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Mudan?as no clima podem criar custos extras para o setor 25 anos Valor Econ?mico.txt
Rui Chammas: “Modernizar é uma forma de deixar os ativos mais resilientes” — Foto: Julio Bittencourt/Valor Para entender os efeitos das mudan?as climáticas no setor de transmiss?o de energia elétrica até 2050 e analisar as áreas mais sensíveis de sua área de concess?o,?asnoclimapodemcriarcustosextrasparaosetoranosValorEcon?resultadó mega sena a Isa Energia contratou a consultoria Way Carbon. Viu-se que em alguns trechos, para aumentar a resiliência, seria preciso fazer grandes obras que poderiam levar tempo e custar muito, sendo que a regula??o sobre isso ainda é incerta. A concessionária, responsável por 94% da energia transmitida no Estado de S?o Paulo, ent?o atuou de forma preventiva em outra frente: aumentar a velocidade de atua??o em eventuais problemas, de forma que uma recupera??o de uma torre, por exemplo, que poderia levar mais de uma semana possa ser feita em muito menos tempo. Isso exigiu mudar o contrato com prestador de servi?os, que agora passa a trabalhar sempre de prontid?o, mais centros de manuten??o espalhados pela área de concess?o. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({ mode: 'organic-thumbs-feed-01-stream', container: 'taboola-mid-article-saiba-mais', placement: 'Mid Article Saiba Mais', target_type: 'mix' }); Em paralelo, a concessionária tem trabalhado também em outro ponto: a moderniza??o das linhas de transmiss?o - boa parte delas no Estado de S?o Paulo foi erguida na década de 1970. Se há 20 anos a concessionária investia milh?es por ano nesse tópico, agora o montante é bilionário. “Modernizar é uma forma de deixar os ativos mais resilientes”, diz o presidente da Isa Energia, Rui Chammas. Na primeira semana de outubro de 2021, rajadas de vento superiores a 200 km/h atingiram um trecho da linha no Mato Grosso entre Porto Velho (RO) e Araraquara (SP), que transmite energia das usinas do rio Madeira ao Sudeste. Em 2024, a enchente no Rio Grande do Sul fez uma torre de uma linha de transmiss?o ficar suspensa. Os eventos climáticos extremos levaram a Evoltz, também da área de transmiss?o, a enviar técnicos para os Estados Unidos e para a Europa para entender o que poderia ser feito. A solu??o foi tropicalizar solu??es. Nos países nórdicos, as concessionárias instalavam centrais meteorológicas em pontos centrais das linhas de transmiss?o para se antecipar quando nevava demais e as linhas poderiam ficar pesadas e ter problemas. Maior geradora e transmissora do país, a Eletrobras criou um centro de monitoramento de ativos e eventos climáticos na sede da empresa, no Rio de Janeiro. Com investimento inicial de R$ 30 milh?es e mais R$ 110 milh?es ao longo de 2025, o espa?o permite monitoramento com uso de sensores e aplica??es digitais de 87 mil ativos em tempo real. Os casos ilustram como os efeitos das mudan?as climáticas ganharam relevancia na estratégia das empresas. Se há 25 anos, o termo aparecia em artigos científicos, hoje ele está no topo da agenda dos executivos. O tema dos efeitos das mudan?as climáticas sobre o setor elétrico coincide com o envelhecimento do parque de gera??o hidrelétrica e de transmiss?o, o que abre a discuss?o sobre como fazer com que os ativos possam estar preparados para o novo normal climático. “O desafio é inovar e incorporar essas inova??es para que a conta n?o fique pesada demais”, afirma o presidente da Associa??o Brasileira das Transmissoras de Energia (Abrate), Mario Miranda. Análise da seguradora Munich Re, de 2024, aponta que os prejuízos climáticos no mundo chegaram a US$ 250 bilh?es em 2023. Estudo do Programa Ambiental da Organiza??o das Na??es Unidas estima que os países em desenvolvimento deveriam investir US$ 215 bilh?es por ano nessa década em adapta??o sob as novas condi??es climáticas. Os efeitos das mudan?as climáticas devem ser vistos de forma integrada, segundo estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), divulgado ano passado. Ventos e chuvas fortes podem trazer problemas para transmissoras e distribuidoras, enquanto chuvas acima da média ou períodos longos de estiagem podem trazer benefícios ou prejuízos para comercializadoras ou hidrelétricas. As termelétricas podem sofrer com altas temperaturas de água e ar e podem reduzir sua eficiência. Os eventos também podem ter impacto sobre a demanda de energia elétrica, já que nos dias muito quentes, o acionamento de ar-condicionado é mais intenso. O Plano Decenal 2024, lan?ado neste ano pela EPE, aponta que, nas residências brasileiras, a eletricidade segue como a principal fonte de energia em 2024 e amplia sua importancia de 48% para 56% do consumo energético residencial em 2034, principalmente pela amplia??o da posse e do uso de equipamentos vinculados à climatiza??o de ambientes e à conserva??o de alimentos. Fazer a conta caber no bolso será um desafio. Hoje, no Brasil, um em cada três consumidores das regi?es Norte e Nordeste gasta mais de 6% da renda com energia, enquanto no Sul, Sudeste e Centro-Oeste um em cada seis destina mais que esse percentual, considerado na literatura econ?mica como causa de receio. Tornar o setor mais resiliente ao clima demandará investimentos e press?o sobre os bolsos dos consumidores e sobre o caixa das concessionárias. Como exemplo, o consumo per capita residencial brasileiro é sete vezes inferior ao do Canadá.