Participa??o feminina no agro: Mulheres levam inova??o ao ambiente rural catarinense
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13 Sep 2025(atualizado 13/09/2025 às 23h24)Produtoras, mas também empreendedoras e líderes. A presen?a feminina no agronegócio catarinense demo
Participa??o feminina no agro: Mulheres levam inova??o ao ambiente rural catarinense
Produtoras,??ofemininanoagroMulhereslevaminova??alguém já ganhou na loteria online mas também empreendedoras e líderes. A presen?a feminina no agronegócio catarinense demonstra que a resiliência e a inova??o s?o suas marcas em propriedades rurais, até ent?o dominadas por homens.
Das mais jovens às idosas, a coragem de empreender faz a agricultura ganhar novos sentidos. Entre as iniciativas desenvolvidas, está produ??o especializada para adicionar valor agregado ou até a gest?o de atividades n?o-agrícolas, como o turismo, dando mais autonomia e qualidade de vida às mulheres, ao mesmo tempo em que auxiliam na permanência no ambiente rural.
é o caso de Samantha Kauling, apicultura e meliponicultura em Bom Retiro, idealizadora da marca de Polinize. Criada na ro?a, após estudos em Engenharia Ambiental em Lages e mestrado em Ciências em Piracicaba, conquistou o conhecimento necessário para estruturar o negócio. O carro chefe hoje é o mel melato de bracatinga, produto exclusivo do Planalto Sul, com propriedades medicinais e que já foi premiado como o melhor do mundo.
2 de 4 Samantha Kauling, apicultura e meliponicultura em Bom Retiro — Foto: Divulga??o
Retornando à zona rural, a cria??o de abelhas com e sem ferr?o faz parte da rotina repleta de desafios - sejam eles ambientais ou também de gênero. Agora, a produtora e empresária amplia a produ??o e quer elevar a produtividade para 50 kg por colméia, superior à média estadual de 15 kg a 20 kg.
"Como eu trabalho com o campo e tenho que fazer a gest?o da empresa, eu me organizo em eixos e desenvolvo um planejamento semanal com todas as atividades, elencando as prioridades. Além disso, eu tenho trabalhos para dia de sol e para dia de chuva".
3 de 4 O mel melato de bracatinga conta com propriedades medicinais e que já foi premiado como o melhor do mundo. — Foto: Divulga??o
Segundo a produtora e empresária, a atividade contempla de tudo um pouco. Organiza??o de estoque, compras de insumos, financeiro, operacional com entrega de pedidos, atendimento aos clientes, comunica??o diária nas redes sociais. Os estudos s?o frequentes e fazem parte da rotina semanal, pelo menos em um dia, para aprimorar os conhecimentos em áreas relacionadas.
"Agora, estamos entrando na primavera. é a hora de espalhar os enxames, depois come?a a colheita do mel. Ent?o está tudo interligado, tem que ter o cronograma muito bem definido".
Além da produ??o, Samantha Kauling quer que o Sítio Polinize Agroflorestal, que está em fase de constru??o, seja uma referência como inspira??o para outros produtores, por meio do turismo pedagógico. Em breve, deve buscar selo que referencia os produtos como de origem organica.
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O empreendedorismo no campo também motiva Marta da Silva Bianchin, de 66 anos, produtora rural em Grande Arvoredo. Bianchin sempre se identificou com a agricultura. Na terra da família, manteve as raízes firmes, com gosto pelo que faz. Com orgulho, conta a história que encanta quem passa pela propriedade no Sítio Alto Belli, que agora contempla, além da produ??o agrícola, atendimento turístico com refei??es elaboradas com itens locais.
"Estamos ligados à agricultura todo dia. Dos meus produtos da horta, além de produzir e consumir nos almo?os e jantares, vendemos para os turistas. Moramos no interior e jamais vamos sair daqui e estamos implantando o projeto com muito carinho e respeito. As pessoas vêm porque gostam do sabor da comida colonial e da receptividade".
4 de 4 A presen?a feminina no agronegócio catarinense demonstra que a resiliência e a inova??o s?o suas marcas em propriedades rurais — Foto: Divulga??o
A produtora viveu a vida inteira dentro do cooperativismo, como lideran?a feminina organizada no município, para fomentar a participa??o e engajamento delas no agronegócio local. Os trabalhos na ro?a come?aram com oito anos, ainda junto com os pais. Com quatro filhos, a cria??o segue na área rural, com cria??o de porco, produ??o de milho, soja, feij?o, trigo para subsistência e vendas ao mercado. A propriedade contou com produ??o leiteira por um tempo, mas os anos difíceis e necessidade constante de moderniza??o das granjas pegaram a família de surpresa.
"Paramos com os suínos e continuamos com as vacas de leite e produzindo milho, além de tudo que a gente precisa para consumo. Há cinco anos, vendemos as vacas de leite e optamos por alugar a ro?a um pouco. Sempre tive horta, plantamos amendoim, mandioca, todo tipo de verduras, feij?o, e vendíamos para os nossos clientes e para a merenda escolar".
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A produtora ainda chegou a montar uma cooperativa, mas as dificuldades enfrentadas pela pandemia levaram ao fechamento, tendo em vista que um dos principais eventos, um café colonial regional, n?o poderia mais ser realizado, e as vendas da merenda escolar n?o eram o suficiente. Hoje, produz hortali?as para consumo e clientes, mas n?o mais para a merenda escolar devido ao vínculo do marido com a prefeitura.
A mudan?a de foco motivou a entrada dos produtores no turismo rural, com a rota do turismo de Arvoredo, consolidada em 2019, com oito famílias. A rota de compras e gastronomia contempla café da manh?, visita na propriedade e um delicioso almo?o italiano.
"Aqui no nosso sítio, além das rotas, abro no primeiro domingo do mês com almo?o italiano e almo?o com codorna recheada. Servimos embaixo do por?o da nossa casa, que é de 1982".
Fomento às atividades de mulheres no campo
Com o êxodo rural, é cada vez mais difícil manter as mulheres no campo, que já s?o minoria. No entanto, um projeto de cooperativa realiza atividades especialmente com essa miss?o, com atendimento de cerca de quatro mil mulheres por ano nas a??es dos Núcleos Femininos da Copérdia.
Silmara Vitto, coordenadora de projetos educacionais, destaca que a iniciativa come?ou a ser desenvolvida na Copérdia em 1988, de forma tímida e com objetivo de fazer com que as mulheres participassem mais da vida da cooperativa, e também buscassem mais ferramentas de auto desenvolvimento.
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"Hoje, atendemos mais de 90 grupos em mais de 28 municípios, nos três estados do Sul. S?o a??es diárias nas comunidades, promovidas através do Setor Social da cooperativa. Com 35 anos de atua??o, temos um dos projetos mais antigos de Santa Catarina, somando grandes vitórias como a presen?a de oito mulheres atualmente nos conselhos (Administra??o, Fiscal e ética) da Copérdia, além da expressiva participa??o das mulheres cooperadas no dia a dia e nas Assembleias da cooperativa".
De acordo com Vitto, associa??es cooperativistas catarinenses também têm um papel fundamental, promovendo a??es como o curso "Mulheres Cooperativistas" e o Encontro Estadual de Mulheres Cooperativistas, projetos do qual a Copérdia também faz parte.
"Acredito que todas as a??es que valorizem e capacitem as mulheres, principalmente as rurais s?o de extrema importancia, este é ainda um público que merece toda a aten??o, estas mulheres têm papel fundamental nos negócios, gest?o e sucess?o da propriedade rural, bem como na qualidade de vida da família" completa.
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