Produtor troca venda de motosserra por lucro com créditos de carbono Amaz?nia Valor Econ?mico.txt
Superávit recorde em 2023 deve ultrapassar US$ 70 bi Comércio exterior Valor Econ?mico.txt
O Brasil está a caminho de conseguir novo saldo recorde em sua balan?a comercial em 2023. Proje??es de diferentes analistas indicam um superávit na casa dos US$ 70 bilh?es,ávitrecordeemdeveultrapassarUSbiComércioexteriorValorEcon?jogo the last of us resultado que supera com folga os US$ 62,3 bilh?es registrados em 2022, o melhor ano da história até aqui. O bom desempenho, porém, será obtido diante de uma provável queda na corrente de comércio. A soma das transa??es de exporta??es e importa??es deve ser inferior à verificada em 2022, quando totalizou US$ 607,7 bilh?es, resultado de vendas de US$ 335 bilh?es e compras de US$ 272,7 bilh?es. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({ mode: 'organic-thumbs-feed-01-stream', container: 'taboola-mid-article-saiba-mais', placement: 'Mid Article Saiba Mais', target_type: 'mix' }); “Teremos um superávit grande, mas obtido sem aumento de ganhos de receitas com as exporta??es e forte retra??o nas importa??es”, observa José Augusto de Castro, presidente executivo da Associa??o de Comércio Exterior do Brasil (AEB). A associa??o divulga em julho a atualiza??o de suas proje??es para a balan?a. Castro antecipa que os números preliminares confirmam o cenário previsto pela AEB no início do ano. O novo prognóstico manterá um superávit da ordem de US$ 72 bilh?es, auferido com a manuten??o ou uma ligeira queda nas receitas com as exporta??es e uma redu??o, por volta de 6%, nas importa??es, o que resultará em uma corrente de comércio entre 2% e 4% menor no ano. A MB Associados projeta um superávit de US$ 70 bilh?es. O Instituto Brasileiro de Economia da Funda??o Getulio Vargas (Ibre-FGV) trabalha com uma janela entre US$ 72 e US$ 75 bi. “Se nenhum imprevisto ocorrer”, ressalta a economista Lia Valls. A proje??o da LCA Consultores é de um saldo comercial de US$ 80 bilh?es. O boletim Focus do Banco Central, com a previs?o de analistas do mercado financeiro, indicava em 23 de junho saldo de US$ 62 bilh?es. A estimativa oficial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Servi?os (Mdic) é bem mais otimista: US$ 84 bilh?es. A previs?o de uma queda na corrente de comércio é compartilhada por todos os analistas. Leia mais: Linhas de crédito à exporta??o come?am a recuperar o f?legoBancos acirram disputa por empresas com estratégias distintasIndústria celebra volta de incentivos e projeta maior competitividadeCNI lan?a propostas para reindustrializa??o com pegada sustentávelEmpresas brasileiras intensificam internacionaliza??oDisputa EUA-China leva à revis?o de estratégias De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Mdic, entre janeiro e a quarta semana de junho, as exporta??es brasileiras somaram US$ 159,56 bilh?es, com crescimento de 1,3% em rela??o ao mesmo período de 2022. As importa??es caíram 6,4%, para US$ 116,55 bilh?es. A balan?a comercial apresentou superávit de US$ 43 bilh?es, expans?o de 30,8%, e a corrente de comércio registrou queda de 2,1%, limitando-se a US$ 276,11 bilh?es. Entre janeiro e maio, os últimos dados consolidados disponíveis, as exporta??es da agropecuária cresceram 7,5% e somaram US$ 35 bilh?es, as vendas da indústria extrativista, na qual est?o minérios e petróleo, aumentaram 1,1% e chegaram a US$ 29,5 bilh?es. A indústria de transforma??o registrou crescimento de 2,9% e alcan?ou US$ 71 bilh?es. Farelo de soja, óleos combustíveis, celulose, ferro gusa, metais básicos e proteínas animais s?o os principais itens exportados pela indústria brasileira. O desempenho das exporta??es só n?o foi melhor em decorrência da desvaloriza??o dos principais itens exportados pelo país: soja, petróleo e minério de ferro, que, juntos, respondem por 40% dos embarques. Os pre?os médios verificados pelo Mdic no petróleo entre janeiro e maio caíram 21,6% em rela??o ao mesmo período de 2022, minério de ferro, 13,9% e a soja, 3,8%. O boletim Icomex elaborado pelo Ibre-FGV destaca que o volume total exportado pelo Brasil até maio cresceu 9% em rela??o ao mesmo período de 2022, mas os pre?os das mercadorias brasileiras nos mercados internacionais recuaram 4,6% no período. “Estamos vendo uma acomoda??o nos pre?os das commodities, após uma alta expressiva nos últimos anos gerada pela pandemia e guerra na Ucrania”, diz Lia Valls. A proje??o do Ibre é de uma expans?o de 5,4% nos volumes embarcados em 2023, mas sem aumento na mesma propor??o da receita em dólar. “Até aqui, o aumento de volumes compensou a queda de pre?os, mas esse n?o é um cenário sustentável”, diz Castro. No segundo semestre, o panorama n?o é t?o favorável. Os embarques agrícolas, principalmente de soja em gr?os, se concentram na primeira metade do ano. Além do fator sazonal há o conjuntural. Os principais parceiros comerciais d?o sinais de redu??o em suas atividades econ?micas e, portanto, menor propens?o às compras. A China, país com o qual o Brasil registrou um superávit de US$ 19,8 bilh?es até maio, teve crescimento de 4,5% no primeiro trimestre, mas já em abril e maio as atividades econ?micas perderam for?a. A Argentina, que proporcionou ao Brasil um saldo de US$ 2,5 bilh?es até maio, enfrenta os efeitos de uma infla??o de 110% ao ano e as incertezas de uma elei??o presidencial. Estados Unidos e Uni?o Europeia convivem com eleva??o em suas taxas de juros e desaquecimento econ?mico. A redu??o das importa??es brasileiras em 2023 é influenciada por uma queda nos volumes adquiridos no exterior somada a uma queda ainda maior nos pre?os dessas mercadorias. “Semicondutores, equipamentos de telecom, autope?as, produtos químicos s?o itens que estavam inflacionados por problemas em suas cadeias produtivas, que agora est?o sendo superados”, diz Ana Luísa Lisboa de Mello, economista da LCA Consultores, que projeta gastos até 10% com importa??es em 2023. Combustíveis e fertilizantes, os dois principais itens importados pelo Brasil, tiveram seus pre?os reduzidos até maio em 13% e 30% respectivamente, de acordo com os registros do Mdic. Em volumes, a queda nas compras foi verificada em todos os principais itens, tato em bens básicos como os adquiridos pela indústria de transforma??o. “A redu??o nas importa??es é sinal de baixo dinamismo na economia brasileira, uma vez que apenas as atividades ligadas ao agronegócio apresentam expans?o no ano, enquanto a indústria, o consumo e os investimentos patinam”, diz Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados. Historicamente, o Brasil exporta e importa pouco e o impacto da corrente de comércio no Produto Interno Bruto (PIB) do país é baixo, por volta de 30%, enquanto em países membros da Organiza??o para a Coopera??o e Desenvolvimento Econ?mico (OCDE) a média supera 70% do PIB. Em 2022, a corrente de comércio respondeu por 31,7% do PIB brasileiro, nas contas da MB Associados o índice recuará para 27,3% em 2023. “Somos uma economia fechada e nosso comércio é muito dependente de pre?os internacionais que n?o controlamos”, diz Sergio Vale. “Precisamos de acordos com países e blocos econ?micos ricos que ampliem significativamente nossa corrente de comércio”, complementa. Hoje, avalia o economista, apenas a agropecuária e a indústria mineral brasileira est?o integradas globalmente, enquanto a manufatura está excluída das cadeias produtivas globais. Ampliar a corrente de comércio teria o efeito de gerar mais produtividade para a indústria de transforma??o. Em 2000, os produtos manufaturados respondiam por 59% da pauta de exporta??o brasileira, em 2022, por 29,6%.