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Multinacionais buscam startups de baixo carbono COP30 Amaz?nia Valor Econ?mico.txt
United Airlines criou fundo específico voltado à produ??o e ao desenvolvimento de combustível de avia??o sustentável — Foto: Aaron M. Sprecher/Bloomberg O avan?o da agenda climática já transformou a lógica dos investimentos corporativos. Em um primeiro momento,?niaValorEcon?lotofácil 1368 grandes companhias, muitas delas ligadas a setores intensivos em emiss?es de gases de efeito estufa (GEE), olharam para dentro e para o redesenho e a implanta??o de processos mais limpos. Agora, elas miram startups de baixo carbono como estratégia para acelerar sua transi??o energética. Empresas como Chevron e United Airlines fizeram aportes minoritários e aquisi??es completas, em um movimento que liga setores tradicionais a solu??es externas para alcan?ar a neutralidade de emiss?es até 2050. Um dos casos recentes é da Vale. Por meio da Vale Ventures, a mineradora intensificou investimentos em tecnologias capazes de transformar processos industriais altamente emissores. A empresa fez um aporte na startup americana Electrified Thermal Solutions (ETS), que arrecadou US$ 19 milh?es em sua última rodada. A indústria siderúrgica, sozinha, responde por aproximadamente 8% das emiss?es globais de GEE. Isso torna os investimentos em inova??es para reduzir sua pegada de carbono uma necessidade de primeira ordem. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({ mode: 'organic-thumbs-feed-01-stream', container: 'taboola-mid-article-saiba-mais', placement: 'Mid Article Saiba Mais', target_type: 'mix' }); Head da Vale Ventures, Bruno Arcadier diz que o investimento na ETS se conecta diretamente à estratégia de descarboniza??o da mineradora. “A Vale, por meio da Vale Ventures, investe globalmente em startups com foco em solu??es sustentáveis para o futuro da cadeia de valor da minera??o, refor?ando sua ambi??o de zerar suas emiss?es líquidas até 2050, além de gerar retornos financeiros e estratégicos que beneficiem clientes e sociedade”, afirma. A aposta em startups está ligada à cren?a de que tecnologias emergentes podem contribuir de maneira decisiva para os objetivos estratégicos da companhia. As metas da Vale s?o reduzir em 33% as emiss?es da empresa de escopo 1 e 2, isto é, as diretas e indiretas, até 2030 (em rela??o a 2017) e alcan?ar emiss?es líquidas zero até 2050. No escopo 3, ligadas à cadeia de valor, como a produ??o de a?o, a ambi??o é reduzir em 15% até 2035. A ETS utiliza uma tecnologia considerada pioneira para descarbonizar a gera??o de calor no aquecimento de fornos industriais por meio de eletricidade, sem combustíveis fósseis. Segundo Arcadier, o investimento tem potencial de contribuir no futuro para a descarboniza??o das emiss?es diretas de escopo 1 e 3. A tecnologia da ETS consiste em um “tijolo” refratário eletricamente condutivo, capaz de gerar calor a temperaturas de até 1.800 o C, utilizando eletricidade limpa e de baixo custo. A primeira planta-piloto em escala comercial deve ser inaugurada ainda neste ano. “A solu??o de baixo custo da ETS tem o potencial de substituir o gás natural no aquecimento de fornos industriais, como os que a Vale utiliza para a produ??o de pelotas de minério de ferro”, explica o head da Vale Ventures. “Como uma tecnologia de armazenamento de energia térmica, a solu??o elimina as emiss?es de carbono dos processos industriais e pode gerar economia de custos com o uso de eletricidade limpa a baixo custo.” Pedro C?rtes, professor do Programa de Pós-Gradua??o em Ciência Ambiental e do Instituto de Estudos Avan?ados da USP, considera que essas iniciativas s?o um caminho para acelerar a transi??o para uma economia de baixo carbono. Segundo ele, as corpora??es consolidadas têm um papel estratégico por terem poder de escala e de dissemina??o de boas práticas em cadeias muito amplas, o que naturalmente inclui startups. Além disso, em sua avalia??o, investir em startups permite mudan?as mais rápidas do que promover somente a mudan?a de uma cultura organizacional já existente. Desde sua cria??o, em 2022, a Vale Ventures reservou US$ 100 milh?es para investimentos em startups que ajudem a Vale em três frentes: descarboniza??o da cadeia de valor da minera??o, minera??o circular e minera??o sustentável do futuro. Na lista de aportes já realizados est?o a Boston Metal, que desenvolve solu??es para descarbonizar a produ??o de a?o, a Mantel, focada em captura de carbono, e a Allonnia, que aposta em biologia transformacional. O movimento da Vale n?o é isolado. Outras empresas de tamanhos variados têm feito o mesmo. A Intelbras, por exemplo, comprou a Renovigi, startup de energia solar, em um negócio de mais de R$ 300 milh?es. A ArcelorMittal, por meio do fundo A?olab Ventures, reservou mais de R$ 100 milh?es para investir em startups inovadoras que contribuam com a siderurgia mais sustentável. Fora do cenário nacional, a Chevron lan?ou um fundo de US$ 500 milh?es para startups de baixo carbono, enquanto a United Airlines criou um fundo específico para fomentar a produ??o de combustíveis de avia??o sustentáveis. O objetivo da petroleira é diversificar sua atua??o e investir em solu??es emergentes ligadas a combustíveis limpos, novos materiais e tecnologias capazes de reduzir emiss?es em setores de difícil abatimento. A United Airlines, por sua vez, criou um fundo específico voltado à produ??o e ao desenvolvimento de Sustainable Aviation Fuel (SAF), os combustíveis sustentáveis para avia??o, considerados pe?a-chave para a redu??o das emiss?es no setor aéreo. Com apoio de parceiros como Google, Boeing e Air New Zealand, a companhia já investiu em dez startups e tem como meta viabilizar a produ??o futura de 5 bilh?es de gal?es de SAF. Elise Calixto, head da área de infraestrutura e energia do FAS Advogados, diz que as empresas buscam essas a??es, assim como as redu??es de emiss?es, como uma forma de entrar em determinados mercados e por motivos reputacionais. “O investimento dessas empresas, grandes emissoras, em startups é um uma tendência que vem de um de uma necessidade”, afirma.