Práticas sustentáveis aumentam produtividade do agronegócio e reduzem impacto ambiental

Na contram?o do total de assassinatos, homicídios de mulheres cresceram no Brasil; veja os números de cada estado

Apesar de o Brasil ter registrado,?odototaldeassassinatoshomicídiosdemulherescresceramnoBrasilvejaosnúfichas de poker desenhos em 2023, o menor número de homicídios da série histórica, a quantidade de mulheres assassinadas aumentou. Considerando a taxa por 100 mil habitantes, houve estagna??o, mostrou o Atlas da Violência, apresentado nesta segunda (12). Em 2023, foram 3.903 mulheres assassinadas. As maiores propor??es aconteceram em Roraima, Amazonas, Rond?nia e Bahia. Os dados inéditos est?o na publica??o Atlas da Violência 2025, divulgada na manh? desta segunda-feira (12) pelo Instituto de Pesquisa Econ?mica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Seguran?a Pública. Os números s?o um compilado das estatísticas do Sistema de Informa??es sobre Mortalidade (Sim), do Ministério da Saúde. O Brasil teve 45.747 homicídios em 2023. Foram registrados 21,2 casos a cada 100 mil habitantes, o menor resultado, tanto proporcionalmente quanto em números absolutos, desde 2013, quando teve início a série histórica. Mas a violência contra a mulher n?o acompanhou a mesma tendência Do total de vítimas, 8,5% eram mulheres, o equivalente a 3.903 homicídios. O número absoluto é 2,5% superior ao de 2022 (3.806), e a taxa por 100 mil habitantes continuou inalterada: 3.5. No relatório, o Ipea considerou o cenário como uma "estagna??o preocupante": "O cenário sugere que, apesar da tendência geral de queda nos homicídios, a violência letal contra as mulheres n?o tem acompanhado o mesmo ritmo de redu??o, apontando para desafios persistentes em seu combate", diz a análise. As taxas de mulheres assassinadas a cada 100 mil habitantes, por estado Roraima – 10,4Amazonas – 5,9Bahia – 5,9Rond?nia – 5,9Mato Grosso – 5,7Pernambuco – 5,7Ceará – 5,2Espírito Santo – 4,6Pará – 4,3Alagoas – 4,2Paraná – 3,9Piauí – 3,9Acre – 3,8Rio Grande do Sul – 3,8Maranh?o – 3,7Paraíba – 3,7Tocantins – 3,7Rio de Janeiro – 3,6Brasil (média nacional) – 3,5Mato Grosso do Sul – 3,4Rio Grande do Norte – 3,4Goiás – 3,3Sergipe – 3,3Amapá – 3,2Santa Catarina – 2,8Distrito Federal – 2,7Minas Gerais – 2,6S?o Paulo – 1,6 A socióloga Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Seguran?a Pública, explicou, na apresenta??o do Atlas nesta segunda (12), que a falta de prioriza??o do tema na agenda de políticas públicas impede o mesmo avan?o visto no quadro geral de homicídios. — Se avan?ou nas políticas de redu??o da violência com a qualifica??o da investiga??o e com as políticas sociais, o mesmo n?o pode ser dito sobre a violência contra a mulher. Na hora da elei??o todo mundo diz que é prioritário, mas na prática quem tem poder de caneta no final das contas n?o prioriza esse tema. E sem or?amento n?o tem milagre, n?o vai conseguir reverter esse cenário — disse a especialista. Número de homicídios de mulheres 2022: 3.8062023: 3.903. Aumento de 2.5%. Taxa por 100 mil habitantes: 2022: 3,5 2023: 3,5. Varia??o de 0% Resultado de 2023: 1.370 (35%) homicídios aconteceram dentro das residências, um indicativo de feminicídio2.662 (68%) vítimas eram negras Entre 2013 e 2023, foram assassinadas 47.463 mulheres, de acordo com os registros do sistema de saúde. Nesse período, enquanto a taxa geral de homicídio caiu 26,4%, a de homicídios femininos teve uma redu??o levemente inferior, de 25,5%. Mas no período dos últimos cinco anos, de 2018 a 2023, essa diferen?a se acentuou. Nesse recorte, a taxa geral diminuiu 24,0% e a de mulheres caiu 18,6%. Garimpo é hipótese para resultados em Roraima Nos resultados de 2023, estados da Amaz?nia tiveram os piores resultados, proporcionalmente. Em Roraima, a taxa foi de 10,4 mulheres assassinadas por 100 mil habitantes, o triplo da média nacional. Rond?nia e Amazonas vieram na sequência, e a Bahia também teve resultado ruim. Na análise do Atlas da Violência, a principal hipótese para os números de Roraima é a alta do garimpo ilegal. De acordo com outros estudos citados pelo Ipea, os garimpos se caracterizam pela presen?a de pontos de apoio chamados de corrutelas, onde há bares, lojas e ocorrência de prostitui??o e explora??o sexual de mulheres em situa??o de vulnerabilidade. "As frentes de garimpagem se mostram como espa?os de sociabiliza??o extremamente violenta, onde o gênero é um marcador fundamental. Relatos d?o conta de que os homens no garimpo agem como proprietários das mulheres que trabalham nas corrutelas, e casos em que a vontade dos homens é negada muitas vezes terminam em agress?es e até mesmo em assassinatos", aponta o relatório. Quase um ter?o de feminicídios Praticamente um ter?o dos homicídios, 35%,ou 1.370, aconteceram dentro das próprias residências das vítimas, e têm altas chances de terem sido feminicídios, explica o Atlas da Violência. Segundo o 18o Anuário Brasileiro de Seguran?a Pública, 64,3% dos feminicídios aconteceram dentro de casa. Na série histórica, esse tipo de assassinato n?o se reduziu drasticamente. "A leitura dessa dinamica, nesse sentido, seria a de que, por acontecerem dentro de casa, num espa?o mais privado, com menos controle e interven??o externa, a violência tende a se manter mais estável, já que depende menos de fatores externos e mais das dinamicas interpessoais, patriarcais e estruturais", explica o Atlas da Violência. Negras s?o as maiores vítimas A ra?a é um marcador de diferen?a nas estatísticas de assassinatos. Assim como no caso dos homens, as negras s?o as maiores vítimas entre as mulheres assassinadas. Em 2023, foram registradas 2.662 mulheres negras vítimas de homicídio, o que representa 68,2% do total de homicídios femininos, um aumento de 5,4% em rela??o a 2022. O resultado é uma taxa de 4,3 mulheres negras mortas por homicídio por grupo de 100 mil habitantes. Entre 2013 e 2023, o número de mulheres n?o negras assassinadas diminuiu 26,5%, enquanto a redu??o foi de 20,4% no caso das vítimas negras. E enquanto houve estagna??o na taxa de mulheres assassinadas no Brasil (por 100 mil habitantes), no recorte apenas de mulheres negras a taxa cresceu 2,4%. "Da mesma forma como acontece com a distribui??o dos homicídios no Brasil, de modo geral, o recorte por ra?a/cor ilumina também as desigualdades regionais da distribui??o dessas mortes. Como visto, enquanto em 2023 a taxa Brasil de homicídio feminino de negras foi de 4,3, foram 12 os estados cujas taxas superaram a nacional. As piores delas foram encontradas em Pernambuco (7,2), Roraima (6,9), Amazonas e Bahia (cada um destes dois últimos com taxa de 6,6)", destacou o relatório. Samira Bueno destacou como a distribui??o das estatísticas é heterogênea em rela??o a estados, ra?a e gênero. — A redu??o de homicídios aconteceu em todos os grupos, mas caiu menos entre pretos e partos. Foram 35.213 pessoas pretas e pardas assassinadas em 2023, o que representa 78% das vítimas, e o equivalente a 96 pessoas por dia. é como se dois ?nibus cheios desaparecessem diariamente. Continuamos com um quadro muito grave, que afeta especialmente mulheres e pessoas negras. 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