Chips viram arma estratégica na disputa entre EUA e China; Brasil tenta novo papel
O poder de contar em voz alta a própria história Carreira Valor Econ?mico.txt
Outro dia,ópriahistóriaCarreiraValorEcon?resultado 4504 quina um dos entrevistados do podcast que conduzo com líderes brasileiros, o CBN Profissional, antes de come?ar a gravar, me perguntou o que eu havia aprendido com essas lideran?as ao longo de quase quatro anos e mais de cem entrevistas. Fui pega de surpresa, a entrevistadora sendo entrevistada assim de supet?o. Respondi aquilo que me veio primeiro à cabe?a. Maior aprendizado: o quanto revisitar a própria história é importante, fortalece, inspira, n?o importa em que estágio profissional a pessoa esteja. Isso ficou na minha cabe?a e me fez refletir. Percebi que me referi a percorrer a história de verdade, que certamente n?o foi pautada apenas pelo sucesso, mas por tentativas e erros, frustra??es e desafios enormes. Quem chegou à lideran?a percorreu um longo percurso, no geral, n?o foi uma trajetória pavimentada apenas por vitórias. A história de ninguém é assim. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({ mode: 'organic-thumbs-feed-01-stream', container: 'taboola-mid-article-saiba-mais', placement: 'Mid Article Saiba Mais', target_type: 'mix' }); A professora Herminia Ibarra, da London Business School, já dizia no artigo “What’s Your Story” escrito a quatro m?os com o escritor Kent Lineback na “Harvard Business Review”, que todos contamos histórias sobre quem somos e elas nos definem. Ela lembra que, em nossa vida pessoal, quando queremos que alguém nos conhe?a de verdade, compartilhamos histórias sobre nossa infancia, família, primeiros anos na escola, primeiros amores, como desenvolvemos a nossa forma de entender a política e as coisas da vida. Você sabe menos sobre você do que os outrosSua reputa??o é o que fica, sem ela n?o existe legadoVocê é do tipo que maltrata o ‘seu’ ChatGPT? Quando se trata de nossa vida profissional e carreira, muitas vezes n?o somos t?o eficientes. Em um primeiro momento, acreditamos que só as nossas conquistas importam, que os trope?os e arrependimentos n?o contam e devem permanecer ali embaixo do tapete da nossa memória seletiva. Esquecemos que uma narrativa mais verdadeira, onde fatos s?o colocados em contexto pode ser muito mais valiosa. Ela nos ajuda a entendermos de onde viemos e o que aprendemos com experiências das mais diversas, que aparentemente n?o se conectam, mas que forjaram o profissional que somos no presente. Acima de tudo, esse olhar mais amplo sobre quem somos pode ajudar a enxergar o futuro que realmente queremos. Colunista escreve que o processo de reflex?o exige honestidade e também uma certa dose de bondade na avalia??o dos próprios desvios e decis?es erradas — Foto: Unsplash Colocar em perspectiva e com o devido distanciamento os fatos que marcaram nossa vida profissional, de forma positiva ou negativa, pode nos ajudar a entender quais s?o os objetivos que sempre nos moveram e o que, de fato, nos traz mais satisfa??o no trabalho que realizamos. Ouvir a si mesmo contando essa história, onde o único protagonista é você, aumenta a autoconfian?a e ajuda a refletir sobre seus planos de carreira. Fica mais evidente o que faz sentido. Esse processo de reflex?o pode e deve ser praticado por qualquer profissional. Exige honestidade e também uma certa dose de bondade na avalia??o dos próprios desvios e decis?es erradas. O perfeccionismo, como me disse em uma entrevista o professor de Wharton, Adam Grant, pode levar as pessoas a esconder seus erros em vez de aprender com eles. E isso, ironicamente, pode levar ao aumento dos erros ao longo do tempo. N?o tenha medo de rever as piores decis?es que já tomou na carreira, isso vai ajudá-lo, na medida do possível, a n?o repeti-las. Para quem está em cargos de lideran?a, a consultora April Townsend prop?e um guia de perguntas que pode ajudar um gestor a construir a própria narrativa. Compartilho algumas quest?es propostas por ela: Como líder, o que valoriza? Quais experiências em sua vida pessoal ou profissional tornaram esses valores importantes para você? Qual parte da sua carreira considera mais gratificante até o momento? Por quê? Houve algum momento em que alguém inesperadamente o ajudou ou apoiou? O que você aprendeu com essa pessoa? Que feedback recebeu que influenciou sua vis?o de si mesmo como líder? Quais experiências desafiadoras lhe ajudaram a definir quem você é como líder? Quais erros cometeu que o ajudaram a aprender mais sobre si mesmo, os outros ou suas suposi??es? Qual impacto deseja que sua lideran?a tenha sobre os outros? Quem em sua carreira serviu de modelo (positivo ou negativo)? Por fim, o que é importante para você em liderar outras pessoas? Parar para fazer reflex?es como essas com agendas superlotadas n?o é simples. Talvez por isso eu perceba que muitos executivos e executivas saem felizes do podcast, porque naquele momento reservaram um tempo para olhar para a própria história e contá-la em voz alta. Este é um ato poderoso, pois quando fazemos isso de forma autêntica e genuína nos damos conta do valor da nossa trajetória. Stela Campos é editora de CarreiraE-mail: stela.campos@valor.com.br
