Túnel Santos-Guarujá: leil?o p?e fim a quase 100 anos de promessas e reviravoltas; confira a história
Papel e celulose desenvolvem solu??es inovadoras a partir das florestas Inova??o Valor Econ?mico.txt
Sensores e satélites ajudam a Suzano a escolher o clone mais adequado a cada área — Foto: Divulga??o O Brasil responde hoje por um ter?o da celulose vendida no mundo e conta com avan?o contínuo de tecnologia e processos para manter essa posi??o. O país concentra iniciativas de impacto que nascem nas florestas e alcan?am produtos finais e sua aplica??o em novos mercados. A Suzano investe entre 1% e 3% da receita líquida anual em inova??o. Os exemplos s?o abundantes. Entre eles est?o as Florestas do ??esinovadorasapartirdasflorestasInova??oValorEcon?como jogar poker celularFuturo, que aliam dados capturados por sensores presos nas árvores, desenvolvidos com o Servi?o Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de Manaus (AM), e monitoramento por satélite, com apoio da startup israelense Marvin, para acompanhar consumo de água, captura de carbono, crescimento e saúde da floresta e sua intera??o com o meio ambiente. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({ mode: 'organic-thumbs-feed-01-stream', container: 'taboola-mid-article-saiba-mais', placement: 'Mid Article Saiba Mais', target_type: 'mix' }); “Os dados mais exatos contribuem com o programa de melhoramento e sele??o de clones mais adequados para cada regi?o”, conta Pablo Cadaval, diretor de P&D industrial da Suzano, líder no setor na pesquisa Valor Inova??o Brasil 2025. A meta é cobrir os 2,9 milh?es de florestas sob gest?o da companhia até 2029. Contra pragas, entram em cena biocontroladores multiplicados em laboratório, como joaninhas e vespas. O rol de esfor?os inclui projetos voltados à resiliência climática e a acelera??o do ciclo de melhoramento genético das árvores, com ferramentas biotecnológicas, de 21 para sete anos. Na ponta do produto, a empresa criou o Greenpack, papel com barreira resistente à gordura que permite substituir embalagens plásticas flexíveis. Uma das usuárias é a Adhespack, especialista em amostras para segmentos como cosméticos e perfumarias. A parceria rendeu duas patentes, das mais de 600 da Suzano. Outra família de produtos nasceu do projeto Fiber to Fiber, para uso da celulose de fibras curtas de eucalipto — com custo de produ??o mais baixo — no lugar da originada de fibras longas de outras árvores, consideradas mais resistentes. “No ano passado, foram 400 mil toneladas de substitui??o”, diz Cadaval. A iniciativa envolveu aproxima??o com fornecedores, para desenvolvimento de materiais como biopolímeros, e parceria com clientes, para levar know-how no uso da matéria-prima. Outro bra?o de inova??o da companhia, a Suzano Ventures já investiu cerca de US$ 20 milh?es em sete startups, como a Marvin e a Simple Fiber, que desenvolveu material que pode substituir tecidos de origem fóssil para uso, por exemplo, em cal?ados, usando fibra de celulose. A Klabin, por sua vez, foi pioneira em inova??o integrando desempenho ambiental e estratégia financeira com emiss?o de US$ 500 milh?es em títulos de dívida vinculados a metas de sustentabilidade (sustainability-linked bonds). Como a precifica??o de juros foi atrelada ao atingimento de metas — alcan?adas de forma antecipada no ano passado —, a empresa garantiu condi??es financeiras mais competitivas, conforme explica Francisco Razzolini, diretor de sustentabilidade, inova??o e P&D da Klabin. Francisco Razzolini, da Klabin: títulos vinculados à sustentabilidade deram vantagem financeira — Foto: Divulga??o A empresa investiu R$ 50 milh?es em P&D e inova??o (P&D+I) em 2024. Com 130 profissionais na equipe de P&D, o período foi marcado pela aproxima??o com os negócios e pelo apoio às unidades em a??es de melhoria contínua. A busca por processos e materiais mais sustentáveis com custos competitivos rendeu desenvolvimentos como o Eukaliner, primeiro papel kraftliner do mundo produzido 100% com fibra de eucalipto. Já o saco EkoMix, desenvolvido em parceria com a Votorantim Cimentos, é 100% composto de papel dispersível e integrado ao processo de prepara??o do concreto, eliminando a gera??o de resíduos de embalagens. O potencial da madeira, inclusive para novos mercados, coloca na mira exemplos com o uso da lignina, polímero natural que confere rigidez às plantas, como ingrediente para a fabrica??o de adesivos, borrachas e compostos industriais diversos. Um dos potenciais em estudo é a aplica??o na indústria de pneus. Já a celulose microfibrilada (MFC), material renovável e biodegradável, tem potencial para substituir componentes sintéticos em diferentes setores, como papéis especiais, tintas e materiais de constru??o. Também permite reduzir a gramatura do papel, mantendo a resistência, e comp?e a linha de papéis Klamulti, usado em embalagens multi-pack para bebidas. A combina??o de iniciativas internas e inova??o aberta rende parcerias como a firmada com a Cedro Textil, para aplicar celulose e derivados em produtos e processos têxteis. Outro destaque foi o desenvolvimento do Harbunk Ponsse, em parceria com a Ponsse Brasil, subsidiária da fabricante finlandesa de máquinas florestais. A máquina é capaz de executar sozinha todas as etapas da colheita (colheita, arraste e processamento da madeira), inclusive em terrenos íngremes. Internamente, um dos destaques é o uso de inteligência artificial (IA) para apoiar a elabora??o de projetos para a Lei do Bem (Lei no 11.196/2005, que concede incentivos fiscais para empresas que investem em inova??o) — a ferramenta interpreta e adapta os textos produzidos pelas áreas para a linguagem esperada pelo governo. “Em um setor tradicional como o nosso, inovar é a forma de garantir competitividade e perenidade”, pondera Fabiano Alves de Oliveira, diretor de pessoas, estratégia e gest?o da Irani. Desde 2020, a empresa investiu mais de R$ 34 milh?es em plataformas de PD&I em suas unidades fabris, com mais de cem projetos desenvolvidos e 60 finalizados. Em 2024, os projetos consumiram R$ 15 milh?es. As temáticas abrangem gest?o de resíduos, uso eficiente de água e efluentes e o manejo florestal, além da busca por novas embalagens e papéis mais resistentes. A companhia mantém o Irani Labs, programa de conex?o com startups e ecossistemas de inova??o, e a Irani Ventures, que atua com capital de risco corporativo (CVC, na sigla em inglês) para incorporar inova??es ao portfólio e gerar novos negócios. Desde 2021, investiu mais de R$ 6 milh?es em startups focadas em sustentabilidade: Trashin, voltada à gest?o de resíduos e logística reversa; Growpack, que fabrica embalagens biodegradáveis com resíduos agrícolas, especialmente a palha de milho; Vertown, plataforma de rastreio de resíduos gerados na cadeia produtiva das empresas; e Mush, que desenvolve produtos à base de micélio, conjunto de filamentos que comp?em a estrutura dos fungos e tem potencial como complementar à embalagem de papel. Para Rafaella Rufino, gerente de design e inova??o da Smurfit Westrock Brasil, a demanda por produtos recicláveis e embalagens sustentáveis, redu??o de emiss?es de carbono, aumento da eficiência no uso de recursos naturais e combate ao plástico de uso único move a inova??o no mercado, com reflexos como a busca por redu??o de gramatura, mantendo a performance, e cria??o de papéis com barreiras, para dar outras fun??es para a embalagem. Uma das aliadas da inova??o, diz ela, é a tecnologia. “A IA ampliou o radar estratégico da empresa ao permitir identificar oportunidades antes invisíveis ou difíceis de mensurar, trazendo aten??o para temas como monetiza??o de dados e servi?os, eficiência logística e melhoria da experiência do cliente”, explica Rufino. A empresa conta com 31 centros de experiência ao redor do mundo, incluindo o escritório em S?o Paulo, onde s?o criadas solu??es junto aos clientes. No campo florestal, a companhia desenvolveu plantios monoclonais de Pinus taeda por meio da embriogênese somática (processo de desenvolvimento de embri?es a partir de células n?o reprodutivas de uma planta), aumentando em pelo menos 20% a produtividade e melhorando a uniformidade e qualidade da madeira. A manuten??o da competitividade em cenário de queda de pre?os da celulose — 18% nos seis primeiros meses de 2025 —, a demanda por produtos especiais e a busca de substitui??o de fibras sintéticas por naturais est?o entre os impulsionadores da inova??o na CMPC, explica o diretor-geral de celulose no Brasil, Antonio Lacerda. “Trabalhamos para o que o cliente quer”, afirma. Um dos exemplos foi o desenvolvimento de celulose sem talco para o mercado americano. Em outra frente, a companhia investiu R$ 2,7 bilh?es em sua fábrica em Guaíba (RS), com quase 40 a??es para aumentar a produtividade e a sustentabilidade. Boa parte voltada ao projeto BioCMPC, relacionado à gest?o de resíduos, tratamento de efluentes, emiss?es atmosféricas, tratamento de gases e gest?o ambiental. Uma das inova??es envolveu a acelera??o do tratamento de resíduos de madeira destinados a fertilizantes, com compostos biológicos, principalmente bactérias, para reduzir o odor decorrente da decomposi??o. Outra iniciativa foi a elimina??o da queima de carv?o vegetal — apesar de autossuficiente em energia, a alternativa era empregada para retomada da opera??o pós-parada. Agora, uma nova caldeira recuperadora extrai os produtos químicos do licor negro, matéria resultante do processo de branqueamento da celulose, queimando a resina lignina para gerar energia. Mas a menina dos olhos de Lacerda é o projeto Reflora, parceria com a Universidade Federal de Vi?osa (UFV) e a Embrapii para extrair brotos de árvores nativas de regi?es devastadas pelas enchentes de 2024 e produzir mudas por enxertia. “As matrizes v?o se desenvolver três vezes mais rápido do que com sementes”, comemora.