Carnaval 2026: Mocidade vai homenagear Rita Lee no próximo desfile
Pesquisa mapeia impacto dos resíduos Amaz?nia Valor Econ?mico.txt
Coleta de lixo em mangue de Bragan?a,íduosAmaz?niaValorEcon?resultado mega sena concurso 2171 no Pará; animais s?o capturados acidentalmente por redes abandonadas — Foto: Divulga??o/Projeto Mangues da Amaz?nia Com vaz?o de 209 milh?es de litros por segundo, o rio Amazonas, um dos maiores do mundo em volume, leva mais do que água e sedimentos até o oceano. Ao longo de seus quase 7.000 km s?o carregadas toneladas de plásticos e outros resíduos descartados nos municípios ribeirinhos da bacia hidrográfica, além da crescente polui??o de cidades da zona costeira amaz?nica, entre Amapá e Maranh?o, com riscos à biodiversidade, à saúde humana e à pesca. O quadro reflete o descompasso entre os investimentos na gest?o do lixo e as mudan?as nos padr?es de consumo na Amaz?nia, por meio da substitui??o de alimentos in natura por produtos industrializados. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice de Pobreza Multidimensional n?o Monetário (IPM-NM), que considera priva??es da qualidade de vida para além dos valores da renda, diminuiu 62,4% entre os biênios 2008-2009 e 2017-2018 na regi?o Norte. A falta de saneamento permanece como entrave para números melhores. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({ mode: 'organic-thumbs-feed-01-stream', container: 'taboola-mid-article-saiba-mais', placement: 'Mid Article Saiba Mais', target_type: 'mix' }); Os impactos dos resíduos onde a floresta encontra o Atlantico come?am a ser desvendados por um projeto de 11 institui??es de pesquisa para medir e mapear o problema na área costeira e marítima de influência do rio Amazonas. “O estuário é a lixeira da Amaz?nia e o diagnóstico fornecerá dados inéditos para políticas, a??es de controle e educa??o ambiental”, diz Marcus Fernandes, coordenador do Observatório do Lixo Antropogênico Marinho (Olamar) e pesquisador da a Universidade Federal do Pará (UFPA). Segundo ele, a iniciativa, financiada com R$ 1 milh?o do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), lan?ará luzes sobre como os desafios da Amaz?nia interagem com a Década do Oceano, instituída pela ONU para mobilizar solu??es até 2030. Leia mais: Estados procuram mais autonomia em capta??oRegi?o segue com tens?o em torno do garimpo mesmo após opera??esEstados buscam voz e políticas própriasProgramas impulsionam 'startups da floresta' Além de identificar origem e tipos de material que chegam ao litoral, o trabalho investigará a presen?a em sedimentos e animais marinhos. “A floresta tem fechado os olhos para a quest?o do lixo”, lamenta Valdenira Ferreira dos Santos, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Científica e Tecnológica do Amapá (Iepa). Ela explica que lidar com o problema é ainda mais difícil na regi?o, devido a características ambientais como inunda??es no período chuvoso e varia??es da maré, o que requer maior esfor?o de inova??o. “Na disputa por recursos, os projetos de conserva??o da floresta na maioria das vezes s?o priorizados”, observa. A ONU estima a existência de mais de 150 milh?es de toneladas de plásticos nos oceanos. No atual cenário, segundo a Funda??o Ellen MacArthur, os mares ter?o mais plásticos do que peixes (em peso) até 2050. No mar amaz?nico, um dos problemas está na “pesca fantasma” - a captura acidental de peixes por redes, cordas e outros apetrechos abandonados ou descartados pelos barcos. “Por meio dos resíduos, podemos identificar o tipo de pesca e dimensionar a??es junto aos pescadores”, diz Carlos Alberto Holanda, pesquisador da UFPA e integrante do Olamar. “Encontramos plásticos até em ninho de passarinho dentro de reservas ambientais”, refor?a Emarielle Pardal, pesquisadora do Iepa dedicada ao estudo de microplásticos em sedimentos e peixes, base alimentar da popula??o regional. O objetivo é incluir a Amaz?nia na discuss?o mundial para discutir estratégias. A regi?o Norte produz 7,5% do lixo gerado no país, no total de 6,1 milh?es de toneladas em 2022, com 63,4% destinadas a lix?es, enquanto a média brasileira é de 39%, segundo a Associa??o Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Conforme o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares), instituído em 2022, a meta de reciclagem de embalagens projetada para a regi?o Norte, em 2024, é de somente 3%. Para o país como um todo, a proje??o é de 30%. “Na Amaz?nia, a logística de coleta de resíduos é crítica, atrelada a quest?es sociais, econ?micas e geográficas, com baixo investimento público”, diz Victor Bicca, diretor de políticas e rela??es governamentais da Coca-Cola Brasil. A empresa apoia iniciativas como a coleta de recicláveis na Festa do Boi, em Parintins (AM). “Falamos muito da Amaz?nia pela floresta, mas n?o pelos problemas urbanos”, diz Eduardo Taveira, secretário do Meio Ambiente do Amazonas, ao lembrar que quase todos os municípios do Estado convivem com lix?es. Os resíduos de comunidades ribeirinhas s?o transportados para cidades em balsas ou queimados na floresta. “As características amaz?nicas tornam inviável cumprir a lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos”, diz Taveira.