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O maior iceberg do mundo está se desintegrando na costa da Antártida

Um iceberg gigante que se desprendeu da Antártida há 39 anos,ásedesintegrandonacostadaAntátodos os jogos da sele??o brasileira de futebol na época o maior do mundo, está derretendo em águas que se tornaram mais quentes, segundo os cientistas.

No início do ano, o bloco de gelo batizado como A23a pesava cerca de 1 bilh?o de toneladas e cobria quase 4.000 km2, ou seja, 50% a mais que a superfície de Luxemburgo.

1 de 2 Imagem de satélite de 19 de agosto mostra o a23a se desprendendo acima das Ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul. — Foto: Nasa

Mas, ao se deslocar para o norte, e portanto para regi?es menos frias do Oceano Austral, grandes peda?os se desprenderam.

Seu tamanho atual é de 1.770 km2, com uma largura que atinge 60 km, segundo uma análise da AFP a partir de imagens de satélite do servi?o europeu Copernicus.

2 de 2 Vista aérea do iceberg A23a nas águas do Oceano Antártico, na costa da Antártida, em 14 de janeiro. — Foto: Ian Strachan/ EYOS Expeditions /AFP

"Eu diria que está realmente chegando ao fim (...) Está simplesmente se deteriorando desde a base. A água está quente demais para que ele sobreviva. Está derretendo consistentemente", explicou à AFP Andrew Meijers, oceanógrafo do Instituto de Pesquisa Antártica do Reino Unido (British Antarctic Survey).

"Prevejo que isso continue nas próximas semanas, e que em algumas semanas ele será irreconhecível", acrescentou.

O A23a se desprendeu do continente em 1986 antes de encalhar no Mar de Weddell, onde permaneceu preso ao leito oceanico por mais de três décadas. Em 2020, voltou a se movimentar, arrastado como outros icebergs pela corrente circumpolar antártica.

Em mar?o de 2025 voltou a encalhar, próximo à Geórgia do Sul quando gerou receio de que amea?asse a subsistência de pinguins e focas.

O iceberg terminou seu percurso contornando a ilha e ganhando velocidade à medida que as fortes ondas e as águas menos frias deste oceano o desgastavam.

Os cientistas ficaram "surpresos" que ele tenha resistido por tanto tempo. "A maioria dos icebergs n?o chega t?o longe", já que est?o "condenados" assim que abandonam a prote??o do clima antártico, acrescentou Meijers.

A forma??o de icebergs é um processo natural e os cientistas estimam que o ritmo em que a Antártida os produz aumentou, provavelmente devido às mudan?as climáticas provocadas pelas atividades humanas.