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'N?o há evidência de inten??o genocida de Israel em Gaza', diz historiador americano Jeffrey Herf

Em meio às acusa??es de genocídio contra Israel pela ofensiva em Gaza,?oháevidênciadeinten??jogo de caminh?o 113 o historiador americano Jeffrey Herf, professor emérito da Universidade de Maryland, contesta a defini??o. Autor de obras como O Inimigo Judeu (2006) e O Momento de Israel (2022), Herf defende em entrevista por e-mail que a campanha militar israelense visa derrotar o Hamas, e n?o exterminar a popula??o, e considera o grupo o responsável pelo sofrimento da popula??o em Gaza. Contexto: Especialistas explicam se e por que ofensiva de Israel em Gaza pode ser classificada como genocídioEntenda: Ofensiva de Israel em Gaza impede futuro palestino, dizem estudiosos do genocídio O GLOBO publicou uma reportagem especial com três renomados especialistas sobre genocídio e todos concordam que Israel está cometendo o “crime dos crimes” em Gaza. Por que n?o se trata de genocídio em sua vis?o? Apesar de perfeitamente compreensíveis — e frequentemente citadas — express?es de fúria imediatamente após o ataque de 7 de outubro de 2023, nenhum tomador de decis?o — isto é, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ou os chefes do Estado-Maior das For?as Armadas — jamais afirmou que a inten??o de Israel é assassinar o povo de Gaza. N?o há evidências de inten??o genocida. A inten??o de Israel, desde o início de sua retalia??o, tem sido declarada publicamente: vencer uma guerra para provocar a derrota militar do grupo terrorista Hamas, uma organiza??o que passou a exercer poder soberano sobre Gaza desde 2007. Uma campanha militar para derrotar uma organiza??o terrorista é um tipo específico de guerra, totalmente distinto de campanhas genocidas como a da Alemanha nazista durante o Holocausto, a do Khmer Vermelho no Camboja, os ataques da Turquia contra suas popula??es crist?s, incluindo os armênios, e o massacre dos tutsis em Ruanda. Em cada um desses episódios, a inten??o e o propósito da violência eram eliminar um grupo específico de pessoas. Esse nunca foi o caso na guerra de Israel em Gaza. Para derrotar o Hamas, Israel precisa enfrentar um inimigo que construiu o maior sistema de túneis conhecido na história militar moderna, projetado para proteger seus combatentes enquanto deixava os civis indefesos. Como o Hamas combate a partir de hospitais, escolas, mesquitas, apartamentos, e como o sistema de túneis foi construído sob essas estruturas, é impossível derrotar o Hamas, vencer essa guerra, sem provocar baixas civis. O cinismo e a crueldade da estratégia militar do Hamas obrigam Israel a escolher entre admitir a derrota e permitir que o Hamas sobreviva, ou travar uma guerra para derrotá-lo, ao custo de vidas civis perdidas. A quest?o para quem faz a falsa acusa??o de genocídio é: você apoia ou n?o a vitória militar de Israel sobre o Hamas? Ou deseja que o Hamas sobreviva a essa guerra para continuar tentando destruir Israel pela for?a das armas? A acusa??o de genocídio deve ser entendida como parte central da guerra política do Hamas para vencer o conflito. Se Israel tivesse inten??o de cometer um genocídio em Gaza, n?o teria enviado alertas para que a popula??o deixasse áreas de combate ou regi?es que seriam atacadas. Se estivesse cometendo genocídio, o número de mortos seria muito maior do que 60 mil mortes relatadas pelo Hamas. Por que o senhor faz um paralelo entre as acusa??es de genocídio e o antissemitismo? Porque essas acusa??es fazem uma alega??o absurda, facilmente refutada pelos fatos, mas que desperta ódios mais profundos — conscientes e inconscientes — sobre o judaísmo e Israel na cultura ocidental. Esses ódios est?o presentes nas antigas mentiras crist?s sobre o deicídio — a acusa??o de que os judeus assassinaram Jesus — e nas teorias conspiratórias do nazismo e da extrema direita, assim como da extrema esquerda. Essas teorias descrevem os judeus como poderosos e completamente malignos. A acusa??o de que Israel comete genocídio reaviva antigos ódios e também se apoia em interpreta??es extremistas islamicas. O Estado de Israel, ao defender seu direito de existir, é visto como um pesadelo para os antissemitas. Eles acreditam que suas mentiras ganharam corpo na forma do Estado de Israel. A calúnia equivale a dizer que Israel n?o tem o direito de se defender porque n?o deveria existir. Crise intensa: Cruz Vermelha afirma que retirada de popula??o da Cidade de Gaza é impossível O senhor afirma que acusar Israel de genocídio ignora os crimes e a inten??o genocida do Hamas, que n?o reconhece a existência de Israel. Os ataques de 7 de outubro seriam genocidas, ao contrário da ofensiva militar de Israel em Gaza? Por quê? Chamei o ataque de 7 de outubro de “genocídio interrompido” em um artigo. O Hamas criou unidades especiais, as For?as Nukhba, uma vers?o contemporanea do que os nazistas chamavam de Einsatzgruppen, unidades criadas com um único objetivo: assassinar um grupo específico de pessoas, os israelenses. Os esquadr?es estavam extremamente bem informados sobre as vilas que atacaram, rapidamente dominaram as pequenas e mal equipadas for?as de seguran?a israelenses e foram de casa em casa assassinando quem encontrassem. As vítimas n?o eram danos colaterais de um ataque a um alvo militar, eram o alvo pretendido. Cerco à imprensa: Guerra em Gaza e controle de informa??o militar desafiam jornalismo em Israel Quase dois anos depois, as capacidades militares do Hamas est?o praticamente destruídas, assim como as de seus aliados Hezbollah e Ir?. Nesse contexto, a ofensiva militar em Gaza ainda é justificada em sua opini?o? Sua pergunta convida outra: se as capacidades militares do Hamas est?o “praticamente destruídas” por que o Hamas n?o se rende, admite a derrota, liberta todos os reféns, encerra a guerra e vai para o exílio? Há quartos de hotel em Doha e Teer? esperando seus líderes. O Hamas n?o está derrotado. A quest?o para qualquer governo de Israel é como garantir que o grupo n?o continue a exercer poder político e influência em Gaza. N?o sei a resposta para essa pergunta, assim como nenhum dos que acusam Israel de genocídio. Decidir continuar ou n?o a guerra é uma quest?o para o povo de Israel. Pela primeira vez: ONU confirma fome na Cidade de Gaza e regi?es vizinhas, com 500 mil pessoas em 'condi??es catastróficas' Segundo a OMS, 94% dos hospitais est?o danificados ou destruídos. De acordo com o jornal Haaretz, 70% das constru??es est?o destruídas, muitas por demoli??es deliberadas. A popula??o tem sido for?ada a deslocamentos contínuos. Isso n?o indicaria uma tentativa de inviabilizar a organiza??o social dos palestinos em longo prazo? Israel errou em n?o articular uma vis?o clara para uma Gaza pós-Hamas. A quest?o de se existe ou n?o uma “outra Gaza” — uma Gaza que n?o apoia o Hamas — e de como esse sentimento pode assumir poder político é crucial. Mas uma Gaza disposta a viver em paz ao lado de Israel só poderá surgir após a derrota do Hamas e com alguma forma de autoridade política disposta a usar a for?a armada para impedir seu retorno. Aqui vale lembrar a experiência da ocupa??o aliada na Alemanha após a derrota do regime nazista. Mais Sobre Guerra Israel x Hamas Exército de Israel destrói novo edifício na Cidade de Gaza e emite ordem para deslocamento de civis a zona humanitária Exército de Israel destrói edifício na Cidade de Gaza após anunciar foco da opera??o em infraestrutura do Hamas :root { --box-recomendacao-font: OGloboTitleFontBold,OGloboTitleFontFallback; --box-recomendacao-base-color: #1e4c9a; --box-recomendacao-contrast-color: #fff; --box-recomendacao-hiperlink-color: #1e4c9a; } Israel comete outros crimes no enclave? Crimes de guerra e contra a Humanidade est?o entre eles? Considero o Hamas responsável pelo sofrimento humanitário em Gaza. S?o seus líderes, e n?o os de Israel, que deveriam ser julgados por crimes de guerra e contra a Humanidade. Sua forma de guerrear em meio a civis já é, por si só, uma viola??o das leis de guerra no direito internacional. A imagem internacional de Israel se deteriorou. O que seria necessário para restaurá-la? Um governo de coaliz?o sem os ministros da extrema direita, mas com a ampla maioria moderada, ajudaria. Mas a deteriora??o da imagem de Israel é um fato que vem ocorrendo há muitas décadas. Restaurar a imagem de Israel exigiria uma revolu??o intelectual na academia, na imprensa e na vida pública. Israel cometeu erros, mas agora é hora de intelectuais e jornalistas examinarem seus próprios vieses. Mais recente Próxima Equipes de resgate lutam para alcan?ar vítimas após mais de 800 mortos em terremoto no leste do Afeganist?o Inscreva-se na Newsletter: Guga Chacra, de Beirute a NY Inscrever :root { --news-contextualizada-font: OGloboTitleFontBold,OGloboTitleFontFallback; --news-contextualizada-primary-color: #1e4c9a; } Faixa de Gaza Gaza Guerra Israel x Hamas Israel Mais do Globo .post-notifier-pushstream{ display:none}.bstn-fd .bastian-card-mobile,.bstn-item-shape,.tag-manager-publicidade-banner_feed_esppub--visivel .tag-manager-publicidade-banner_feed_esppub{ background-color:#fff;contain:layout paint style;margin:16px 0 0;overflow:hidden}.feed-media-wrapper{ margin:24px -24px 0}.bstn-fd-item-cover{ background-color:#ccc;background-position:50%;background-size:cover;height:0;overflow:hidden;padding-top:56.25%;position:relative;width:100%}.bstn-fd-cover-picture{ position:absolute;top:0;left:0;height:100%;width:100%}.bstn-fd-picture-image{ 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