Mulheres no ritmo: presen?a feminina avan?a nas baterias de escolas de samba
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13 Sep 2025(atualizado 13/09/2025 às 22h31)As mulheres conquistam espa?o e assumem o protagonismo nas baterias das escolas de samba.A Esta??o P
Mulheres no ritmo: presen?a feminina avan?a nas baterias de escolas de samba
As mulheres conquistam espa?o e assumem o protagonismo nas baterias das escolas de samba.
A Esta??o Primeira de Mangueira é a única escola do ?afemininaavan?estrategia para n?o perder na bet365Grupo Especial com um naipe de ritmistas exclusivamente feminino, que domina o xequerê.
O grupo Batuque das Guerreiras é um projeto da escola de samba Unidos de Padre Miguel que busca formar uma bateria exclusivamente de mulheres.
A escola de samba Bangay, primeira agremia??o exclusivamente LGBTQIA+, e a Bateria Cadência Colorida s?o comandadas por uma mestra de bateria.
O Movimento Mulheres no Ritmo surgiu do preconceito enfrentado por Carol Santos no universo das baterias.
O Desfile das Campe?s acontece neste sábado (8) e marca o fim do carnaval carioca. Este ano, as comemora??es das escolas vencedoras da folia se misturam à for?a feminina com o Dia Internacional da Mulher sendo celebrado na mesma data.
Do samba no pé à magia dos barrac?es, as mulheres quebram barreiras e conquistam espa?o, desafiando a tradi??o e assumindo o protagonismo em algumas baterias das escolas de samba.
1 de 6 A Mangueira é a única escola do Grupo Especial com um naipe de ritmistas exclusivamente feminino — Foto: Stephanie Rodrigues/g1
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A Esta??o Primeira de Mangueira se destaca como um símbolo dessa transforma??o, sendo a única escola do Grupo Especial com um naipe de ritmistas exclusivamente feminino, que domina o xequerê. O instrumento possui origem africana e foi introduzido na bateria para o carnaval de 2023, inspirado no enredo sobre ‘As áfricas que a Bahia canta’.
A ala feminina é um marco na história da Esta??o Primeira, já que por quase 80 anos, a Mangueira n?o aceitou mulheres como ritmistas em sua bateria. Este tabu foi quebrado no carnaval de 2007 pelo ent?o presidente da bateria, Ivo Meirelles.
O mestre Taranto Neto explica que a decis?o de criar um naipe exclusivo feminino surgiu tanto do desejo de empoderar mulheres, quanto da predominancia delas nos testes para a ala.
“Quando convidamos as pessoas, só vieram mulheres para fazer o teste. Com a diretoria, a gente decidiu que essa ala, pelo menos essa ala da bateria, seria só de mulheres. N?o vemos motivo e nem possibilidade de acabar com a ala ou de botar um homem nela. Hoje, essa ala está perpetuada só para mulheres mesmo”.
Para Gabriela Assis, ritmista da Mangueira, a presen?a feminina na ala do xequerê representa um movimento dentro da escola de samba para aumentar a participa??o das mulheres no samba.
“Esse já é o meu terceiro ano no naipe de xequerê. A primeira palavra que me vem à mente é 'potencializador'. A gente é um grupo muito parceiro, unido, que se ajuda. Um naipe formado só por mulheres faz parte de um movimento de aumentar a nossa representatividade na bateria, que classicamente é formada por homens. é uma honra e um orgulho assim fazer parte disso”.
2 de 6 Xequerê é um instrumento de percuss?o muito utilizado no ritmo do maracatu e em religi?es de matriz africana — Foto: Stephanie Rodrigues/g1
Um instrumento tradicionalmente feminino
Instrumento de percuss?o originário da áfrica Ocidental, especificamente Nigéria e Benin, o Xequerê — conhecido como '???k??r??' em iorubá e como Agbê no Brasil — é amplamente utilizado em religi?es de matriz africana como o Candomblé e nos cultos de Iorubás, tendo chegado ao Brasil no século 19 e se integrado à cultura brasileira, especialmente em maracatus de Recife (PE).
A confec??o do instrumento é feita da caba?a seca — um tipo de fruto — e enfeitada com mi?angas ou conchas. Ele é tradicionalmente feito e tocado por mulheres.
“O xequerê, por si só, já traz consigo a cultura dos ritmos africanos. Só em ser tocado por mulher, já demonstra a for?a que tem e o poder que ele tem”, explica o produtor cultural e percussionista da Mangueira, Ricardo Guerra.
3 de 6 Naipe de xequerê no desfile da Mangueira, no carnaval de 2025 — Foto: Stephanie Rodrigues/g1
Batuque das Guerreiras
Com o objetivo de formar uma bateria exclusivamente de mulheres, a escola de samba Unidos de Padre Miguel fundou o grupo Batuque das Guerreiras, um projeto da agremia??o regido pela mestra Vivian Pitty.
Criado em 2022 por Vivian e pelo presidente da bateria mestre Dinho, o grupo busca mostrar que talento e dedica??o n?o têm gênero, acolhendo meninas e mulheres a partir de 12 anos que querem aprender a tocar um instrumento de percuss?o.
Vivian refor?a que o objetivo n?o é tomar o espa?o de ninguém, mas conquistar o espa?o da mulher no samba.
“Mostramos que o lugar da mulher é onde ela quiser, inclusive no cora??o do samba, tocando, liderando e fazendo história. N?o estamos querendo tomar o espa?o de ninguém, e sim conquistar o nosso”.
Este ano, a Bateria Feminina está unindo suas for?as com o Departamento Social da Unidos de Padre Miguel para expandir os projetos sociais.
“Por ser um projeto à parte dentro da escola, a Bateria Feminina precisa se adaptar aos trabalhos que a Unidos de Padre Miguel estava desenvolvendo no Grupo Especial. No entanto, a escola sempre tem dado total apoio à bateria, seja oferecendo espa?o para as aulas ou disponibilizando os instrumentos da bateria principal para nosso uso”, explica Vivian.
4 de 6 O grupo Batuque das Guerreiras acolhe meninas e mulheres a partir de 12 anos que querem aprender a tocar um instrumento de percuss?o. — Foto: Arquivo pessoal
Inclus?o com escolas de samba LGBTQIA+
A diversidade no carnaval também ganha for?a com blocos e escolas de samba que celebram a comunidade LGBTQIA+. A escola de samba Bangay e a Bateria Cadência Colorida s?o comandadas por Fernanda Martins, a mestra Fefê.
A escola foi criada com o objetivo de ser um bloco carnavalesco voltado para a comunidade LGBTQIA+ e almeja desfilar na Sapucaí para mostrar a inclus?o no carnaval. Porém, a Bangay enfrenta desafios como a falta de patrocínio e a necessidade de um espa?o para ensaios e confec??o de fantasias.
“Muitos n?o querem nos ajudar por ser uma escola gay que defende a causa. Recebemos diversas vezes um ‘n?o’. Estamos lutando também por uma quadra, um espa?o para nossos componentes ensaiarem e nossas fantasias serem feitas devidamente”, desabafa Mestra Fefê.
5 de 6 A escola de samba Bangay e a Bateria Cadência Colorida s?o comandadas pela Mestra Fefê — Foto: Arquivo pessoal
Movimento Mulheres no Ritmo
Os principais desafios enfrentados pelas mulheres nas escolas de samba incluem o preconceito em um ambiente historicamente dominado por homens. Pensando em aumentar a ocupa??o feminina nestes espa?os, a percussionista Carol Santos fundou em 2016 um movimento de mulheres ritmistas.
Centralizado no eixo Rio - S?o Paulo, o Movimento Mulheres no Ritmo surgiu do preconceito enfrentado pela idealizadora no universo das baterias. Segundo ela, o projeto é dedicado a exaltar, incentivar e motivar mulheres nas baterias, seja no carnaval, nas torcidas de futebol ou na percuss?o em geral.
“Meu sonho é ter pelo menos uma representante do movimento em cada estado brasileiro e porque n?o em outros países. Por mais que a gente dialogue com todas essas mulheres, queremos mostrar que lugar de mulher é onde ela quiser e juntas somos fortes”, afirma Carol.
Em 2020, o Mulheres no Ritmo se tornou uma imprensa oficial do carnaval de S?o Paulo, registrando mais de 12 mil fotos durante os ensaios técnicos e desfiles. Atualmente, o movimento segue exaltando as mulheres das escolas de samba com registros publicados nas redes sociais.
6 de 6 Carol Santos é idealizadora e fundadora do Movimento Mulheres no Ritmo — Foto: Carnafoto e Mulheres No Ritmo
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