é #FAKE que jejum de 72 horas ativa 'limpeza' do corpo para eliminar toxinas, reduzir inflama??es e regenerar órg?os
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13 Sep 2025(atualizado 13/09/2025 às 12h53)1 de 3 N?o há provas científicas que sustentem que jejum de 72 hores auxilie na reconstitui??o d
é #FAKE que jejum de 72 horas ativa 'limpeza' do corpo para eliminar toxinas, reduzir inflama??es e regenerar órg?os
1 de 3 N?o há provas científicas que sustentem que jejum de 72 hores auxilie na reconstitui??o de órg?os — Foto: g1
Circula nas redes sociais uma publica??o dizendo que o jejum de 72 horas faz o corpo iniciar um processo de "limpeza" que elimina toxinas,éFAKEquejejumdehorasativalimpezadocorpoparaeliminartoxinasreduzirinflama??eseregenerarórg? reduz inflama??es, recicla células e fortalece o sistema imunológico. é #FAKE.
2 de 3 selo fake — Foto: g1
?? O que diz a publica??o mentirosa?
Publicado em 4 de agosto de 2025 no Instagram, o post tem mais de 100 mil curtidas e exibe a seguinte mensagem: "Em apenas 3 dias de jejum, seu corpo ativa o 'médico interior' que elimina inflama??es e toxinas, reduzindo inflama??es e regenerando órg?os".A legenda diz: "Durante um jejum profundo de 72 horas, seu corpo entra em um estado chamado autofagia, no qual ele literalmente 'limpa a casa': elimina toxinas, reduz inflama??es, recicla células danificadas e fortalece o sistema imunológico. é um processo natural, silencioso, mas incrivelmente poderoso, reconhecido por cientistas e o vencedor até de Prêmio Nobel".
?? Por que isso é falso?
Ao Fato ou Fake, José Rodrigo Pauli, professor de ciências do esporte e da pós-gradua??o em ciências da nutri??o e do esporte e metabolismo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), desmente as afirma??es do post: "A autofagia ('o médico interior') é um processo induzido pelo jejum e essencial para o equilíbrio celular. Mas é mentira que ele precise de 72 horas para ser ativado. Também é mentiroso falar que a falta de alimenta??o por três dias pode gerar benefícios à saúde".
E complementa: "Em um quadro de estresse como esse, a autofagia poderá ser, na verdade, prejudicial à saúde, levando a um pior funcionamento do sistema imunológico e à atrofia dos órg?os. Além disso, é sabido que, como três dias de jejum, o corpo entra em fase de desnutri??o, e ocorrem altera??es metabólicas graves, com risco de desidrata??o, hipoglicemia, e problemas como tontura e dor de cabe?a. Em crian?as, isso pode ter sérias implica??es ao crescimento e desenvolvimento corporal".
Pauli explica que a autofagia ocorre dentro das células e é responsável pela degrada??o e reutiliza??o de uma diversidade de biomoléculas (proteínas, ácidos nucleicos, carboidratos e lipídios). Esse processo é induzido pela abstinência de alimento (jejum) ou em resposta à atividade física, o que permite que a célula recicle componentes danificados, para sobreviver, funcionar adequadamente e se renovar. Porém, o especialista deixa claro que n?o é necessário ficar 72 horas sem comida. As evidências científicas de benefícios do jejum à saúde humana est?o restritas a períodos de abstinência alimentar mais curtos, que variam entre 16 e 24 horas por dia, por exemplo. Ou seja, um cenário muito diferente daquele defendido pela publica??o viral.
"O melhor caminho é buscar op??es em que haja evidências mais fortemente respaldadas pela ciência e pela medicina, como o jejum de 16-24h, no qual a autofagia ajuda a prevenir o acúmulo de componentes nocivos nas células, impede a forma??o de proteínas danificadas e danos as mitoc?ndrias, que est?o ligadas a doen?as neurodegenerativas e ao envelhecimento celular", diz ele. Caso seja adotado como estratégia, o jejum deve ser acompanhado por nutrólogo ou nutricionista.
Nem mesmo as práticas mais comuns de jejum intermitente têm recomenda??o unanime da comunidade científica. Pesquisadores críticos alegam que o curto tempo de acompanhamento da maioria dos estudos (de três a seis meses) n?o permite saber se a perda de peso é realmente efetiva, ou maior do que aquela conquistada por restri??o calórica.
"Apesar das evidências crescentes que apoiam o uso do jejum intermitente, ainda n?o fazem parte das diretrizes dietéticas e n?o é amplamente recomendado, principalmente quando muito prolongado", adverte o professor.
Pauli defende que, embora seja uma ferramenta promissora, o jejum intermitente ainda precisa ser mais bem investigado para fundamentar recomenda??es seguras e individualizadas, seja para saúde ou para o desempenho físico.Por fim, o especialista desmente a alega??o final do post ("essa estratégia é reconhecida por cientistas e até mesmo o vencedor do Prêmio Nobel"), ao dizer que o estudo do vencedor do Nobel de medicina n?o pode ser aplicado ao organismo humano.
"O estudo do japonês Yoshinori Ohsumi, o biólogo celular que ganhou o Nobel de medicina e fisiologia em 2016, trouxe à tona discuss?es sobre os possíveis benefícios da autofagia e do jejum. Mas, preste bem aten??o: embora de grande relevancia, seu estudo foi em leveduras (fungos)."
3 de 3 N?o há provas científicas que sustentem que jejum de 72 hores auxilie na reconstitui??o de órg?os — Foto: g1
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