Produtor de café melhora qualidade do solo e zera uso de agrotóxico com técnicas sustentáveis no ES
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13 Sep 2025(atualizado 13/09/2025 às 21h42)Tiago Camiletti, de Córrego Patioba, em Sooretama, no Norte do Espírito Santo, já apostava em um man
Produtor de café melhora qualidade do solo e zera uso de agrotóxico com técnicas sustentáveis no ES
Tiago Camiletti,émelhoraqualidadedosoloezerausodeagrotóxicocomtécnicassustentáresutado da quina concurso 4060 de Córrego Patioba, em Sooretama, no Norte do Espírito Santo, já apostava em um manejo inovador para suas lavouras de café conilon mesmo antes de ouvir falar do termo sustentabilidade.
Há nove anos, ele iniciou uma transforma??o sustentável no cultivo, reduzindo o impacto ambiental e aumentando a eficiência da produ??o.
O primeiro passo foi a obten??o, em 2015, da certifica??o 4C (Código Comum para a Comunidade Cafeeira), que assegura boas práticas na produ??o dos gr?os.
Muito antes do termo "sustentabilidade dos gr?os" se popularizar entre os cafeicultores no Espírito Santo, o produtor Tiago Camiletti, de Córrego Patioba, em Sooretama, no Norte do estado, já apostava em um manejo inovador para suas lavouras de café conilon.
Há nove anos, ele iniciou uma transforma??o sustentável no cultivo, reduzindo o impacto ambiental e aumentando a eficiência da produ??o.
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O primeiro passo foi a obten??o, em 2015, da certifica??o 4C (Código Comum para a Comunidade Cafeeira), que assegura boas práticas na produ??o dos gr?os.
No ano seguinte, Camiletti implementou uma técnica pouco convencional na época: o plantio de capim braquiária entre as fileiras de café. A prática, comum no cultivo do café arábica, trouxe benefícios também para o conilon.
1 de 4 Planta??o de café conilon, em Sooretama, Espírito Santo, — Foto: TV Gazeta
Segundo o agricultor, inicialmente a técnica foi vista com desconfian?a na regi?o.
“Eu fui chamado de doido várias vezes, porque a cultura do produtor de café conilon é a de que o café n?o pode ter nenhum mato, nada. Mas a gente foi trabalhando ao longo dos anos, fomos adaptando, e hoje a gente sabe que n?o é uma competitividade e sim uma aliada do produtor”, disse Camiletti.
O produtor Anderson Boa Ferreira confirmou que houve um estranhamento no período de implementa??o do capim.
“Achei que era doideira tentar plantar braquiária, um mato no meio do café, achei que n?o ia dar resultado, só ia dar mais servi?o ainda. Mas, na verdade, além de ser um ótimo adubo para o café, diminui um pouco a nossa m?o de obra com a aplica??o de herbicida”, avaliou Ferreira.
A iniciativa do Tiago virou objeto de pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de S?o Paulo (USP), que comprovou a contribui??o da prática e passou a estudar as suas vantagens ambientais e agron?micas.
Benefícios comprovados
2 de 4 Produtor de café melhora qualidade do solo e zera uso de agrotóxico com técnicas sustentáveis no Espírito Santo. — Foto: TV Gazeta
Segundo Camiletti, os estudos indicaram que a braquiária melhora a qualidade do solo, aumentando a matéria organica, favorecendo a microbiota e auxiliando na descompacta??o. Além disso, a cobertura vegetal reduz a necessidade de herbicidas, tornando-se uma aliada importante para os cafeicultores.
O produtor também adotou outras práticas inovadoras para aumentar a produtividade e agregar valor ao café. Entre as iniciativas, ele destaca:
?? Poda programada para melhor controle do crescimento das plantas;
?? Adensamento do plantio para otimizar o uso da área cultivada;
?? Uso de biofertilizantes na aduba??o, reduzindo a dependência de fertilizantes químicos;
?? Pulveriza??o com produtos biológicos, substituindo defensivos agrícolas tradicionais.
O pesquisador do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extens?o Rural (Incaper), José Altino, refor?ou ainda que o cultivo da braquiária pode ser valioso em períodos, principalmente, nos períodos de seca
“Os benefícios, a princípio, n?o s?o t?o fáceis de ver, mas quando a gente fala em deixar o solo com essa cobertura vegetal, nós estamos falando de um solo mais vivo, com uma biota mais rica e com isso você vai ter competidores com doen?as, com pragas, você tem um maior equilíbrio ambiental. A braquiária é uma quest?o de sustentabilidade, nos períodos de seca ou de altas temperaturas ela contribui com a evapora??o de ar dela, de água, fazendo com que o ambiente seja menos agressivo para o café”, indicou Altino.
Impacto econ?mico e ambiental
3 de 4 Adubo é produzido de forma artesanal em propriedade de café em Sooretama, Espírito Santo. — Foto: TV Gazeta
A utiliza??o da braquiária permitiu zerar o uso de glifosato e reduzir em 80% a aplica??o de herbicidas químicos para controle de pragas. Já na aduba??o, aproximadamente 60% do fertilizante utilizado é organico, o que ajudou a reduzir os custos de produ??o em cerca de 30%.
Atualmente, o adubo é produzido de forma artesanal dentro dessas caixas d'água que ficam na propriedade, usando mela?o de cana e ácidos resultantes da decomposi??o de vegetais.
“Com esse produto, a gente consegue melhorar muito a eficiência das nossas aduba??es, apresentando um resultado muito melhor”, apontou Camiletti.
As mudan?as promovidas na propriedade de Córrego Patioba transformaram os 5,5 hectares da Fazenda S?o Sebasti?o. A redu??o dos custos de insumos e o aumento da qualidade do café permitiram ao produtor acessar melhores mercados, garantindo maior rentabilidade para sua produ??o.
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A experiência do produtor demonstra que a inova??o e o compromisso com práticas agrícolas sustentáveis podem fazer a diferen?a no setor cafeeiro, tornando a produ??o mais eficiente e ambientalmente responsável.
“O que o meu bisav? fez nos anos passados foi necessário, o que o meu av? fez também foi necessário, e cabe a mim fazer o necessário também, e a gente consegue produzir muito mais agredindo muito menos, sendo mais sustentável e tendo uma agricultura regenerativa”, falou.
Maior produtor de café conilon do Brasil
4 de 4 Café conilon. Espírito Santo — Foto: TV Gazeta
De acordo com o Incaper, o Espírito Santo é o maior produtor de café conilon do Brasil, responsável por aproximadamente 70% da produ??o nacional, e por até 20% da produ??o do café robusta do mundo.
O café conilon é a principal fonte de renda em 80% das propriedades rurais capixabas localizadas em terras quentes.
S?o 283 mil hectares plantados de conilon no estado, em 40 mil propriedades rurais distribuídas em 63 municípios, com 78 mil famílias produtoras, e gera 250 mil empregos diretos e indiretos.
A produ??o é responsável por 37% do Produto Interno Bruto (PIB) Agrícola do Espírito Santo. O estado é referência brasileira e mundial no desenvolvimento da cafeicultura do conilon, com uma produtividade média que já alcan?ou 45,94 sacas por hectare (sc/ha).
Os maiores produtores do Espírito Santo s?o os seguintes municípios: Rio Bananal, Vila Valério, Jaguaré, Vila Valério, Nova Venécia, Sooretama, Linhares, S?o Mateus, Pinheiros, Governador Lindenberg, Boa Esperan?a, Vila Pav?o, S?o Gabriel da Palha, Colatina e Marilandia.
*Com informa??es Rosimeri Ronquetti
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