De tragédias locais a exclusivas nacionais: relembre as coberturas jornalísticas que marcaram os 65 anos da TV Bauru à TV TEM
Startups ampliam cadeias produtivas da bioeconomia Negócios sustentáveis Valor Econ?mico.txt
César De Mendes,óciossustentáveisValorEcon?jogo do froze CEO da chocolateria De Mendes, em oficina com comunidade Yanomami para produ??o de cacau — Foto: Divulga??o As cadeias de produtos da floresta s?o a base da bioeconomia amaz?nica, setor que movimenta em torno de R$ 12 bilh?es por ano e pode atingir R$ 38,6 bilh?es em 2050, no compasso da emergência climática global, segundo estimativa do WRI Brasil. A expans?o, porém, esbarra em entraves desde a origem no extrativismo até a ponta final no consumo, e as solu??es est?o abrindo oportunidades para novos negócios que prosperam na lógica de valorizar a biodiversidade para protegê-la. “Pequenas e médias empresas têm importancia cada vez maior neste desafio, com a agilidade em se moldar à realidade da regi?o e arranjos inovadores na rela??o com comunidades fornecedoras dos insumos”, afirma Carlos Koury, diretor de inova??o em bioeconomia do Idesam, em Manaus. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({ mode: 'organic-thumbs-feed-01-stream', container: 'taboola-mid-article-saiba-mais', placement: 'Mid Article Saiba Mais', target_type: 'mix' }); Estudo concluído pela institui??o, com financiamento do Partnerships for Forests (P4F), ligado ao governo do Reino Unido, mapeou gargalos e apontou quem está inovando para viabilizar os elos de duas das cadeias produtivas de relevancia na regi?o - da castanha-do-brasil e do cacau. O objetivo é subsidiar políticas e investimentos. Leia mais: Pecuária se defronta com rastreabilidade do animalEmpresas apostam em agricultura regenerativa Defensivo com base em componente biológico ganha espa?o no mercadoCastanha-do-Brasil vira estrela entre os superalimentos “é forte a tendência de startups assumirem o papel de otimizar essa nova bioeconomia que agrega valor aos produtos, mas ainda s?o necessários agentes capazes de integrar e disseminar essas solu??es”, pontua Koury, também coordenador do Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio). A iniciativa, cofinanciadora do estudo, repassa recursos para startups como contrapartida das indústrias pelos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus. As distancias geográficas e a falta de assistência técnica e crédito s?o obstáculos a uma maior relevancia da bioeconomia para o país. Na análise de Koury, já existem solu??es validadas e “o momento é favorável a um salto no setor, com mais recursos públicos e privados, como suporte à redu??o do desmatamento”. Segundo o Idesam, há pelo menos 200 startups de bionegócios na Amaz?nia. “Elas têm o potencial n?o apenas de inovar, mas de reformular práticas de mercados convencionais”, observa Ingrid Barth, presidente da Associa??o Brasileira de Startups. Mapeamento indica que a regi?o Norte abriga 4,7% do total desses negócios nos vários setores da economia, com espa?o para crescimento. “A riqueza em recursos naturais e espécies únicas nos biomas oferece às MPEs oportunidades para explorar novos nichos de mercado, com forte enfoque em pesquisa e inova??o”, analisa Augusto Corrêa, diretor executivo da Plataforma Parceiros pela Amaz?nia (PPA), que mapeou 65 organiza??es de impacto positivo na regi?o. “S?o crescentes a oferta de programas de acelera??o e incuba??o e o interesse de fundos internacionais em investimentos”, diz. No caso do cacau, fruto nativo da Amaz?nia, onde 70% da produ??o está na agricultura familiar, o nicho de chocolates especiais ganha evidência com a pegada dos benefícios à biodiversidade e povos tradicionais. A startup Warabu, em Manaus, recebeu R$ 3 milh?es de investidores, além de R$ 900 mil da Finep para importar maquinário italiano de alta tecnologia. “Apostamos na qualidade e na origem amaz?nica das matérias-primas, com capacita??o de pequenos produtores e compra pelo dobro dos pre?os de mercado”, observa Jorge Neves, fundador da empresa. O momento é favorável a salto no setor, com recursos públicos e privados” — Carlos Koury “Queremos converter o chocolate em crédito de carbono para as comunidades”, revela César De Mendes, fabricante em Santa Bárbara do Pará (PA), com a promessa de que cada barra neutraliza a emiss?o média diária de um brasileiro. Os 13 rótulos destacam as comunidades de origem, como os Yanomami, que come?aram a plantar cacau em agrofloresta após oficinas da empresa nas aldeias. Na cosmologia indígena, o cacaueiro é a árvore dada por deus para curar o mundo. Desde 2018, o cultivo da etnia saltou de 3,5 mil para 31 mil pés, com a entrega de 500 quilos por ano para a fabrica??o na startup De Mendes. No total, s?o adquiridas 16 toneladas anuais de 71 comunidades na Amaz?nia. “Sustentabilidade e inova??o s?o conceitos que n?o têm mais volta”, diz Decio Lima, presidente do Sebrae, que considera o país competitivo pelo território, diversidade e resiliência dos povos. “Quem convive com a biodiversidade s?o os pequenos, que precisam de renda para sobreviver”. Segundo Lima, n?o faltam boas ideias na convivência sustentável com a floresta, mas capacidade de gest?o dos negócios. A quest?o inspira o programa Inova Amaz?nia, que chega à segunda edi??o, com mais de 1,2 mil empreendedores candidatos - 40% mais que a chamada anterior, em 2021, e principal demanda no setor de alimentos e agricultura. Até o momento, foram investidos R$ 26 milh?es pelo Sebrae na iniciativa. Uma das startups apoiadas, a Mazodan, de Macapá (AP), aproximou a bioeconomia da constru??o civil ao desenvolver uma argamassa sustentável que utiliza sedimentos do rio Amazonas e rejeitos de minera??o. A substitui??o do cimento reduz a pegada de carbono, além do menor custo da moradia, com impacto social positivo. “Desde a nascente nos Andes, até a foz, na capital amapaense, o maior rio brasileiro carrega grande volume de sedimentos que se depositam à frente da cidade e têm composi??o similar ao cimento”, diz o engenheiro de produ??o Michael Carvalho, criador do negócio.