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Migra\u00e7\u00e3o n\u00e3o tem crescido', diz soci\u00f3logo que contesta conceitos sobre o tema

Quando se fala em migra??o,unibet bet a maioria das pessoas parece pensar que se trata de algo que exige uma posi??o a favor ou contra. Essa é a primeira concep??o sobre o tema que Hein de Haas desfaz em sua obra "How Migration Really Works" (como a migra??o realmente funciona, em tradu??o livre), uma espécie de guia para o que o autor chama de "a quest?o mais divisória da política"."Nenhuma pessoa séria perguntaria a um economista se ele é a favor ou contra a economia ou os mercados. Ou a uma geógrafa se é a favor ou contra a urbaniza??o. A um agr?nomo se é a favor ou contra a agricultura. Mesmo assim, essa é a forma que os debates sobre migra??o s?o geralmente conduzidos, particularmente pela mídia e pelos políticos", escreve De Haas.Para o sociólogo e geógrafo, a migra??o simplesmente é. No livro, sem tomar partido de um dos lados, demonstra que a migra??o nos acompanha desde sempre. "é algo t?o antigo como a humanidade", afirma De Haas, em entrevista à Folha.

Migrantes na regi?o da selva de Darién, que separa a Col?mbia do Panamá - Federico Rios/The New York Times Por causa da polariza??o no debate, porém, as pessoas assumem um lado automaticamente. "Aqueles que se dizem a favor da migra??o exageram os benefícios, e as pessoas contrárias exageram que é a maior amea?a da nossa sociedade. N?o há espa?o para dados, e isso significa que as políticas falham porque n?o est?o baseadas no conhecimento real." O livro, lan?ado na Inglaterra em novembro, ganhará edi??o portuguesa em 2024, mas n?o há ainda previs?o de uma vers?o brasileira. é dividido em 22 capítulos, cada um deles com o título do que o autor considera mitos sobre o tema. O primeiro trata do suposto crescimento da migra??o. Há recordes em números absolutos —migrantes eram pouco menos de 100 milh?es em 1960 e chegaram a quase 250 milh?es em 2017. No entanto, a popula??o mundial era de 3 bilh?es em 1960 e 7,6 bilh?es em 2017. S?o aproximadamente 3% de migrantes lá ou cá, uma marca "surpreendentemente estável", diz De Haas.O sr. descreve a sacada que teve para seu livro quando estava no palco durante um debate. O mediador pediu ao público que levantasse as m?os quem "estivesse a favor da migra??o, como o sociólogo Hein de Haas aqui presente". Por que acha que ele tenha pensado assim? Todas as sociedades s?o migrantes. Você n?o pode ter zero migra??o. Ent?o, em uma vis?o científica, diria que a migra??o é inevitável. Muitos jornalistas e políticos interpretam isso como ser pró-migra??o. Mas esse n?o é o ponto. O ponto é que n?o se pode evitar. Se tentar parar isso, sabemos que as pessoas ir?o de qualquer jeito. Dois barcos de um grupo que levava 266 refugiados vindos da Líbia no mar Mediterraneo, resgatados por uma ONG espanhola em agosto de 2023 - Matias Chiofalo/AFP Na vis?o do sr., pessoas que pensam que a migra??o pode ser um problema ou uma solu??o est?o sendo simplistas. Na direita, vemos que muitos políticos criam esse medo da imigra??o em massa, como um bode expiatório. Culpam os imigrantes por problemas na economia, salários baixos ou problemas com moradia, criminalidade. E é muito conveniente para os políticos, porque eles simplesmente colocam a culpa no estrangeiro e desviam a aten??o das políticas que causaram esses problemas, que n?o têm nada a ver com a imigra??o.E a esquerda? Do outro lado do debate est?o os políticos, economistas e ativistas que nos dizem que a migra??o n?o é um problema, mas uma solu??o para problemas como a escassez de m?o de obra e o envelhecimento da popula??o. Argumentam que necessitamos de migrantes para impulsionar o crescimento e para rejuvenescer as nossas sociedades. Nesta vis?o, a diversidade que a imigra??o traz n?o é uma amea?a, mas sim uma coisa boa, pois estimula a inova??o e a renova??o cultural. Afirmam também que a migra??o beneficia o crescimento nos países de origem devido às enormes quantias de dinheiro que os migrantes enviam de volta.E?Ambos os lados representam vis?es parciais, simplistas e mesmo totalmente enganosas sobre a migra??o. Nenhuma delas resiste às evidências.