Internet no campo cresce, mas qualidade da conex?o é baixa: 'Fui educado que n?o me pertencia’, diz produtor
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13 Sep 2025(atualizado 13/09/2025 às 20h17)No campo, já se fala em agricultura 5.0, com inteligência artificial — para usar com precis?o recurs
Internet no campo cresce, mas qualidade da conex?o é baixa: 'Fui educado que n?o me pertencia’, diz produtor
No campo,?oébaixaFuieducadoquen?resultado da quina 3612 já se fala em agricultura 5.0, com inteligência artificial — para usar com precis?o recursos como fertilizantes e defensivos — e com robótica, como os tratores aut?nomos.
Por outro lado, tem muito produtor que n?o consegue nem ver a previs?o do tempo, para decidir o melhor momento de plantar.
Ao menos 15% dos domicílios rurais n?o tinham acesso à internet em 2024, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além disso, a qualidade da internet que chega até essas pessoas é pior: 52% dos imóveis rurais n?o possuem acesso às redes 4G ou 5G em 2025, de acordo com o levantamento da Associa??o ConectarAGRO em parceria com a Universidade Federal de Vi?osa (UFV).
O número é ainda menor quando se considera a área disponível para uso agrícola: apenas 34% das lavouras possuem esse tipo de sinal.
Em uma época em que o celular é como uma parte das pessoas, as zonas rurais vivem um cenário desigual: ainda existe muita gente desconectada — e n?o por escolha própria.
No campo, a tecnologia avan?a com a chamada agricultura 5.0. Ela usa inteligência artificial para aplicar insumos com mais precis?o e até tratores aut?nomos.
Enquanto isso, muitos produtores ainda n?o conseguem nem checar a previs?o do tempo, para saber quando plantar.
?? Como a chegada da internet mudou a vida de agricultores em 4 anos
Mais de 1,3 milh?o dos domicílios rurais n?o tinham acesso à internet em 2024, o equivalente a 15% do total, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Veja o avan?o da internet nos domicílios rurais em quase 10 anos — Foto: arte g1
A qualidade da internet que chega até as pessoas do campo é pior: 52% dos imóveis rurais n?o têm acesso às redes 4G ou 5G em 2025, de acordo com o levantamento da Associa??o ConectarAGRO em parceria com a Universidade Federal de Vi?osa (UFV).
O número é ainda menor quando se considera a área disponível para uso agrícola: apenas 34% das lavouras possuem esse tipo de sinal.
O cafeicultor Ademar Pereira cresceu sem acesso à internet ou sinal de celular. A conex?o só chegou a cidade em 2021, após o início do projeto Semear Digital, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O g1 visitou Caconde em julho, para entender a diferen?a que a internet fez na vida dos trabalhadores rurais.
E os problemas n?o se limitam à lavoura: sem a conectividade, os acessos à saúde, educa??o e seguran?a também s?o precários, aponta Durval Dourado Neto, pesquisador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de S?o Paulo (Esalq – USP).
Mas por que falta conex?o? Isso acontece, principalmente, pelas dificuldades de achar um modelo que funcione em todo o país, considerando as diferen?as estruturais dele. Com isso, é preciso ter diversas estratégias e um alto investimento para atender todas as regi?es. Veja os detalhes a seguir.
Onde falta conex?o
Em 2025, o Amazonas é o estado onde mais falta conex?o no campo. Já o Distrito Federal lidera o uso de internet rural. Os dados s?o do Indicador de Conectividade Rural (ICR), desenvolvido pela ConectarAGRO e a UFV.
1 de 2 Veja o índice de conectividade rural por estado — Foto: Arte / g1
Os dados foram calculados com base em informa??es públicas e georreferenciamento. Os pesquisadores avaliaram a conex?o nos seguintes locais:
áreas agricultáveis, ou seja, onde pode ter alguma atividade agrícola, como plantio e cria??o de animais; escolas; postos de saúde; domicílios de agricultura familiar; territórios indígenas; área de preserva??o ambiental.
O objetivo do estudo é apoiar políticas públicas para ampliar o acesso à internet no campo.
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O que impede a conex?o rural?
O tamanho do Brasil e a variedade de terrenos dificultam levar internet para todo o país. Segundo Neto, pesquisador da Esalq, esses dois obstáculos causam outros problemas. Entenda abaixo.
Forma??o do país: o Brasil é formado por diferentes relevos; existem áreas montanhosas e de floresta, onde é difícil levar a internet a cabo, por exemplo. Dessa forma, em cada regi?o pode funcionar um tipo diferente de sinal, como satélite ou rádio. Alto investimento: quanto maior a infraestrutura que precisa ser instalada, maior é o custo. Precisa ser um investimento interessante: o gasto precisa compensar. Para o governo, isso depende do número de pessoas atendidas. Para empresas, da atividade econ?mica local.
Mas o desafio n?o para na chegada da internet: a tecnologia deve ser usada para melhorar a produ??o, por exemplo, usando aplicativos com inteligência artificial, drones e tratores aut?nomos.
“Eu acho que conectividade no campo só faz sentido, do ponto de vista agrícola, se eu tiver tecnologia digital associada”, afirma Luciana Romani, coordenadora de parcerias do projeto Semear Digital.
Mas, para isso acontecer, os agricultores ainda enfrentam barreiras. O pesquisador da Embrapa e autor de uma pesquisa sobre agricultura digital no Brasil, Edson Bolfe, mostra os principais desafios apontados por eles:
70% citaram o alto custo para comprar máquinas, equipamentos e aplicativos;quase 50% disseram que é a falta de internet ou baixa conectividade dentro da propriedade; cerca de 40% apontaram o valor para contratar um servi?o especializado; aproximadamente 40% afirmaram n?o saber qual tecnologia usar.
As empresas que oferecem solu??es tecnológicas no campo também listaram obstáculos parecidos:
61% apontaram problemas ou falta de conex?o à internet; quase 60% disseram que valor do investimento é alto; cerca de 50% citaram a falta de m?o de obra qualificada;mais de 40% relataram falta de acesso dos usuários a capacita??o tecnológica.
Esse último ponto é considerado fundamental para a pesquisadora da Embrapa.
“N?o adianta nada você ter isso tudo [de tecnologia], se o agricultor n?o sabe usar”, diz Romani.
Qualidade ruim é o principal problema
Parte da popula??o rural pode até ter internet, mas o sinal muitas vezes oscila muito, é fraco ou ainda nem chega até a lavoura. Esse obstáculo em infraestrutura pode limitar a forma como o produtor vai utilizar a tecnologia.
A pesquisa realizada por Edson Bolfe, da Embrapa, aponta que os produtores rurais podem ser enquadrados em três grupos:
Iniciantes: ainda que n?o tenham acesso à internet na propriedade, quando conseguem conex?o, a usam para se informar, comprar insumos (como defensivos e fertilizantes), vender seus produtos, consultar GPS e sistemas de perguntas e respostas automáticas. Intermediário: usam redes de sensores na lavoura, para avaliar, por exemplo, qualidade do solo e da água. Fazem uso de imagens de satélite ou drones e de aplicativos que auxiliam nas tomadas de decis?es na lavoura. Avan?ado: usam inteligência artificial, robótica e automa??o. Também fabricam pe?as 3D para solucionar problemas nos próprios maquinários. Essas propriedades s?o conhecidas como “smart farms”, ou, em português, “fazendas inteligentes”.
A internet no campo também ajuda o meio ambiente. Por exemplo, o uso de aplicativos que permitem a chamada “agricultura de precis?o”. Eles informam aos produtores o quanto usar dos insumos (agrotóxicos, fertilizantes, ra??o, entre outros), para evitar desperdícios e aumentar a produtividade.
No caso dos agrotóxicos, é possível gerar uma economia de até 90%, aponta Durval Dourado Neto, da Esalq.
A conectividade também é uma arma no combate aos incêndios no campo. “é uma verdadeira catástrofe quando você n?o tem a conectividade: você demora para saber onde tem o fogo, você n?o sabe o que você vai fazer”, diz Galv?o, da UFV.
A conex?o também melhora a vida de quem vive no campo, com mais acesso à saúde, educa??o e seguran?a.
O piscicultor Tiago Oliveira, por exemplo, sofria com roubos de tilápias frequentes em sua represa em Caconde (SP). O prejuízo chegava a R$ 20 mil por gaiola perdida.
Os assaltos só pararam em 2022, quando ele conseguiu sinal de internet e instalou cameras de monitoramento.
Outro problema comum no campo é a falta de m?o de obra, que piora em áreas sem internet.
“Quando o operador vai escolher em qual fazenda vai trabalhar, ele prefere uma que tenha internet, porque ele pode estar mais próximo da família, continuar fazendo treinamentos. E aí, quanto mais tecnologia a gente tem, mais suporte esse operador tem no campo”, diz Paola Campiello, presidente da Associa??o ConectarAGRO.
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2 de 2 Caconde passou a ter acesso a internet após participa??o no projeto Semear Digital — Foto: Fábio Tito
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