Por que o PCC usa metanol para adulterar combustíveis no Brasil; veja os riscos para o carro
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16 Sep 2025(atualizado 16/09/2025 às 06h07)Uma das principais descobertas da megaopera??o desta segunda-feira (28) foi o grau de envolvimento d
Por que o PCC usa metanol para adulterar combustíveis no Brasil; veja os riscos para o carro
Uma das principais descobertas da megaopera??o desta segunda-feira (28) foi o grau de envolvimento da fac??o criminosa PCC na adultera??o de combustíveis.
O grupo tinha um complexo esquema de importa??o de metanol para misturar na composi??o de gasolina e etanol.
A principal raz?o para a adultera??o com metanol é o baixo custo — ele é mais barato de fabricar.
A Agência Nacional do resultados anteriores da quinaPetróleo (ANP) até permite um limite máximo de 0,5% na mistura, mas a investiga??o mostra que o percentual chegava a até 90% em alguns postos.
O metanol em excesso pode causar danos graves ao veículo e riscos à saúde humana.
Uma das principais descobertas da megaopera??o desta segunda-feira (28) foi o grau de envolvimento da fac??o criminosa PCC na adultera??o de combustíveis. O grupo tinha um complexo esquema de importa??o de metanol para misturar na composi??o de gasolina e etanol.
A principal raz?o para a adultera??o com metanol é o baixo custo — ele é mais barato de fabricar. O composto é subproduto do gás natural, uma matéria-prima abundante, e tem uma carga de impostos significativamente menor em compara??o com os combustíveis automotivos.
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Além disso, a dissolu??o dele nos combustíveis é de difícil detec??o. “O metanol tem alta capacidade de combust?o, a água n?o. Além disso, nos testes a água separa totalmente do combustível, o metanol n?o”, explica Tenório Júnior, técnico e professor de mecanica automotiva.
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) até permite um limite máximo de 0,5% na mistura, mas a investiga??o mostra que o percentual chegava a até 90% em alguns postos.
1 de 1 Infográfico explica caminho do dinheiro no esquema do PCC. — Foto: Arte/g1
De acordo com Ricardo Abreu, engenheiro mecanico e consultor de mobilidade sustentável para a Uni?o da Indústria de Cana-de-A?úcar e Bioenergia (Unica), a ANP permite a presen?a porque ele pode ser um subproduto do processo de produ??o do etanol, mas n?o deve ser adicionado.
Diferen?a de rendimento chega a 25%
A principal distin??o entre metanol e etanol reside na matéria-prima e no processo de produ??o.
Etanol: Sua produ??o é feita a partir da cana-de-a?úcar. O etanol é obtido por fermenta??o da biomassa e transforma??o de a?úcar em etanol.Metanol: é um composto produzido a partir do gás natural, especificamente do gás metano (CH?) através de uma rea??o química. O metanol é um dos compostos organicos mais relevantes na indústria química, utilizado na fabrica??o de adesivos, solventes, pisos, revestimentos e como matéria-prima na fabrica??o de biodiesel.
A quantidade de energia é uma das grandes diferen?as entre o metanol e o etanol.
"A quantidade de energia que 1 litro de etanol tem é 25% maior do que 1 litro de metanol. Se o consumidor chegar no posto de abastecimento pensando que vai abastecer de etanol e, em vez disso, encher o tanque de metanol, ele estará levando 25% a menos de energia, vai rodar 25% a menos", afirma Ricardo Abreu.
Além disso, o metanol em excesso pode causar danos graves ao veículo e riscos à saúde humana. Dentre esses riscos para o carro est?o:
Superaquecimento do motor: quando um veículo calibrado para etanol recebe metanol, a mistura de combust?o se torna "pobre", faltando combustível. A chama fica muito lenta, fazendo com que a energia se transforme em calor, causando problema de superaquecimento, podendo queimar válvulas e derreter a vela de igni??o.Corros?o e ataque a componentes: o metanol é altamente corrosivo e ataca materiais plásticos e borrachas. "Os problemas s?o mais graves de corros?o, os problemas de ataque a borracha, permeabilidade", afirma Abreu. Isso acaba por exigir a substitui??o de diversos materiais em tubula??es e tanques.Maior polui??o: a combust?o inadequada do metanol resulta em um nível de poluentes maior que o etanol.Toxicidade ambiental: em caso de derramamento, o metanol penetra rapidamente na terra e atinge o len?ol freático, contaminando a água.
Tipos de metanol: cinza, azul e verde
Metanol cinza: é o tipo mais comum, obtido a partir da síntese do metano (gás natural) ou, em alguns casos, do carv?o. Ou seja, n?o é considerado uma energia renovável ou limpa.Metanol azul: produzido também a partir do gás natural, mas com a incorpora??o de tecnologias de captura e armazenamento de carbono gerado durante sua produ??o. Ricardo Abreu detalha que ele "faz uma recaptura de carbono", tornando-o um "produto de baixo carbono", embora n?o seja de matéria-prima limpa.Metanol verde: considerado o mais sustentável, é produzido usando apenas fontes de energia renovável e sem emiss?o de gases nocivos para a atmosfera. Abreu descreve que é feito a partir de "hidrogênio verde" (produzido com energia limpa) e CO?, utilizando eletricidade.
O metano já foi usado pela indústria automotiva
O metanol já teve seu lugar como combustível no setor automotivo, embora com desafios. O metanol era usado na Fórmula Indy, categoria máxima ao automobilismo norte-americano, equivalente à Fórmula 1 nos EUA.
A Indy utilizou metanol e gasolina em seus carros até 2022. Na temporada seguinte, há dois anos, a Indy passou a utilizar etanol 100% renovável.
Apesar de suas qualidades para extrair mais desempenho em alta compress?o, o metanol enfrentou problemas práticos para o uso em veículos comuns. O engenheiro mecanico da Unica aponta, assim como outros especialistas ouvidos pelo g1, a corros?o como um grande problema.
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