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Perder faz parte do jogo e pode trazer boas li??es.txt
Após cada partida ou competi??o,??ganhafor da quina todos os olhares se voltam para os vencedores. Risos, comemora??es e lágrimas de alegria. No entanto, se alguém ganhou, alguém inevitavelmente perdeu. E lidar com isso nem sempre é fácil. Continuar lendo Saiba mais: Competi??es de jud? voltam ao Intercolegial após cinco anosLeia também: Xadrez no Intercolegial: jovens talentos se enfrentam em partidas acirradas Se mesmo jogadores de futebol experientes se exaltam ou ficam largados, chorando em campo, o que se pode esperar de adolescentes que, muitas vezes, est?o experimentando suas primeiras derrotas? Mas é possível, sim, saber lidar melhor com elas e tirar dessas situa??es li??es que podem ajudar muito n?o só no esporte mas no próprio desenvolvimento pessoal. — O esporte é um grande treino da inteligência emocional. Aprender a lidar quando as perdas s?o inevitáveis, aprender com os erros, com as derrotas... é uma grande li??o. Saber como se comportar quando alguma injusti?a é cometida, como se comportar quando a derrota veio n?o pela sua própria atua??o, mas pela de colegas... é um cenário de muitos aprendizados — afirma a psicopedagoga e educadora parental Isa Minatel, autora do livro “Crian?as sem limites” (editora Figurati). Para Isa, adultos, técnicos, treinadores, pais, professores, todos também precisam estar preparados para isso. — é aqui que eu acho que a gente tem o maior gap, maior falha no nosso sistema de uma maneira geral. Muitos dedicam-se somente a saber sobre o esporte em si e n?o d?o esse amparo de inteligência emocional para os atletas — avalia Minatel. — Quando eu tenho um técnico consciente, ele medeia o time com a situa??o que está acontecendo, seja positiva ou negativa, e medeia também a rela??o do grupo. é ele que dá o tom. Assim, compreendendo o espírito de equipe, os próprios atletas se apoiam, de forma que o que está mais inteiro naquele dia vai dar suporte para o que está mais sensibilizado. Desse tipo de intera??o, um dos grandes ganhos possíveis é uma equipe mais unida e la?os mais estreitos de amizade: — Quando a gente passa por situa??es negativas, por perdas, por desafios juntos, isso cria uma conex?o muito, muito forte. Ent?o vale também saber aproveitar isso, criando parcerias de vida. Muitas vezes você pode fazer grandes amigos para a vida inteira em situa??es como essas. Aprendizado é muito importante trabalhar com os atletas o significado do erro, às vezes, entendido como derrota, fracasso, ou incompetência. Como se um erro levasse a conclus?es sobre a pessoa e n?o sobre o ato. — Se eu errei, ent?o eu preciso aprender mais. Se errei, ent?o há algo que eu precise fazer a respeito, n?o é? E n?o tirar conclus?es sobre a minha capacidade, a minha identidade, ou a minha autoestima. é muito interessante quando a gente vai trazendo um mindset de crescimento, e n?o um mindset de derrota, de falha, de rebaixamento para o atleta — explica Isa Minatel. Assim, o atleta reavalia como poderia ter feito uma jogada diferente, um passe ou um golpe diferente. A partir daí, de acordo com a psicopedagoga, é possível desenvolver um caminho neural para que isso possa ser uma alternativa numa outra situa??o similar no futuro. Ou seja, vira um preparo. Outra quest?o a ser analisada com carinho é a parte emocional. Segundo Minatel, muitas perdas ocorrem n?o por falta de competência técnica, mas sim por falta de competência emocional. Ent?o, também é válido repensar esse aspecto. — é importante perceber o quanto alguma coisa mexeu com o atleta emocionalmente, o quanto ele se desestabilizou. Por exemplo, o outro xingou e ele entrou na provoca??o. Fazer essa avalia??o, n?o só da parte técnica, da parte física, mas também da parte mental e emocional é bem importante. Na hora Certas coisas demandam tempo para serem processadas. Mas ali, na hora, ainda sob a adrenalina, é preciso desenvolver certa inteligência emocional para n?o perder a cabe?a, como explica a psicóloga do esporte Duda Rea. — Está tudo bem expor os sentimentos. Está triste, tudo bem chorar. Só precisa ter aten??o com a raiva porque ela pode prejudicar o atleta, o grupo, ou ofender diretrizes e colegas — diz. De acordo com Rea, o melhor é que o adolescente receba esse preparo antes do momento da competi??o — e de seu resultado. — é importante fazer um trabalho antes, explicar que a derrota pode acontecer e tudo bem sentir. O ponto é trabalhar a necessidade de expressar a frustra??o de forma saudável. Orientar que se o atleta está de cabe?a quente, precisa respirar e depois procurar alguém para conversar e falar sobre o que está sentindo. N?o só corre??o da técnica e estratégica, mas também dar espa?o para expressar o sentimento — diz a psicóloga. Segundo ela, cada um reage de um jeito, uns s?o mais sensíveis, outros mais tímidos ou racionais. N?o há rea??o certa ou errada. No entanto, ela orienta cuidado com duas coisas: que o técnico ou familiares n?o tenham rea??o negativa, evitando comentários ríspidos, buscando mais uma postura de aceita??o e acolhimento. Também é importante n?o excluir, responsabilizar ou voltar a raiva para um colega. — N?o é hora de apontar erros, o técnico pode dar um feedback depois, mas no primeiro momento tem que ser acolhedor e construtivo. E nunca colocar um só atleta no centro do problema, responsabilizando-o. E aí, vida que segue. — O esporte é como uma parcela da vida, vamos ter frustra??es, e o esporte ensina isso. Quando você é um atleta, sabe que n?o vai ganhar sempre. Vai rever estratégia, criar vínculo maior com a equipe e levar essa experiência para outras partes da vida. Vai pensar: “enfrentei uma derrota uma vez e vivi dessa forma”. é aprendizado — conclui Rea. Frases para lidar com a derrota Reflex?es de Isa Minatel para ajudar pais e técnicos a se comunicar com o adolescente nessas horas: "Eu nunca perco. Ou eu ganho, ou eu aprendo.""Quando eu erro e n?o aprendo, eu erro duas vezes. Quando eu perco e n?o aprendo, eu perco duas vezes.""Nas perdas, n?o perca a li??o.""Falhou, está falhado. N?o se falha mais nisso." Mais de Esportes: Flamengo pede reconhecimento da ONU como primeira Na??o simbólico-cultural do mundo Testado por Ancelotti, Samuel Lino passa por trote na sele??o e fala da importancia do Flamengo em convoca??o: 'Foi um impulso' Proposta por SAF do Flu tem aporte inicial de R$ 500 milh?es e gastos de R$ 6,4 bi em dez anos no futebol
