Fósseis s?o evidências científicas e n?o devem ser vendidos para colecionadores privados, defendem paleontólogos
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13 Sep 2025(atualizado 13/09/2025 às 19h18)1 de 1 Fóssil de dinossauro (Tiranossauro Rex) encontrado por arqueólogos — Foto: Adobe StockNo
Fósseis s?o evidências científicas e n?o devem ser vendidos para colecionadores privados, defendem paleontólogos
1 de 1 Fóssil de dinossauro (Tiranossauro Rex) encontrado por arqueólogos — Foto: Adobe Stock
No ano passado,ósseiss?oevidênciascientíficasen?odevemservendidosparacolecionadoresprivadosdefendempaleontócarey hart moto xxx 4: up in flames um fóssil de estegossauro apelidado “Apex” foi vendido em leil?o por US$ 40,5 milh?es. Já o fóssil de um Ceratosaurus juvenil alcan?ou US$ 30,5 milh?es no mês passado.
Os defensores dessas vendas argumentam que elas s?o inofensivas ou até boas para a ciência. Outros comparam fósseis a objetos de arte, elogiando sua beleza ou charme histórico.
Como paleontólogos, afirmamos claramente: essas opini?es n?o poderiam estar mais equivocadas.
Os fósseis n?o s?o objetos de arte nem troféus. S?o dados científicos que fornecem um registro tangível da história profunda da Terra. Os fósseis s?o ferramentas essenciais para compreender a evolu??o, a extin??o, as mudan?as climáticas e as origens e desaparecimentos dos ecossistemas.
Seu verdadeiro valor n?o está em seus pre?os, mas no que eles ensinam. é claro que alguns fósseis s?o bonitos. O mesmo acontece com os rinocerontes brancos amea?ados de extin??o, mas ninguém argumenta que os rinocerontes devem ser leiloados ao maior lance. O valor de um fóssil n?o é definido por sua beleza, mas por sua acessibilidade científica permanente.
Ciência versus propriedade
Os paleontólogos s?o historiadores do tempo profundo, estudando a vida ao longo de milh?es de anos. Nosso campo é uma ciência construída sobre os mesmos princípios fundamentais de qualquer outra disciplina científica. Os dados devem ser transparentes, acessíveis, replicáveis e verificáveis. Para que isso aconte?a na paleontologia, os espécimes fósseis devem ser mantidos em institui??es públicas com cole??es permanentes.
A pesquisa paleontológica só é científica se os espécimes em estudo forem catalogados em institui??es que garantam o acesso perpétuo, para que outros pesquisadores possam examinar e avaliar e reavaliar continuamente os dados preservados pelos fósseis.
é isso que diferencia o leil?o de 1997 do espécime de Tyrannosaurus rex conhecido como “Sue” dos leil?es de fósseis atuais. Embora tenha sido uma venda privada, Sue foi adquirida por um consórcio público-privado, que incluía o Field Museum of Natural History (FMNH) em Chicago, a Walt Disney Company, a McDonald’s Corporation e doadores privados. O esqueleto de Sue foi imediatamente colocado sob a custódia pública do FMNH, um museu credenciado, e formalmente catalogado.
Sue n?o desapareceu na cole??o privada de um comprador an?nimo. Em vez disso, o T. rex tornou-se um recurso científico acessível para cientistas e o público. Isso é exatamente o que deveria acontecer com todos os fósseis cientificamente significativos.
Cada vez mais, alguns dos fósseis mais notáveis já desenterrados v?o parar nos cofres de colecionadores privados. Mesmo quando os compradores emprestam temporariamente espécimes a museus, como no caso do Apex, o estegossauro, esses fósseis permanecem fora do alcance de estudos científicos significativos.
Acesso perpétuo
As principais revistas científicas n?o publicam pesquisas baseadas neles por uma raz?o simples: a ciência exige acesso permanente.
A ciência paleontológica depende da transparência e da reprodutibilidade dos dados. Um fóssil privado, por mais espetacular que seja, pode desaparecer a qualquer momento por capricho do proprietário. Essa incerteza torna impossível garantir que possamos verificar as descobertas, repetir as análises ou usar novas tecnologias ou métodos no material original no futuro.
Compare isso com fósseis que s?o mantidos em custódia pública, como Sue, o T. rex. O esqueleto de Sue está em exibi??o há quase 20 anos e tem sido estudado repetidamente. E, à medida que a tecnologia evolui, abordamos novas quest?es científicas sobre restos antigos e aprofundamos nossa compreens?o do passado distante, um estudo de cada vez.
Os padr?es profissionais s?o importantes
Pode ser tentador justificar o comércio de fósseis apontando para filmes e brinquedos tendo como tema os dinossauros, como se a cultura pop fosse um substituto para a ciência real. Isso é semelhante a argumentar que kits de pintura por números s?o um bom substituto para a arte exposta no Louvre. Vendas de alto perfil enganam o público ao promover a ideia de que a completude ou o grande tamanho s?o as únicas coisas que tornam um fóssil significativo.
A Sociedade de Paleontologia Vertebrada, a maior organiza??o mundial de paleontólogos profissionais, criou diretrizes éticas para refletir os padr?es profissionais de pesquisa. Críticos consideram-nas demasiado rigorosas, afirmando que as regras devem ser “flexibilizadas”. Mas flexibilizar os nossos padr?es éticos significaria abandonar o cerne do método científico em favor da conveniência e do lucro.
é antiético vender fósseis humanos ou artefatos culturais a colecionadores particulares. O mesmo padr?o deve ser aplicado a dinossauros e outros fósseis de vertebrados. Os fósseis, sejam eles comuns ou espetaculares e raros, s?o um registro insubstituível da história do nosso planeta.
Financiando o futuro
A ciência n?o deve estar à venda. Sugerimos que milionários e bilionários amantes de fósseis invistam seu dinheiro onde ele possa fazer uma diferen?a transformadora. Em vez de comprar um esqueleto, incentivamos esses f?s a apoiar a pesquisa, os museus, os estudantes e as sociedades científicas que d?o nova vida aos ossos antigos.
O pre?o de um único fóssil poderia financiar anos de descobertas inovadoras, educa??o e exposi??es. Esse é um legado que vale a pena deixar, especialmente em um momento em que o financiamento para a ciência está diminuindo.
Jessica M. Theodor recebe financiamento do Natural Sciences and Engineering Research Council do Canadá. Ela é ex-presidente da Society of Vertebrate Paleontology.
Kenshu Shimada é presidente do Comitê de Assuntos Governamentais da Society of Vertebrate Paleontology.
Kristi Curry Rogers é vice-presidente da Society of Vertebrate Paleontology.
Stuart Sumida é presidente da Society of Vertebrate Paleontology.
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