Leia reda??es nota mil do Enem 2024
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13 Sep 2025(atualizado 13/09/2025 às 19h15)Candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 já podem consultar os "espelhos"
Leia reda??es nota mil do Enem 2024
Candidatos do ??dezenas mais sorteadas mega sena 2018Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 já podem consultar os "espelhos" da reda??o — ou seja, as vers?es digitalizadas dos textos que eles entregaram no dia da prova. Para acessar o documento, é necessário entrar na Página do Participante, neste endere?o.
Em 2024, os candidatos tiveram de escrever sobre:
"Desafios para a valoriza??o da heran?a africana no Brasil";e "Desafios para a valoriza??o da arte de periferia no cenário cultural brasileiro" (reaplica??o da prova em dezembro, para pessoas privadas de liberdade e para quem teve algum problema previsto em edital na data original).
1 de 7 Folha de rascunho da Reda??o do Enem. — Foto: g1
O g1 teve acesso a alguns dos 12 textos que obtiveram a nota máxima. Confira abaixo a íntegra dos conteúdos.
??Observa??o: as transcri??es abaixo foram fiéis aos textos dos alunos, incluindo possíveis erros de português.
?? Danilo Oliveira Batista, de S?o Luís (MA)
2 de 7 Reda??o nota mil de Danilo Oliveira Batista, no Enem 2024. — Foto: Reprodu??o.
O "ciclo do ouro" – ocorrido no Brasil no século XVIII – acarretou o aumento do número de escravos provenientes do continente africano no país, trazidos com graves diferen?as culturais entre si, sem que fossem levados em considera??o os aspectos regionais e sociais de suas origens, ocasionando uma homogeneiza??o for?ada de indivíduos. Atualmente, de forma análoga à História Colonial Brasileira, ainda há uma forte tendência à padroniza??o cultural da áfrica, desprezando sua pluralidade e seu legado. Assim, dois grandes desafios para a valoriza??o da heran?a africana no Brasil devem ser debelados: as políticas públicas ineficazes e as falhas educacionais.
Diante do cenário exposto, as políticas públicas ineficazes possibilitam a desvaloriza??o do legado africano no país, uma vez que elas impedem o estabelecimento concreto de uma revis?o histórica pautada em mais oportunidades, prote??o e visibilidade para pessoas pretas. Consoante o sociólogo émile Durkheim, uma sociedade sem regras claras, sem valores e sem limites encontra-se em estado de anomia social. Nesse sentido sociológico, esse estado an?mico pode ser observado na hodierna realidade brasileira, na medida em que as políticas públicas ineficientes permitem o desprezo e o desrespeito com as religi?es de matriz africana, a desassistência em áreas quilombolas e a ausência de representatividade em propagandas, por exemplo. Com base nisso, uma mudan?a urgente e pragmática deve ser realizada, visando à transforma??o dessa conjuntura, de modo a n?o só valorizar a heran?a africana no país, como também a protegê-la.
Ademais, as falhas educacionais também constituem-se como importantes fatores que aprofundam o descaso com o legado africano no Brasil. Segundo o filósofo Inmanuel Kant, "o homem é aquilo que a educa??o faz dele". Sob esse prisma filosófico, essas falhas educacionais solidificam mentalidades alienadas na popula??o, potencializando preconceitos e ratificando equívocos concernentes à cultura africana no país. Nesse viés, a própria forma??o do cidad?o brasileiro - no que tange à áfrica e sua heran?a - é maculada por no??es desprovidas de veracidade e etnocêntricas, corroborando a desvaloriza??o da pluralidade e das "raízes africanas", presentes em campos variados, como a gastronomia, a dan?a e a religi?o, representados respectivamente, pelo acarajé, pelo tambor de crioula e pelo candomblé. Ent?o, torna-se imperiosa a corre??o imediata dessas falhas, no sentido de debelar erros e ampliar vis?es africanas positivas.
Infere-se, portanto, que as políticas públicas ineficazes e as falhas educacionais configuram-se como os dois desafios para a valoriza??o da heran?a africana no Brasil. Nessa ótica, o Governo Federal - órg?o máximo responsável pela ordem social - deve ampliar as políticas públicas existentes, tornando-as mais eficazes, por intermédio de uma alian?a com o Governo Estadual e o Governo Municipal, com a finalidade de aumentar a prote??o, as oportunidades e a representatividade das pessoas pretas. O Governo Federal também deve corrigir as falhas educacionais, por meio da Mídia — grande divulgadora de informa??es — e da Escola, a fim de mitigar equívocos, ocasionando a valoriza??o do legado africano. Logo, o país possuíra uma estrutura melhor para "dialogar" com a heran?a da áfrica, longe da padroniza??o impositiva ocorrida durante o "ciclo do ouro" no século XVIII.
?? Sabrina Ayumi Alves, de Ara?atuba (SP)
3 de 7 Reda??o nota mil de Sabrina Ayumi Alves, no Enem 2024. — Foto: Reprodu??o
O livro "Nós matamos o c?o tinhoso" de Luís Bernardo Honwana retrata a sociedade mo?ambicana durante a coloniza??o portuguesa. Na obra literária, observa-se uma dinamica social pautada pela inferioriza??o dos indivíduos negros, na qual o racismo está enraizado nas intera??es entre as pessoas, na qualidade de vida e na autoimagem de cada ser. Assim, ao inserir a imagem criada pelo livro no contexto brasileiro de ínfima valoriza??o da heran?a africana, infere-se que o passado colonial persiste nas estruturas do Brasil, se manifestando a partir do apagamento sistemático da cultura afro-brasileira. Em raz?o disso, deve-se discutir o papel do Estado no setor escolar e cultural diante desse contexto de silenciamento.
Em um primeiro momento, é necessário entender a rela??o entre a dinamica social brasileira e a desvaloriza??o da heran?a africana. Para fundamentar essa ideia, o filósofo Ailton Krenak afirma que, no Brasil, existem dois grupos — a humanidade, formada pela elite econ?mica, e a subumanidade, a qual tem seus direitos negados e é constituída principalmente pelas popula??es marginalizadas socialmente, como os povos originários e os negros. Por conseguinte, entende-se que o apagamento da cultura africana é uma extens?o do panorama da desigualdade social brasileira, já que essa desvaloriza??o sistemática silencia as vozes de popula??es que s?o violentadas e oprimidas há séculos, o que favorece a manutens?o dessas pessoas no grupo da subumanidade. Dessa forma, o Estado deve desenvolver medidas que visem valorizar e apoiar artistas e escritores relacionados à heran?a africana no Brasil.
Sob outra ótica, a compreens?o acerca da importancia da ancestralidade na forma??o da autoimagem e da no??o de pertencimento de cada indivíduo é imperativa. Para isso, a filósofa brasileira Marilena Chaui defende a ideia de que, enquanto os animais s?o seres naturais, os humanos s?o culturais - ou seja, a cultura em que cada pessoa está inserida comp?e a essência desse ser. A partir disso, compreende-se que o silenciamento da heran?a africana nega a uma grande parte do povo brasileiro a sua própria essência, o que constitui uma violência estrutural e resulta numa no??o de n?o pertencimento generalizada e em uma autoimagem defasada. Frente a isso, o Estado deve agir em prol da promo??o de manifesta??es culturais afro-brasileiras.
Em suma, conclui-se que a desvaloriza??o da cultura africana está diretamente relacionada a um processo sistemático de silenciamento de grupos oprimidos e resulta na falta de pertencimento de muitos indivíduos. Portanto, cabe ao Estado, por meio de uma parceria entre o Ministério da Economia (ME) e o Ministério da Educa??o e da Cultura (MEC), desenvolver manifesta??es culturais afro-brasileiras nas escolas, como, por exemplo, pe?as teatrais e festivais de dan?a, música e arte, assim como investir financeiramente na promo??o de artistas e escritores que têm suas carreiras relacionadas à heran?a africana. Por fim, essas a??es ser?o responsáveis por impedir o perpetuamento da desvaloriza??o da cultura africana no Brasil.
?? Marina Vieira Almeida Lima, de Maceió (AL)
4 de 7 Reda??o nota mil de Marina Vieira Almeida Lima, no Enem 2024. — Foto: Reprodu??o
Na obra literária "Raízes do Brasil", escrita pelo sociólogo Sérgio Buarque de Holanda, há a representa??o da miscigena??o brasileira, caracterizada pela predominancia da etnia africana na forma??o populacional do país. Contudo, apesar da indiscutível relevancia da cultura advinda dos negros para a constru??o cultural da na??o, a heran?a dos povos africanos n?o é devidamente valorizada, visto que suas contribui??es culturais s?o omitidas no meio social. Logo, perante esse entrave, cabe a análise da estagna??o estatal e da negligência educacional.
Diante dessa panorama, é perceptível a fragilidade governamental em valorizar a heran?a proveniente da áfrica no Brasil. Nesse viés, a partir de 1888m dada a promulga??o da Lei áurea - responsável pela aboli??o da escravatura -, os escravizados africanos e seus descendentes tornaram-se marginalizados socialmente, em virtude da ausência de ressarcimento dos seus direitos civis por parte do governo. Sendo assim, como reflexo desse fato histórico, o Estado ainda negligencia a cultura afrodescendente ao n?o proporcionar políticas públicas eficazes, uma vez que n?o impulsiona a inser??o de manifesta??es culturais africanas, como as dan?as tradicionais no ambiente social - a exemplo da falta da dissemina??o de festivais africanos pelo território -, em virtude da prioriza??o da destina??o de verbas a eventos de culturas privilegiadas, como a europeia. Por conseguinte, as práticas culturais dos afrodescendentes s?o invisibilizadas, tornando-as vítimas de discrimina??o, como o racismo, anulando suas identidades étnicas. Em suma, a omiss?o estatal é um fator agravante da problemática retratada.
Outrossim, é notório o impacto da ineficiência educacional em rela??o à desvaloriza??o da heran?a dos negros na na??o verde-amarela. Nesse contexto, o político Nelson Mandela ressalta o valor da educa??o e o seu potencial de salvar a humanidade. Entretanto, a educa??o brasileira apresenta uma série de lacunas que dificultam a promo??o da heran?a africana no país. Prova dessa conjuntura é a escassez de disciplinas que abordem a história da cultura afrodescendente no Brasil — sem ilustrar apenas o período da escravid?o —, devido ao destaque dado a matérias consideradas mais importantes, como a matemática. Consequentemente, as manifesta??es culturais africanas s?o negligenciadas s?o negligenciadas pelos estudantes, por adquirirem uma vis?o estereotipada de suas práticas e desconsiderarem sua diversidade. Em síntese, a lacuna educacional corrobora a temática mostrada.
Portanto, medidas necessitam ser tomadas para mitigar os desafios supracitados. Assim, é dever do Ministério da Cultura — órg?o responsável por administrar a preserva??o cultural brasileira — incentivar a exposi??o da cultura africana, mediante eventos culturais. De igual modo, cabe ao Ministério da Educa??o, órg?o responsável por assegurar a educa??o nacional, inserir os estudos africanos na grade curricular, mediante a cria??o de uma matéria para isso. Nesse sentido, com o intuito de valorizar a heran?a africana, suas práticas ser?o respeitadas.
?? Rafael Santana Assun??o, de Belo Horizonte (MG)
5 de 7 Reda??o nota mil de Rafael Santana Assun??o , no Enem 2024. — Foto: Reprodu??o
O álbum musical "Duas Cidades", da banda brasileira Baiana System, aborda, em algumas de suas can??es, o apagamento da influência histórica africana no Brasil. Inegavelmente, em dias atuais, é possível constatar uma rela??o direta entre a composi??o artística citada e a desvaloriza??o da heran?a africana no país. Isso é explicado devido à falta de política pública de ensino e à ausência de lei específica. Logo, é essencial analisar e intervir sobre essa problemática.
A princípio, deve-se observar que o pouco fomento governamental em a??es de gest?o educacional é um problema a ser combatido. Sob a perspectiva de Macaé Evaristo, ministra dos Direitos Humanos, é urgente a necessidade de iniciativas para a inclus?o da história e da cultura afro-brasileira nas escolas. Para entender melhor tal posicionamento, é importante compreender que o atual ensino sobre os povos africanos é apenas relatado em aulas específicas de algumas disciplinas, como história e literatura, sem se aprofundar na grande influência cultural que a áfrica possui no Brasil. Dessa forma, de acordo com Chico César, cantor e compositor de músicas afro-brasileiras, as crian?as e os adolescentes necessitam ter uma forma??o ampla sobre a temática, com aulas multidisciplinares, por exemplo, de música e de capoeira, bem como as tradicionais aulas já existentes, porém integradas à heran?a africana presente na sociedade. Nesse sentido, é substancial modificar esse contexto e desenvolver uma forte política pública de ensino.
Ademais, é imperativo pontuar que atitude insuficiente do Poder Legislativo Federal em atuar no tema é um problema a ser combatido. Sob a ótica de Duda Salabert, deputada federal e professora de literatura, é imprescindível a altera??o da lei que orienta a educa??o básica brasileira. Isso pode ser explicado pelo entendimento de que apenas com empenho legislativo é possível transformar o mecanismo legal que define as matrizes de referência do ensino nacional. Dessa maneira, com a uni?o de parlamentares para o reconhecimento da importancia da heran?a africana na forma??o educacional, poderá ocorrer a consolida??o de políticas públicas, como o investimento da capacita??o de professores e de profissionais especializados em cultura afro-brasileira. Assim, o crescimento do fomento estatal no setor, garantido por aparato legal, contribuirá para a efetiva??o de uma forte identidade nacional. Em suma, se o Congresso Nacional se omite de enfrentar tal cenário danoso, entende-se o porquê de sua perpetua??o.
Portando, com o intuito de solucionar esses desafios, o Poder Executivo Federal, por meio do aumento de a??es governamentais, deve estimular iniciativas educacionais relacionadas à heran?a africana, a fim de valorizar a temática. Além disso, o Poder Legislativo Federal, por intermédio da cria??o de um projeto de lei, necessita elaborar uma nova política nacional de ensino, com a obrigatoriedade de investimento público na área, com a defini??o de medidas de gest?o pública capazes de instituir aulas multidisciplinares, como de música e de cultura afro-brasileira nas escolas, com o objetivo de reconhecer a importancia do tema na forma??o da sociedade. Feito isso, o apagamento da influência africana abordado na obra da banda Baiana System será, enfim, combatido.
?? Anna Beatriz Veríssimo, de Baraúna (RN)
6 de 7 Reda??o de Anna Beatriz Veríssimo no Enem 2024 — Foto: Reprodu??o
Na obra literária “Torto Arado”, Itamar Vieira retrata uma comunidade quilombola na fazenda água Negra, na Bahia, relatando aspectos socioculturais relevantes para essa popula??o afrodescendente, como os rituais religiosos e os saberes tradicionais passados pelas gera??es. Fora da fic??o, é nítido que a sociedade brasileira n?o valoriza a heran?a africana presente desde a histórica forma??o nacional. Essa problemática da invisibilidade decorre da mentalidade colonial eurocêntrica, bem como da lacuna educacional no tocante ao resgate da cultura afro-brasileira.
Dado o exposto, pode-se considerar a persistência de ideais eurocêntricos como empecilho para o reconhecimento do vasto legado africano no país, uma vez que tais formas de conhecimento s?o estigmatizadas em detrimento da valoriza??o dos costumes hegem?nicos dos colonizadores. Tal quest?o pode ser verificada sob o conceito de “racismo estrutural”, cunhado pelo antropólogo Silvio Almeida, em raz?o da naturaliza??o do racismo em diversas esferas, a exemplo da linguagem e do uso de express?es como “magia negra” para vincular um sentido negativo ao que é negro. Dessa forma, o pensamento de desvaloriza??o da heran?a africana se materializa no cotidiano, conforme denunciado por Almeida, e distancia a na??o do desejo de aprender acerca dos costumes e valores africanos, ao atribuir estereótipos de desqualifica??o a esses saberes, o que aprofunda o óbice.
Além disso, é notória a falha educacional brasileira no que se refere ao resgate da cultura afro-brasileira, presente em can??es, ritmos, festas populares e diversas manifesta??es importantes para o patrim?nio nacional. Nesse viés, embora a Lei de Diretrizes e Base preconize o ensino obrigatório da história africana no ambiente escolar, ainda há uma escassez de programas nesse ambito, na medida em que observa-se um amplo desconhecimento acerca das grandes personalidades negras ou de suas origens (como o escritor Machado de Assis, muitas vezes representado como branco), bem como do heroísmo dos abolicionistas, a exemplo do advogado Luiz Gama. Dessa maneira, elementos culturais, como a literatura negra, s?o esquecidos por parte da popula??o, o que destona da proposta memorialística da LDB.
Portanto, é preciso reconhecer e valorizar a heran?a africana no Brasil. Para isso, o Governo Federal, em parceria com as secretarias estaduais de educa??o, deve ampliar as campanhas de valoriza??o da cultura africana, sob um viés afrocentrado, por meio de vota??o entre deputados e senadores — responsáveis pela aprova??o da Lei Or?amentária Anual (LOA) —, com a finalidade de combater a vis?o eurocêntrica presente na sociedade, promovendo o aprendizado da história sob a ótica dos afrodescendentes. Ainda, cabe ao Ministério da Educa??o, como responsável pela elabora??o de políticas públicas de educa??o, fomentar palestras socioeducativas, ministradas por pedagogos negros, nas institui??es escolares, a fim de disseminar o conhecimento acerca o inestimável legado africano na história e na cultura do país. Nessa perspectiva, o panorama diverso destacado em “Torto Arado” será devidamente valorizado pela sociedade brasileira.
??Clara de Oliveira, de Niterói (RJ)
7 de 7 Reda??o de Clara de Oliveira no Enem 2024 — Foto: Reprodu??o
O filme "Pantera Negra" foi considerado um marco da cinematografia mundial, devido à presen?a de um elenco majoritariamente negro e à representa??o da cultura desse grupo étnico-racial de maneira inovadora e prestigiada. Fora da fic??o, o cenário apresentado distancia-se da realidade brasileira, haja vista os desafios, sustentados pelo sistema de ensino e pelo copo civil, para a valoriza??o da heran?a africana no país. Nesse sentido, de modo a atenuar essa situa??o, é preciso analisar o descaso da esfera educacional e a mentalidade social como causas dessa grave problemática.
De início, convém ressaltar a negligência do setor instrucional como preponderante para minimizar o combate do desprestígio das heran?as africanas no Brasil. Essa inoperancia decorre da precariedade da atua??o das escolas nacionais, principalmente das públicas, para o cumprimento da Base Nacional Comum Curricular — documento normativo da grade educacional brasileira — no que tange à abordagem histórica dos povos africanos com ensino aprofundado e que exalte as suas contribui??es culturais, tendo em vista o lecionamento, muitas vezes, superficial e eurocêntrico. De fato, essa conjuntura justifica-se na insuficiência da capacita??o dos professores e na vigência de uma didática passiva e voltada para o vestibular, o que torna tais institui??es possíveis de serem consideradas como um estado de “zumbi”, conforme o sociólogo Zygmunt Bauman, já que se afastam de seus objetivos principais, isto é, de forma??o social do aluno. Com efeito, diante dessa falta de conhecimento, fomenta-se a cria??o de estereótipos e a invisibilidade de personalidades negras importantes, prejudicando a representatividade e a valoriza??o dessa comunidade, além de ser um risco à preserva??o dos costumes.
Além disso, é válido destacar que o imaginário social cria uma configura??o propícia para a permanência dos entraves a esse grupo étnico-racial. Isso ocorre, pois verifica-se a persistência de atitudes de discrimina??o contra a afirma??o das influências herdadas na aparência e nas atividades sociais por indivíduos afrodescendentes, a exemplo do preconceito associado aos cabelos crespos e às religi?es de matriz africana, respectivamente. Evidentemente, tal prisma fundamenta-se em resquícios do passado colonial e imperial do país, em que se vigorava a desvaloriza??o e a desumaniza??o de pessoas negras em um contexto escravocrata. Por conseguinte, o enraizamento desse pensamento e a sua consequente naturaliza??o mostram-se responsáveis por altos de violência simbólica, como atribui??o dessas heran?as como pejorativas. Dessa forma, observa-se o prejuízo à inclus?o dessa popula??o, a qual perde suas individualidades.
Portanto, torna-se evidente que os desafios advindos da área educacional e da na??o devem ser amenizados. Diante disso, urge que o Ministério da Educa??o — órg?o encarregado do ensino brasileiro — execute a melhoria do lecionamento sobre a história africana e a importancia de suas heran?as, com uma perspectiva aprofundada e protagonista frente ao recorte europeu. Isso deverá ser feito por meio da maior capacita??o dos docentes e da universaliza??o do conteúdo nas escolas, a fim de atender à BNCC. Ademais, cabe ao Ministério das Comunica??es, mediante propagandas periódicas nos veículos midiáticos, elucidar o povo sobre a temática e desconstruir mentalidades preconceituosas. Espera-se, assim, que haja a valoriza??o dessas contribui??es culturais no Brasil como em “Pantera Negra”.
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