Primeiros data centers de IA no Brasil podem consumir mesma energia de 16 milh?es de casas; conhe?a os projetos
kkra
13 Sep 2025(atualizado 13/09/2025 às 21h35)Ao menos quatro projetos de data centers de IA já foram anunciados no país. Os novos espa?os devem s
Primeiros data centers de IA no Brasil podem consumir mesma energia de 16 milh?es de casas; conhe?a os projetos
Ao menos quatro projetos de data centers de IA já foram anunciados no país. Os novos espa?os devem ser construídos no Rio de Janeiro,?esdecasasconhe?bolao quina 3892 em Eldorado do Sul (RS), em Maringá (PR) e em Uberlandia (MG).
Outro futuro data center com muito poder computacional será construído em Caucaia (CE) e poderá ser utilizado pela dona do TikTok, segundo fontes da agência Reuters. N?o há confirma??o de que ele será usado para inteligência artificial.
O mercado de data centers de IA cresceu nos últimos anos porque esses espa?os abrigam supercomputadores usados para treinar modelos de linguagem de aplicativos como o ChatGPT.
Para operar um data center de IA, é preciso ter equipamentos poderosos que esquentam muito e exigem um sistema de refrigera??o adequado, que pode ser abastecido com água.
Especialistas dizem que o uso de energia será um pouco menor, mas alertam que faltam informa??es públicas para entender o real impacto desses projetos para o meio ambiente.
Os quatro primeiros complexos de data centers de inteligência artificial do Brasil poder?o ter juntos consumo de energia equivalente ao de 16,4 milh?es de casas. O número considera as potências anunciadas pelas empresas responsáveis por cada um dos projetos.
Esses espa?os devem ser construídos no Rio de Janeiro (RJ), em Eldorado do Sul (RS), em Maringá (PR) e em Uberlandia (MG).
Um quinto data center será construído em Caucaia (CE) e poderá ser usado pelo TikTok, segundo a agência de notícias Reuters. Ele n?o foi incluído na conta porque n?o há confirma??o de que seu foco será IA.
O mercado de data centers de IA cresceu nos últimos anos porque esses espa?os s?o utilizados para abrigar supercomputadores que treinam modelos de linguagem de aplicativos como o ChatGPT.
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? Um data center ("centro de dados", em inglês) é um local que armazena e processa informa??es. Ele pode ser dividido em dois tipos: nuvem (cloud), para operar servi?os na internet, e IA, para treinar modelos de linguagem complexos.
?? O Brasil tem 188 data centers – todos de nuvem – e ocupa o 12o lugar no mundo, segundo dados do site Data Center Map.
Enquanto um data center de IA pode consumir tanta energia quanto milh?es de casas, um data center convencional, com potência de 20 megawatts, pode ter, no limite, consumo diário igual ao de "apenas" 80 mil casas.
Esse mercado costuma funcionar como o de aluguel de casas: o cliente instala seus equipamentos, e a empresa que constrói o espa?o deve garantir energia e refrigera??o. Por conta da alta demanda dos data centers de IA, esses dois pontos s?o considerados críticos para o meio ambiente.
Isso porque os equipamentos poderosos que s?o usados nesses centros esquentam muito e exigem um sistema de refrigera??o adequado, que pode ser abastecido com água.
Especialistas ouvidos pelo g1 afirmam que o uso de energia será um pouco menor e dependerá dos equipamentos que, de fato, ser?o usados. Mas eles alertam que faltam informa??es públicas para entender o real impacto desses projetos para o meio ambiente.
Rio de Janeiro (RJ) - Rio AI City
1 de 5 Elea Data Centers prevê quatro data centers, além de prédios para centros de pesquisa, startups e outros, em complexo em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro — Foto: Divulga??o/Elea Data Centers; Dhara Pereira/g1
A Elea Data Centers tem nove data centers de nuvem no país e quer instalar outros quatro voltados para IA no Rio AI City, em Jacarepaguá. Um desses já está em funcionamento, mas ainda é voltado para servi?os em nuvem.
O complexo terá potência inicial de 1.500 megawatts, o que representaria, no limite, o consumo diário de 6 milh?es de casas, e pode ser ampliado para 3.200 megawatts no futuro. Além dos data centers, o projeto inclui prédios para centros de pesquisa e startups.
Em julho, o prefeito Eduardo Paes (PSD) assinou um memorando de inten??es para impulsionar o projeto e afirmou que quer consolidar o Rio como “capital da inteligência artificial brasileira”.
Eldorado do Sul (RS) - Scala AI City
A cidade gaúcha, com cerca de 40 mil habitantes, será sede do Scala AI City, da Scala Data Centers. O projeto prevê "bairros" de servidores e potência de 1.800 megawatts, o que equivale ao uso diário de 7,2 milh?es de residências. E a potência poderá chegar a 5.000 megawatts até 2033.
A empresa, que já opera 13 centros de nuvem, afirma que o sistema de refrigera??o usará óleo em circuito fechado, o que reduz o consumo de água. Em dezembro, a prefeitura de Eldorado do Sul aprovou uma lei para criar um polo tecnológico de data centers, com incentivos fiscais para o setor.
O projeto já recebeu aprova??o para se conectar à rede básica do Sistema Interligado Nacional, usada por grandes consumidores de energia.
2 de 5 Projeto do Scala AI City, 'cidade' de servidores que será construída em Eldorado do Sul (RS) — Foto: Divulga??o/Scala Data Centers
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Maringá (PR) e Uberlandia (MG) - RT-One
A RT-One ainda n?o tem outros data centers em opera??o e anunciou dois projetos: um em Maringá e outro em Uberlandia, com 400 megawatts de potência cada um. O consumo máximo de cada local seria equivalente ao de 1,6 milh?o de casas.
Em Maringá, a prefeitura disse que quer criar uma área de livre comércio com o exterior para facilitar a importa??o de equipamentos, essenciais para a constru??o dos centros. A RT-One também admite a possibilidade de tirar água do subsolo para resfriar o data center.
Segundo a RT-One, a água seria retirada do Aquífero Guarani, reserva que abrange principalmente a regi?o Sul, chegaria a trocadores de calor e voltaria para o subsolo. O sistema, de acordo com a empresa, n?o causaria contamina??o e teria baixo impacto ambiental.
3 de 5 Projeto do data center da RT-One em Maringá — Foto: Divulga??o/RT-One
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Caucaia (CE) - Casa dos Ventos
A empresa Casa dos Ventos vai construir um centro de dados em Caucaia, com 300 megawatts de potência na primeira fase, o que, no limite, seria equivalente ao consumo de 1,2 milh?o de casas. A empresa diz que há possibilidade da potência ser ampliada para 576 megawatts.
O espa?o poderá será usado pela ByteDance, dona do TikTok, de acordo com fontes da agência de notícias Reuters. O g1 procurou o TikTok e a Casa dos Ventos, mas as empresas n?o responderam.
A Casa dos Ventos recebeu autoriza??o para se conectar à rede elétrica nacional e diz que usará um sistema de refrigera??o em circuito fechado, que consome menos água. A empresa projeta investimento acima de R$ 50 bilh?es e afirma que a opera??o come?ará em 2027.
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4 de 5 Data center da Meta em Indiana, nos Estados Unidos — Foto: Divulga??o/Meta
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O que dizem especialistas
? A potência, medida em watts, serve para indicar a capacidade do data center. E o consumo real de energia é medido em watts-hora. Para medir o consumo máximo em um dia, é preciso multiplicar a potência por 24 horas.
O cálculo foi feito ao comparar o consumo diário máximo dos data centers com o consumo médio de residências no Brasil, que era de cerca de 6 quilowatts-hora por dia em mar?o de 2025, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética, vinculada ao Ministério de Minas e Energia.
A proje??o do consumo indica o impacto máximo que os data centers poder?o ter para a rede elétrica, mas, na prática, o uso será um pouco menor, explica Eduardo Fagundes, engenheiro e professor especializado em tecnologia e inteligência artificial.
"N?o se consome toda essa energia. Cada servidor consome um pouco menos do limite dependendo do que você colocar para rodar", explica Fagundes.
Mas faltam informa??es para saber como data centers de IA v?o afetar o uso de energia e de água no país. Para Elaine Santos, pesquisadora do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), em Portugal, chegar a esses dados exige uma pesquisa muito aprofundada para cada data center.
"Tem que analisar a regi?o onde o data center está, se há uma escassez hídrica, que tipo de regi?o é, como a energia é usada, se existe pobreza energética. Basicamente, fica impossível para qualquer pesquisador ou interessado no tema".
Um estudo da Universidade da Califórnia, em Riverside, apontou que treinar o modelo GPT-3, o mesmo do ChatGPT pode evaporar 700 mil litros de água. E que, do lado dos usuários, fazer até 50 perguntas para o ChatGPT pode consumir meio litro de água.
Apesar das buscas dos usuários consumirem menos, o impacto é maior por conta das milh?es de intera??es que acontecem todos os dias, afirma Shaolei Ren, professor de Engenharia Elétrica e de Computa??o na Universidade da Califórnia, em Riverside, e um dos autores do estudo.
"Precisamos entender o impacto e avaliar: estamos obtendo benefícios suficientes para compensar os impactos negativos do ponto de vista da sociedade? Queremos garantir que o benefício que isso traz supere o lado negativo", diz o pesquisador.
5 de 5 Projetos de data centers no Brasil — Foto: Kayan Albertin e Dhara Pereira/g1
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