Slow medicine discute a busca desenfreada por uma 'saúde adicional'
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15 Sep 2025(atualizado 15/09/2025 às 08h31)O livro “Slow medicine – sem pressa para cuidar bem”, dos médicos Ana Coradazzi e André Islab?o, é u
Slow medicine discute a busca desenfreada por uma 'saúde adicional'
O livro “Slow medicine – sem pressa para cuidar bem”,roleta das emo??es dos médicos Ana Coradazzi e André Islab?o, é um ótimo motivo para voltar ao tema. Criada em 2011, em Turim, na Itália, a slow medicine, que pode ser traduzida como medicina sem pressa, valoriza a escuta, o diálogo e o compartilhamento de decis?es. Quem assina o prefácio é seu criador, o médico italiano Marco Bobbio, que escreve:
1 de 1 Médico checa a press?o de paciente: slow medicina alerta para o excesso de “pré-doen?as” — Foto: Alterfines para Pixabay
“Nas últimas décadas, temos assistido a um aumento de profissionais de saúde e cidad?os insatisfeitos com essa medicina cara que, em nome da eficácia, negligencia as demandas dos pacientes, suas necessidades e expectativas, aplicando indiscriminadamente os mesmos protocolos a jovens e idosos, homens e mulheres, prescrevendo exames e medicamentos sem uma avalia??o criteriosa do paciente”.
De leitura acessível, a obra se debru?a sobre os pilares desse movimento, que conquistou adeptos em outros países europeus, como Holanda e Fran?a, nos Estados Unidos e México – além do Brasil. “é importante reconhecer que todos nós perderemos, natural e gradualmente, algumas fun??es ao longo de nosso envelhecimento, e que nem sempre há necessidade de instituir tratamentos, em especial quando estamos diante de altera??es fisiológicas. O bom senso proposto pela slow medicine está em saber reconhecer quando uma mesma manifesta??o clínica é claramente patológica e quando faz parte do envelhecimento normal do ser humano”, afirmam os autores.
Gosto especialmente de três conceitos abordados no livro que servem de reflex?o para todos nós:
O conceito positivo da saúde: a slow medicine defende que a saúde depende de aspectos que v?o além do corpo físico. Assim, alguns indivíduos podem se sentir saudáveis e bem-dispostos, apesar de limita??es físicas e diagnósticos de enfermidades. No entanto, a medicina convencional se baseia no oposto, isto é, no conceito negativo de saúde: a pessoa só seria saudável se n?o apresentasse nenhum sinal de doen?a.O excesso de pré-doen?as: há uma série de rótulos atribuídos a indivíduos saudáveis na tentativa de diagnosticar de forma precoce e antecipar o tratamento de doen?as para evitar complica??es. O que ocorre é que muitas condi??es das chamadas pré-doen?as – como pré-diabetes ou pré-hipertens?o – foram criadas artificialmente, com a redu??o progressiva dos limiares tradicionalmente usados. A glicemia de jejum, por exemplo, já foi considerada normal até 140 mg/dL, limite que foi reduzido para 120, 110 e agora está em 99 mg/dL. Muitas pessoas rotuladas como pré-doentes nunca evoluir?o ao ponto de se enquadrar no diagnóstico da doen?a.Saúde em excesso: hoje, há uma procura desenfreada por uma “saúde adicional” por parte de quem já é saudável, o que criou um mercado bilionário associado à explora??o dessa busca sem limites de aptid?o física.
Para a slow medicine, conhecer a conjuntura de vida de alguém é também uma ferramenta indispensável. Experiências prévias com o adoecimento podem aumentar a capacidade de resiliência dos indivíduos, assim como vivências traumáticas costumam se manifestar no enfrentamento de problemas de saúde.
Outra prática valorizada pelo movimento é a desprescri??o. Visa a revisar, de forma cuidadosa, todos os medicamentos, avaliando se há possíveis intera??es medicamentosas perigosas – e retirar, de forma gradual, remédios que n?o sejam essenciais. Coradazzi e Islab?o enfatizam que a rela??o médico/paciente só tem a ganhar quando se torna uma parceria:
“Pessoas cuja autonomia é respeitada tendem a assumir o papel de protagonistas da própria saúde”, destacam.
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