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Feira de S?o Cristóv?o chega aos 80 anos com o f?lego dos jovens: festa de aniversário acontece no próximo dia 19 com show de Elba Ramalho

‘‘A Feira de S?o Cristóv?o é o shopping do ?oCristóv?ochegaaosanoscomof?legodosjovensfestadeaniversárioacontecenopróresultado da quina conc 5145nordestino. As portas est?o abertas. Entra de pobre a gr?-fino, o senhor e a senhora, jovens e meninos (...). Todas as nossas raízes eu trago no cora??o, as lembran?as do passado, que eu tive lá no sert?o (..).’’ A can??o, interpretada pela dupla forrozeira Caju e Castanha, é apenas uma das muitas referências a um espa?o que faz parte da história do Rio: o Centro Luiz Gonzaga de Tradi??o Nordestinas, que na ter?a-feira passada chegou aos 80 anos. Mais vagas do que alunos: curso de forma??o da For?a de Elite da GM n?o consegue lotar primeira turma; entendaReviver Centro: antigo prédio da Caixa Econ?mica no Rio vai virar residencial com unidades de até três quartos e supermercado no térreo Ao longo das décadas, essa ‘‘senhora’’ octogenária e porreta mudou um bocado. De barracas improvisadas na rua, montadas só aos domingos, virou queridinha do público da Zona Sul e de turistas, em setembro de 2002, quando foi transferida para o interior do pavilh?o, chegando a receber 22 mil pessoas por dia, aos fins de semana. No pavilh?o, a feira passou a abrir de ter?a a domingo. A tradi??o foi interrompida em 2020, no auge da pandemia de Covid-19, quando fechou as portas. Aos poucos, ela recupera público, embora n?o tenha voltado a funcionar 24 horas por dia nos fins de semana, fechando no fim da madrugada. Mas tem atraído gente mais jovem que, além de dan?ar, frequenta 70 karaokês, instalados em pontos abandonados por comerciantes. Nos fins de semana, das 18h às 4h da manh? e com uma ficha que custa R$ 3, se canta de tudo, incluindo rock, sertanejo e, para o arrepio dos mais conservadores... funk. E, claro, de vez em quando, até forró. Dono de três karaokês, o maranhense Glauber Costa, de 25 anos, diz que as máquinas s?o um chamariz: o principal faturamento vem mesmo do consumo de tira-gostos e bebidas. — Funk n?o é o ritmo que mais gosto, mas é realidade. Estabelecemos regras: nada de ter nas listas de músicas os proibid?es que fazem apologia a crimes ou ofendem mulheres — conta Magno Queiroz, integrante da comiss?o de feirantes que administra o lugar. Feira de S?o Cristov?o tem cerca de 70 karaokês instalados em pontos abandonados por comerciantes — Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo Residenciais: mais público Nos próximos anos, a expectativa é que a feira atraia mais público. Parte dele, acreditam comerciantes, novos vizinhos que devem chegar, com a previs?o de constru??o de residenciais, devido à expans?o do Porto Maravilha para o bairro. Com base na experiência de receber torcedores antes e depois de jogos em S?o Januário e no Maracan?, eles também esperam que o lugar seja frequentado por rubro-negros que forem ao futuro estádio do Flamengo, que será construído no bairro. — A mudan?a para o pavilh?o manteve o espa?o como reduto de nordestinos e renovou o público. A gente colhe os frutos até hoje — diz a veterana Francisca Alda, a Chiquita, cearense de Crateús, com 46 anos de feira. A comemora??o oficial do aniversário será com um show da cantora Elba Ramalho, madrinha da feira, que vai se apresentar por lá no dia 19. — A feira é uma referência da preserva??o e da história da cultura nordestina. N?o só já fiz show como já fui algumas vezes com amigos para comprar produtos como carne de sol e uma boa manteiga de garrafa. Mas sempre muito rápido para evitar tumultos. Sou logo reconhecida — disse Elba. O que n?o faltam entre os comerciantes mais antigos s?o ‘‘causos’’. Um deles envolve a própria Elba. A cantora só se lembra de ter feito show na feira em 2002, quando da transferência para o pavilh?o. Mas a comerciante Maria da Guia Marques, de 66 anos, também integrante da comiss?o de feirantes, diz que Elba cantou na rua, antes da ida para o pavilh?o. — Era bem novinha. Para que ela esperasse a hora do show de forma mais confortável, corri até minha casa e trouxe um sofá — contou. A alta temporada vai de maio a setembro, com picos de público entre junho e julho, por conta das festas juninas. Mas a data com maior público é o Dia das M?es. Por mês, fornecedores de cidades como Campina Grande (PB) e Caruaru (PE), entre outras, vendem para os feirantes 600 quilos de carne seca, 24 mil unidades de queijo coalho e três toneladas de feij?o tropeiro. Os dois mil quilos de macaxeira tem outro ‘‘sotaque’’: vêm de Cachoeiras de Macacu (RJ). Para atrair os jovens, além do karaokê, muitos barraqueiros come?aram a tocar ou contratar cantores de piseiro, uma vers?o eletr?nica de forró, sob a desconfian?a dos ‘‘feirantes raiz’’, que n?o abrem m?o do tradicional pé de serra, tocado com sanfona, zabumba e triangulo. A data do aniversário, na realidade, é mais simbólica do que da efetiva ocupa??o do Campo de S?o Cristóv?o. A vers?o oficial da origem da feira envolve um de seus pioneiros. Em 2 de setembro de 1945, o poeta popular Raimundo Santa Helena (1927-2018) afirmava ter lido ali para um grupo de pracinhas que voltava da Europa o cordel ‘‘Fim da Guerra’’. A história se referia ao fato de, no mesmo dia 2, os japoneses, derrotados no conflito, terem assinado os termos de rendi??o. Outra figura tradicional da feira, o cantor, compositor e escritor Marcus Lucenna, que frequenta o local desde que chegou ao Rio há 48 anos, acredita que o espa?o só teria come?ado a ter mais cara de feira a partir dos anos de 1950, após a conclus?o das obras da BR-116, entre o Rio de Janeiro e o Nordeste: — Os caminh?es adaptados para o transporte irregular de migrantes (conhecidos como paus de arara) tinham S?o Cristóv?o como destino final. Com o tempo, barracas foram surgindo para atender a esses migrantes. Quase extinta Em 80 anos, o local viveu bons e maus momentos. Por quest?es sanitárias e de seguran?a, a feira quase foi extinta pelas autoridades nos anos 1980, quando ainda era montada na rua apenas aos domingos. Também se debateu transferir os feirantes para o Sambódromo ou para a Barra. Até que, em setembro de 2003, o ent?o prefeito Cesar Maia entregou o Pavilh?o de S?o Cristóv?o para os feirantes. Em 2018, dívidas de R$ 18 milh?es com a Light e a Cedae chegaram a deixar o espa?o sem luz e água por dias. Segundo a atual administra??o, as dívidas foram renegociadas. Em setembro de 2022, a prefeitura chegou a anunciar planos para revitalizar o espa?o, por meio de uma parceria público-privada. O projeto previa uma ampla reforma, incluindo a redistribui??o dos pontos de venda criando um segundo piso de lojas no segundo pavimento. Os comerciantes foram contra, e o município recuou. Mais recente Próxima Técnica de cirurgia craniana é usada por criminosos no Rio para furto em oleodutos de petróleo e derivados Inscreva-se na Newsletter: Notícias do Rio Inscrever :root { --news-contextualizada-font: OGloboTitleFontBold,OGloboTitleFontFallback; --news-contextualizada-primary-color: #1e4c9a; } Newsletter Mais do O Globo .post-notifier-pushstream{ display:none}.bstn-fd .bastian-card-mobile,.bstn-item-shape,.tag-manager-publicidade-banner_feed_esppub--visivel .tag-manager-publicidade-banner_feed_esppub{ background-color:#fff;contain:layout paint style;margin:16px 0 0;overflow:hidden}.feed-media-wrapper{ margin:24px -24px 0}.bstn-fd-item-cover{ background-color:#ccc;background-position:50%;background-size:cover;height:0;overflow:hidden;padding-top:56.25%;position:relative;width:100%}.bstn-fd-cover-picture{ position:absolute;top:0;left:0;height:100%;width:100%}.bstn-fd-picture-image{ color:transparent;height:100%;width:100%}.feed-post-body{ padding:24px 24px 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