O canto do tovacu?u-xodó: Ave rara é flagrada por biólogo em unidade de conserva??o do AC e aparece em 1o registro fotográfico
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13 Sep 2025(atualizado 13/09/2025 às 22h27)O biólogo Ricardo Plácido conseguiu fazer o primeiro registro fotográfico e em vídeo do tovacu?u-xod
O canto do tovacu?u-xodó: Ave rara é flagrada por biólogo em unidade de conserva??o do AC e aparece em 1o registro fotográfico
O biólogo Ricardo Plácido conseguiu fazer o primeiro registro fotográfico e em vídeo do ?uxodóAveraraéflagradaporbiólogoemunidadedeconserva??odoACeapareceemoregistrofotográpre?o de roleta para academiatovacu?u-xodó, pássaro da Amaz?nia que habita regi?es do Acre, Amazonas e Peru.
O cenário do clique n?o poderia ser mais majestoso: o Parque Estadual Chandless, unidade de conserva??o gerida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), localizada entre os municípios de Manoel Urbano, Santa Rosa do Purus e Sena Madureira.
Plácido é um dos profissionais que integram o quadro da secretaria e atua no parque, onde identificou a presen?a do tovacu?u-xodó em 2018.
O pássaro, que tem penugem nas cores marrom, branco e algumas listras pretas, é conhecido por hábitos furtivos, o que impossibilitava a capta??o de imagens dele em seu habitat natural.
Para conseguir monitorar a presen?a da espécie na regi?o, o especialista pediu ajuda a ribeirinhos que habitam as regi?es próximas ao parque para que comunicassem a ele qualquer avistamento.
Guiado pelo canto de uma ave rara, de hábitos discretos e especialista em fugir. Assim o biólogo Ricardo Plácido encerrou uma espera de sete anos e conseguiu fazer o primeiro registro fotográfico e em vídeo do tovacu?u-xodó, pássaro da Amaz?nia que habita regi?es do Acre, Amazonas e Peru, no último dia 9 de janeiro. (Ou?a abaixo o canto do pássaro)
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O cenário do clique n?o poderia ser mais majestoso: o Parque Estadual Chandless, unidade de conserva??o gerida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), localizada entre os municípios de Manoel Urbano, Santa Rosa do Purus e Sena Madureira. Plácido é um dos profissionais que integram o quadro da secretaria e atua no parque, onde identificou a presen?a do tovacu?u-xodó em 2018.
Desde ent?o, foram várias tentativas de registrar a espécie, que só era conhecida através de exemplares taxidermizados, ou seja, recolhidos do meio ambiente após a morte. O especialista lembra que estava acompanhando um grupo de estrangeiros que fazia uma expedi??o, quando soube de trabalhadores do parque que o pássaro havia sido detectado em um dos trechos daquela imensa floresta.
1 de 5 Tovacu?u-xodó é conhecido por habitar o solo, e costuma voar apenas para fugir dos locais — Foto: Ricardo Plácido/Sema
“Essa espécie em si, se sabia que existia, mas n?o existiam registros fotográficos ou imagens dela na natureza, ninguém conhecia. Ela ocorre no Peru e no Brasil adjacente, que seria a Acre, pelo sul, sudoeste do Amazonas. Há 10, 15 anos eles gravaram [o canto], mas ninguém nunca tinha conseguido registrar imagens do bicho. Faz tempo que ninguém encontra, e conseguimos localizar aqui no Parque Estadual Chandless. Os primeiros relatos no Brasil, foram por volta da década de 90, que ele foi ouvido lá no Alto Rio Juruá e no Alto Rio Moa, no Parque Nacional da Serra do Divisor e na Reserva Extrativista Alto Juruá. Mas n?o tinha documenta??o, só foram relatos dos pesquisadores que o ouviram”, contou.
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2 de 5 Desde 2018 o biólogo Ricardo Plácido tentava fazer registros fotográficos e em vídeo do tovacu?u-xodó — Foto: Ricardo Plácido/Sema
Ave rara e furtiva
O pássaro, que tem penugem nas cores marrom, branco e algumas listras pretas, é conhecido por hábitos furtivos, o que impossibilitava a capta??o de imagens dele em seu habitat natural.
De acordo com o biólogo, após as primeiras detec??es no final dos anos 1990, somente em 2015 um pesquisador documentou a presen?a do tovacu?u-xodó no município de Manoel Urbano, mas, em uma área de terra particular de manejo florestal madeireiro. Por se tratar de área privada, nunca foi possível fazer expedi??es para tentativa de registro fotográfico da espécie nessa regi?o.
Em 2018, Plácido também conseguiu documentar a presen?a da espécie no Chandless do Grallaria eludens [itálico], nome científico originado do latim, “que anda e foge sobre as palafitas”.
“Nessas áreas a gente percebeu que é suscetível [à presen?a do pássaro]. Com essas rajadas de vento que dá aqui no Acre, que leva telhado e tudo, a gente chama de blowdown quando é na floresta. Abre uma clareira que derruba as árvores, que parece até desmatamento. E aí destruiu o ponto desse primeiro indivíduo que a gente encontrou, que até ent?o ninguém sabia no mundo onde tinha. Só tínhamos esse ponto no mundo inteiro, que era aqui no Acre. E aí o primeiro indivíduo perdeu o seu hábitat, porque foi destruído por esse fen?meno natural”, lembrou.
3 de 5 Ricardo Plácido (à direita) com Pedro Vasquez e Cristiano Valente, ribeirinhos que moram na regi?o do parque — Foto: Reprodu??o/Ricardo Plácido/Sema
Trabalho em equipe
4 de 5 Biólogo Ricardo Plácido precisou ser quase t?o furtivo quanto o tovacu?u-xodó — Foto: Ricardo Plácido/Sema
Entretanto, n?o foi esse evento que fez o biólogo desistir do encontro com o tovacu?u-xodó. Para conseguir monitorar a presen?a da espécie na regi?o, o especialista pediu ajuda a ribeirinhos que habitam as regi?es próximas ao parque para que comunicassem a ele qualquer avistamento. Assim, ele teria melhor no??o de onde focar na busca pelo pássaro.
“Aí, a gente voltou à estaca zero. Eu acionei os moradores do parque, que s?o ribeirinhos, para eles procurarem. Eu disponibilizei a grava??o da voz dele. Até ent?o, só tínhamos grava??es de vozes dele, só o canto. E aí, virou uma ca?ada pela foto. A gente levou pessoas experientes lá de fora para tentar fotografar tudo, mas pelo comportamento furtivo da ave, ninguém conseguia. Ele é um petisco bom para predadores, tipo gato, cobra. Ent?o ele evoluiu para ser um verdadeiro ninja mesmo, para fugir. E aí, é muito arisco, é uma ave muito arredia e desconfiada mesmo. Ela é medrosa, digamos assim. Ao menor sinal de movimento, ela escapa e você nem vê”, acrescentou.
Com a ajuda da comunidade, Plácido soube do ribeirinho Pedro Vasquez que o canto do tovacu?u-xodó havia sido ouvido novamente no parque. Foi ent?o que o biólogo aproveitou a expedi??o que estava em curso e iniciou uma opera??o que durou três dias, entre 7 e 9 de janeiro.
“Está tendo uma expedi??o científica lá [no parque], com pesquisadores de fora, que s?o herpetólogos, trabalham com serpentes e anfíbios. Quando se tem essas miss?es, a secretaria [de Meio Ambiente] dá um suporte. Eu fui pra dar um suporte a eles, mas o tovacu?u-xodó tinha sido relocalizado, reencontrado por um nosso zelador lá, que é o Pedro, que está nas imagens. Ent?o, nesse tempo todo [desde 2018], conseguiram localizar 3 indivíduos. O primeiro sumiu, ou morreu, ou foi pra outro canto, por causa dessa rajada de vento. O segundo, aconteceu a mesma coisa, só que ele voltou. Foi esse que eu consegui filmar. Ele voltou ao local, ent?o ele sobreviveu”, explicou.
Potencial turístico e prote??o ambiental
As primeiras técnicas para fotografar o animal n?o foram bem sucedidas e a primeira foto, oficialmente, saiu desfocada. Mas Plácido n?o desistiu, e elaborou um novo plano: pediu para que Vasquez caminhasse para perto da árvore onde o pássaro estava. Enquanto isso, o biólogo estava com a camera já preparada para o clique.
Até que a espera, n?o só desde 2018, mas sim de décadas, se encerrou, e o objetivo foi alcan?ado. Mas apenas por pouco tempo, até que o mestre das fugas fez o que mais sabe.
“Eu pedi para ele [Vasquez] dar só dois passinhos por trás da vegeta??o onde o bicho estava escondido, para ele sair do local obscuro que ele estava e sair numa janelinha, e eu já fiquei com a camera apontando. Porque as outras vezes, eu vi o bicho, as fotos saíram desfocadas, quando eu tentava levantar a camera. Só com esse mínimo movimento o bicho já fugia de novo. Era terrível, era bem desagradável conseguir. Eu fiquei engatilhado, feito um sniper. Aí, eu consegui numa janelinha, e consegui fazer dois vídeos de 30 segundos e duas fotos. Aí, eu mexi um pouquinho de nada, o bicho já se escondeu de novo”, relatou.
5 de 5 Parque Estadual Chandless, no interior do Acre, abriga diversas espécies — Foto: Alexandre Cruz-Noronha/Sema
Para o profissional, além do ineditismo do registro, é uma oportunidade para que o estado preste aten??o no potencial turístico da observa??o de pássaros e também na prote??o ambiental das espécies que habitam na regi?o, especialmente no Parque Chandless.
Segundo Plácido, existem outras diversas espécies raras de animais que vivem na Amaz?nia e s?o atra??o para pesquisadores, especialistas e curiosos. “Eles querem ter justamente essas espécies mais raras, porque a atividade é como se fosse um álbum de figurinhas. Eles colecionam registros de várias regi?es. E o Acre é um local, apesar de a gente receber visitantes [para este tipo de expedi??o] há 10 anos ou mais, mas é muito pouco explorado ainda. A gente tem um potencial muito grande pra trabalhar para consolidar esse tipo de turismo”, avaliou.
Nesse sentido, ele se diz grato pelo apoio dado pela Sema nos esfor?os para a preserva??o do parque e no acesso de visitantes ao local.
“Temos muitos pássaros coloridos, bonitos aqui no Acre, e que poucos brasileiros já registraram. Ent?o, assim, a gente n?o atingiu nem 10% do público nacional da comunidade brasileira, quanto mais estrangeiro. Os estrangeiros v?o muito mais no Peru. Mas as espécies peruanas, a maior parte também ocorre justamente aqui no Acre. Ent?o, a gente vem tentando trazer à tona essas espécies raras, porque elas s?o indutoras de fluxo. E a presen?a dessas pessoas aqui aquece a economia local, ajuda desde o trade turístico até de hotelaria, diversos segmentos, até ribeirinhos. A ideia é formar uma cadeia, consolidar isso e ajudar o Estado”, disse.
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