Especial JN 50 anos: as revolu??es provocadas pela comunica??o em cinco décadas de reportagens
Lideran?as frisam importancia social do acesso a água tratada e esgoto Glocal Valor Econ?mico.txt
Painel “Um outro olhar para o oceano”: até 2050 haverá a mesma quantidade de plástico e de peixes nos mares — Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo A premissa de que o acesso à água e ao saneamento é um vetor para o desenvolvimento social conduziu ontem a Conferência da Glocal Experience,?asfrisamimportanciasocialdoacessoaáguatratadaeesgotoGlocalValorEcon?"""moon bingo"" gala bingo online bonus code" na Marina da Glória. E com o intuito de resolver as complexas equa??es para se atingir esse objetivo, lideran?as de diferentes setores apontaram estratégias e desenharam cenários futuros que passam n?o só pelos investimentos - às vezes bilionários - em obras. Mais eficácia na governan?a de projetos, tecnologias inovadoras, educa??o ambiental e mobiliza??o, tanto da popula??o quanto de governos, empresas e entidades da sociedade civil, foram alguns dos caminhos apontados com o objetivo de, além de reverter passivos ambientais como a degrada??o da Baía de Guanabara, garantir dignidade às milh?es de pessoas que hoje vivem sem água e esgotamento sanitário. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({ mode: 'organic-thumbs-feed-01-stream', container: 'taboola-mid-article-saiba-mais', placement: 'Mid Article Saiba Mais', target_type: 'mix' }); “O saneamento muda a história de uma família, todo o patamar de uma gera??o”, sintetizou Luana Siewert Pretto, CEO do Instituto Trata Brasil na palestra “Saneamento é quest?o de justi?a social”. Como um laboratório de ideias e a??es para o cumprimento da Agenda 2030, baseadas nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, a Glocal Experience é uma iniciativa da Dream Factory, com a co-realiza??o da Editora Globo e os parceiros oficiais de mídia “Extra”, “O Globo”, Valor e CBN. Nos debates de ontem, lembrou-se que o ODS6, sobre água potável e saneamento, é indissociável de todos os demais objetivos, como o relacionado à saúde. E se é verdade que seu cumprimento alavanca o desenvolvimento, a m?o contrária também é verdadeira, ressaltaram palestrantes. Quanto maiores os gargalos na garantia desses direitos básicos do cidad?o, mais se ampliam as desigualdades sociais. “No debate do enfrentamento da desigualdade social, o saneamento é uma das quest?es mais perigosas, porque influencia em outros pontos, como na saúde”, afirmou Preto Zezé, presidente da Central única das Favelas (Cufa). Nesse sentido, Nicola Miccione, secretário-Chefe da Casa Civil do governo do Rio, frisou que uma pessoa com saneamento vive dez anos mais que outra sem acesso a ele. Lembrou-se ainda que há mais de 30 doen?as diretamente associadas à falta de saneamento. Luana Siewert Pretto, do Trata Brasil, lembrou que essa carência pode estar relacionada inclusive às enfermidades ginecológicas. “Onde há saneamento, há 63% de redu??o das doen?as ginecológicas”, disse ela, enumerando outros aspectos da vida das pessoas que a ausência de água e esgoto impacta. “Em média, a cada episódio de diarreia, uma crian?a fica cinco dias fora da escola. Estudos apontam três anos de atraso escolar em locais sem saneamento. é uma quest?o que afeta até nas notas do Enem.” Nesse cenário, a necessidade de engajar as pessoas no tema, até para cobrar das autoridades seus direitos, foi apontado como uma a??o chave. Vinicius Lopes, morador da Maré e um dos responsáveis pelo Cocozap (canal pelo WhatsApp no conjunto de comunidades), lembrou que a naturaliza??o dos problemas relacionados a água e esgoto é um dos maiores obstáculos que o projeto enfrenta. “Nossos números apontam que 98% das pessoas na Maré têm acesso à água. Mas grande parte n?o tem acesso a qualquer momento, às vezes só três horas por dia. E muitos acham que isso é normal, adaptam suas vidas a essa situa??o”, relatou ele. Seguran?a hídrica foi outro ponto central dos debates. E ainda que 12% da água doce do mundo esteja no Brasil, 75% est?o na Amaz?nia, ponderou Fernando Veiga, diretor de conserva??o da América Latina no The Nature Conservancy. Mas 40% da popula??o do país, continuou ele, está concentrada na Regi?o Sudeste, que detém apenas 6% desse manancial. “Muito se fala que o Brasil é um país aben?oado em volume de água, mas a água é mal distribuída, com locais de escassez hídrica”, ressaltou Veiga, afirmando que a preserva??o dos mananciais é uma atividade fundamental para a economia do país. “Hoje, as bacias hidrográficas est?o cada vez mais degradadas. é preciso conscientiza??o para que a gente possa reverter isso, de forma urgente e em escala.” Conter o desperdício de água potável também é fundamental, destacaram diferentes debatedores. Edson Carlos, presidente do Instituto Aegea, lembrou que, na média nacional, o quanto se perde da água produzida para consumo chega a cerca de 40%. “Cada litro que você perde é um litro que você tem que ir na natureza buscar. A principal recomenda??o é uma só: conscientiza??o.” Leonardo Righetto, CEO da Rio+Saneamento, ressaltou o mesmo desafio: “N?o podemos conviver com esse índice. é insustentável econ?mico e ambientalmente. Quando falamos em crise hídrica, é importante pensar que n?o se deve solicitar do manancial mais do que o necessário.” Ele participou da mesa que reuniu representantes das empresas privadas responsáveis pelo saneamento do Rio, em que se ressaltou o compromisso social assumido por elas após a concess?o dos servi?os da Cedae. Foram ressaltados investimentos previstos como R$ 2,7 bilh?es nos próximos anos para a constru??o de um cintur?o para coleta do esgoto no entorno da Baía de Guanabara - um patrim?nio fluminense e nacional que voltou pauta em diferentes palestras ontem. “Desde os anos 1980 se ouve falar de investimentos bilionários na Baía. Até agora n?o veio nada. Nosso compromisso é entregar a Baía de volta ao carioca e Fluminense”, garantiu Alexandre Bianchini, diretor presidente da águas do Rio, responsável pelo saneamento em grande parte do entorno da Baía. Ele lembrou que, além das novas obras, garantir a opera??o de estruturas já existentes, como as ETEs da Penha e Alegria, já têm impacto. E citou como exemplificou a limpeza em andamento do interceptor oceanico entre as proximidades do Aeroporto Santos Dumont até Copacabana, de onde já foram retiradas cerca de 800 toneladas de lixo que diminuía sua vaz?o. Até um patinete elétrico, disse ele, já foi encontrado. Com isso, foi possível ligar ao interceptor rios poluídos que desaguavam na Praia de Botafogo, medida que contribuiu para que, este mês, um dos recantos da Baía mais poluídos do Rio estivesse, pela primeira vez em 20 anos, balneável em dois boletins de monitoramento seguidos. Já em outra palestra, foi destacado como avan?os em saneamento garantiram que, do ano 2000 para cá, melhorasse consideravelmente a qualidade das águas da Lagoa de Araruama. S?o melhorias que impactam também os oceanos, nos quais a ONU prevê que, em 2050, haverá a mesma quantidade de plástico do que a de peixes, destacou-se na palestra “Um outro olhar para o oceano”. Cenário dramático que demanda a??es urgentes. “A maior luta é contra a desinforma??o, contra setores que tentam enganar a gente dizendo que n?o temos um problema a resolver. E n?o temos muito tempo. Temos que botar as m?os à obra”, alertou a jornalista Sonia Bridi, autora do livro “Diário do Clima”, logo na abertura do dia na Conferência. Agenda Conferências:9h50: Resíduos sólidos: novas dinamicas sociais, velhos problemas estruturais.11h45: Por uma economia circular, colaborativa e solidária.15h: Como tornar justa a transi??o energética.16h15: Brasil, uma potência energética? Arena de diálogos:11h: Oceanos e Bluetechs15h: Clima e Sociedade: o grito das juventudes16h15: Gambiarra e Teconologia: como incrementar essas trocas Outras atra??es: Debate:11h30: O setor de Entretenimento e a agenda 2030 da ONU Show:13h: DJ Bruno Eppinghaus com interven??o VJ Andressa Núbia17h30: Jonathan Ferr com interven??es da VJ Andressa Núbia. Cinema:18h30: Mostra de Filmes #OUSAR SONHAR: O come?o da vida 2: Lá fora. Oficinas:Temas de impacto na sociedade como: “Jardinagem comestível”; “Como cuidar do seu lixo”, “Customiza??o de roupas”; “Oficina de cacarecos - constru??o de brinquedos”; “Cadernos criativos: reaproveitar papel, ressignificar a vida e se reinventar” e "Alquimia vegetal nos cuidados diários", com Mel Ferraz, do Ateliê Du Savon.