BBCcom_Content_Index_for_July_21_2024.txt
Livrarias crescem, apesar da concorrência com comércio eletr?nico Média é Mais Valor Econ?mico.txt
Eliana Menegucci,ênciacomcomércioeletr?nicoMédiaéMaisValorEcon?quina 23/03/17 da Vila: espa?os nas lojas para livros em destaque no TikTok — Foto: Ana Paula Paiva/Valor Mesmo em meio à concorrência de grandes plataformas digitais, como a Amazon, redes de livrarias de médio porte est?o em expans?o. No ano passado, a Livraria da Travessa faturou R$ 125 milh?es e projeta chegar a R$ 140 milh?es em 2025. Já a Livraria da Vila cresceu 24,5% em 2024 e deve encerrar este ano com 25 unidades, após inaugura??es de lojas em S?o Paulo, na Avenida Paulista, e em Brasília. “O mercado livreiro brasileiro vive um momento positivo, com crescimento em rela??o ao mesmo período de 2024, o que demonstra uma demanda aquecida e aumenta a confian?a no setor. No entanto, ainda temos poucas livrarias físicas no país. O Brasil possui 5.571 municípios e somente 2.972 livrarias, segundo a última pesquisa da Associa??o Nacional de Livrarias, em 2024”, afirma Eliana Menegucci, CEO da Livraria da Vila. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({ mode: 'organic-thumbs-feed-01-stream', container: 'taboola-mid-article-saiba-mais', placement: 'Mid Article Saiba Mais', target_type: 'mix' }); De acordo com relatório da Nielsen BookScan em parceria com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), entre janeiro e julho de 2025, o varejo de livros registrou um faturamento de R$ 1,65 bilh?o, ante R$ 1,50 bilh?o no mesmo período do ano passado, o que representa uma alta de 9,93%. No mesmo intervalo, o volume de exemplares vendidos passou de 28,9 milh?es para 31,7 milh?es, avan?o de 9,75%. O interesse das pessoas pelo livro e pela leitura ganha cada vez mais for?a, notadamente entre os jovens” — Rui Campos Dante Cid, presidente da Snel, atribui a expans?o principalmente à nova onda dos livros de colorir e também à dissemina??o de vídeos de influenciadores comentando e sugerindo títulos nas redes sociais. Tanto a Livraria da Vila quanto a Travessa confirmam esse movimento. “Nos últimos anos, percebemos que o consumidor está mais conectado e influenciado pelas redes sociais - plataformas como o TikTok e o Instagram têm grande impacto nas escolhas de títulos entre os jovens. Encaramos esse movimento como uma oportunidade de nos aproximar ainda mais do nosso público. Em nossas lojas físicas, criamos espa?os dedicados aos livros que est?o em destaque no TikTok, por exemplo”, diz Menegucci. Ela também cita o fen?meno dos livros de colorir como fator de atra??o de novos clientes. “O interesse das pessoas pelo livro e pela leitura ganha cada vez mais for?a, notadamente entre os jovens. O que é a melhor notícia”, diz Rui Campos, um dos proprietários da Travessa. Eventos s?o outro motor dessa demanda. A rede realizou 1.400 deles em suas unidades no ano passado, entre sess?es de autógrafos, aulas, cursos, conferências, rodas de leitura e anima??o infantil. “A participa??o em eventos externos como feiras de livros em shoppings, bienais, escolas e eventos literários também é uma fonte de receita importante”, afirma Menegucci. A venda de livros representa a maior parte do faturamento das duas redes, acima de outros produtos como artigos de papelaria, jogos e música. Segundo Campos, na Travessa, itens de papelaria respondem por 7% do faturamento e CDs, DVDs e LPs, 3%. “Várias unidades possuem cafés de muito sucesso, mas operados por terceiros e cujo faturamento n?o está incluído aqui”, diz. Na Livraria da Vila, 80% do faturamento vem dos livros. A rede, que foi inaugurada em 1985 no bairro da Vila Madalena, em S?o Paulo, tem apenas 5% de suas vendas feitas pelo e-commerce e aposta na curadoria e no atendimento personalizado para fidelizar o cliente. “Um dos nossos pontos fortes é justamente o atendimento feito por vendedores-leitores apaixonados por livros, e essa experiência só é possível em uma loja física. Estar entre as prateleiras, folhear livros, trocar com os vendedores, toda essa experiência tem um papel fundamental e inspirador, algo que acreditamos ser o nosso diferencial e sabemos que o digital n?o alcan?a”, afirma Menegucci. Na Travessa - fundada em 1975, com nome de Livraria Muro, e em 1983, ao se transferir para a Travessa do Ouvidor, no centro do Rio, rebatizada com o nome atual - o cenário é parecido: somente 7% do total das vendas é feito on-line. “Totalizamos 15 unidades, já considerando a estreia de uma loja em Porto Alegre, em setembro. Durante essa trajetória, formamos uma equipe de gestores e livreiros que certamente s?o o nosso principal investimento e o nosso maior e reconhecido ativo”, diz Campos. De acordo com a Camara Brasileira do Livro, em 2024 a participa??o das livrarias exclusivamente virtuais no faturamento do setor foi de 33,6%. As livrarias físicas e seus e-commerces vêm em seguida, com uma fatia de 27,7%. Distribuidores responderam por 16,4% das vendas; os sites das próprias editoras, por 7,6%; escolas e colégios, por 7,2%; igrejas e templos, 2,7%; feiras de livros e bienais, por 1,1%; e outros espa?os variados, por 3,6%. Entre as lojas físicas, a maior rede é a Livraria Leitura, com 128 unidades no país. No mercado, a expectativa é que livrarias físicas e de menor porte sejam fortalecidas caso seja aprovada a Lei Cortez, conhecida como PLS 49/2015, que tramita no Congresso Nacional. Inspirado na Lei Lang, em vigor na Fran?a, o projeto tem como objetivo estabelecer uma política de pre?o fixo para livros no Brasil, para proteger as livrarias e editoras, especialmente as menores, da concorrência das grandes redes e das plataformas digitais. A lei prop?e que os descontos sobre os livros n?o ultrapassem 10% durante um ano após o lan?amento. “O mercado livreiro tem assistido a estratégias comerciais que buscam o monopólio e a elimina??o da necessária diversidade t?o fundamental para a cultura de cada país. Para manter essa diversidade proporcionada pela existência de inúmeras livrarias, cada uma com suas peculiaridades, diversos países do mundo adotam regras em torno do pre?o dos livros, de forma que o mercado livreiro e editorial possa ser devidamente remunerado”, diz Campos.
