Os melhores e os piores shows do Lollapalooza 2025... Os destaques e as decep??es do festival
nionc
15 Sep 2025(atualizado 15/09/2025 às 03h43)Neste ano, a décima segunda edi??o do Lollapalooza reuniu 240 mil pessoas no Autódromo de Interlagos
Os melhores e os piores shows do Lollapalooza 2025... Os destaques e as decep??es do festival
Neste ano,??roleta do sim ou nao a décima segunda edi??o do Lollapalooza reuniu 240 mil pessoas no Autódromo de Interlagos, em S?o Paulo, somando os três dias de festival: sexta (28), sábado (29) e domingo (30). Nos últimos anos, esta foi a edi??o com a programa??o menos diversa, embora com sequências divertidas de shows e uma deliciosa sensa??o de ter que escolher uma atra??o e perder outra. Festival é isso.
O line-up foi muito focado em pop, rock e eletr?nico, principalmente com atra??es donas de hits virais do TikTok e do Instagram. Essas novidades que ainda tentam se firmar s?o muito bem-vindas, é claro. Mas n?o seria possível conciliá-las com artistas mais estabelecidos e de outros estilos? Rap, funk e música latina, por exemplo, tiveram poucos representantes.
N?o por acaso, dois dos melhores shows deste ano foram de artistas que fugiram do básico: Michael Kiwanuka (soul) e Ca7riel & Paco Amoroso (rap latino).
Abaixo, o g1 elege os destaques positivos e negativos do line-up.
As listas foram feitas com base nos 26 reviews do g1, que fez a cobertura dos principais shows do Lollapalooza. Os critérios levam em conta n?o só a relevancia e talento de cada artista. A apresenta??o no festival, a rea??o da plateia, a escolha do setlist, a execu??o das músicas e a parte técnica da performance também s?o fatores considerados nos rankings.
MAIS LOLLA: O que deu certo e o que deu errado?N?O CONCORDA? Vote no seu show preferido
Os melhores do Lollapalooza 2025
10o) J?o
J?o fechou um ciclo na carreira do cantor. Em 2022, quando ele se apresentou pela primeira vez no mesmo festival, sua performance com coros gigantes surpreendeu quem, naquela época, ainda colocava em dúvida sua popularidade. Agora, o cantor de 30 anos voltou ao evento como um fato incontestável no pop brasileiro. "Eu sou um popstar", ele atestou diante de uma multid?o, antes de um cover um tanto atrapalhado de "Linger", dos Cranberries. "E, porque sou um popstar, decidi cantar essa música só porque eu quero. E porque é a preferida de uma pessoa que gosto muito." Para o "até logo". decidiu privilegiar o álbum "Pirata", de 2021. Na maior parte do tempo, foi uma apresenta??o pensada para os f?s mais dedicados. Leia mais sobre o show do J?o no Lollapalooza.
9o) Michael Kiwanuka
Neste Lolla de atra??es pop e rock, coube ao inglês Michael Kiwanuka fazer o show mais soul do festival. O músico britanico atraiu um público de f?s e curiosos. Tinha ao seu favor uma voz rouca, encorpada, e uma banda habilidosa. Com quase 15 anos de carreira, o britanico ainda lida com uma diferen?a muito grande entre os públicos de casa e de fora. Tímido, mas talentoso, n?o conversou muito e preferiu se comunicar nas can??es. Ele já abriu shows de Adele no início da carreira e diz ter aprendido com ela a n?o deixar a timidez impedi-lo de cantar com o cora??o. Leia mais sobre o show de Michael Kiwanuka no Lollapalooza.
8o) Ca7riel & Paco Amoroso
Foi surpreendente o engajamento do público que se reuniu para assistir ao show da dupla argentina Ca7riel & Paco Amoroso. Os dois têm carreira recente (o primeiro disco saiu em 2024), est?o longe de serem celebridades fora de sua terra natal e o Brasil é conhecidamente um país difícil para quem canta em espanhol. N?o que eles tenham atraído uma multid?o. Mas quem estava lá dan?ou, gritou e, sobretudo, prestou aten??o. Acredite: isso n?o é algo t?o comum nas apresenta??es de artistas menos conhecidos em festivais como o Lolla -- em muitos casos, o que se vê é uma plateia inteira mexendo no celular. Leia mais sobre o show de Ca7riel & Paco Amoroso no Lollapalooza.
7o) Olivia Rodrigo
Olivia Rodrigo comprovou seu status de ídolo jovem e emocionou f?s com seu show divertido e abarrotado de gente, a maioria jovens de idade escolar com seus pais. Ser headliner aos 22 anos é um grande poder e uma grande responsabilidade. Ela provou que se alguém tem tamanho para isso, é ela. Apesar da empolga??o e do inegável talento, Olivia ainda n?o dominou totalmente a parte vocal. Em músicas mais lentas, como “Traitor”, cantou bem; mas se atrapalhou em faixas mais agitadas como “Love is Embarrassing”, quando fez coreografias com as dan?arinas e n?o conseguiu manter o f?lego. Leia mais sobre o show de Olivia Rodrigo no Lollapalooza.
6o) Justin Timberlake
Justin Timberlake mostrou que mantém seu "molho de popstar", apesar da fase meio flopada. Cantor de boyband, popstar do momento, badboy nos holofotes. Ele já foi tudo isso e, agora, vive uma era que é metade decadente e metade alvo do cancelamento online. Mesmo assim, ele provou ainda ter o dom de showman que o levou à fama. O gogó de Justin continua em dia. Além de ter um vocal afiado, o músico alinha o talento à escolha de cantar sem base pré-gravada, algo incomum para estrelas do pop como ele, que canta dan?ando de um lado para o outro do palco. Leia mais sobre o show de Justin Timberlake no Lollapalooza.
5o) Parcels
Quem foi conferir o Parcels encontrou um dos shows mais divertidos deste Lollapalooza. A banda australiana de eletropop ganhou o horário mais cobi?ado do festival, o anoitecer, e honrou a vaga com louvor. Sem concorrência exceto pelo palco eletr?nico, o grupo foi atraindo um público cada vez maior ao longo do show. Bastou o comando das linhas de baixo e a guitarra funk à la Nile Rogers para a plateia se mexer - daí em diante, a banda n?o deixou respiro para pausa. Imagine um filho musical de Tame Impala com Daft Punk, com coros e um piano estilo Elton John: esse é o Parcels. Entre pop, botou um pé psicodelia e outro no nosso top 5. Leia mais sobre o show do Parcels no Lollapalooza.
4o) Girl In Red
Girl in Red, cantora norueguesa de indie pop, cantou sobre amor entre mulheres com um arco-íris no Lollapalooza. Com carisma e energia no palco, ela conseguiu sustentar a empolga??o da plateia e conduzir até mesmo quem estava ali só de passagem. "Vocês viram o arco-íris? Acho que os deuses gays est?o conosco hoje. Deus é gay", disse a artista de 26 anos, antes de cantar "Girls", música sobre uma garota descobrindo que gosta de garotas. Apesar de estar com uma infec??o forte na garganta, e ter se desculpado por n?o estar 100% vocalmente, ela fez um dos shows mais empolgantes do festival. Leia mais sobre o show de Girl in Red no Lollapalooza.
3o) Empire of the Sun
O Empire of the Sun foi muito além da música. O duo australiano fez um show altamente sensorial. Alucinógena, a apresenta??o veio embalada por vídeos ultracoloridos, looks extravagantes e luzes neon. Na terceira vez no Brasil, Luke Steele e Nick Littlemore levaram seu eletropop para uma plateia que parecia n?o conhecer muito de sua discografia. O momento de maior envolvimento do público foi em “Walking on a Dream”. Trilha de muitos virais do TikTok, o hit de 2008 vem sendo resgatado pela gera??o Z desde 2024. Tudo ali era um show próprio: moda, maquiagem, cenografia e, claro, música. Cada detalhe muito bem amarrado com a proposta doidona que, no fim, valeu um terceiro lugar nesta lista. Leia mais sobre o show do Empire of the Sun no Lollapalooza.
2o) Marina Lima
Marina Lima merecia espa?o mais nobre em sua estreia no Lollapalooza. Nome nacional mais experiente da edi??o de 2025, a cantora mostrou como anos de palco fazem diferen?a num megaevento como esse. Marina foi escalada para 15h50, bem antes de estrangeiros iniciantes. Na escala de privilégios de um festival, o horário é considerado desfavorável, porque as pessoas ainda est?o chegando e o calor incomoda. Para completar, lidou com problemas técnicos, e mais de uma vez precisou pedir que aumentassem o som de sua guitarra. Apesar dos perrengues, fez o segundo melhor show do evento, com Pabllo Vittar, cover de Billie Eilish e uma emocionante homenagem para o irm?o Antonio Cícero (1945-2024). Leia mais sobre o show de Marina Lima no Lollapalooza.
1o) Alanis Morissette
Alanis Morissette botou o Lolla no bolso com um show que pareceu de uma profissional em meio a atletas do time sub-15. Em forma, ela mostrou a for?a de um setlist dominado pelo álbum "Jagged Little Pill”, disco de 1995 que vendeu mais de 30 milh?es de cópias em todo mundo. Alanis tinha 21 anos quando apareceu fazendo pop rock cheio de raiva e peso. Agora, aos 50, prova ao vivo que sua voz continua excelente e o jeito de se apresentar n?o mudou tanto assim. Sorte de quem viu ao vivo. Leia mais sobre o show de Alanis Morissette no Lollapalooza.
Os piores shows do Lolla 2025
5o pior) Benson Boone
Benson Boone fez sua estreia no Brasil às voltas com o desafio de provar que é mais do que um one-hit-wonder de TikTok. Ainda n?o foi dessa vez que ele conseguiu: perdido entre um repertório genérico e uma postura confusa, o cantor de pop-rock fez um show sem personalidade, apesar dos bons vocais. Dono de "Beautiful Things", a can??o mais ouvida nas plataformas digitais em 2024, tem técnica, mas falta uma marca ao cantor, um algo a mais. Sem uma persona artística autêntica, ele parece n?o ter decidido se fará o estilo gal? excêntrico, tipo Harry Styles, gal? selvagem, meio Adam Levine, ou gal? bom mo?o, como Shawn Mendes. Leia mais sobre o show de Benson Boone no Lollapalooza.
4o pior) Foster the People
O Foster the People fez show morno no Lolla com um setlist que teve uma estranha energia "sobe e desce". No Brasil pela quinta vez, a banda de indie rock tocou no palco principal em um bom horário, mas as expectativas de um sub headliner n?o foram confirmadas. Foi uma apresenta??o que funcionou só pela nostalgia. Faixas do álbum “Torches” (2011) deixaram todas as outras ofuscadas. N?o que isso seja uma surpresa. O Foster vive uma fase meio caída, sem emplacar hits. Ao vivo, provaram estar bem longe da fase em que eram nome obrigatório em rolezinhos de indie rock. Leia mais sobre o show do Foster the People no Lollapalooza.
3o pior) Tate McRae
Era apenas a quarta música de sua estreia no Brasil e Tate McRae já tinha berrado “WHAT?” pelo menos dez vezes. Gritar “o quê?” durante as can??es foi apenas uma das formas de tapear o que agora podemos confirmar: como cantora, Tate é uma excelente dan?arina. A cantora canadense de 21 anos coloca seu 1,72m para jogo na dan?a, mas n?o se arrisca tanto cantando. Mesmo assim, entrega uma performance divertida e básica. Quem é f? de pop amou. Quem é um pouco mais exigente na hora de declarar seu amor por uma diva pop, no entanto, ficou muito decepcionado. Leia mais sobre o show de Tate McRae no Lollapalooza.
2o pior) Shawn Mendes
Shawn Mendes fez vers?o "evoluída" do show no Rock in Rio, mas isso n?o quis dizer mutia coisa: o show é morno e irregular para um headliner de festival. A diferen?a ficou na estrutura do palco, bem mais robusta. Enquanto aquela parecia “improvisada”, esta tinha cenário, luzes, fogos de artifício e um bem-vindo tel?o a mais. Apesar de ter um pai português e poder arriscar outra can??o brasileira, repetiu a vers?o de “Mas que nada” cantada no Rock in Rio. A novidade foi um "a vida presta", frase meme de Fernanda Torres. A brincadeira fez f?s rirem, mas o palco principal n?o parecia o que Olivia ocupou no dia anterior. Com muito mais buracos no público, muita gente foi embora após ver Alanis e n?o quis gastar seu tempo com o gal? canadense. Leia mais sobre o show de Shawn Mendes no Lollapalooza.
1o pior) Nessa Barrett
Quando Nessa Barrett assinou seu primeiro contrato como cantora, ela era uma tiktoker que cantava direitinho. Quem gastou 50 minutos vendo sua performance saiu com outra impress?o: ela é uma tiktoker que n?o canta t?o direitinho assim. Quase todos os vocais s?o pré-gravados e ela dubla na maior parte do tempo. Há explica??o. Uma coisa é postar vídeos curtos soltando a voz ou dublando hits de outros artistas, como ela fazia por volta dos 17 anos. Outra bem diferente é entregar um bom show de festival em um horário nobre, depois das 19h. Uma plateia dedicada, na maioria mulheres jovens, n?o se importou com a pouca desenvoltura da mo?a de 1,50m e 22 anos. Animadas, gritaram “Nessa, eu te amo” e “Nessa, cadê você, eu vim aqui só pra te ver”. Essa devo??o é demais, mas Nessa fez um dos piores shows da história do festival. Leia mais sobre o show de Nessa Barrett no Lollapalooza.
NEWSLETTER GRATUITA
Mauis_grass-fire_cycle_explained.txt
GRáFICOS
Morre Silvio Tendler, um dos maiores documentaristas brasileiros, aos 75 anos Eu & Valor Econ?mico.txt
Navegue por temas