Maiores reservas mundiais de lítio est?o no Chile e na Austrália
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14 Sep 2025(atualizado 14/09/2025 às 09h25)Neste século XXI, uma das riquezas mais importantes do planeta é o lítio. O metal que serve de matér
Maiores reservas mundiais de lítio est?o no Chile e na Austrália
Neste século XXI,ítioest?onoChileenaAustráloteria nacional mexico uma das riquezas mais importantes do planeta é o lítio. O metal que serve de matéria-prima para baterias de celulares, de computadores portáteis, de veículos elétricos. Nesta sexta-feira (22), na segunda reportagem da série especial sobre esse novo ouro branco, o Jornal Nacional mostra onde est?o as maiores reservas mundiais e explica por que o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, já é chamado no mercado internacional de "Vale do Lítio".
é uma estrada sem volta. Enquanto fabricantes de veículos investem pesado para trocar a tecnologia dos motores à combust?o, a indústria de autope?as rastreia fornecedores de matéria-prima para as baterias dos carros elétricos. Lítio, sobretudo.
Dados do Servi?o Geológico dos Estados Unidos mostram que 23 países do mundo têm reservas de lítio. Um estoque de 98 milh?es de toneladas. Alguns ainda nem come?aram a explorar o metal, outros est?o engatinhando. E tem aqueles que já s?o grandes produtores mesmo sem as maiores reservas.
é o caso da Austrália, o segundo maior produtor mundial. O primeiro fica do outro lado do planeta, o Chile, que, sozinho, fornece quase a metade de todo o lítio consumido no mundo. O Chile, aliás, é uma das pontas do chamado "Triangulo do Lítio", formado também por Argentina e Bolívia. Os três países concentram, juntos, 60% das reservas mundiais.
Nessa corrida, o Brasil está um pouco atrás. Mas estudos do Servi?o Geológico Nacional indicam que há reservas no Rio Grande do Norte, na Paraíba, no sul da Bahia e no norte de Goiás. E já há minas em explora??o no Ceará e em Minas Gerais. Por aqui, os estoques s?o estimados em 470 mil toneladas.
Segundo a Agência Internacional de Energia, em 2022, a demanda por baterias de íon de lítio no setor automotivo cresceu 65% na compara??o com 2021. O maior fabricante mundial dessas baterias é a China. E na competi??o por esse grande consumidor, o Brasil tem uma vantagem.
O professor titular do Departamento de Química da USP explica que nossas reservas s?o em rochas, no espodumênio - como é na Austrália, gigante das exporta??es. O minério concentra mais lítio do que os depósitos do triangulo Chile-Argentina-Bolívia, que est?o nos desertos de sal.
“A gente pega na m?o aquele monte de sal e lá tem lítio. Mas n?o pensa que é fácil tirar o lítio de lá, é 0,3% no máximo, é um pouquinho de lítio. E no espudomênio, o teor é dez vezes mais, ou mais ainda que isso. O caso da Austrália igualzinho do Brasil. Ela só tem o espodumênio como fonte e n?o tem tanta jazida. Nós temos mais do que eles. Mas eles têm tecnologia, investiram pesado nisso. Coisa que o Brasil está come?ando a fazer agora”, explica o professor Henrique Eisi Toma.
A aposta é alta. Tanto que em maio, investidores do mundo todo foram apresentados ao Vale do Jequitinhonha em um evento na Bolsa de Valores Nasdaq, em Nova York, nos Estados Unidos. Conheceram como "Vale do Lítio", um projeto dos governos federal e de Minas Gerais para atrair capital para os municípios com as maiores reservas.
A multinacional canadense que vislumbrou o potencial do vale em 2016 exportou em 2023 para a China o primeiro carregamento do material rico em lítio. O pátio da veterana mineradora brasileira também tem montanhas de espodumênio pronto para seguir viagem.
1 de 1 Vale do Jequitinhonha é conhecido como 'Vale do Lítio' — Foto: Jornal Nacional/ Reprodu??o
Mas um caminh?o, em outra unidade da companhia, está carregado com o produto final que vai nas baterias fabricadas pelos chineses: o sal de lítio. Esse pó que alguns chamam de "ouro branco". é um passo adiante no complexo processo industrial e, por isso, custa mais caro que a pedra minerada.
O economista e professor da Funda??o Getúlio Vargas Paulo Gala diz que esse deveria ser o caminho: adicionar valor à riqueza que a natureza entrega quase pronta ao Brasil.
“A gente tem que ser rápido. A gente n?o pode deixar as empresas se consolidarem no mundo fora do Brasil. Ent?o, dá tempo. Mas o governo precisaria ser ágil para desenhar um plano para utilizar essas vantagens brasileiras para transformar isso em empresas e fábricas que produzam aqui no Brasil”, afirma Paulo Gala.
Isso quer dizer desenvolvimento. O prefeito de Ara?uaí calcula que o or?amento da cidade vai crescer cerca de 80% só com a arrecada??o de impostos pagos pelas mineradoras. Mas quer mais.
“Nós temos que come?ar a discutir essa quest?o da cadeia produtiva. Por que n?o se investir, por que n?o se trazer, principalmente, para o Vale do Jequitinhonha, para o Nordeste do Brasil, para as áreas de um menos IDH, para uma área mais sofrida socialmente? Por que n?o trazer implanta??es que possam cooperar com esse desenvolvimento, com a industrializa??o, uma fábrica de baterias?", questiona Tadeu Barbosa de Oliveira, prefeito de Ara?uaí.
A cidade já sente os impactos dessa corrida pelo lítio do Jequitinhonha, e sabe que é só o come?o.
“Os pre?os foram lá em cima. O aluguel de R$ 1 mil foi para R$ 5 mil. Impactou bastante e vai impactar mais ainda. Espero que essas empresas se unam junto com poder público para que n?o tenha importa??o de m?o de obra. O objetivo seria a forma??o de jovens a ser implantado no mercado de trabalho e n?o importar que está lá, qualificado bem amparado lá fora”, diz Marcos Ant?nio Costa Miranda, presidente da Associa??o Comercial de Ara?uaí.
“Nós temos que deixar um legado para a sociedade, e fazer dessa riqueza, um desenvolvimento, mudar o cenário da regi?o. é isso que a gente espera dessas mineradoras que est?o vindo para o Brasil. Esse é o sonho de todo cientista, de todo pesquisador no Brasil, que o conhecimento n?o gere simplesmente riqueza, mas gere sustentabilidade e um bem estar social, algo que fica para as gera??es”, diz Henrique Eisi Toma.
No sábado (23), na terceira e última reportagem da série, você vai saber como outro bem precioso é fundamental na explora??o do lítio: a água.
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