PCC na Faria Lima: mensagens mostram como criminosos fraudavam combustíveis e antecipavam fiscaliza??es
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13 Sep 2025(atualizado 13/09/2025 às 21h31)Mensagens obtidas pela Polícia Federal mostram que integrantes de uma quadrilha ligada ao PCC recebi
PCC na Faria Lima: mensagens mostram como criminosos fraudavam combustíveis e antecipavam fiscaliza??es
Mensagens obtidas pela Polícia Federal mostram que integrantes de uma quadrilha ligada ao PCC recebiam avisos prévios sobre fiscaliza??es e suspendiam atividades para evitar flagrantes.
Esquema usava o Porto de Paranaguá para importar químicos ilegais e adulterar gasolina e etanol em todo o país.
Grupo comprou usinas,íveiseantecipavamfiscaliza??jogo da roleta roda roda jequiti criou distribuidoras e transportadoras, chegando a controlar 1,2 mil postos de combustíveis.
Fintechs e fundos na Faria Lima movimentaram R$ 76 bilh?es, com parte já bloqueada pela Justi?a.
Mensagens obtidas pela Polícia Federal mostram que integrantes de uma quadrilha ligada ao PCC sabiam com antecedência quando haveria opera??es de fiscaliza??o contra o grupo. Os investigadores afirmam que os criminosos conseguiam se preparar e até suspender atividades para evitar flagrantes.
Em uma das conversas, um dos suspeitos que foi preso, Thiago Augusto de Carvalho Gomes, afirma: “Já tudo parado, né? Que a gente sabia que ia come?ar”. Em outro trecho, Thiago demonstra estar pronto para reagir caso houvesse problemas durante a opera??o. “Pistola na cintura e diesel, pai!”, escreveu.
O esquema bilionário funcionava em sete etapas
Primeira etapa - Porto de Paranaguá: a quadrilha usava o Porto de Paranaguá (PR) para importar clandestinamente produtos químicos como metanol e nafta. Essas substancias, que deveriam abastecer indústrias químicas, eram desviadas para adulterar gasolina e etanol vendidos em postos do país.
No celular do suspeito Rafael Renard Gineste, empresário que foi preso na opera??o, a PF encontrou mensagens trocadas com Thiago. Numa delas, Thiago pergunta: "N?o dá pra fazer algo nessa gasolina pra render mais? E baixar o custo dela? Etanol, sei que podemos jogar um 'm'". Segundo a investiga??o, 'm' seria uma referência ao metanol.
1 de 2 PCC na Faria Lima: mensagens mostram como criminosos fraudavam combustíveis e antecipavam fiscaliza??es — Foto: Reprodu??o/Fantástico
Segunda etapa - usinas de etanol: o grupo é suspeito de comprar pelo menos cinco usinas de etanol no interior de S?o Paulo. Algumas estavam endividadas e foram recuperadas com altos investimentos. Além de produzir combustível para a rede criminosa, as usinas também serviam para lavar dinheiro, pagando até 43% acima da média pela cana-de-a?úcar.
Terceira etapa - distribuidoras: o terceiro passo foi estruturar distribuidoras próprias, como a Duvale, em Jardinópolis (SP). Sem faturamento até 2019, a empresa saltou para quase R$ 2,8 bilh?es em 2021, se tornando a maior destinatária do etanol das usinas controladas pela quadrilha. Parte desse dinheiro foi repassada diretamente a Rafael Gineste.
Quarta etapa - transportadoras: a empresa G8Log, ligada a Mohamad Hussein Mourad, conhecido como Primo, usava caminh?es para levar combustível adulterado até os postos. Enquanto isso, o empresário divulgava mensagens motivacionais nas redes sociais da transportadora.
Quinta etapa - postos de combustíveis: a rede criminosa expandiu-se para cerca de 1,2 mil postos de combustíveis em várias cidades brasileiras. Neles, fiscais da ANP identificaram misturas ilegais de metanol na gasolina, chegando a quase 50% em alguns casos, e até 90% no etanol.
Sexta etapa - fintechs: a principal delas, a BK Institui??o de Pagamento, com sede em Barueri (SP), movimentou R$ 46 bilh?es em cinco anos por meio de contas chamadas “bols?o”, que dificultavam o rastreamento da origem e do destino do dinheiro.
Sétima etapa - fundos de investimento: os recursos chegavam ao cora??o financeiro de S?o Paulo. Na Avenida Faria Lima, a quadrilha usava administradoras de fundos de investimento para transformar dinheiro sujo em patrim?nio legalizado. Segundo a for?a-tarefa, foram identificados 42 fundos controlados pela organiza??o, somando R$ 30 bilh?es já bloqueados pela Justi?a.
2 de 2 Infográfico explica caminho do dinheiro no esquema do PCC — Foto: Arte/g1
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