Como surgiu o 13° salário e qual a importancia de enxergá-lo como um direito, e n?o um b?nus
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14 Sep 2025(atualizado 14/09/2025 às 21h57)Oficializado em julho de 1962, no governo de Jo?o Goulart, o 13o nasceu como resposta a uma série de
Como surgiu o 13° salário e qual a importancia de enxergá-lo como um direito, e n?o um b?nus
Oficializado em julho de 1962,°salárioequalaimportanciadeenxergálocomoumdireitoen?oumb?ver palpite do jogo do bicho para hoje no governo de Jo?o Goulart, o 13o nasceu como resposta a uma série de protestos e greves dos trabalhadores.
A primeira parcela do 13° precisa ser paga até o dia 30 de novembro de cada ano. E a segunda pode cair na conta do trabalhador até o dia 20 de dezembro.
Para empreendedores, aut?nomos ou outros profissionais que n?o têm o direito ao 13° por lei, a prepara??o para ter esse dinheiro extra deve come?ar ainda no início do ano.
Em entrevista ao g1, a educadora financeira e consultora Mila Gaudencio afirma que a forma de gastar o 13° salário deve ser decidida com base em uma análise pessoal.
Entender que se trata de um direito trabalhista — e n?o um b?nus — pode ajudar na conscientiza??o do trabalhador, explica a consultora.
Milh?es de trabalhadores pelo Brasil recebem a primeira parcela do 13° salário na próxima semana, seguindo uma determina??o da legisla??o brasileira que passou a valer há mais de seis décadas.
Em 13 de julho de 1962, no governo de Jo?o Goulart, o 13° salário foi oficializado pela lei no 4.090 e, desde ent?o, empregadores devem pagar um salário extra aos seus funcionários todo fim de ano.
A lei determina que a primeira parcela do 13° (ou o valor integral, para empresas que escolhem n?o dividir) precisa ser paga até o dia 30 de novembro de cada ano. Já a segunda pode cair na conta do trabalhador até o dia 20 de dezembro.
Apesar de ser um salário extra, entender que o 13° salário é um direito trabalhista — e n?o um b?nus — pode ajudar na conscientiza??o do trabalhador. Isso porque é mais fácil dar valor e ter parcim?nia ao usar uma quantia que é vista como fruto de algum esfor?o do que um dinheiro que apenas caiu na conta, segundo Mila Gaudencio, educadora financeira e consultora do will bank.
Ela foi a convidada do segundo episódio da nova temporada do podcast Educa??o Financeira, que fala sobre como organizar as contas ainda neste ano para come?ar o próximo com o pé direito.
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Veja que cuidados tomar para que o dinheiro extra no fim do ano n?o evaporeComo empreendedores podem se organizar para ter o dinheiro extra no fim de ano
Veja a íntegra da entrevista ou os principais cortes da conversa mais abaixo:
Nesta reportagem você vai entender:
Como surgiu o 13° salário e a importancia de enxergá-lo como um direitoComo analisar o melhor destino para o 13° salárioComo um empreendedor pode ter um 13° salário no fim do ano
Como surgiu o 13° salário e a importancia de enxergá-lo como um direito
O 13° salário — ou "gratifica??o de Natal" — surgiu em 13 de julho de 1962, no governo de Jo?o Goulart, oficializado pela lei no 4.090. A medida foi uma resposta a uma série de protestos e greve dos trabalhadores, em um momento em que a infla??o elevada corroía o poder de compra da popula??o.
Esse benefício trazido pelas leis trabalhistas n?o nasceu sem reclama??es: empresários e especialistas da área econ?mica da época diziam, inclusive, que a obrigatoriedade do empregador de pagar um 13° salário poderia quebrar o país.
Como décimo terceiro salário surgiu de greve geral após vitória do Brasil na Copa de 1962
1 de 1 Benefício completa 62 anos em 2024 e foi conquistado sob protesto de empresários e do mercado financeiro — Foto: REPRODU??O O GLOBO/ACERVO DIGITAL
No entanto, n?o aconteceu. E, mais que isso, injeta bilh?es na economia todos os anos. Em 2024, por exemplo, a expectativa é que o pagamento do 13° salário coloque mais de R$ 320 bilh?es na economia brasileira.
E entender os motivos para o surgimento deste benefício, segundo Mila Gaudencio, pode ajudar o trabalhador a ter mais consciência sobre o dinheiro que entra na conta.
A conta é simples, explica a educadora financeira:
Um ano tem 52 semanas;Ao dividir essas 52 por 4 — que é a média de semanas contadas por mês —, o resultado é 13;Assim, o 13° compensa essas quatro semanas restantes que formam o "13° mês".
Esse dinheiro, segundo Mila, serve para aqueles meses que têm mais dias úteis e podem gerar um desequilíbrio nas contas, já que os gastos com transportes e alimenta??o no trabalho, por exemplo, podem ser maiores.
"Na verdade, o 13° é essa diferen?a para os meses que têm cinco semanas, para a pessoa receber pelo que ela trabalhou. Ent?o, ele é visto como um salário a mais, mas se você dividir 52 por 4 vai dar 13. Ent?o, ele é um direito do trabalhador, porque é, de fato, um período que ele trabalhou", explica.
Para a educadora financeira, enxergar esse dinheiro como um direito e n?o um b?nus faz diferen?a no comportamento financeiro. "Quando a gente sabe que demandou um esfor?o para conquistar esse dinheiro, a gente acaba tendo uma disciplina maior do que se fosse simplesmente um dinheiro ganhado".
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Como analisar o melhor destino para o 13° salário
Mila Gaudencio afirma que a forma de gastar o 13° salário deve ser decidida com base em uma análise pessoal, entendendo qual a realidade em que se vive. No entanto, há alguns pontos que devem ser levados em considera??o para que essa decis?o seja o mais acertada possível.
1?? Avalia??o das dívidas
Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor da Confedera??o Nacional do Comércio de Bens, a CNC, até setembro de 2024, apesar de uma queda no número de endividados, o número de pessoas que se declaram endividadas no Brasil ainda era de 77,2%.
E embora o alto endividamento seja uma realidade brasileira, as dívidas podem gerar uma série de efeitos negativos na saúde mental de quem as contrai. Assim, se há dívidas importantes, de valores elevados e que pesem no or?amento, Mila pontua que priorizar pagá-las é uma boa op??o.
Veja dicas de como conseguir boas condi??es na renegocia??o de dívidas
Se as parcelas da dívida comprometem uma fatia importante do or?amento mensal, vale a pena usar o dinheiro do 13° salário para quitar os débitos totalmente ou, pelo menos, diminui-los.
A educadora financeira ainda alerta que vale procurar o banco para tentar negociar um desconto para a quita??o do valor ou, se n?o for possível pagar tudo de uma vez, buscar alternativas para reduzir o valor das parcelas restantes — seja amortizando uma parte e/ou fazendo uma portabilidade das dívidas.
2?? Se n?o há dívidas, vale pensar nas contas que se aproximam.
"A pessoa tem que olhar para a realidade dela e olhar como um todo. Depois de dezembro, vem janeiro. E vem janeiro com outras despesas", diz ela.
"Ent?o, é importante você ter uma vis?o do todo. N?o usar todo o dinheiro em dezembro e esquecer que tem outros meses e outras coisas que est?o por vir", afirma Mila.
Tradicionalmente, todo come?o de ano chegam algumas contas que podem pesar sobre as finan?as, como IPTU, IPVA, materiais escolares e férias, por exemplo.
13o salário: pagar dívidas ou realizar sonhos?
Quem deixa para pensar nessas despesas só quando elas chegam, porém, pode come?ar o ano já se enrolando financeiramente, ao precisar parcelas as contas — contraindo novas dívidas.
Ent?o, o conselho da educadora financeira é que aqueles que n?o têm uma reserva, ou pelo menos uma folga no or?amento, guardar o valor do 13° para arcar com essas despesas é uma boa escolha, capaz de trazer a desejada "paz de espírito" nos meses seguintes.
3?? Depois de analisar as contas passadas, presentes e futuras, tudo bem destinar uma parte do dinheiro para se presentear.
Mila considera que é "saudável que a pessoa que n?o tem dívidas e está com as contas em dia compre um presente para si". Isso porque o dinheiro, para além de pagar contas, tem o propósito de proporcionar boas experiências para o trabalhador.
Porém, mesmo sem dívidas, a especialista alerta que é importante definir limites para os gastos — ainda mais no fim do ano, uma época que é "convidativa para os gastos".
Se o valor do 13° salário for usado para comprar presentes (para a própria pessoa ou para outros), vale a pena decidir, antes mesmo de sair de casa, qual é o teto de gastos, ou seja, qual o valor máximo que será gasto com as compras.
"Tem que ter cuidado para que os sonhos n?o virem pesadelos financeiros", alerta Mila. "As despesas aumentam no come?o do ano, ent?o é importante analisar o pós (dezembro) antes das compras".
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Como um empreendedor pode ter um 13° salário no fim do ano
Para os empreendedores, aut?nomos ou outros profissionais que n?o têm o direito ao 13° salário por lei, a prepara??o para ter esse dinheiro extra entre novembro e dezembro deve come?ar ainda no início do ano.
O primeiro passo é separar a pessoa física da pessoa jurídica, e delimitar o que é dinheiro da empresa e o que é dinheiro do profissional. Para isso, o empreendedor precisa, com base nos cálculos individuais de cada negócio, definir qual será seu salário — o pró-labore — e deixar o restante do faturamento para pagar as contas da empresa e formar caixa.
O 13° salário ideal é o valor do rendimento do profissional no ano dividido por 12. Dessa forma, o empreendedor pode pegar um pouco do seu pró-labore mensal e poupar ao longo do ano, para que em dezembro tenha o 13°.
No entanto, a educadora financeira ressalta que, principalmente para os empreendedores iniciantes, pode ser difícil juntar o valor equivalente a um 13° completo
"Eu empreendo faz quatro anos e esse foi o primeiro ano em que eu consegui me pagar um 13°. E é isso também: entender que é um processo. Se você come?ou a empreender agora, existe um processo até você conseguir ter uma estabilidade financeira, uma receita, um faturamento mais linear... isso leva um tempo. Ent?o n?o se frustre, n?o se desespere", conta.
Mesmo assim, vale reservar um pouco por mês, por menor que seja o valor, para que o empreendedor tenha pelo menos uma parte desse 13° para ajudar com as contas da pessoa física no come?o do ano, aconselha Mila.
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