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Produtora de repolho vira influencer do agro e aumenta as vendas mostrando a rotina do campo nas redes sociais

Uma produtora de repolhos em Santa Maria de Jetibá,fa?a sua mesa de poker na Regi?o Serrana do Espírito Santo, encontrou nas redes sociais uma forma de divulgar seu trabalho como agricultora. Rosangela Kruger, de 35 anos, tem mais de 57 mil seguidores que acompanham sua rotina no campo, com atividades como dar comida aos porcos e arar a terra para a lavoura. Com as publica??es, ela consegue aumentar as vendas.

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A agricultora contou que come?ou a trabalhar na planta??o de verduras com apenas cinco anos de idade. Desde muito novinha, sempre esteve ligada à rotina no campo por causa da família de agricultores.

"Desde sempre eu trabalhava com verduras com os meus pais e continuei depois que me casei. Em 2024, comecei a postar vídeos mostrando um pouco da rotina, do meu dia a dia, e muita gente gostou, disse que gostava de me acompanhar", comentou.

1 de 5 Rose do Agro faz sucesso nas redes sociais postando sua rotina na planta??o de repolho em Santa Maria de Jetibá, Espírito Santo — Foto: Reprodu??o/Redes sociais

Com as publica??es, a "Rose do Agro", como é conhecia nas redes sociais, ganhou uma ajuda a mais para escoar a produ??o. Nos vídeos, a agricultora conta até com a ajuda de um cachorro durante os trabalhos no campo.

Mas exibir a rotina nas redes tem outros benefícios, além de se tornar conhecida. Pelas páginas, ela recebe encomendas, negocia a venda de produtos e dá visibilidade aos produtos.

"Na hora do almo?o, eu tiro uma folga, já negocio e rapidinho dá certo. A rede social facilita muito a vida do produtor. Antes, sem a internet, você pegava moto, ia em um lugar a 20, 30 quil?metros para negociar a verdura. Hoje n?o. Você só mexe no celular e tá tudo pronto. Você consegue vender tudo muito fácil e rápido", relatou.

Em dezembro, a produtora teve sua conta original nas redes sociais invadida por hackers e precisou come?ar do zero um novo perfil mostrando sua rotina.

Na propriedade onde la mora, a família cultiva vários produtos, mas especialmente verduras. O repolho é o carro-chefe. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Espírito Santo é o sétimo maior produtor de repolho do país.

2 de 5 Rose do Agro faz sucesso nas redes sociais postando sua rotina na planta??o de repolho em Santa Maria de Jetibá, Espírito Santo — Foto: Reprodu??o/TV Gazeta

De acordo com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extens?o Rural (Incaper), em 2024 a produ??o no estado foi de mais de 200 toneladas. O destaque foi para a cidade de Santa Maria de Jetibá, onde a Rose do Agro mora. Lá é onde mais de produz a verdura.

Hoje, s?o mais de 30 mil pés de repolho na planta??o da Rosangela em sete hectares e meio de área plantada. Além da verdura, Rosangela também colhe batata-doce, batata-inglesa, milho e café.

Dificuldades na lavoura

Em 2024, o clima atrapalhou um pouco a colheita da verdura. Com muita chuva, o repolho n?o cresceu e as folhas n?o se desenvolveram tanto.

"Eu n?o deixo ela terminar por inteiro, eu já come?o outra ro?a de novo para o ano todo eu ter repolho para fornecer. Tem que plantar. Tem vezes que ele colhe muito bem, tem vezes que ele n?o colhe t?o bem. Sempre depende do clima. No inverno, ele colheu muito bem, n?o tinha doen?a, nada. Mas o pre?o estava muito baixo. A gente vendeu a caixa de 25 quilos por R$ 4, e ainda era bem difícil de vender. Agora que ele deu uma melhorada de pre?o, que tá uns R$ 25 ", apontou.

Além do clima, uma doen?a afetou a lavoura: o vermelh?o, também conhecido como enfezamento do repolho, causado por bactérias que penetram na hortali?a.

3 de 5 Produ??o de repolho em Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo — Foto: Reprodu??o/TV Gazeta

Ainda n?o existe um cultivo com resistência genética à doen?a, que desde 2020 tem infestado as lavouras.

"Com um mês, mais ou menos, o repolho sai firme e forte. Aí come?a a dar uma cigarrinha, ele entra no talo e aparece um vermelh?o. Esse talo n?o desenvolve mais e fica todo vermelho e sem vida. O ideal seria retirar os pés que est?o no meio da lavoura, porque aí fica melhor. Colher esse repolho doente n?o serve", explicou.

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O extensionista do Incaper, Iosmar Luis Mansk, acompanhou o desenvolvimento da doen?a e orientou os produtores.

"A gente fala e orienta para que se fa?a uma análise de solo para você ter uma aduba??o de acordo com a necessidade técnica do solo. Fazer plantio no momento certo da muda e com uma muda de boa qualidade. Fazer a capina na hora certa, as aduba??es de cobertura, o controle de índice de ataque de pragas, doen?as... Isso tudo para, no final, ter um resultado positivo", pontuou.

4 de 5 Produtores reclamam que a colheita de repolho em 2024 no Espírito Santo n?o rendeu muito por causa das doen?as e das chuvas — Foto: Reprodu??o/TV Gazeta

O Incaper também apontou que cerca de 65% da popula??o da cidade de Santa Maria de Jetibá vive no campo e sete mil famílias cultivam o repolho verde e o roxo.

O que é colhido no sítio da Rosangela é vendido para compradores como Gustavo Ernesto Berger. Ele é o responsável por fazer a negocia??o com outros mercados.

"A gente precisa cada vez buscar o melhor para o mercado, como amigo também. O mercado n?o conseguiu me ajudar a puxar essa mercadoria toda dos produtores e acabei deixando alguns produtores na m?o. Eu ofereci para o cliente e eles n?o estavam conseguindo vender na Ceasa. Aí acabava que eu n?o tinha venda para esse produto", afirmou o comprador.

Já o produtor Edmilson Conradt precisou trocar a cultura de repolho para alface para n?o ter prejuízo.

"Pra mim, a alface tem uma rende de mês em mês, e o repolho demora três meses. Pra mim, foi melhor investir a alface do que repolho. Era muita doen?a, chuva que atrapalha. E a alface foi a melhor escolha. Agora metade planta repolho e metade alface", disse.

5 de 5 Santa Maria de Jetibá é a cidade do Espírito Santo com a maior produ??o de repolho no estado — Foto: Reprodu??o/TV Gazeta

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