ANáLISE: A programa??o dos festivais de música está ruim ou nós é que envelhecemos?
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13 Sep 2025(atualizado 13/09/2025 às 21h47)A cada grande festival de música no Brasil, é comum se deparar com críticas à escolha das atra??es o
ANáLISE: A programa??o dos festivais de música está ruim ou nós é que envelhecemos?
A cada grande festival de música no Brasil,áLISEAprograma??odosfestivaisdemúsicaestáruimounóséfree play bingo online é comum se deparar com críticas à escolha das atra??es ou comentários do tipo: "n?o conhe?o nem um ter?o desses artistas". Mas, em meio a eventos lotados, cabe a autocrítica: será que a programa??o está ruim ou nós é que envelhecemos?
A edi??o de 2025 do Lollapalooza, que terminou neste domingo (30) em S?o Paulo, mostra que n?o é t?o simples responder a essa pergunta.
Sim, o festival teve falhas na programa??o, a menos diversa -- e uma das mais criticadas -- dos últimos anos. Por outro lado, algumas apresenta??es, como a da popstar americana Olivia Rodrigo, reuniram um público muito mais engajado do que a média, uma evidência clara do embate geracional que também ronda esse tipo de evento.
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1 de 4 Olivia Rodrigo no Lollapalooza 2025 — Foto: Reprodu??o/Globo
é fato que o público dos festivais está mais jovem. Uma heran?a da pandemia de coronavírus, o receio de multid?es contribuiu para afastar os millennials (nascidos entre os anos 1980 e a primeira metade de 90) dos grandes eventos de música, a partir da retomada dos shows em 2022.
O problema é que, entre os mais velhos, o poder aquisitivo é maior: há mais pessoas que podem pagar os ingressos de até R$ 1.050 por dia, sem precisar contar com a boa vontade dos pais. Nesse contexto, os festivais vivem um dilema: tentam trazê-los de volta -- as escala??es de Alanis Morissette e Justin Timberlake para o Lollapalooza 2025 fazem parte desse esfor?o --, ao mesmo tempo em que precisam priorizar os novinhos.
No Lolla que acabou neste domingo, o resultado foi uma programa??o dominada por nomes t?o amados por adolescentes quanto ignorados pelos pais deles. No dia mais lotado da edi??o, Olivia Rodrigo, de 22 anos, emocionou f?s e comprovou o status de ídolo jovem, mesmo perdendo o f?lego e a voz em músicas mais agitadas no palco.
Para um grupo da mesma faixa etária, menos volumoso, mas também empolgado, a cantora norueguesa de indie pop Girl in Red, 26, protagonizou um dos momentos mais emblemáticos da edi??o, cantando sobre amor entre mulheres diante de um belo arco-íris no Autódromo de Interlagos.
'One-hit-wonders'
Outros artistas, escolhidos a dedo para atrair os mais jovens, n?o tiveram a mesma sorte. Donos de hits virais do TikTok e Instagram, Benson Boone, Tate McRae e Nessa Barrett fizeram apresenta??es frágeis, mais focadas em piruetas e coreografias do que na música em si. Também n?o ajudou o fato de boa parte do público só conhecer uma faixa desses artistas: a que faz sucesso na internet. A plateia ficou dispersa no restante do setlist.
2 de 4 Benson Boone se apresenta no Lollapalooza 2025 — Foto: Tomzé Fonseca/Agnews
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Em entrevista ao g1 antes do evento, o diretor artístico do Lollapalooza, Marcelo Beraldo, contou que a organiza??o avalia se uma atra??o é "one-hit-wonder" antes de inclui-la na programa??o. “Em geral, para chegar ao Lolla, o cara já rodou uma ou duas turnês completas. N?o tem marinheiro de primeira viagem, s?o shows que já est?o indo bem lá fora", disse.
Novidades da música, que ainda tentam se firmar, s?o muito bem-vindas nesses eventos. Mas, além do desempenho dos shows, é preciso considerar se o artista já tem uma base consolidada de f?s: pessoas dispostas a guardar o celular e prestar aten??o no que está acontecendo no palco, mesmo quando ele n?o está cantando um hit. Uma plateia dedicada também faz um bom festival.
3 de 4 MC Cabelinho se apresenta no Rock in Rio 2024 — Foto: Miguel Folco/g1
Um exemplo positivo aconteceu no Rock in Rio de 2024, que se abriu para o trap, um fen?meno de popularidade na gera??o Z (dos nascidos a partir de 1995). Gra?as a ele, a edi??o teve um primeiro dia arrebatador no ano passado, lotado de jovens com energia para pular do início ao fim dos shows.
Esse é também um dos efeitos de uma programa??o mais plural. No Lolla, o line-up de 2025 foi muito focado em pop, rock e eletr?nico. Estilos de origem periférica, como o rap e o funk, tiveram poucos representantes, e a falta de diversidade nos palcos refletiu em um público também menos diverso.
N?o por acaso, duas das melhores apresenta??es foram de artistas que fugiram do padr?o desta edi??o: Michael Kiwanuka (soul) e Ca7riel & Paco Amoroso (pop latino) fizeram performances focadas na música, que atraíram curiosos de todas as idades. é o tipo de resposta do público que se espera em um festival antenado a tendências, como o Lollapalooza, e que pode ajudar a pensar em novos caminhos para o ano que vem.
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