Brasil perdeu território maior que a Bolívia de áreas naturais em 40 anos, mostra MapBiomas
Números exuberantes ofuscam diferen?as G20 no Brasil Valor Econ?mico.txt
Zeina Latif: “O grosso do úmerosexuberantesofuscamdiferen?asGnoBrasilValorEcon?bet365 propietariosdesafio já foi. [No momento], a política monetária está no banco de trás” — Foto: Claudio Belli/Valor Frequentemente descrito, de forma simplificada, como o grupo das 20 na??es mais ricas do mundo, o G20 ostenta números superlativos: responde por aproximadamente 80% do PIB global, cobre 60% do território do planeta, envolve 75% do comércio internacional e abriga dois ter?os da popula??o da Terra. Sem ligar para críticas à sua representatividade distante do ideal, o G20 costumava apregoar anos atrás que seu “peso econ?mico e a ampla filia??o d?o (...) um alto grau de legitimidade e influência sobre o gerenciamento da economia global e do sistema financeiro”. Criado em 1999, num momento de crise financeira mundial, o G20 encontra-se em 2024 numa situa??o aparentemente mais favorável. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê para a economia do grupo um “pouso suave” neste ano, salvo imprevistos. O problema é que, como lembra a Organiza??o para a Coopera??o e Desenvolvimento Econ?mico (OCDE), os “riscos geopolíticos permanecem elevados, particularmente em rela??o ao conflito no Oriente Médio”. Nessa equa??o de amea?as, muitos analistas incluem também uma possível vitória eleitoral de Donald Trump nos Estados Unidos. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({ mode: 'organic-thumbs-feed-01-stream', container: 'taboola-mid-article-saiba-mais', placement: 'Mid Article Saiba Mais', target_type: 'mix' }); Apesar de o nome continuar como G20, agora o grupo tem 21 integrantes permanentes. S?o 19 países, mais a Uni?o Europeia e, desde o ano passado, a Uni?o Africana. A imagem como clube dos mais poderosos esconde disparidades. é mais ou menos como imaginar que os 20 clubes da Série A representam a nata do futebol brasileiro e que, portanto, potências como Flamengo, Palmeiras e Corinthians entram em campo em pé de igualdade com Criciúma, Cuiabá e Atlético Goianiense. Em termos de PIB, ao lado dos US$ 27 trilh?es dos Estados Unidos, est?o os US$ 380 bilh?es da áfrica do Sul. O PIB per capita (em poder de paridade de compra) traz os americanos com US$ 80,4 mil e os indianos, com US$ 9 mil (ainda pior é a média dos 55 países da Uni?o Africana: US$ 6,3 mil). Comparando popula??es, numa ponta há China e índia, com 1,4 bilh?o cada, e na outra, a Austrália, com somente 26 milh?es. O contraste é marcante no índice de Desenvolvimento Humano: a Alemanha ocupa o 7o lugar no ranking do Programa das Na??es Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e a índia, o 134o. Leia mais: Brasil tem metas ambiciosas, mas geopolítica pode limitar consensosPaís tem oportunidade de liderar a transi??o energética Momento favorece a reabilita??o da imagem no exteriorSistemas mais resilientes s?o prioridade na pauta de saúdePerd?o de dívidas em troca de investimentos “O tra?o distintivo do G20 é a heterogeneidade entre seus membros”, observa Dante Aldrighi, professor do departamento de Economia da FEA-USP. “Mais importante, alguns poucos países concentram muito poder econ?mico e poder político globais.” Segundo Aldrighi, essa heterogeneidade - somada às restri??es econ?micas, sociais e políticas impostas no ambito nacional - explica “os pífios avan?os do G20 no enfrentamento das quest?es globais mais urgentes”. Para piorar, nos últimos anos, “os efeitos assimétricos da globaliza??o, a pandemia e a guerra entre Ucrania e Rússia estreitaram ainda mais o espa?o para a busca de consenso e coopera??o nas decis?es relativas à governan?a global, com cada país buscando assegurar resiliência e seguran?a com o suprimento nacional de insumos estratégicos”, acrescenta. Num futuro próximo, o fosso entre integrantes do G20 pode crescer mais por conta da dissemina??o da inteligência artificial (IA), que, segundo o FMI, se n?o for bem administrada, tem o potencial de aumentar a desigualdade de renda e a disparidade de riquezas. Otaviano Canuto, membro sênior do Policy Center for the New South e ex-vice-presidente do Banco Mundial, cita a tributa??o como área que poderá enfrentar turbulências e diz que o G20 terá um papel importante. “A IA vai exacerbar as possibilidades de evas?o de tributa??es nacionais por conta do peso maior de ativos intangíveis e da dificuldade de fazer aplicar regras tributárias de acordo com territórios”, diz. Para ele, esse tipo de problema só vai ser resolvido com alguma coopera??o de homogeneiza??o de regras e de tributos entre os países. Canuto também aponta como potencial risco para todo o planeta o resultado das elei??es presidenciais americanas, marcadas para novembro. “Definitivamente, para a economia global, uma vitória de Trump n?o será uma boa notícia. O próprio Trump vem anunciando que no primeiro dia vai empurrar tarifas para todas as importa??es e isso pode constituir um baita choque no mundo.” Em seu último relatório sobre o panorama econ?mico para este ano, a OCDE projeta um baixo crescimento para as economias do G20: 2,9%. O FMI estima uma expans?o n?o muito melhor (3,1%). Quanto à infla??o, FMI e OCDE têm previs?es semelhantes para o grupo (6,5% e 6,6%, respectivamente). As duas institui??es salientam que os pre?os est?o caindo mais rápido do que o antecipado, embora para a OCDE ainda seja cedo demais para confirmar que a fase inflacionária iniciada em 2021 esteja terminada. A esta altura, poucos discordam da avalia??o de que o ciclo de alta de juros foi bem-sucedido e que a economia global está realizando um “pouso suave”. “Uma coisa é um país emergente subir juros sozinho por causa de um choque. Aqui a gente está falando de um movimento generalizado. O fato de ter havido uma alta sincronizada dos juros no mundo deu potência para a política monetária”, diz Zeina Latif, ex-secretária de Desenvolvimento Econ?mico do Estado de S?o Paulo e que, atualmente, está na Gibraltar Consulting. A maioria dos bancos trabalha com um cenário em que os juros come?ar?o a cair nos EUA e na zona do euro por volta de junho. “Se o Fed [o banco central americano] demorar um ou dois meses para come?ar o corte, ou se fizer mais devagar, isso é muito mais assunto do mercado financeiro do que para grandes quest?es de longo prazo. O grosso do desafio já foi. [No momento], a política monetária está no banco de trás”, completa Latif.