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Revolu??o digital deixa cinco profiss?es à beira da extin??o, diz estudo

1 de 4 Gerente de um banco tenta acalmar correntistas esperando a reabertura de agência no Chipre. — Foto: Yannis Behrakis/Reuters /Arquivo

Um estudo do ??odigitaldeixacincoprofiss?esàbeiradaextin??caixa quina 4842Instituto Sapiens revelou que cinco profiss?es correm risco de extin??o. Para alguns, esses dados s?o angustiantes. Para outros, fonte de inspira??o. A revolu??o digital está transformando o mundo do trabalho e as mudan?as parecem estar só come?ando.

Mais de dois milh?es de pessoas “têm uma forte probabilidade de ver seus empregos desaparecem nos próximos anos”, diz o estudo. Profissionais da área de contabilidade, caixas de lojas e supermercados, funcionários de bancos e seguradoras, secretárias e agentes de manuten??o ver?o de perto as transforma??es ligadas à robotiza??o e à inteligência artificial.

2 de 4 Supermercado oferece 130 vagas de emprego, 33 s?o para operador de caixa — Foto: Reprodu??o TV Globo

Bancos n?o ter?o mais funcionários em 2050

O Instituto Sapiens, que baseou seus dados na DARES – servi?o de estudos estatísticos do ministério do Trabalho da Fran?a – concluiu, por exemplo, que empregos em bancos, cujo o número caiu 40% entre 1986 e 2016, poderiam desaparecer totalmente em 2050. Seis anos antes do que o previsto para os contadores, que devem ser extintos em 2056.

Apesar dos dados alarmantes, Erwann Tison, economista e diretor do instituto, afirma que a inten??o n?o é assustar a sociedade, mas fazer com que as atitudes para enfrentar essas novas situa??es sejam tomadas.

“As consequências da revolu??o digital s?o reais e precisam ser levadas a sério desde já. Se n?o fizermos isso, n?o conseguiremos antecipar as mudan?as que já est?o acontecendo. Isso pode ser um desastre para uma grande parte da popula??o", afirma o economista.

"Quisemos mostrar que cinco profiss?es est?o à beira da extin??o, causada pela chegada de alternativas tecnológicas. é preciso encontrar, de forma coletiva, solu??es para poder acompanhar essas pessoas na reconvers?o profissional”, aconselha Tison.

Os pesquisadores levantaram, em um primeiro momento, os dados dos empregos que podem ser mais facilmente automatizados. Na sequência, compararam com a lista de profiss?es que mais perderam vagas de emprego. A partir daí, as proje??es foram calculadas seguindo duas hipóteses: a linear, mais otimista, e a exponencial, bastante pessimista, já que considera uma tendência acelerada do fechamento de vagas.

3 de 4 Escritórios de contabilidade — Foto: Felipe Lazzarotto/EPTV/Arquivo

Anos difíceis pela frente

Para Gil Giardelli, professor e criador do MBA de Gest?o da Mudan?a e a Transforma??o Digital para o Conselho Nacional da Indústria Brasileira, os estudos s?o demasiadamente alarmistas.

“Hoje existe um alarde muito grande das pesquisas em dizer que ‘os empregos v?o acabar’, mas na verdade teremos uma sociedade com menos tempo de trabalho por dia, com muitas empresas que já est?o adotando semanas com quatro dias de trabalho, jornada de menos horas” - Gil Giardelli, professor e criador do MBA de Gest?o da Mudan?a e a Transforma??o Digital para o Conselho Nacional da Indústria Brasileira

Mas Giardelli reconhece que os próximos anos ser?o os mais difíceis, principalmente pelo setor acadêmico n?o conseguir acompanhar o processo de mudan?a.

“A gente n?o está tendo tempo de preparar as pessoas para essa transforma??o. O mundo acadêmico n?o consegue preparar as pessoas e por isso acreditamos que esses próximos 30 anos ser?o tempos bem preocupantes sobre como estaremos vivendo essa nova era”, afirmou.

Cursos ignoram mudan?as tecnológicas

Erwann Tison também descreve um cenário parecido na Fran?a. O economista critica um dos cursos mais tradicionais por n?o adotar as principais mudan?as tecnológicas em sua grade curricular.

“Se você for hoje em uma universidade de medicina na Fran?a, em hora alguma você verá matérias falando da robótica. Nada se diz de como a profiss?o está sendo transformada pela tecnologia”, afirmou Tison. “N?o falar disso é quase um crime, pois hoje há, por exemplo, o Google que criou uma inteligência artificial, que permite fazer diagnósticos de cancer 30 vezes mais assertivos que os humanos. Ou seja, a máquina, em certos aspectos, é muito mais competente que o homem em alguns setores da medicina”, completou.

Tison lembra, no entanto, que a revolu??o digital cria uma onda de “destrui??o construtiva”, ou seja, que ao mesmo tempo que profiss?es desaparecem, outras surgem em dobro, segundo o economista. Ele também lembra que a arte de fazer previs?es é complicada, já que nem sempre tendências se confirmam. Mas, por enquanto, as transforma??es decorrentes do desenvolvimento da inteligência artificial parece estar apenas no come?o.

4 de 4 Rob? Nao é usado em rede de hoteis para receber hóspedes ou em casa, para dar dicas de saúde — Foto: Marília Marques/G1/Arquivo