Timor Leste vive em paz, mas n\u00e3o em tranquilidade', diz Jos\u00e9 Ramos-Horta
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13 Sep 2025(atualizado 13/09/2025 às 19h30)José Ramos-Horta tomou posse como sétimo presidente do Timor Leste nesta quinta-feira (19), em Tasit
Timor Leste vive em paz, mas n\u00e3o em tranquilidade', diz Jos\u00e9 Ramos-Horta
José Ramos-Horta tomou posse como sétimo presidente do resultado da quina de s?o jo?o de 2015Timor Leste nesta quinta-feira (19), em Tasitolu, nos arredores da capital Díli, horas antes de o país celebrar 20 anos de independência.O político foi líder da resistência diplomática contra a ocupa??o indonésia no Timor, venceu o prêmio Nobel da Paz, foi ministro, primeiro-ministro e presidente. Agora, aos 72 anos, e após uma década sem cargos no governo, foi eleito chefe de Estado de novo, em elei??es realizadas no mês passado, com 62% dos votos.Ele se candidatou porque sentia que o país estava sem "um governo forte", quer dar "tranquilidade" aos timorenses e para finalizar o processo de ades?o à Asean (Associa??o de Na??es do Sudeste Asiático).
O jurista José Ramos-Horta gesticula durante entrevista em Díli, capital do Timor Leste - Valentino Dariel Sousa - 21.abr.22/AFP Nesses 20 anos, o Timor "poderia ter feito melhor", mas Ramos-Horta n?o está "totalmente desapontado". "Me orgulho de ter um país democrático." A tragédia de Mianmar, diz, "abriu os olhos" a quem tinha reservas em rela??o ao Timor. Afinal, o Timor Leste "é mais estável, pacífico e previsível que outros países de pleno direito da Asean". Ramos-Horta defende que na diplomacia, em certos casos, o princípio tem de prevalecer sobre o pragmatismo e que, antes da invas?o russa, "deveria ter havido um diálogo para a Ucrania ter um estatuto de neutralidade". "às vezes, o estatuto de neutralidade nos beneficia. Agora n?o sei — ?talvez seja tarde demais." Nestes 20 anos de independência, Xanana Gusm?o foi presidente e primeiro-ministro, Taur Matan Ruak foi presidente e primeiro-ministro, Francisco [Guterres] Lú Olo foi presidente até esta semana e também presidente do Parlamento. No seu caso, foi ministro dos Negócios Estrangeiros, primeiro-ministro e presidente. A falta de renova??o é um problema da política timorense? Factualmente, nada do que diz está errado. Mas, desde 2001, quase ninguém da gera??o de 1975 fez parte direta dos governos e do Parlamento. No primeiro governo constitucional, de 2002, em 40 membros, só havia cinco, no máximo, de quem se pode dizer que eram da "gera??o de 1975". Ao longo destes anos, tivemos como governantes pessoas como Fernando "La Sama" de Araújo, Arsénio Bano, Ana Pessoa, Rui Araújo, nenhum da "gera??o de 75".Jornalistas e críticos falam de "renova??o". Infelizmente, quando chegamos a 2002, a esmagadora maioria daquela gera??o tinha morrido. A maioria morreu heroicamente na luta. Dessa gera??o, praticamente só Xanana sobreviveu. Eu só servi dez anos, entre 2002 e 2006 e depois como presidente, entre 2007 e 2012. Guerra na Ucrania O boletim para você entender o que acontece na guerra entre Rússia e Ucrania Carregando... Além disso, Xanana, como primeiro-ministro, cedeu duas vezes a pasta. Primeiro, de 2015 a 2017, a Rui Araújo, e, em 2018, quando era de novo líder da coliga??o, cedeu a pasta a Taur Matan Ruak. E estamos falando de um país com 20 anos. A maior parte da nossa vida adulta foi passada na luta: luta armada, luta política e luta diplomática. As pessoas falam como se estivéssemos no governo há 40 anos.é uma crítica injusta? é falaciosa. A maioria dos governantes do país —governo e deputados— é da gera??o pós-75. Basta ficar uma hora no Parlamento timorense observando e vai perceber que n?o se vê nenhuma cara de 1975.Por que quis ser presidente outra vez? Saí em 2012. Em 2017, n?o quis concorrer, embora tenha tido muita press?o. Em 2022, candidatei-me em parte por causa desta crise, que come?ou em 2017, por causa dos atos do presidente Lu Olo, que têm excedido amplamente os poderes presidenciais —o presidente n?o deu posse a um ter?o dos membros propostos para o governo e n?o deu posse a uma nova coliga??o proposta por Xanana Gusm?o, em 2020, quando Taur Matan Ruak se demitiu como primeiro-ministro, a seguir à proposta de Or?amento do Estado.Para evitar elei??es antecipadas, o presidente Xanana tentou uma nova coliga??o e conseguiu formá-la, mas Lu Olo n?o quis dar posse e fez um novo arranjo dominado pela Fretilin. Perante esses fatos, houve uma grande movimenta??o da sociedade civil de todo o país que me empurrou a candidatar-me. Também me candidatei porque estamos na fase final do processo da nossa ades?o à Asean (Associa??o de Na??es do Sudeste Asiático).
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