Leandra Leal: 'Envelhecer é uma dádiva'
iiaugmqj
13 Sep 2025(atualizado 13/09/2025 às 20h24)Uma representante da elite econ?mica brasileira que se acha esperta, mas que, na realidade, foi muit
Leandra Leal: 'Envelhecer é uma dádiva'
Uma representante da elite econ?mica brasileira que se acha esperta,éumadábaralho planning poker download mas que, na realidade, foi muito mal preparada para a vida. Os famosos "cidad?os de bem", diz Leandra Leal ao definir Regina, personagem regada a conflitos éticos, que encarna no filme "Os enforcados", de Fernando Coimbra, em cartaz nos cinemas. O thriller tragic?mico, ambientado no universo do jogo do bicho e das escolas de samba, marca a volta da parceria da atriz com o diretor, que rendeu o longa "O lobo atrás da porta" (2013). Longe dos estereótipos que associa a criminalidade à periferia, o filme coloca a camera dentro da casa dos bacanas que lucram com a violência para contar uma história inspirada em "Macbeth", de Shakespeare, sob a perspectiva de Lady Macbeth. Com o mesmo cineasta, Leandra rodou ainda "Emergência radioativa", série inspirada no trágico acidente com Césio, em Goiania, 1987. A atriz de 42 anos se prepara agora para filmar "Antártida", longa dos Estúdios Globo, que promete inaugurar uma tecnologia inédita no Brasil, e para voltar às novelas, em "Cora??o acelerado", que sucede à "Dona de mim". Alexandre Nero. Assista à entrevista do ator no 'Conversa vai, conversa vem'Gente como a gente. 'Sou um cidad?o brasileiro como outro qualquer', diz Tony Ramos Em entrevista ao videocast 'Conversa vai, conversa vem', no ar no canal do GLOBO no Youtube e com episódios disponíveis no Spotify, a atriz de 42 anos, m?e de Julia, de 11 anos, e Dami?o, de 1, conta que a maternidade potencializou sua carreira, fala dos desafios de criar uma filha preta numa sociedade racista e diz que um filme curou a "rela??o simbiótica" com a m?e, a também atriz ?ngela Leal. Leandra Leal — Foto: Guito Moreto Em 'Cora??o Acelerado', próxima novela das 19h, você será Zilá, uma divertida vil? country, universo fascinante, n?o é? Acho o feminejo muito maneiro, a presen?a feminina no sertanejo, que também n?o é de agora, porque tem Roberta Miranda, e muitas outras... Mas essa presen?a de agora, de enfrentamento com a figura masculina, de n?o se colocar como objeto, mas como uma pessoa que deseja, que rompe com lugares que o homem coloca a gente, de musa, frágil, ou como aquela filha da puta que o deixou... Sou f? da Marília Mendon?a e esse é um universo que eu curto muito. 'Conversa vai, conversa vem': Leandra Leal se emociona ao falar de maternidade e de criar uma filha negra numa sociedade machista: 'Situa??es de racismo inimagináveis, cruéis' A novela é escrita por mulheres, Izabel de Oliveira e Maria Helena Nascimento. Como criadora, vê diferen?a nas narrativas conduzidas por mulheres? Tem assuntos que, quando s?o falados por uma mulher, a abordagem é diferente. A profundidade, o olhar. Isso também abre portas para outras mulheres, porque tem coisas que só mulheres enxergam mesmo. Tipo: tem mulheres nesse set? Elas est?o sendo bem tratadas ou est?o sofrendo assédio, abuso? Como é o clima dessa produ??o? Como tratam outras mulheres que s?o m?es? Ter uma mulher numa posi??o de lideran?a dá luz para tudo isso. Julia está com 11 anos, Dami?o, com 1. Se sentiu acolhida nas duas voltas ao trabalho? Foi diferente nesse espa?o de tempo? Fui muito acolhida por uma mulher com quem estava trabalhando e fez muita diferen?a para mim. Já sofri com um diretor que n?o deu a mínima. Mas isso n?o é uma regra, outros foram receptivos, há homens sensíveis. Mas as mulheres geralmente têm mais abertura. Carolina Dieckmmann: 'Acho bobo pensar que envelhecer é ter menos colágeno', diz atrizAlice Wegmann: Assista à entrevista da atriz no 'Conversa vai, conversa vem' Virou uma atriz diferente depois das experiências na dire??o? Depois que dirigi fic??o, sou uma atriz melhor. Tenho muito mais consciência do processo, uma vis?o melhor de como posso contribuir artisticamente, mas também de postura. Fiquei com um desapego maior como atriz. Sempre tive um discurso assim: "Meu irm?o, e depois?" Porque a ilha de edi??o é uma reescrita, se reescreve o que se filmou. Depois de ter montado uma fic??o, vejo que quem está na ilha de edi??o está fazendo o melhor para aquilo ali existir e com uma vis?o do todo melhor. Você fica mais generosa, com esses outros olhares, confiando no processo. Emocionalmente, fiquei mais tranquila, com mais consciência do que me cabe nesse latifúndio. é muito delicada a forma como abordam luto, saúde mental, experiência com drogas e sexualidade na série "A vida pela frente", que idealizou, dirigiu e está disponível no Globoplay. Tem muito da sua adolescência ali? Bastante. Tive experiência de luto com uma amiga... Perdi tanta gente na adolescência.. Perdi meu pai, avó, a primeira gera??o da Aids, toda muito próxima da minha m?e. A morte foi algo que me forjou. Perder alguém nessa idade divide muito a vida. é uma idade em que a gente se acha imortal. é uma série que se passa na virada do milênio, há muito pouco tempo, e tudo mudou tanto... Naquela época, n?o se falava tanto sobre saúde mental quanto se fala hoje, mas já era um assunto. Me preocupo com o nível de ansiedade e de medo que a sociedade está. As crian?as absorvem. Sou super a favor de tecnologia, mas como essas ferramentas entraram na vida das crian?as e dos adolescentes é punk. Porque n?o est?o se formando em diálogo. As redes n?o permitem que desenvolvam habilidade social, interpessoal. D?o a ilus?o de que est?o relacionando. Mas n?o est?o aprendendo sobre o outro, sobre o limite do outro. Acho que rede social vai ser proibido para crian?as e adolescentes. Tipo cigarro. A série marcou seu primeiro trabalho de atua??o ao lado da sua m?e, ?ngela Leal, sobre a qual você rodou um filme. Como foi essa experiência? A gente tinha contracenado muito rápido em alguns trabalhos. Minha m?e teve cancer no fígado em 2017, e ali ela falou: "Me aposentei, n?o quero mais, n?o tenho mais controle do meu corpo e, para ser atriz, preciso disso!". Rolou a pandemia, e eu pensei: "N?o acredito que minha m?e n?o vai me conhecer em cena. é a pessoa que me formou artisticamente...". Conhecer alguém em cena é de uma intimidade.... Era quase como se n?o me conhecesse adulta. Isso foi brutal. Pensava: "O que vou inventar?" Veio a pandemia, ela era grupo de risco e foi pra Búzios. E pensei: "E se a gente fizesse um filme?". Achei "Esperando Godot", que tinha a ver com tudo, e já cheguei com equipamento. Fizemos um documentário. Camila Pitanga. 'N?o escondo o tempo no meu rosto', diz atriz em entrevista ao 'Conversa vai, conversa vem' E o filme salvou vocês em meio àquela tristeza toda? O filme salvou a gente, transformou a minha rela??o com a minha m?e. A gente se ama, mas s?o essas rela??es doidas, simbióticas de m?e e filha que s?o atrizes, que têm muitas proje??es e expectativas. Deu uma curada e uma mudada na nossa rela??o. A partir disso, ela falou: "Acho que ainda posso atuar em alguma coisa". Foi quando come?ou a melhorar a pandemia, e fomos rodar "A vida pela frente". Sua m?e te criou sozinha, com a casa repleta de amigos. Como foi ver a luta dela para viver, te criar, administrar o Teatro Rival, herdado do seu av?? Inspirador. Ser mulher, querer ocupar um cargo de lideran?a, n?o ter vergonha de ser ambiciosa, n?o ter vergonha de querer contar suas histórias e dizer "eu posso", é algo que eu vi na minha m?e. Ela n?o titubeou com a vida, matou no peito e foi. "Ah, é isso, uma filha sozinha? Um teatro para administrar? Uma carreira? O Centro do Rio está abandonado? Vamos fundar a Associa??o de Amigos da Cinelandia! N?o tem água? Vamos bater na porta do prefeito". Fui criada por uma gera??o de mulheres amigas dela, como Bete Mendes, Denise Dumont, Tamara Taxman, à frente do seu tempo mesmo, que n?o dependiam de ninguém. Já usaram para você o termo nepobaby? Acha justo esse estigma? Nepobaby é ser filho de alguém famoso que seguiu a mesma carreira que você? Eu sou nepobaby! (risos). é possível alguém que é filha de uma atriz que é atriz também n?o ter isso? Gente, é a vida! Uma coisa é ter as portas abertas, outra é n?o fazer nada para essas portas continuarem abertas. Trabalho pra caralho, estudei muito, estou comprometida. N?o sou acomodada, n?o sou uma pessoa que senta nos meus privilégios. Pelo contrário! Sou consciente deles. Sou nepobaby no sentido de ter uma m?e atriz, ser atriz e ter tido portas abertas, mas continuei abrindo. Você sempre escolheu muito bem os personagens que fez. Queria saber dos seus critérios, do quanto isso é feeling e do quanto é fruto do privilégio da escolha de quem n?o precisou aceitar tudo que lhe propuseram para sobreviver... Tive sorte de ter feito "A ostra e o vento" (filme de Walter Lima Jr, 1997). Isso ditou o início da minha carreira, e n?o teve nada de nepobaby, tive que fazer teste. Aquele filme mostrava o potencial que eu poderia ter e come?aram a me chamar para papéis complexos desde muito jovem. Isso foi abrindo a minha carreira. Mas já fiz coisa n?o t?o genial assim... Gosto de atuar, me divirto, mesmo em coisas que n?o foram incríveis, eu aprendi. Como escolho? Pensando no que vou aprender com o personagem ali e nas pessoas com quem vou trabalhar. Os encontros s?o importantes. A gente espera muito! Com quem vou dividir grande parte do tempo? é importante estar com pessoas astral. Como disse, é uma atriz profunda. Também é gata e sexy. Mas conseguiu fugir do lugar dos papéis sexualizados. Em "Justi?a" flertou com uma personagem que explorava algo mais sensual. Gostou de se ver nesse lugar? Até fiz papéis nesse lugar, mas acho que n?o depende do papel. Talvez, porque eu n?o seja uma pessoa que fique for?ando (sedu??o) isso, vida pessoal, nas redes sociais. Em "Justi?a" foi divertido estar no lugar do padr?o do corpo mais sarado. Mas em "Justi?a 2" também fui gata, gostosa sem ser do corpo padr?o. E isso foi um ganho pra mim... O de n?o estar nesse lugar e continuar a ser esse lugar, entende? Sim. Até porque, as quest?es com o corpo, a luta com a balan?a, como já definiu, sempre atravessaram a sua vida... Tá gostando mais de você? O que foi fundamental para se libertar dessas cobran?as? Envelhecer é uma dádiva, né? Se tivesse a minha cabe?a com 17 anos... Aprendi a ser grata à vida, que é uma experiência dentro de um corpo. Foi um insight que veio na pandemia: "Cara, eu sou saudável e além disso, meu corpo me dá prazer". Isso é um milagre! Engravidar depois também foi uma experiência fantástica, a coisa biológica, física. Nasci nos anos 1980, e nos anos 1990, na minha adolescência, havia uma press?o estética muito forte em cima do feminino. Do peso, do cabelo. é muito doido, porque eu sou padr?o: uma mulher branca, de olho claro. E sentia esse peso. Imagina quem n?o é? Que sociedade cruel com as mulheres! Existia a press?o de ficar muito magra. "Ah, o vídeo engorda cinco quilos, ent?o, tem que estar 10 a menos". Ouvi muito que tinha que emagrecer. Jovem, eu falava "tá bom". Algumas vezes, obedeci. Outras, n?o, o que é uma estratégia feminina que a gente aprende né? Dizer "tá bom" e n?o fazer. Está feliz com seu corpo hoje? Hoje, t? bem com meu corpo. Ainda numa busca. Tive um final de gravidez complexo, de pré-eclampsia. No final, engordei muito. Ainda estou nessa pra saúde. E me comprometi que n?o ia voltar desesperada. T? amamentando ainda, meu filho está com um ano, ent?o, tipo, calma. T? fazendo exercício, a dieta que eu consigo. Você é marrenta, e eu me identifico. E também é muito desconfiada. O que te faz ficar t?o na defensiva em entrevistas? Sou desconfiada, virginiana e tímida. Tenho um mundo interno muito maior do que o externo. Me dou bem na multid?o, gosto de ser mais uma. Carnaval é incrível para mim por causa disso. N?o gosto de ficar falando da minha vida. Ter que dar opini?es sobre as coisas me cansa um pouco em entrevistas. Acho que isso n?o faz bem nem pra mim nem para quem vai ler. Como gestora, como vê essa dificuldade em explicar ao público como funciona o financiamento cultural? Existem muitas narrativas contrárias, que criminalizam os mecanismos. A gente tem sempre que ficar dizendo: "Isso n?o é verdade". Sabe outra coisa que eu sou? Eu n?o tenho paciência! Esse lugar da Lei Rouanet, de as pessoas n?o entenderem como funcionam os mecanismos, me tira a paciência. é tanta fake news... é simples: a gente gera mais emprego que a indústria farmacêutica. Se uma montadora de carro vem para o Rio, o governo vai falar: "Vem, vai gerar emprego! Vou te dar uma isen??o de imposto". E há fábricas que s?o isentas de imposto por 30 anos. A gente é a mesma coisa. é um setor da economia que precisa de estímulo. E, além de gerar emprego, há coisas subjetivas importantíssimas. O que é um povo sem cultura, sem identidade? A cultura é um setor estratégico. Olha o que está acontecendo com a Coreia do Sul. Investiu em cultura, ganharam Oscar, fizeram o K-pop, Dorama. Quanto valem, hoje, artigos da Coreia? O quanto de retorno financeiro rende para o país? Minha filha canta música em coreano. Isso foi o quê? A cultura! é mais barato investir em cultura do que em armamento para dominar, dentro nessa lógica capitalista. Os Estados Unidos fizeram isso durante muito tempo com o cinema, né? Exatamente. Investir em cultura é investir na sua soberania, palavra que está na moda. Nosso cinema, agora, está num momento muito bom. Ganhamos o Oscar no carnaval, isso é muito simbólico. Chorei tanto. Quatro anos atrás, estava sendo criminalizado e, de repente, está devolvendo um sentimento de na??o, sabe? A gente está dando check em todos os grandes festivais, voltando a ter números de bilheteria, isso prova o quanto política pública dá resultado. Muitos cineastas come?aram suas carreiras com editais. Estamos colhendo o que foi plantado. Espero que siga assim. 'Ser m?e me potencializou. A maternidade é o que mais me transformou na vida' Sua filha, Julia, de 11 anos, chegou após um processo de ado??o de três anos. Dami?o, de 1, depois de uma gravidez biológica. Como essas experiências se encontram? Cada filho é um filho. Com Julia, eu tinha 33, agora, tenho 42. Há uma diferen?a grande de quem eu era para quem eu sou agora. Acho que toda m?e de dois fala isso, mas, honestamente, n?o tem diferen?a. Essa fase inicial é muito mágica. Esse amor que parece paix?o, que se fica longe, dói. Eu amo ser m?e. A gente vive t?o acelerada que ser m?e, para mim, é uma atividade meditativa, me conecta com o presente. Sei que é um privilégio. Tenho a possibilidade de ter tempo de me dedicar aos meus filhos. Meus filhos potencializaram minha carreira, isso é um privilégio pra uma mulher. Julia me fez ficar sagaz com o que queria dizer, ficar mais fina nas minhas escolhas. Querer dirigir tem muito a ver com a chegada dela, me deu essa guinada. Ser m?e me potencializou. A maternidade é o que mais me transformou na vida, que me alarga. Meu filhos s?o o maior combustível que tenho para estar viva e querer transformar o mundo. O quanto me alimenta contemplar Julia e Dami?o existindo. Sou filha única, queria muito que minha filha tivesse o amor de irm?o que eu n?o tive. A rela??o deles é emocionante. Como é criar uma filha negra numa sociedade racista e um menino branco consciente de seus privilégios? Que ferramentas procurar trabalhar nela para que se proteja? Já enfrentou situa??es de racismo que sequer imaginava? As situa??es de racismo s?o inimagináveis. Muito cruéis. Isso atravessa a minha maternidade de uma forma muito difícil. Porque eu n?o tenho a mesma experiência que ela, sou branca, mas compartilho dessa dor. O que fa?o diariamente é fortalecer a autoestima dela, dar a consciência de que isso é um problema social e n?o dela, ferramentas para ela conhecer a história, a vida, e ter clareza de quem ela é. Mostrar que tem uma família, uma m?e que está ao lado dela. Minha família está t?o treinada, envolvida, comprometida nesse flow. Mas tem que estar atento o tempo inteiro. A branquitude tem que estar atenta aos seus privilégios, a como se beneficia deles. Porque faz parte do desmonte disso, cortar esses mecanismos, fazer a diferen?a nos lugares em que se está, abrir a porta para outras pessoas. A revis?o da História também é importante e você se tornou sócia da primeira escola afro-brasileira no Rio. Qual é o norte da proposta educacional? A escola Maria Felipa é a primeira escola afro-brasileira registrada no MEC. Foi fundada pela Bárbara Carine, em Salvador. E Maju Passos. Um projeto feito a partir da maternidade da Barbara, mulher negra, intelectual. Ela se torna m?e, procura escolas e vê que a filha dela vai passar pelas mesmas violências que ela passou quando crian?a. Ent?o, funda essa escola, com projeto antirracista, decolonial. Que trata os marcos fundadores da sociedade brasileira, europeia, africana e indígena, com igualdade. As pessoas falam: "E n?o vai ter crian?a branca?", "N?o se ensina a história da Europa?" Ensina, mas com igualdade com a história africana e com a história indígena. Que s?o t?o importantes para a forma??o do nosso povo. Conheci essa escola a partir de uma busca que eu fiz para a Julia. Só existia em Salvador. Quando Bárbara diz que vem para o Rio, me ofere?o para estar junto do projeto. é desafiador porque é uma escola particular, mas que tem um compromisso social muito grande. 20% é de bolsa. Tem bolsa de 50% também para crian?as negras e indígenas. é em Vila Isabel, estamos com educa??o infantil e crescendo. Você tem vontade de adotar de novo, apesar do processo longo e burocrático? é uma lei que protege bastante a crian?a. Ser m?e e pai é uma parada séria. Adotar é uma parada bem séria. A lei da ado??o no Brasil é incrível. Poderia ter mais célere, ter mais gente trabalhando no processo, mas é um processo gratuito, super transparente, muita gente série envolvida, há assistentes sociais, psicólogas. Se eu fosse mais nova, teria quatro filhos. Queria engravidar e adotar de novo. Como já me disse em outra entrevista, só existe uma forma de ser m?e e pai de uma crian?a: é amando, criando e educando. Adotar é mágico. é lindo reconhecer a sua filha. Falo que a ado??o é um amor incondicional escolhido. às vezes, falar isso é uma romantiza??o. Nos processos de ado??o e biológicos tudo é muito difícil. é uma constru??o diária. Há puerpérios conturbados... Entrar no mar n?o é fácil, mas nadar é uma delícia. Ado??o é uma constru??o de estar conhecendo aquela crian?a, da confian?a. é um processo de ado??o mútuo. Minhas histórias s?o bonitas, mas n?o quero que sejam uma opress?o para ninguém, sabe? Pode ser que n?o aconte?a com você, mas isso n?o quer dizer que n?o está dando certo. Há histórias lindas de famílias que n?o tiveram esse match inicial, foram construindo e... rolou! Para ser pai e m?e, independente se é biológico ou adotado, tem que ter disponibilidade, abertura de tempo, espa?o emocional. A luta pela naturaliza??o da ado??o é uma batalha constante no sentido de ainda haver a idade do filho de cria??o? Tem isso, sim. é uma coisa enraizada na ado??o brasileira. Uma coisa boa da interne é o fortalecimento da diversidade de famílias. Quais s?o os padr?es para considerar uma família? Pra mim, família é amor, comprometimento, lealdade. A ado??o é mais uma via. Isso n?o é uma bandeira minha, isso é quem eu sou. Minha família é assim. Sou grata à possibilidade disso ter existido na minha vida. Qual a importancia de os filhos verem uma m?e fazendo o que gosta, feliz no trabalho? Porque a sociedade também joga isso na gente, né, ninguém fala de culpa paterna... Até a Julia chegar, o sol da minha vida era o trabalho. Depois, isso se dividiu. Agora, com o Dami?o, se dividiu de novo. Priorizo meus filhos e isso n?o é pesado para mim. Tem a ver com a idade com que fui m?e, mais velha. Realizei muita coisa antes. A ansiedade que eu tinha com trabalho aos 20 e poucos anos.... Queria conquistar o mundo, escrever milh?es de coisas. Agora, é, tipo, "calma aí, tá tudo bem". O importante é estar em paz. O importante n?o é só o que está conquistando, mas o que você é conquistando isso. A maternidade me preenche muito. Mas agora vou fazer esse filme aí, "Antártida", com uma tecnologia fenomenal... Mais recente Próxima Com Fernanda Torres no júri, Festival de Cinema de Veneza come?a hoje com foco em quest?es globais Inscreva-se na Newsletter: Seriais Inscrever :root { --news-contextualizada-font: OGloboTitleFontBold,OGloboTitleFontFallback; --news-contextualizada-primary-color: #1e4c9a; } Conversa vai, conversa vem Leandra Leal ?ngela Leal Mais do Globo .post-notifier-pushstream{ display:none}.bstn-fd .bastian-card-mobile,.bstn-item-shape,.tag-manager-publicidade-banner_feed_esppub--visivel .tag-manager-publicidade-banner_feed_esppub{ background-color:#fff;contain:layout paint style;margin:16px 0 0;overflow:hidden}.feed-media-wrapper{ margin:24px -24px 0}.bstn-fd-item-cover{ background-color:#ccc;background-position:50%;background-size:cover;height:0;overflow:hidden;padding-top:56.25%;position:relative;width:100%}.bstn-fd-cover-picture{ position:absolute;top:0;left:0;height:100%;width:100%}.bstn-fd-picture-image{ color:transparent;height:100%;width:100%}.feed-post-body{ padding:24px 24px 0}.feed-post-link{ display:block;text-decoration:none}.feed-post-header{ color:#333;font:16px/20px Arial,sans-serif;letter-spacing:-.32px}.bstn-aovivo-label,.feed-post-header-chapeu{ vertical-align:middle}.bstn-aovivo-label{ background:red;border-radius:3px;color:#fff;display:inline-block;font:700 11px Arial,sans-serif;margin:0 8px 0 0;padding:3px 8px 2px;position:relative;text-transform:uppercase}.feed-post-body-title{ font:700 20px/24px Arial,sans-serif;letter-spacing:-.72px;margin-top:8px;word-wrap:break-word}.feed-post-body-title:first-child{ margin-top:0}.bstn-related .feed-post-body-title{ display:block;font-size:16px;line-height:20px;letter-spacing:-.48px;margin-top:24px}.feed-post-body-resumo{ color:#555;font:16px/20px Arial,sans-serif;letter-spacing:-.32px;margin-top:8px}.feed-post-metadata{ align-items:center;color:#555;display:block;font:12px/12px Arial,sans-serif;justify-content:flex-start;letter-spacing:0;margin:24px 0 0}.feed-post-metadata:last-child{ margin:24px 0}.feed-media-wrapper+.feed-post-metadata{ margin:16px 0}.bstn-related .feed-post-metadata{ margin:16px 0 0}.feed-post-datetime{ white-space:nowrap}.feed-post-metadata>:after{ content:"— ";margin-left:4px}.feed-post-metadata>:last-child:after{ display:none}.feed-post-metadata-section:before{ content:"Em "}.bstn-related{ margin:24px 0}.feed-media-wrapper~.bstn-related{ margin:16px 0 24px}.bstn-relateditems{ list-style-type:none}.bstn-relateditem{ color:#999;border-top:1px solid #ddd;margin-top:16px;padding:0;background-color:#fff}.bstn-relateditem+.bstn-relateditem{ margin-top:24px}.bstn-face-temporeal .bstn-aovivo-label{ background-color:#06aa48}.label-tempo-real,.scoreboard-bastian-feed{ display:none}.highlight-bastian-feed{ display:none;color:#555;font-size:16px;letter-spacing:-.32px;line-height:20px;display:block;margin:8px 0 0}.highlight-bastian-feed .time{ font-size:12px;line-height:16px;margin-bottom:8px}.highlight-bastian-feed .text{ margin-bottom:4px}.load-more{ margin:16px 24px 0;text-align:center;text-transform:uppercase}.load-more a{ overflow-anchor:none;color:#fff;display:block;font:700 14px Arial,sans-serif;padding:15px 0}@media (max-width:539px){ body{ background-color:#eee}.areatemplate-showtime,body{ margin:0}.regua-apuracao~main .areatemplate-showtime{ margin-top:16px}.areatemplate-esquerda{ float:left;margin-top:16px!important;padding-left:12px;padding-right:12px;width:100%}.regua-apuracao~main .areatemplate-esquerda{ margin-top:0!important}.regua-apuracao~main>.row+.row>.areatemplate-esquerda{ margin-top:16px!important}}@media (min-width:540px){ .bstn-fd .bstn-item-shape{ box-shadow:none;background-color:transparent;border-radius:0;margin:32px 0 0}.bstn-fd .bstn-item-shape:after{ background-color:#c8c8c8;content:"";display:block;height:1px;margin-top:32px}#bstn-rtcl .bstn-item-shape{ background-color:#fff;contain:layout paint style;overflow:hidden}.no-image .feed-post{ min-height:auto}.feed-post-body{ align-items:start;column-gap:16px;grid-column-gap:16px;display:grid;grid-template-columns:repeat(auto-fit,minmax(45%,-webkit-max-content));grid-template-columns:repeat(auto-fit,minmax(45%,max-content));grid-template-rows:repeat(5,auto);padding:0}.feed-post-header{ letter-spacing:-.75px;grid-column:2;padding-bottom:8px}.feed-post-body-title{ font-size:24px;letter-spacing:-1.25px;line-height:28px;grid-column:2;margin:4px 0 0}.feed-post-body-title:first-child{ margin-top:0}.bstn-related .feed-post-body-title{ font-size:14px;font-weight:400;letter-spacing:-.3px;line-height:normal}.feed-post-body-resumo{ grid-column:2;letter-spacing:-.3px;margin:10px 0 7px}.feed-media-wrapper{ margin:0;grid-column:1;grid-row:1/span 5}.feed-post-metadata{ grid-column:2;margin:6px 0 0}.feed-media-wrapper+.feed-post-metadata,.feed-post-metadata:last-child{ margin:6px 0 0}.bstn-related .feed-post-metadata{ display:none}.bstn-related~.feed-post-metadata{ margin-top:6px}.bstn-related{ display:block;grid-column:2;grid-row:3}.bstn-related,.feed-media-wrapper~.bstn-related{ margin:6px 0 0 1px}.scoreboard-bastian-feed~.bstn-related{ grid-row:4}.bstn-relateditems{ list-style-type:disc;padding:0 0 0 16px}.bstn-relateditem{ border:0;margin:2px 0;background-color:transparent;padding:4px 0}.bstn-relateditem+.bstn-relateditem{ margin-top:2px}.bstn-fd .bastian-card-mobile,.bstn-fd .tag-manager-publicidade-container--visivel,.tag-manager-publicidade-banner_feed_esppub--visivel .tag-manager-publicidade-banner_feed_esppub{ box-shadow:none;background-color:transparent;border-radius:0;margin:32px 0 0}.bs-home .areatemplate-direita,.bs-home .areatemplate-esquerda{ margin-top:40px}}Hipertens?o: 4 milh?es de casos s?o hormonais e podem ter cura, mas muitos desconhecem a condi??o; alertam médicosSociedade atualizou suas diretrizes internacionais sobre o tema indicando que todo paciente com hipertens?o seja rastreado para esse tipo da doen?aHá 16 minutos Saúde Novos drinques na Broto; lan?amentos de cafés Orfeu e de champanhes Krug; veja novidadesHá 22 minutos Saideira Paolla Oliveira sobre Diogo Nogueira: 'A gente n?o passa o tempo todo com Diogo cantando no meu ouvido e eu de cinta liga'Em entrevista ao videocast 'Conversa vai, conversa vem', atriz fala sobre a idealiza??o do público em rela??o ao seu casamento com o cantor, comenta polêmica sobre implante de cabelo feito por ele e revela se pegaria mulherHá 23 minutos Cultura Camara de Niterói aprova Plano Plurianual e mais três projetos de lei da prefeituraVereadores d?o sinal verde a propostas que abrangem educa??o ambiental, desenvolvimento do Centro e políticas penaisHá 23 minutos Niterói 'Casamento às cegas 5' e 'Task': as estreias no streaming na semana de 7/9 a 13/9; veja trailersQuinta temporada de 'Only Murders in the Building' também está na listaHá 23 minutos Cultura Exposi??o no CCBB RJ terá instala??o com ilus?o de ótica que transforma claraboia em po?o de 40 metrosGrande exposi??o “José Pedro Croft: reflexos, enclaves, desvios” terá cerca de 170 obrasHá 23 minutos Ancelmo Gois Zagueiro espanhol pega 10 meses de suspens?o por uso de remédio contra calvície após tratar cancer; entendaYeray álvarez testou positivo para canrenona após partida da Liga Europa em maioHá 26 minutos Esportes Tati Machado diz que quer engravidar de novo e revela que ficou três meses fora de casa após a perda do filho: 'Quarto dele está fechado ainda'Há 28 minutos Entrevistas Influenciadora Isabelly Pereira se pronuncia após Poze do Rodo faltar ao aniversário da filhaO cantor, que tem cinco herdeiros de diferentes relacionamentos, já esteve envolvido em outros episódios de desencontros com a m?e da crian?aHá 29 minutos Ela De Lady Gaga a Ozzy Osbourne: os 6 momentos que marcaram o MTV VMA 2025; vídeo Da homenagem emocionante ao “Príncipe das Trevas” ao show ousado de Gaga, a noite reuniu nostalgia, prêmios inéditos e performances de impactoHá 30 minutos Música Veja mais
NEWSLETTER GRATUITA
BBC Audio Podcasts History.txt
GRáFICOS
BBC Audio Radio 4 Schedules.txt
Navegue por temas