Primeiro prédio de alvenaria de tijolos em Sorocaba, esta??o de trem 'implora' por restaura??o há duas décadas
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13 Sep 2025(atualizado 13/09/2025 às 19h15)Construída em 1875, a Esta??o Ferroviária de Sorocaba testemunhou 150 dos quase 371 anos de vida da
Primeiro prédio de alvenaria de tijolos em Sorocaba, esta??o de trem 'implora' por restaura??o há duas décadas
Construída em 1875,édiodealvenariadetijolosemSorocabaesta??odetremimploraporrestaura??oháduasdéresultado da lotofácil conc 1583 a Esta??o Ferroviária de Sorocaba testemunhou 150 dos quase 371 anos de vida da cidade.
Sem fun??o desde 2012, o primeiro prédio de alvenaria de tijolos da cidade e símbolo maior do passado ferroviário local "implora" por restaura??o desde 2005.
Os sinais da deteriora??o s?o visíveis em vários pontos do prédio, que nos últimos 20 anos recebeu reformas apenas na fachada.
Construída em 1875, a Esta??o Ferroviária de Sorocaba (SP) testemunhou 150 dos 371 anos de vida da cidade - que ser?o completados no dia 15 de agosto. Sem fun??o desde 2012, o primeiro prédio de alvenaria de tijolos da cidade e símbolo maior do passado ferroviário local "implora" por restaura??o desde 2005, quando foi cedido provisoriamente ao município com a finalidade de receber atividades culturais.
Os sinais da deteriora??o s?o visíveis em vários pontos do prédio, que nos últimos 20 anos recebeu reformas apenas na fachada. No hall de entrada, onde ficavam os guichês para compra de passagens, o estuque do forro está desabando por conta da infiltra??o. Um voo com drone revelou a falta de telhas no prédio e também na gare de embarque dos passageiros. Assista ao vídeo acima.
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No local, o g1 também constatou que n?o há vigilancia; embora os port?es do hall permane?am trancados com cadeado, há pessoas morando em um anexo do antigo armazém. Situa??o de abandono que contrasta com a importancia daquela edifica??o para a arquitetura e a memória local.
"Até esse prédio ser edificado, Sorocaba construía basicamente em um único método, que era a taipa de pil?o, um método de constru??o com terra. A vinda da ferrovia mudou esse sistema para um sistema construtivo de alvenaria de tijolos. Esse foi o primeiro prédio de alvenaria de tijolos da cidade, uma técnica que depois se tornaria bastante emblemática em fun??o da nossa industrializa??o com as fábricas têxteis, que est?o intimamente ligadas com a ferrovia", detalha o arquiteto, urbanista e professor universitário Marco Massari.
1 de 12 Marco Massari, arquiteto, urbanista e professor universitário de Sorocaba (SP) — Foto: Eric Mantuan/g1
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Massari destaca que o prédio inicial da esta??o, aberto ao público em 10 de julho de 1875, data da primeira viagem oficial de um trem de passageiros entre S?o Paulo e Sorocaba, era mais simplório e está contido "dentro" do atual, que manteve os dois pavimentos e foi ampliado no comprimento. Ganhou uma fachada com elementos da arquitetura eclética na década de 1920, época de grande progresso da Estrada de Ferro Sorocabana (EFS).
"Com a amplia??o, a esta??o ganha ornamentos e elementos clássicos. Por isso o nome eclético, que era o estilo que marcou bastante o escritório que desenvolveu esse projeto, de Ramos de Azevedo. A gente vai ver essa mudan?a de estilo também em outros prédios da cidade, como a Catedral, que era um prédio bem mais simples, com uma arquitetura colonial bem mais singela", destaca.
Ressignifica??o de uso
2 de 12 Cantata de Natal foi realizada na Esta??o Ferroviária até 2012 — Foto: Pedro Henrique Negr?o/Arquivo pessoal
O fim do transporte regular de passageiros nas ferrovias de S?o Paulo em meio à concess?o do servi?o de cargas à iniciativa privada, no final dos anos 1990, acabou com a fun??o prática das esta??es ferroviárias do interior.
Em geral, os imóveis com importancia histórico-cultural acabaram transferidos às prefeituras para restaura??o e aproveitamento como centros de cultura e memória ou transforma??o em postos de servi?os públicos.
A esta??o de Sorocaba foi cedida ao município em 2005, após mobiliza??o da sociedade para impedir que ela fosse colocada em leil?o pela Rede Ferroviária Federal (RFFSA), sucessora da Ferrovia Paulista S.A. (Fepasa).
A ent?o vereadora Tania Baccelli era uma das líderes dos Amigos da Esta??o, grupo responsável pela realiza??o de serestas e outros eventos que chamassem a aten??o da cidade para a necessidade de cuidar do prédio.
"Me sinto muito mal por n?o termos conseguido criar um novo espa?o de cultura popular vinculado às memórias históricas de nossa cidade", lamenta hoje, quase duas décadas depois.
Entre 2008 e 2012, a esta??o sediou a Cantata de Natal, espetáculo cênico e musical que reunia milhares de espectadores na Avenida Afonso Vergueiro. Entretanto, como nunca houve nenhuma restaura??o mais abrangente do que a fachada do imóvel, ela n?o p?de mais ser realizada ali, porque o mezanino, já em más condi??es, foi interditado pelo Corpo de Bombeiros.
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Divergências de responsabilidades
3 de 12 Monograma da Estrada de Ferro Sorocabana em vitral da esta??o de Sorocaba — Foto: Eric Mantuan/g1
Atualmente, o prédio da esta??o, a gare para embarque de passageiros e os armazéns de cargas e bagagens pertencem à Secretaria de Patrim?nio da Uni?o (SPU), que "herdou" a carteira de imóveis desnecessários à opera??o ferroviária de cargas no processo de extin??o da RFFSA. O único imóvel em uso no complexo é o do armazém no 2, que foi restaurado em 2011 para sediar o Museu de Arte Contemporanea de Sorocaba (Macs).
A Prefeitura de Sorocaba informou que a cess?o do local terminou em 2020 e que, com isso, "as manuten??es do local s?o de responsabilidade da Uni?o [Secretaria de Patrim?nio da Uni?o em S?o Paulo (SPU)]. A pasta e o Conselho Municipal de Defesa do Patrim?nio Histórico (CMDP) est?o cobrando, novamente, as devidas manuten??es necessárias ao Governo Federal."
Informou também que a Guarda Civil Municipal mantém equipes atuando 24 horas no local para garantir a seguran?a do patrim?nio e da popula??o.
Anteriormente, a administra??o municipal informou que, quando a cess?o foi finalizada, solicitou a doa??o permanente, com o objetivo de "realizar parcerias público-privadas e viabilizar a restaura??o da Esta??o Ferroviária e dos prédios anexos".
Já a superintendência da Secretaria de Patrim?nio da Uni?o em S?o Paulo (SPU) disse que o imóvel permanece cedido ao município e ele "atualmente é responsável por sua gest?o".
"Em 2009, foi firmado entre a Prefeitura e a SPU um termo de guarda provisória, posteriormente substituído, em 2010, por contrato de cess?o com prazo de cinco anos. A averba??o da matrícula dos imóveis no Cartório de Registro de Imóveis — etapa indispensável para efetivar a transferência ao Município — n?o foi concluída em gest?es anteriores", esclarece a SPU.
"O procedimento de cess?o foi retomado pela Prefeitura e pela SPU, com a finalidade de destinar o imóvel conforme as diretrizes do Programa Imóvel da Gente, voltado à utiliza??o de bens da Uni?o para políticas públicas, entre elas a recupera??o do complexo ferroviário de Sorocaba, prioridade do governo federal", continua a nota.
4 de 12 Infiltra??o por água de chuva fez o estuque do forro do hall desabar — Foto: Eric Mantuan/g1
Porém, enquanto isso n?o ocorre, o arquiteto Marco Massari defende obras emergenciais que, pelo menos, paralisem a deteriora??o contínua de suas condi??es.
"O prédio da esta??o precisa passar por interven??o o mais rápido possível, porque ele corre, sim, risco de colapso de partes dele. A gente vê o estuque soltando, parte do forro caindo, parte do telhado aparente e sem telhas em alguns locais. Ent?o, ele, sim, está correndo bastante risco, tanto é que ele está fechado há bastante tempo, n?o permitindo o nosso acesso. Seria muito interessante vermos medidas serem tomadas nesse ambito, de pelo menos estancar essa degrada??o", alerta.
Nova chance como esta??o de passageiros
Anunciado recentemente pelo Governo do Estado de S?o Paulo, o projeto do Trem Intercidades - Eixo Oeste, que visa implantar uma linha de trem rápido entre Sorocaba e S?o Paulo, pode oferecer uma nova chance de o imóvel histórico voltar a ser uma esta??o ferroviária ativa.
O anteprojeto apresentado em consulta pública afirma prever "a integra??o plena da esta??o histórica existente ao novo sistema, com requalifica??o e reuso das estruturas originais como parte funcional e simbólica do terminal de passageiros", ao mesmo tempo em que "alia preserva??o patrimonial, requalifica??o urbana e exigências operacionais modernas".
5 de 12 Projeto do Trem Intercidades Oeste prevê recupera??o e uso da Esta??o de Sorocaba — Foto: Reprodu??o
Pela proposta, o edifício histórico da antiga esta??o da Estrada de Ferro Sorocabana (EFS) será mantido e incorporado ao novo terminal como espa?o de controle de acesso e distribui??o dos fluxos de passageiros. O hall de entrada será reutilizado como espa?o de recep??o principal, mantendo sua volumetria original e sua conex?o direta com as plataformas.
"é a oportunidade de ouro que esse prédio vai ter de n?o só ser recuperado, mas também o prédio das oficinas e demais elementos que constituem esse complexo ferroviário. Uma oportunidade de ouro para Sorocaba voltar a ter o trem, voltar a ter conex?o com S?o Paulo. Isso vai beneficiar muito a mobilidade urbana, vai beneficiar muito as pessoas, e aqui vai voltar a ser um local que as pessoas v?o poder frequentar", defende Massari.
6 de 12 Esta??o de Sorocaba em 1880 — Foto: Julio Durski/Arquivo Nacional
7 de 12 Esta??o de Sorocaba nos anos 1910 — Foto: Reprodu??o / Museu Histórico Sorocabano (MHS)
8 de 12 Amplia??o nos anos 1920 seguiu a arquitetura eclética — Foto: Reprodu??o / Museu Histórico Sorocabano (MHS)
9 de 12 Esta??o Ferroviária de Sorocaba (SP) — Foto: Eric Mantuan/g1
10 de 12 Esta??o Ferroviária de Sorocaba (SP) — Foto: Eric Mantuan/g1
11 de 12 Esta??o Ferroviária de Sorocaba (SP) — Foto: Eric Mantuan/g1
12 de 12 Picha??es na fachada denotam acesso de vandalos ao interior do prédio — Foto: Eric Mantuan/g1
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