Grande Goiania tem aumento de 98% no número de imóveis lan?ados em 2019 em rela??o ao ano passado, diz Ademi-GO
‘Big techs’ dominam o mundo, mas aqui perfil das maiores n?o mudou 25 anos Valor Econ?mico.txt
As gigantes brasileiras do ?omudouanosValorEcon?quais sao as maiores cartas no pokercome?o do novo milênio sobreviveram a um período abalado por bolhas financeiras, crises econ?micas, escandalos políticos e empresariais sem perder a majestade. Houve quebradeira como consequência de fraudes contábeis, corrup??o e má gest?o, mas as grandes mantiveram-se firmes na ponta, n?o sem alguns trope?os. Nos últimos 25 anos, o perfil das maiores empresas de capital aberto por valor de mercado pouco mudou, com as privatiza??es reduzindo a participa??o estatal no principal índice da bolsa, o Ibovespa, enquanto o peso continuou concentrado em materiais básicos e bancos. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({ mode: 'organic-thumbs-feed-01-stream', container: 'taboola-mid-article-saiba-mais', placement: 'Mid Article Saiba Mais', target_type: 'mix' }); Ressalve-se que o mercado de a??es n?o é um retrato fiel da economia do país, com setores importantes da economia, como o agro, ainda sub-representados. No entanto, um índice de 57 anos como o Ibovespa é uma referência importante n?o só para investidores, como também para quem quer entender o que aconteceu na economia brasileira neste quarto de século. Desde 2000, ano marcado pela chamada bolha da internet e o aparecimento de algumas das futuras “big techs”, o principal índice da bolsa brasileira mudou pouco, se comparado, guardadas todas as propor??es, ao seu par americano, o S&P 500. Petrobras, Itaú, Vale, Ambev, Banco do Brasil e Bradesco mantiveram-se no topo Enquanto a tecnologia avan?ou no mundo e criou as “Sete Magníficas” do novo milênio nesta nova fronteira da inteligência artificial, o Brasil continuou fiel ao quarteto nem t?o fantástico formado por petróleo, minério, bancos e cerveja. Levantamento feito pelo Valor Data com base nos dados disponíveis nos arquivos da B3 mostra que entre o início do século e o fim do ano passado, Petrobras, Itaú Unibanco, Vale, Ambev, Banco do Brasil e Bradesco, nesta ordem, mantiveram-se como presen?as constantes no topo da lista durante todo o período. A pesquisa levantou as dez maiores a cada cinco anos, por valor de mercado em dólar. Uma novidade recente foi a WEG, cuja a??o multiplicou de valor nos últimos anos, sustentada por uma gest?o consistente por trás de uma bem-sucedida estratégia de internacionaliza??o, o que permitiu à fabricante de motores elétricos beneficiar-se amplamente do aumento da demanda por equipamentos usados em energias renováveis. A cria??o do Novo Mercado da bolsa foi um marco desse período” — Jorge Simino Jr. A concentra??o diminuiu, principalmente se for levado em conta o período pré-2000, com a predominancia das estatais, especialmente da Telebras, holding de telecomunica??es, que tinha um enorme influência nos preg?es presenciais de antanho. Na primeira década do novo século houve mudan?as importantes, tanto em termos de diversifica??o dos papéis disponíveis quanto a avan?os regulatórios e de governan?a. “Houve um refor?o importante em alguns setores, como os de constru??o e educa??o”, lembra Jorge Simino Jr., ex-diretor de investimentos e patrim?nio da Vivest (ex-Funda??o Cesp), que atuou no mercado de capitais por mais de 40 anos. “Ao mesmo tempo, a cria??o do Novo Mercado da bolsa foi um marco desse período, com a exclusividade das a??es com direito a voto e regras mais rígidas de governan?a.” N?o seria exagero dizer que a mudan?a estrutural que criou as bases para esse e outros avan?os foi o Plano Real, em 1994, que debelou a hiperinfla??o. N?o foi, no entanto, um tempo de calmaria, nem no Brasil, nem no mundo. Ainda assim, os investidores estavam animados com o país que agora tinha uma moeda estável, o que faz toda a diferen?a para quem tem que prever e planejar. A mudan?a estrutural que gerou as bases para esses avan?os foi o Plano Real O Ibovespa bateu três recordes entre julho de 1997 e mar?o de 2000, acumulando um ganho expressivo, “apesar dos efeitos negativos da crise financeira asiática de 1997 e da crise russa de 1998”, como registra o “paper” “Fifty-Year History of the Ibovespa”, escrito por professores da FGV-SP e publicado em 2019 na “Revista Brasileira de Finan?as”. Mas o novo século veio com surpresas como a crise energética em 2002, último ano do governo de Fernando Henrique Cardoso, e a vitória do Partido dos Trabalhadores nas elei??es presidenciais, o que derrubou o Ibovespa. O chamado “boom das commodities”, uma onda de crescimento mundial extraordinária, e a dissipa??o dos receios de uma radicaliza??o política resultaram em sucessivos recordes na bolsa até a crise financeira global de 2008. A recupera??o veio rápida, porém uma nova e grave crise, desta vez no Brasil, se avizinhava: as revela??es da Opera??o Lava-Jato mostraram um esquema de corrup??o entranhado no cora??o de estatais como Petrobras e Eletrobras, um duro golpe na confian?a do investidor. O mercado cresceu, mas a evolu??o é lenta e a concentra??o continua grande A instabilidade político-econ?mica do país, que por si só já seria suficiente para afugentar o dinheiro medroso, alimenta um concorrente feroz da renda (muito) variável brasileira: os juros historicamente altos do país. Essa armadilha ajuda a explicar ciclos relativamente rápidos de alta e baixa que já s?o uma característica da bolsa brasileira. “Nos 56 anos do Ibovespa, só me lembro de dois momentos em que tivemos cinco anos consecutivos de alta”, diz Simino. “O padr?o s?o períodos curtos, enquanto no S&P 500 você encontra vários períodos de dez anos consecutivos de alta.” Esse ambiente n?o favorece uma cultura de poupan?a de longo prazo como acionista. Além dos juros, Simino considera que uma parte do empresariado ainda olha o mercado de a??es de forma oportunista, apenas como uma maneira de monetizar parte do patrim?nio. E os investidores institucionais também n?o mostram muita confian?a. “No Brasil, o investimento de fundos de pens?o em a??es gira em torno de 20% e 25% da carteira, enquanto lá fora vai de 40% a 60%”, diz. O mercado cresceu, em volume e em qualidade, mas o avan?o é lento e a concentra??o continua grande. Há uma “seca” de aberturas de capital desde 2021, e os primeiros meses de 2025 foram os piores para ofertas de a??es em 20 anos, como mostrou a repórter especial do Valor Fernanda Guimar?es - o que inclui, portanto, a recess?o de 2015 do governo Dilma Rousseff, quando o PIB recuou 3,5%. “Quando comecei na década de 1980, nosso ‘stock guide’ [lista de a??es acompanhadas pelos analistas] tinha 150 papéis”, diz Simino. “Atualmente n?o é muito diferente disso.” As 'Mag 7' têm mais lucro, mais caixa e menos endividamento” — Avantgarde Apesar de haver mais de 400 empresas listadas na B3, a liquidez está concentrada na primeira centena. No topo dessa lista, as líderes representam cerca de 40% do peso do índice, que na contagem de abril de 2025 tinha 84 papéis de 81 empresas. Na sua primeira vers?o, em 1968, a carteira teórica do Ibovespa tinha 18 empresas. Enquanto isso, no maior mercado de capitais do mundo, ocorre também um fen?meno de concentra??o, mais recente e muito mais espetaculoso, de empresas ligadas a tecnologia. Nos últimos anos, já vinha acontecendo uma ampla remodelagem em Wall Street, especialmente a partir de 2005, quando o conglomerado industrial General Electric (GE), um símbolo da indústria americana por décadas, aparecia em primeiro lugar entre as maiores do S&P 500, como mostra um gráfico feito pelo site Visual Capitalist com base em dados do Goldman Sachs e do American Enterprise Institute. Uma novidade recente foi a WEG, cuja a??o multiplicou de valor nos últimos anos Cinco anos depois, a petroleira ExxonMobil, a maior do setor no mundo, assume a lideran?a, mas a Apple já estava no seu calcanhar. Em 2015, a fabricante do iPhone já era a mais valiosa do mundo, e, cinco anos mais tarde, GE e ExxonMobil n?o aparecem mais na lista, dominada agora pelo clube trilionário das “magníficas” - Alphabet (Google), Amazon, Apple, Meta (Facebook), Microsoft, Nvidia e Tesla. “N?o me lembro de um S&P 500 em que sete empresas tivessem 50% do índice”, diz Simino. “Pode ser mais um período de ‘exuberancia irracional’.” O termo premonitório foi cunhado em 1996 pelo ent?o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Alan Greenspan, em meio à euforia com startups de internet, uma bolha que estourou alguns anos depois com grande estrondo. Aquela mania também provocou uma concentra??o nas chamadas “pontocom”, o que automaticamente faz investidores mais experientes ligarem alguns pontos (com o perd?o do trocadilho). Mas as diferen?as s?o grandes o suficiente para n?o passarem despercebidas. Exuberantes, as “Mag 7” sem dúvida s?o, porém muitas empresas da bolha da internet vendiam promessas e entregavam prejuízo. Como resumiu a gestora Avantgarde em um “fio” recente na rede X, elas “têm fundamentos mais sólidos: mais lucro, mais caixa e menos endividamento relativo”. No entanto, ressalva a gestora, “os múltiplos continuam esticados” e “o grau de concentra??o que alcan?aram nos índices é alarmante”. Ou seja, pode vir uma corre??o, especialmente agora com a guerra das tarifas e suas consequências nas cadeias de suprimentos. Os movimentos sísmicos que ser?o sentidos nos próximos meses na estrutura do comércio mundial v?o certamente testar a magnificência e a capacidade de adapta??o desses colossos modernos.