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Escandalo e derrota eleitoral geram complica??es a Milei Opini?o Valor Econ?mico.txt
Milei sofre dura derrota na província de Buenos Aires — Foto: Natacha Pisarenko/AP Javier Milei atravessa o seu momento mais difícil na Presidência da Argentina,andaloederrotaeleitoralgeramcomplica??esaMileiOpini?oValorEcon?caixa ecomica loteria federal pouco antes de completar dois anos no poder. Líder do La Libertad Avanza, ele ajudou a nacionalizar elei??es legislativas estaduais na província de Buenos Aires (n?o na capital) para colher uma significativa derrota ante os peronistas. Ao colocar o pleito como um julgamento de sua gest?o e prévia das elei??es legislativas de 26 de outubro, o revés — Fuerza Pátria obteve 41,75% dos votos, a Alian?a Libertad, 34,15% — fez os mercados desabarem, e o risco país dar um salto junto com o dólar, que foi parar perto do teto da banda de flutua??o, de 1.470 pesos. Isso acentuou um mal-estar crescente com os rumos da economia, e, para piorar, o insucesso eleitoral refletiu desgaste com grave escandalo de corrup??o, envolvendo Karina Milei, irm? do presidente e a segunda pessoa mais poderosa no governo. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({ mode: 'organic-thumbs-feed-01-stream', container: 'taboola-mid-article-saiba-mais', placement: 'Mid Article Saiba Mais', target_type: 'mix' }); O presidente demorou a reagir às denúncias, e, quando o fez, atacou opositores e a mídia, sem dar explica??es. A ministra da Seguran?a Nacional, Patricia Bullrich, culpou os servi?os de inteligência russos pela divulga??o de grava??es do ex-amigo e advogado do presidente Diego Spagnuolo que acusam Karina de receber comiss?o de 3% de medicamentos do órg?o encarregado de atender deficientes físicos. Milei teve um primeiro ano duríssimo. Com um programa forte de ajuste econ?mico, ele conseguiu desacelerar a escalada inflacionária (o IPC anual, que passou de 270% em junho de 2024, está agora em 36,6%). E come?ou a reorganizar a economia argentina, devastada por anos de má gest?o pelo kirchnerismo. Esse sucesso culminou com o acordo de abril com o FMI, que aceitou emprestar mais US$ 20 bilh?es ao país. O f?lego novo permitiu ao governo iniciar o desmanche das políticas de controle de cambio, que dificultam e desestimulam o investimento produtivo e o financiamento externo. Ao deixar o cambio se valorizar, Milei acelerou a queda da infla??o, refor?ando a percep??o de sucesso do duro ajuste econ?mico. O peso valorizado trouxe sensa??o de riqueza que o país n?o sentia havia anos. A classe média voltou a pisar no acelerador das compras no exterior e viagens internacionais. Mas o custo dessa política foi pesado. A valoriza??o tirou competitividade da produ??o argentina e estimulou as importa??es. O saldo comercial desabou (superávit de apenas US$ 2,7 bilh?es no primeiro semestre) e a conta corrente foi para o vermelho. Isso agravou mais a difícil situa??o das empresas argentinas e acelerou a onda de falências, gerando mais desemprego. Como a situa??o cambial é insustentável, criou-se a expectativa de uma corre??o do dólar após as elei??es, o que ampliou as incertezas e freou investimentos. As pesquisas chegaram a apontar vitória dos partidos governistas (o Liberdad mais o Pro do ex-presidente Mauricio Macri) no domingo e nas legislativas de 26 de outubro. Isso daria a Milei maior poder de barganha no Congresso, vital para avan?ar com seu programa de ajuste. Milei disse que as urnas de domingo “cravariam o último prego no caix?o do kirchnerismo”, quando podem ter pregado o primeiro no seu. O escandalo de corrup??o mudou o cenário político e econ?mico. O governo conseguiu na Justi?a proibir a divulga??o de uma nova grava??o, desta vez da própria Karina, cujo teor n?o é totalmente conhecido e que amea?a causar mais estragos ao governo. As acusa??es s?o particularmente danosas a um presidente que foi eleito atacando a corrup??o da “casta política”. A derrota eleitoral era esperada, mas n?o por tamanha diferen?a, e azedou os mercados. O dólar já havia come?ado a subir com o escandalo, e o Tesouro argentino usou US$ 540 milh?es para segurar as cota??es, algo só permitido pelo acordo com o FMI quando o peso cai abaixo do piso ou ultrapassa o teto da banda cambial. O dólar ontem atingiu 1.450 pesos, maior cota??o desde quando o cambio foi liberalizado. O Banco Central tem reservas negativas e conta com US$ 14 bilh?es do FMI como muni??o, cujo uso n?o é recomendável. O FMI acabou de dar waiver na revis?o do acordo para o descumprimento da meta de aumento das reservas. A infla??o, em leve alta nos últimos dois meses, pode subir com a queda do peso. Os juros bateram em 50%, asfixiando crédito e crescimento. Milei fez erros que podem comprometer seu futuro, se n?o forem corrigidos. Ao entrar na campanha eleitoral com sua falta de sutileza e agressividade peculiares, conseguiu unir a oposi??o peronista em torno de um radical ex-ministro de Cristina Kirchner, Axel Kicillof, governador da Província de Buenos Aires, dando ao peronismo um líder que n?o tinham encontrado ainda após a pris?o de Cristina. Os peronistas perceberam que o governo é vulnerável. O presidente também queria engolir o aliado Pro, de Macri, mas sua derrota o enfraquece nessa miss?o. A li??o da derrota é que Milei precisa cerrar alian?a com for?as políticas mais próximas, e n?o hostilizá-las, e moderar seus ímpetos políticos destrutivos. Até agora, seu estilo belicoso lhe deu trunfos, mas talvez n?o mais. Com a economia de volta à armadilha histórica de falta de dólares, avan?ar nas urnas e no apoio no Legislativo é quest?o de vida e morte para Milei.