: o que é?é normal fazer xixi ao ter um orgasmo?Mulher tem ejacula??o?Ponto G: existe de verdade ou é mito?Orgasmo vaginal existe?O orgasmo da mulher é mais intenso que o dos homens?Como eu sei se eu atingi o orgasmo?Orgasmo pode dar dor de cabe?a?Quais os benefícios para a saúde?O que é um orgasmo?
Veja abaixo as respostas:
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1) O que é o orgasmo?
Um orgasmo é o pico da excita??o sexual – quando todos os músculos que foram contraídos durante a excita??o sexual relaxam, conforme explica a psiquiatra Carmita Abdo, professora da Faculdade de Medicina da USP e fundadora e coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (HC-FMUSP).
“O orgasmo é uma fase do ciclo de resposta sexual onde acontece uma descarga de tens?o – e um prazer muito característico acompanha essa descarga de tens?o”, explica a psiquiatra Carmita Abdo.
Além do relaxamento, o orgasmo promove a libera??o de substancias como as endorfinas e a dopamina.
"As endorfinas d?o uma sensa??o de mais energia, de mais conforto, enquanto que a dopamina dá uma sensa??o de recompensa – você percebe que valeu a pena aquela atividade", explica Abdo.
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2) Quais os benefícios para a saúde?
"é um momento em que a tens?o que foi acumulada ao longo do ato sexual se desfaz – e esse relaxamento oferece uma sensa??o de bem-estar e uma oxigena??o dos tecidos do corpo. N?o só da parte genital, mas de todo o organismo, porque, uma vez relaxada, a pessoa acaba se sentindo mais confortável para respirar, para a circula??o fluir de forma mais homogênea e mais intensa", explica Carmita Abdo.
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3) Orgasmo pode dar dor de cabe?a?
é possível, diz a psiquiatra.
"é uma sensa??o que tem a ver, provavelmente, com mudan?as que o organismo passa durante essa fase", explica Abdo.
"Muitas pessoas referem que o orgasmo dá essa sensa??o e pode ser, inclusive, uma sensa??o que é bem passível de ser avaliada e tratada. N?o é algo t?o comum – n?o é uma sensa??o regular, frequente, habitual, mas que pode acontecer em alguns casos. N?o se tem ainda uma causa definida para essa sensa??o, mas ela pode ser contornada através de acompanhamento – que pode ser desde um acompanhamento psicoterápico ou às vezes a pessoa vai precisar mesmo de uma medica??o", afirma.
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3) Como eu sei se eu atingi o orgasmo?
A terapeuta sexual e doula de parto Juliana Thaísa explica que a dúvida sobre já ter tido ou n?o um orgasmo alguma vez é muito comum entre as mulheres que atende. Um dos atendimentos que ela faz é a terapia corporal – com o objetivo de que as mulheres descubram várias coisas sobre o seu próprio corpo, inclusive seu potencial de ter um orgasmo.
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Ela descreve a sensa??o:
"A musculatura vaginal come?a a contrair e pulsar – a vagina fica ainda mais lubrificada. O abd?men tende a tensionar, contrair, [você] sente uma coisa quente subindo no corpo. Os batimentos ficam mais acelerados, a respira??o fica mais acelerada", diz.
"Aí parece que vem vindo tudo junto: aquela tens?o, a respira??o e os batimentos cardíacos v?o aumentando, e aí quando você chega no momento da descarga libidinal, é como se fosse soltando – solta a respira??o, vai soltando a contra??o do abd?men, relaxando as pernas – é como se chegasse num nível de esfor?o e depois relaxasse. é basicamente essas percep??es físicas que a gente consegue identificar", completa Juliana Thaísa.
Mas ela faz algumas ressalvas:
"Quando a gente fala da sensa??o do orgasmo, é muito complexo, porque a gente tem uma referência de que o prazer é muito genitalizado – e falocêntrico. E o prazer gira em torno da penetra??o quando a gente fala de rela??es héteros. Vindo da referência da pornografia, a gente vai aprendendo que sentir prazer é aquilo ali", pontua.
"Tem muito a coisa da penetra??o, mas a gente esquece que o nosso playground, das pessoas com vulva, é o clitóris, n?o é o canal vaginal – embora muitas mulheres sintam o orgasmo com o estímulo vaginal, o nosso maior ponto de sensibilidade é o clitóris", lembra a terapeuta.
Em entrevista ao podcast "Prazer, Renata", a médica ginecologista e ex-BBB Marcela McGowan descreve o momento, do ponto de vista fisiológico, de forma semelhante ao da terapeuta sexual:
"Você vai sentindo um acúmulo de tens?o ali no corpo seguido de uma sensa??o de relaxamento. Isso é marcante em todo mundo. Você sente que vai acumulando uma tens?o, uma excita??o, e depois chega num pico e sente uma sensa??o de relaxamento no corpo todo. Em geral é isso o que marca a percep??o do orgasmo para as mulheres", diz.
Ela comenta, ainda, que o orgasmo n?o precisa ser algo "surreal":
"Acho que o mais marcante é você sentir que sobe uma sensa??o e depois ela alivia, ela descansa. Nem todos s?o super intensos, nem todos têm um ápice muito grande, mas você percebe essa diferen?a. E aí cada pessoa sente uma coisa. Tem gente que sente contra??o no pé da barriga, tem gente que sente escorrer algum tipo de líquido, mas aí é muito, muito pessoal. Eu diria que essa sensa??o de estar acumulando e relaxando é a mais marcante", afirma Marcela.
Ou?a o podcast para a íntegra da entrevista:
Para a psiquiatra Carmita Abdo, uma dica que pode ajudar a entender se o orgasmo foi atingido ou n?o é prestar aten??o em se há necessidade de continuar o ato sexual:
"Como o orgasmo dá uma satisfa??o bastante plena, a necessidade de dar sequência ao ato sexual se esvai. A mulher sente que já chegou ao final daquele ato. Essa é uma possibilidade de se avaliar se o orgasmo foi atingido ou n?o – porque, uma vez atingido o orgasmo, há necessidade de um descanso, de um relaxamento, até a possibilidade de uma nova estimula??o, um novo início de ato sexual", comenta.
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5) O orgasmo da mulher é mais intenso que o dos homens?
N?o necessariamente.
"O orgasmo pode ser intenso, menos intenso, variar de intensidade, de homem pra homem, de mulher pra mulher, depende. Até de rela??o pra rela??o. às vezes, em um determinado relacionamento, em uma determinada ocasi?o, o orgasmo é muito intenso, porque a pessoa está mais concentrada, mais estimulada, e em outra situa??o pode n?o haver orgasmo t?o intenso – na mesma parceria, por exemplo", diz Abdo.
Juliana Thaísa, terapeuta sexual, lembra, entretanto, que as mulheres têm o dobro de termina??es nervosas no clitóris do que os homens têm na cabe?a do pênis (a glande):
"A glande do clitóris tem em torno 8 mil termina??es nervosas. A do pênis tem a metade: 4 mil. Quando a gente fala de sensibilidade nesses dois lugares, que s?o os lugares mais sensíveis, as mulheres s?o muito mais sensíveis. Se receberem o devido estímulo, aquele orgasmo pode ser muito mais intenso", explica.
6) Orgasmo vaginal existe?
Há divergências.
Em entrevista ao podcast, Marcela explica que é muito difícil uma mulher ter um orgasmo apenas com o movimento de penetra??o, por causa da anatomia da vulva –?a parte externa do órg?o sexual feminino.
"Até se estuda que é muito possível que elas [as mulheres que têm orgasmo com penetra??o] tenham as enerva??es do clitóris mais próximo da entrada da vagina, ent?o seja mais fácil para elas estimular durante a penetra??o – a própria fric??o da penetra??o estimularia essas termina??es. Mas é muito importante as mulheres saberem tirar esse peso, porque é um peso social também: “nossa, preciso gozar na penetra??o'", lembra.
Por outro lado, Juliana Thaísa afirma que é possível – por causa do chamado "ponto G" (veja detalhes na pergunta 7).
"Se você está estimulando o ponto G, ele fica bem na entrada do canal vaginal. Ent?o eu posso falar 'eu tive um orgasmo com um estímulo no ponto G', ou 'eu tive um orgasmo com um estímulo vaginal'. E, aí, lá dentro do canal vaginal, quase chegando bem perto do colo do útero, tem um lugarzinho chamado ponto A, e que explica também como que às vezes algumas mulheres sentem muito prazer na penetra??o", explica. "Para definir um orgasmo, tem muitas coisas que precisam ser analisadas", diz.
Já Carmita Abdo defende que n?o existem "categorias" de orgasmos –?e sim apenas um orgasmo, provocado por tipos diferentes de estímulo.
"A gente n?o fala em orgasmo vaginal, orgasmo clitoridiano. O mais correto é você dizer orgasmo com estímulo intravaginal, orgasmo com estímulo clitoridiano. O orgasmo é um só – apenas o que varia é o local em que a estimula??o se dá", afirma.
7) Ponto G: existe de verdade ou é mito?
Cientificamente falando, n?o há consenso, explica Carmita Abdo.
"N?o é algo já comprovado, que já tem uma defini??o. Os especialistas se dividem quanto a essa quest?o. Até hoje, é um assunto controverso. Muitos acreditam que ele existe, outros negam a sua existência. Na verdade, ele corresponderia a uma confluência de enerva??o da parte interna [da vagina] que refletiria exatamente naquele ponto que fica na parte anterior, no ponto mais externo", explica.
Juliana Thaísa defende que essa parte do corpo existe e a descreve como uma regi?o muito sensível que fica na entrada do canal vaginal.
"Para achar o ponto G, você tem que introduzir no máximo só a metade do dedo, e ficar bem ali na parte de cima da entrada do canal vaginal. é como se você fosse fazer o sinal de 'vem cá' com o dedo, tipo chamando alguém com o dedinho. Esse é meio que o movimento que ajuda a estimular essa regi?o e encontrar", explica.
Mas, aten??o: o ponto G "n?o é um interruptor de lampada, que se aperta para ligar ou desligar", explica Edson Ferreira, ginecologista do Hospital das Clínicas da USP e professor da pós-gradua??o em ginecologia endócrina do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês, em S?o Paulo.
"O prazer oriundo da rela??o sexual n?o depende exclusivamente dele, mas sim de um contexto em que haja conex?o, confian?a, multiplicidade de estímulos – sonoros, táteis, olfativos. Cobran?as por performance e buscas incessantes pelo ponto G podem reduzir a espontaneidade do encontro sexual, que é base para a obten??o do prazer", enfatiza.
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8) Mulher tem ejacula??o?
2 de 4 A ciência ainda n?o chegou a um consenso sobre a possível ejacula??o feminina (foto mostra pessoa com dois dedos dentro de uma fruta aberta, semelhante a uma vulva, com substancia parecida com a ejacula??o escorrendo do meio). — Foto: Pexels
A ciência ainda n?o chegou a uma conclus?o, explicam os especialistas ouvidos pelo g1.
Isso porque, quando a mulher tem um orgasmo, ela pode liberar um líquido das chamadas glandulas de Skeene, que ficam ao lado da uretra.
3 de 4 Anatomia da vulva com as glandulas de Skeene — Foto: Arte g1
"Há uma suposi??o de que essa glandula seria capaz de liberar um líquido esbranqui?ado ou até transparente, que estaria representando uma ejacula??o feminina. Mas por que algumas mulheres têm e outras n?o têm essa ejacula??o, já que todas têm essa glandula?", questiona Carmita Abdo.
Já o ginecologista Edson Ferreira avalia que as mulheres podem, sim, ejacular – apesar de reconhecer que a resposta para essa pergunta é "controversa" na literatura médica.
"Nem sempre isto acontece e n?o é um fen?meno essencial para que a mulher tenha prazer. é também difícil saber exatamente qual é a sua fun??o biológica: no passado, acreditou-se que poderia estar ligada à fertilidade; hoje, sabemos que n?o. Ainda assim, muitas dúvidas permanecem", avalia o médico.
O que já se sabe é que esse líquido é diferente da lubrifica??o vaginal.
"A lubrifica??o vai acontecer antes do orgasmo. Essa lubrifica??o n?o é pelas glandulas de Skeene – é por um outro tipo de glandula, que s?o as glandulas de Bartholin. E essa ejacula??o acontece durante o orgasmo, n?o é antes", explica Abdo.
Seja quais forem os fluidos envolvidos na rela??o sexual, o mais importante é entender que é normal que eles apare?am, diz Ferreira.
"O que eu acho realmente importante é que nós normalizemos a ocorrência de fluidos e secre??es durante as rela??es sexuais: algumas mulheres se sentem constrangidas e podem até deixar de se relacionar pelo receio de expelir líquidos, o que n?o deveria acontecer", pondera o médico.
9) é normal fazer xixi ao ter um orgasmo?
"é normal – mas n?o obrigatório – que haja uma libera??o de fluidos quando a mulher atinge um orgasmo. às vezes, lubrifica??o vaginal e ejacula??o podem ser confundidas com urina. Em outros casos, pode realmente ser urina: é uma manifesta??o possível de uma incontinência urinária", afirma Edson Ferreira.
Caso haja dúvida, diz Ferreira, é importante conversar com um médico ginecologista para avalia??o do caso.
Já Carmita Abdo explica que mulheres jovens, quando hiperestimuladas, podem ter perda de urina, mas isso é mais comum de acontecer em mulheres mais velhas – que tendem a perder urina durante todo o ato sexual, n?o só no orgasmo.
"A urina sai em mulheres jovens quando elas est?o excitadas? Pode sair. Uma excita??o maior, uma excita??o mais descontrolada, pode liberar urina numa mulher que n?o tem fragilidade de esfíncter, mas que está hiperexcitada – como também há a hipótese de que ela produza uma secre??o, que é da glandula de Skeene, e isso sai na hora do orgasmo. S?o hipóteses que est?o sendo estudadas", diz a psiquiatra.
"Agora, certeza se tem que a mulher mais velha pode ter uma fragilidade do esfíncter da uretra e perder urina durante o ato sexual – como também quando ri, tosse, faz qualquer esfor?o", completa.
Há, ainda, o questionamento sobre o que é o líquido liberado pelas glandulas de Skeene no orgasmo.
"Como sai tanto o conteúdo da glandula de Skeene como a urina pela uretra, s?o duas possibilidades que est?o sendo ainda aventadas, estudadas, cogitadas. E ninguém pode ainda afirmar com toda a categoria que é urina ou que seja secre??o da glandula de Skeene. S?o duas hipóteses para justificar por que algumas mulheres – algo em torno de 10% – têm uma libera??o de líquido no momento do orgasmo", afirma Abdo.
10) Anorgasmia: o que é?
Anorgasmia significa a falta de capacidade de ter um orgasmo.
Mas aten??o: n?o se pode dizer que uma mulher tem anorgasmia porque uma vez ou outra ela n?o atingiu o orgasmo. Isso precisa acontecer de forma sistemática.
"é uma possibilidade, ela vai ter um acompanhamento e resolver esse limite, esse bloqueio. Uma terapia sexual pode ajudar uma mulher que n?o tem orgasmo a conseguir ter", explica Carmita Abdo.
Na experiência de Juliana Thaísa, até mulheres que chegam a ela com diagnóstico de anorgasmia feito por ginecologistas conseguem, por meio da terapia corporal, ter um orgasmo.
"Essa disfun??o existe, mas é muito difícil acontecer de a mulher receber um estímulo devido e ela n?o conseguir chegar no orgasmo. às vezes ela pode até demorar bem mais, às vezes precisa de um estímulo bem mais forte, vai precisar de um vibrador bem mais potente, mas é uma quest?o de treino – de trabalhar o emocional, o psicológico", diz.
"Ent?o, na verdade, ela n?o tem uma disfun??o sexual, só n?o teve uma escuta um pouco mais sensível e n?o foi tocada do jeito certo", pontua.
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11) Orgasmos múltiplos: o que s?o?
Carmita Abdo explica que os orgasmos múltiplos – vários orgasmos sucessivos – s?o uma quest?o controversa.
"Alguns autores consideram que as mulheres podem ter vários orgasmos sucessivos, em uma mesma rela??o sexual, que seria o chamado orgasmo múltiplo. Outros autores questionam esse orgasmo múltiplo, dizendo que s?o sucessivas etapas de estímulo que v?o acontecendo até que se atinja o clímax", explica.
12) Anticoncepcional hormonal afeta a capacidade de ter orgasmo?
Ainda n?o há uma conclus?o definitiva. Algumas pesquisas apontam que a pílula pode diminuir a libido feminina, enquanto outras apontam o oposto. E ainda há as que n?o viram efeito de um lado ou de outro.
Carmita Abdo pontua que outros fatores simultaneos ao uso da pílula podem estar associados à capacidade de ter um orgasmo.
"Uma mulher pode tomar anticoncepcional e isso afetar a sua capacidade de orgasmo n?o exclusivamente pelo anticoncepcional, mas por outros fatores que podem estar interferindo – dificuldades relacionais ou doen?as que ela tenha – que v?o desde depress?o até altera??es hormonais", lembra.
Em entrevista ao podcast do "Bem-Estar", a psiquiatra lembrou que alguns antidepressivos podem retardar o orgasmo, por exemplo. Nesses casos, é sempre bom conversar com o psiquiatra.
"A gente sabe que antidepressivos podem levar a um retardo da ejacula??o, um retardo do orgasmo, tanto no homem quanto na mulher. Isso deve ser levado em considera??o. Tanto que alguns homens que est?o fazendo tratamento para depress?o e que est?o tomando antidepressivos e, por coincidência, s?o ejaculadores precoces, ficam muito felizes porque acabaram retardando a sua ejacula??o como um efeito secundário dessa medica??o", explicou.
Escute a íntegra da entrevista:
13) A gravidez intensifica os orgasmos?
N?o necessariamente – isso varia de mulher para mulher. Depende desde fatores como o tamanho da barriga até se a gravidez foi desejada ou n?o, dizem as especialistas ouvidas pelo g1.
"A mulher durante a gesta??o tem fases. Tem todas essas oscila??es hormonais – além de tudo o que acontece no corpo. Tem a quest?o emocional e psicológica – a gesta??o era desejada ou indesejada? Queria estar gestando ou n?o queria estar gestando? Como é a rede de apoio, a pessoa parceira, que vai ser o pai ou a outra m?e? Está sobrecarregada? Tudo depende da estrutura, do ambiente", comenta Juliana Thaísa.
Se a mulher estiver feliz com a gravidez, isso pode se refletir positivamente na vida sexual, afirma Carmita Abdo. Por outro lado, mudan?as hormonais próprias da gravidez podem fazer com que a mulher n?o tenha tanto prazer ou interesse sexual.
Seja como for, diz a psiquiatra, o melhor período da gesta??o para a atividade sexual tende a ser o segundo trimestre.
"A última fase da gesta??o – pelo volume da barriga e pela indisposi??o próprias desse momento – a mulher está mais cansada, mais pesada, [o que] torna a rela??o sexual menos satisfatória em geral. O primeiro, pelas muitas mudan?as que ela passa, até se adaptar", diz.
14) Existe uma maneira correta de se masturbar – ou, no caso da rela??o sexual, de estimular a mulher – para atingir o orgasmo?
Em resumo, sim, diz Juliana Thaísa. Apesar de cada corpo ser único, "de fato existe um caminho geral que é bom pra todo mundo e que todo mundo gosta. E existe o que absolutamente ninguém gosta", diz a terapeuta.
Ela lista algumas técnicas para n?o fazer:
Morder
"Clitóris e cabe?a do pênis n?o foi feita pra ser mordida", frisa.
Fazer 'língua de cobra'
"é péssimo – é quando a pessoa coloca aquela pontinha da língua, n?o encosta o lábio, n?o encosta nada. Fica só com aquela pontinha da língua fazendo bem rápido pra cima e pra baixo no clitóris", explica.
Chupar com for?a
"N?o pode dar aquela chupada insuportável que parece que vai arrancar o clitóris", refor?a.
'Seguir o script'
"Uma coisa é fazer sexo oral pra seguir o script, outra coisa é fazer com gosto, com vontade, porque você gosta, porque você também sente prazer. A quest?o n?o é se você faz, é como você faz. Tudo isso vai acrescentando, agregando para proporcionar prazer", explica.
"Você vai tocar no seio? N?o é só dar uma apertadinha, dar uma chupadinha. é pra passar a língua no seio todo, e ficar um tempo ali. E no corpo inteiro também. Quando for fazer sexo oral, n?o pode ser rapidinho", continua.
"Quando a gente fala de sexo oral, tem que pensar em muita língua, saliva – n?o para cuspir, mas tem que ser uma boca molhada, n?o pode ser uma boca seca. Muito estímulo, sem pressa. O sexo n?o é a penetra??o ou o orgasmo, é o caminho inteiro. é o que acontece durante toda aquela troca ali – desde o beijo até a hora que acaba", diz.
Em entrevista ao podcast "Prazer, Renata", a ginecologista Marcela McGowan explica que muitas mulheres podem n?o gostar da estimula??o direta na glande do clitóris, por exemplo – a "bolinha" que fica embaixo do "capuz".
4 de 4 Anatomia da vulva — Foto: Arte g1
"O clitóris tem até 10 cm de comprimento. é um órg?o que desce pela nossa vulva, ent?o ele tem como se fosse duas perninhas que v?o descendo pelos lábios, ficam atrás dos nossos lábios – um material que é super enervado, que também é uma regi?o muito prazerosa. é muito importante explorar tudo quando você tá falando de masturba??o e de excita??o, e n?o ir direto ali na glande. Para algumas mulheres, tocar direto a glande é inc?modo, é desconfortável", diz.
Na masturba??o, o ideal é ir estimulando o corpo aos poucos.
"Você n?o pode come?ar [a se masturbar] super intenso se ainda n?o está super excitada. Precisa haver uma excita??o e um contexto. Se você só colocar a m?o lá, provavelmente n?o vai sentir nada nos primeiros minutos, até come?ar a se sentir excitada ou até fantasiar, ou até o seu corpo come?ar a responder" diz.
Ela também frisa a importancia da lubrifica??o.
"Se você n?o está lubrificada, usar alguma coisa que te ajude antes de tocar é importante. Minha dica é n?o tocar direto a glande – é sempre explorar tudo ali pra achar qual é o ponto melhor pra você. Pode passar pela glande, pela pontinha em algum momento, mas explora toda a vulva, porque às vezes a sua regi?o de prazer é em outro lugar ali no clitóris", conclui.
15) O estímulo anal pode ser prazeroso para a mulher?
Sim, diz Juliana Thaísa, mas ele precisa ser feito devagar, com cuidado e lubrificante.
"O anus é um canal que tem uma musculatura muito mais rígida, ent?o esse corpo precisa de muito estímulo. Através de muito estímulo vai ter muita sensibilidade, excita??o, e isso vai resultar num relaxamento. Se a pessoa está excitada, está relaxada, ela n?o está tensionando o corpo", explica.
"é muito toque, muito estímulo, para poder ficar muito excitada, e aí usar muito lubrificante também. Tem que usar lubrificante. Saliva n?o é lubrificante. Primeiro tem o beijo grego [língua no anus], depois vai botar o dedo, para depois botar o pênis. E, quando for botar, tem que botar devagar", diz a terapeuta.
Mesmo assim, se o pênis for muito grande, pode ser que a penetra??o anal n?o seja possível, ressalta a terapeuta.
"Tem homem que vai lá e já vai enfiando o dedo, botando o pênis, nem avisa, nem sabe se a mulher quer. Aquela ‘foi sem querer’, ‘botei no lugar errado’, n?o, você sabia exatamente o que você estava fazendo. é cada coisa que você ouve que é um absurdo. Primeiro a mulher tem que querer – e tem que querer por ela, n?o é para agradar o homem", refor?a.
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