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Ialorixá M?e Mírian denuncia amea?as de morte; polícia e OAB-AL investigam o caso

A ialorixá Mirian Araújo Souza Melo,áM?eMíriandenunciaamea?asdemortepolíao girar a "roleta" ao lado, defina o espa?o amostral e os eventos a M?e Mirian-Yá Binan, de 91 anos, denunciou ter sofrido amea?as de morte.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e pela Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas.

A TV Gazeta teve acesso às mensagens que a ialorixá recebeu.

A presidente da Comiss?o de Igualdade Racial da OAB-AL, Mayara Heloise, disse que o material foi encaminhado para a Delegacia Especial de Crimes contra Vulneráveis Yalorixá Tia Marcelina.

Um homem afirma que vai mandar invadir o templo da Ialorixá e que ela iria morrer.

A ialorixá Mirian Araújo Souza Melo, a M?e Mirian-Yá Binan, de 91 anos, denunciou ter sofrido amea?as de morte. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e pela Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB-AL).

A TV Gazeta teve acesso às mensagens que a ialorixá recebeu. Um homem afirma que vai “mandar invadir a sua casa [o templo religioso]” e também disse “você vai morrer”. Além disso, a pessoa tentou ligar para ela.

A presidente da Comiss?o de Igualdade Racial da OAB-AL, Mayara Heloise, disse que o material foi encaminhado para a Delegacia Especial de Crimes contra Vulneráveis Yalorixá Tia Marcelina.

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Ela acredita que o fato das amea?as acontecerem após M?e Mirian receber um título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) n?o foi por acaso.

“Ela fala que houve as amea?as e o inquérito vai buscar tanto o crime de amea?a, quanto o de racismo religioso, e verificar o contexto. Por ‘coincidência’, na semana em que ela recebe o título de Doutor Honoris Causa, a gente acredita que n?o é um ato simples e isolado. A gente acha que é uma a??o muito maior de intimida??o às religi?es de matrizes africanas no estado de Alagoas”

A Ufal emitiu uma nota solidarizando com a ialorixá, além de repudiar as amea?as. A institui??o classificou a ialorixá como “guardi? de saberes ancestrais” e “lideran?a sagrada das religi?es de matriz africana em nosso estado” (confira a nota completa abaixo).

1 de 1 lalorixá Mirian Araújo Souza Melo, M?e Mirian – Yá Binan — Foto: Reprodu??o/Redes sociais

Nota

A Universidade Federal de Alagoas, por meio desta nota, ergue sua voz em irrestrita solidariedade à M?e Mírian – Iyá Binan, mulher negra, anci? de 91 anos, guardi? de saberes ancestrais e lideran?a sagrada das religi?es de matriz africana em nosso estado. Diante das recentes amea?as de morte que lhe têm sido dirigidas, expressamos, com veemência, nosso mais profundo repúdio.

N?o é possível silenciar nem naturalizar a persistência do ódio religioso, do racismo estrutural e da barbárie contra corpos e espiritualidades negras neste país. O que se atenta contra M?e Mírian é mais que violência individual: é a repeti??o de um projeto genocida e epistemicida que insiste em tentar eliminar o que resiste, floresce e ilumina há séculos.

A história do Estado de Alagoas, em que a quebra de Xang? ceifou vidas, apagou terreiros e marcou gera??es com dor, lamentavelmente ainda tenta se repetir nos gritos da intolerancia religiosa.

Há exatos sete dias, esta universidade, com honra e coragem, concedeu a M?e Mírian o merecido título de Doutora Honoris Causa, num gesto de repara??o histórica, de reconhecimento de sua trajetória e do valor de sua sabedoria, tantas vezes invisibilizada pelos canones coloniais do saber.

O terreiro é também escola de muitas pessoas que ali acorrem e M?e Mírian é, com todo mérito, além de m?e biológica, m?o de santo, mulher nordestina aguerrida, Doutora de um Brasil profundo que se nega a morrer.

A Ufal n?o será cúmplice da intolerancia. Estaremos ao lado de M?e Mírian, como estivemos ao reconhecê-la Doutora Honoris Causa, e como estaremos enquanto houver racismo, preconceito ou opress?o a ser combatido, caminhando sempre na luta por um Brasil onde caibam todas as fés, todos os saberes e, acima de tudo, todas as vidas.

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